CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 30-6-11
Parque mantém viva a história da cidade que acabou em ruínas
Prefeitura de Rio Claro e Instituto Light inauguram Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, rico centro urbano que a água quase levou
Rio Claro - Um pouco da história de São João Marcos, em Rio Claro, começou a ser revivida semana passada. Foi inaugurado dia 9 o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos. A iniciativa foi do Instituto Light e da prefeitura para resgatar a cidade que virou ruína. O Circuito de Visitação do Sítio Urbano conta com 11 atrações, entre elas a Estrada Imperial, a Casa de Forno, a Ponte Padre Peres, a Igreja Matriz, a Casa do Capitão-Mor, a Prefeitura, a Câmara e o Teatro Municipal Tibiriçá.
O vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, destacou a história da região. “As pessoas conhecem muito pouco deste complexo. Daqui sai mais de 90% da água para o Rio de Janeiro. O local merece um museu da energia e da água. São João sofreu com este momento da história. Seria uma dívida a ser paga”.
“São João Marcos tinha padrão de numeração de casas. O calçamento colonial está bem conservado. As valas ficavam no meio da rua, e não nos cantos, como é hoje”, detalhou o professor Ondemar Dias, do Instituto de Arqueologia Brasileira. Alunos dos ensinos Fundamental e Médio poderão conhecer cada ponto de São João em visitas guiadas. Centro de Memória abriga maquete de como era a cidade nos áureos tempos.
O prefeito de Mangaratiba, Evandro Capixaba, ressaltou que o potencial turístico da região só vai aumentar. “Rio Claro vai crescer ainda mais, assim como Mangaratiba. A ligação de nossa cidade com São João Marcos é grande, pois temos muitos moradores que são daqui”, analisou Capixaba.
Importante centro urbano esvaziado por um erro
Fundada no início do século 18 e localizada no Vale do Paraíba, região enriquecida pelo Ciclo do Café, São João Marcos já foi considerada uma das mais importantes cidades do interior do estado. Ela foi a primeira cidade tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, em 1939.
A crescente necessidade de progresso e de demandas por energia da capital da República, durante o governo ditatorial no início dos anos 40, estimulou a construção da Represa de Ribeirão das Lajes. Prevista para ser inundada, a cidade foi destombada e, para manter a integridade de seus moradores, a decisão governamental e institucional na época foi de negociar as terras com os proprietários locais que, em função disso, migraram para outras localidades, como Itaguaí, Mangaratiba, Piraí e Rio Claro.
As águas nunca vieram. A previsão de inundação fora superestimada, mas São João Marcos foi reduzida a ruínas — que resistiram ao tempo.
O Dia Online
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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