CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 15-2-11
Cuba dá formação a bibliotecários
Um memorando de entendimento entre as bibliotecas nacionais de Angola e de Cuba, visando principalmente a área de formação de quadros angolanos, foi sexta-feira assinado, nas instalações da Biblioteca Nacional de Cuba, em Havana.
Pela parte de Angola rubricou o documento Francisco Dias Soares da Costa, director do Gabinete de Intercâmbio Internacional do Ministério da Cultura, e pela de Cuba Eduardo Torres Cuevas, director da Biblioteca José Martí. As partes consideraram o acordo cultural de âmbito bibliotecário muito benéfico, manifestando total entrega na união de esforços e recursos para fortalecer a cooperação técnica entre as duas bibliotecas.
O acordo prevê a promoção de um activo intercâmbio de publicações bibliográficas de interesse mútuo, a realização de dois cursos por ano de habilitação para bibliotecários angolanos em Cuba e a viabilização de acções de formação de técnicos bibliotecários em Angola.
De acordo com as cláusulas do memorando, assinado no âmbito da visita a Cuba da ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, para a sua implementação vai ser elaborado pelas partes um programa executivo. “O cumprimento dos objectivos do presente memorando é da responsabilidade de ambas as partes e as acções a serem cumpridas pela parte cubana serão implementadas pela Antex”, lê-se no documento.
Na ocasião, a ministra Rosa Cruz e Silva agradeceu ao seu homólogo cubano pela hospitalidade que está aproporcionar à delegação angolana em Cuba, tendo o ponto mais alto da cooperação entre os dois países residido na assinatura do acordo entre as duas bibliotecas, assinado em 2009, em Luanda. “Para mim, honra-me estar nesta casa emblemática da cultura cubana – Biblioteca José Martí – onde viemos reiterar o apoio que Cuba continua a prestar a Angola, primeiro na libertação do país, a libertação física do nosso território, e que agora projecta a libertação para o desenvolvimento sócio-cultural de Angola”, disse.
A ministra referiu que Angola conta com o profissionalismo, conhecimentos e experiências cubanas para que os jovens angolanos possam garantir “a continuidade da nossa revolução e do desenvolvimento do nosso país”.
“Acreditamos que África e Cuba têm de aprofundar os seus laços históricos e penso que temos essa possibilidade de, mais uma vez, reiterar essa vontade mútua de continuarmos juntos na defesa e no interesse dos nossos povos”, disse Rosa Cruz e Silva.
O vice-ministro cubano da Cultura, Rafael Bernal Alemany, assegurou que Cuba vai levar por diante o compromisso assumido na sexta-feira com a Biblioteca Nacional de Angola e os demais acordos que estão a ser analisados.
O director da Biblioteca José Martí, Eduardo Torres Cuevas, afirmou que a relação cultural com Angola e África data de longos anos, tendo-se iniciado “no período dos afro-descendentes”. Garantiu que os funcionários da instituição que dirige não assumirão o acordo rubricado sexta-feira como um simples compromisso, mas sim como algo cuja implementação é para levar muito a sério.
Visita à Biblioteca
Antes da assinatura do memorando, a ministra Rosa Cruz e Silva manteve um breve encontro com a direcção da Biblioteca Nacional de Cuba e visitou demoradamente as suas instalações, tendo-se inteirado do seu funcionamento.
Durante o encontro com Eduardo Torres Cuevas, director da Biblioteca José Martí, a governante angolana lamentou a ausência na sua delegação da directora da Biblioteca Nacional de Angola, Maria José Ramos, por razões académicas, e que sempre esteve a tratar do processo com a parte cubana.
A governante ficou impressionada com o sistema de funcionamento da instituição cubana, com 110 anos de existência, tendo solicitado apoio na área de formação de bibliotecários angolanos, com vista aos desafios futuros na área bibliotecária, com a construção de um edifício para a Biblioteca Nacional de Angola. A delegação angolana visitou ainda o Conservatório Nacional de Música de Cuba, antiga Academia Municipal de Música, em Havana, criada em 1903 por Juan Ramon, onde foi agraciada com um espectáculo proporcionado por alunos da referida instituição.
Com 46 escolas de nível básico e médio-superior, esta última dando acesso às faculdades de artes, pelo Conservatório Nacional de Cuba passaram várias figuras da música cubana, com destaque para Xoxo Valdez.
Na ocasião, os alunos da instituição ofereceram à ministra angolana uma tela com as suas assinaturas, um ramo de rosas e um exemplar do livro “Africania y Etnicidade e Cuba – Los Componentes Africanos y Sus Múltiplas Denominaciones”, da autoria de Jesus Guanchi.
No final, Rosa Cruz e Silva disse ter ficado impressionada não só com as performances dos jovens intervenientes no espectáculo, mas também com o funcionamento do sistema do ensino artístico em Cuba.
Contribuição dos professores cubanos para formarmos a nossa Orquestra Sinfónica e, sobretudo, para colocarmos o sistema de ensino artístico a funcionar em Angola, do nível básico ao superior”, disse.
Referiu ainda que a criação de uma Orquestra Sinfónica em Angola está condicionada à implementação de protocolos com Cuba.
Na sexta-feira à tarde, delegações culturais de Angola, chefiada por Rosa Cruz e Silva, e de Cuba, por Rafael Bernal Alemany, realizaram no Hotel Havana Livre um encontro de trabalho técnico com vista a analisar o grau de implementação do memorando de Luanda, rubricado em Abril do ano passado, cujo suplemento de actualização será assinado na terça-feira, dia em que termina a visita da ministra angolana a Cuba.
Jornal de Angola
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