ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

22 junho, 2007

VALDEMIR CORRÊA EXIBE PRIMEIRA PRANCHA ADAPTADA PARA DEFICIENTES VISUAIS

Esta sexta-feira (dia 15) é um marco na vida do professor de surfe Francisco Alfredo Alegre Araña. Nesta data, está marcado o lançamento da primeira prancha de surfe do mundo adaptada para deficientes visuais, em evento programado para o Posto 2, na praia do José Menino, em Santos (SP).
Mais conhecido como Cisco Araña, o professor que há 15 anos trabalha na Escola Radical de Surfe, mantida pela Secretaria Municipal de Esportes (Semes), da Prefeitura de Santos, foi o principal responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Nós procuramos saber e não encontramos no mundo referência alguma a pessoas cegas surfando. Por isso, resolvemos desenvolver esse trabalho, apostando na melhora de qualidade de vida das pessoas com deficiência visual, explica.
O sonho de obter o equipamento teve início quando Cisco Araña começou a instruir Valdemir, há cerca de oito anos.
Em relação à tradicional, a prancha adaptada possui 10 distinções, divididas em três categorias: percepções de tato (ondulações para o suporte dos pés, frisos em alto relevo, bordas para o posicionamento das mãos e velcro para posicionamento), auditivas (guisos no bico e na rabeta) e medidas de segurança (bico e rabeta revestidos com E.V.A. anti-impacto e quilhas em fibra de vidro também envoltas em E.V.A.).
Apesar dessas mudanças, a prancha mantém basicamente o tamanho e o peso das pranchas convencionais, com comprimento de 9,1 pés (nove pés e uma polegada) e largura de 22 polegadas. Além disso, o projeto permite que a prancha seja utilizada por qualquer pessoa.
Ela foi construída para pessoas com deficiência, mas eu poderia utilizá-la tranquilamente. Não perde nada em velocidade ou mobilidade, salienta Cisco.
Importância
Ainda segundo o professor, o lançamento da prancha tem uma importância fundamental na adaptação de pessoas com necessidades especiais ao esporte. Serve como estímulo. Por isso que faço questão de divulgar essa idéia. Em nenhum momento tive a intenção de guardar o projeto para mim. Pelo contrário, meu intuito é ampliar as idéias e possibilidades a outras escolas de surfe do País.
Valdemir Pereira Corrêa, de 37 anos, será o primeiro deficiente visual a
utilizar a prancha adaptada. Segundo ele, a novidade supera todas as suas expectativas. O Cisco tentou fazer uma coisa e conseguiu outra, muito além. O sonho era criar uma prancha de surfe adaptada, mas ele conseguiu fazer algo aperfeiçoado. Certamente isso vai potencializar minha capacidade como surfista, pois ganharei velocidade, tempo e poderei me concentrar mais em surfar e menos na preparação para subir na prancha.
Histórico
O sonho de obter um equipamento deste porte teve início quando Cisco Araña começou a instruir Valdemir, há cerca de oito anos. Desde então, ele passou a se dedicar a buscar algumas facilidades para pessoas com essas características. Aos poucos, a idéia começou a ganhar ar de projeto, sempre com as dicas de Valdemir e dos demais membros da equipe da Escola Radical.
Cisco aproveitou, então, a amizade e a longa parceria com a Sthill e com a Semes para dar seqüência ao sonho. A grife entrou no projeto como parceira-investidora e a Prefeitura de Santos e Escola Radical de Surfe com o apoio necessário para dar seguimento ao processo de criação.
Eu via no Valdemir uma grande vontade de aprender a surfar. E aos poucos eu comecei a receber dele um feedback das dificuldades e de idéias do que poderia facilitar o surfe de cegos. Com esse retorno dele e com o apoio das parcerias, começamos a elaborar um projeto especial, relembra o professor.
Além das idéias, Valdemir também foi solicitado para participar do processo de criação.
Achamos importante que ele participasse de tudo. Por isso, ele esteve conosco na fase de modelagem, de lixamento e de montagem da prancha. Queríamos que o Val tivesse uma relação de carinho com ela, diz Cisco.
E o objetivo teve efeito. Valdemir não vê a hora de entrar no mar para poder estrear a prancha.
Participar de toda a criação me deixou mais íntimo da prancha. Não vejo a hora de surfar com essa prancha e espero que outros deficientes visuais sintam o mesmo quando me virem em ação.
Vale lembrar que a iniciativa transforma mais uma vez a Escola Radical de Surfe em pioneira no Brasil, visto que a unidade foi o primeiro estabelecimento público e gratuito a ministrar aulas de surfe, o primeiro a receber alunos da terceira idade e, agora, traz novamente a Santos o pioneirismo no ensino a deficientes visuais.
Victor Miranda

Comentário do Silvio: Só espero que se o deficiente visual desejar surfar com seu cão-guia, ninguém tente impedi-lo !

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