ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

28 setembro, 2007

AUXÍLIO PARA DEFICIENTES VISUAIS EM ÔNIBUS

Movidos pela necessidade de apresentar um projeto de conclusão de curso e com a preocupação de criar algo que pudesse ser útil à sociedade, os alunos do 3º ano de Eletrônica da Escola Técnica Pandiá Calógeras (ETPC) criaram o "Identificador de Transporte Coletivo". O protótipo pretende auxiliar deficientes visuais em uma tarefa simples para a maioria das pessoas: 'pegar' um ônibus.
O sistema é constituído por dois circuitos. Um deverá ser acoplado ao ônibus e outro aos pontos, como um aparelho emissor, e outro receptor ou ainda codificador de informação. Na prática, funciona da seguinte maneira: quando o ônibus se aproximar da parada, será dado o aviso sonoro informando qual o destino do veículo.
A pretensão é que o projeto seja aceito pelo município e incorporado à sinalização.
A professora de eletrônica Monique Pacheco do Amaral comentou que os projetos normalmente desenvolvidos são robôs ou medidores. "Dessa vez os alunos queriam algo diferente e aplicável. A primeira idéia foi uma casa planejada com recursos para auxiliar o deficiente visual nas tarefas do dia-a-dia. Entretanto, após entrevistas, eles descobriram que a principal dificuldade para essas pessoas estava fora de casa", contou.
Segundo a diretora da ETPC, Itacy Pereira Ribeiro, os trabalhos apresentados pelos alunos este ano demonstram a preocupação com as questões social e ambiental.
"Acreditamos que o ITC poderia ser aproveitado pela cidade. Mas dependemos de recursos financeiros e da aprovação da prefeitura para que o projeto seja colocado em prática. Precisamos que alguém 'compre' a idéia", sugeriu.
O estudante Wallace Pereira informou que a relação custo-benefício para a implantação do sistema é viável e existe uma base possível para sua execução.
"Indiretamente, o identificador também estará atendendo a uma necessidade dos idosos, analfabetos, além de pessoas desatentas. Será de utilidade para todos.
O mais interessante é poder aplicar o que aprendemos em prol dos outros", ressaltou.
Acessibilidade
Janine Aparecida de Almeida lembrou que na hora de se deslocar de um lugar para outro, tendo que para isso utilizar o ônibus coletivo, as principais dificuldades que os deficientes visuais se deparam são: a falta de alguém no ponto que possa orientá-lo e pessoas que se sentem incomodadas em ajudar.
"Acreditamos que o meio para solucionar esse problema é a sinalização por meio de voz. Assim, estaremos favorecendo a acessibilidade e promovendo a inclusão social", concluiu.
O projeto foi desenvolvido pelos alunos Wallace Pereira, Janine Aparecida de Almeida, Jean Carlo de Oliveira Lopes, Marceli Nunes Gonçalves, Thiago de Oliveira Loures e Nilton Simões da Silva Júnior.
Limitação impõe dificuldades aos deficientes
Os deficientes visuais aprovam a implantação do "Identificador de Transporte Coletivo" e torcem para que ele seja colocado em prática. O estudante Marcel Marcondes Guimarães, de 25 anos, comentou que a principal limitação encontrada por quem não pode enxerga é o acesso ao transporte coletivo.
"Enquanto a maior dificuldade para surdos e mudos é a comunicação, a nossa é a locomoção", contou. Marcel perdeu a visão há três anos, em decorrência de um glaucoma congênito e é categórico ao dizer que o auxílio do sistema proposto permitiria maior independência aos cegos.
Já o operador de telefonia Édson de Souza, de 47 anos, acredita que faltam políticas públicas de atenção aos deficientes visuais. Édson, que perdeu a visão há 45 anos em conseqüência de sarampo, disse que 'pega' ônibus todos os dias para ir ao serviço e que enfrenta muitos transtornos nesse sentido. "Não há dificuldade para ir ao serviço, pois o ônibus para em frente a minha casa. O grande problema é voltar", explicou.
Entre as dificuldades impostas estão: confundir o barulho de um caminhão com o de um ônibus; precisar da ajuda de pessoas com má vontade; e ficar dependente também dos motoristas que, desatentos, acabam passando do ponto onde os deficientes precisariam descer (o que também acontece com idosos).
Outro problema é o risco de atropelamento, já que os motoristas costumam parar distantes
do meio-fio, dando espaço ao tráfego de ciclistas.
Cris Oliveira
Mariana Torres
Empresa Jornalística Diário do Vale Ltda.

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