ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

26 outubro, 2007

ÚLTIMA CASA DE JORGE AMADO ESTÁ ABANDONADA

Imóvel em Salvador tem rachaduras e infiltrações.
Rua Alagoinhas, 33, Rio Vermelho. O endereço em Salvador onde o escritor Jorge Amado (1912-2001) morou durante seus últimos 38 anos, onde suas cinzas foram jogadas e que virou ponto turístico da cidade está abandonado, servindo de abrigo para traças e cupins.
Os reflexos do abandono estão por toda a casa, de quatro quartos, seis banheiros, sala, cozinha, copa, escritórios, varanda, biblioteca, quiosque, piscina e garagens. Logo na entrada do imóvel, há rachaduras nas paredes, infiltrações, tijolos quebrados e fiações elétricas soltas.Na sala, usada por Amado para receber convidados, como o ex-presidente francês François Mitterrand e o escritor Jean-Paul Sartre, o cenário é o mesmo: bocais oxidados e sem lâmpadas, armários quebrados, rachaduras nas paredes, ar-condicionado sem funcionar. A casa, para onde a família se mudou em 1963, está desabitada desde 2003 -a escritora Zélia Gattai, mulher de Amado, ainda morou no lugar por dois anos depois da morte do marido. Hoje, o quarto do casal está com espelho enferrujado, infiltrações e madeira sobre a cama. A família quer transformar a casa, que é particular, em museu.
Segundo Maria João Amado, 34, neta do escritor, o Ministério da Cultura aprovou um projeto que prevê captação de R$ 3,5 milhões para obras na casa. "Agora temos que encontrar financiadores." Ela diz que a família gasta R$ 10 mil por mês na manutenção do local. "Quatro seguranças se revezam 24 horas por dia e ainda temos de pagar contas e fazer pequenos reparos." Os principais objetos de Amado foram transferidos para a Fundação Casa de Jorge Amado ou estão sob a guarda dos filhos, mas restaram quadros, móveis e até eletrodomésticos no local.
Mesmo quase sem móveis, há trabalhos na casa que revelam preferências do escritor. Por todas as partes há azulejos coloridos e gradis com trabalhos do artista plástico Carybé (1911-1997), imagens cultuadas no candomblé e lembranças deixadas por amigos. Na varanda, permanecem dois azulejos pintados e assinados pelo espanhol Pablo Picasso (1881-1973). As paredes da dependência de hóspedes ainda guardam as matrizes das gravuras feitas pelo artista plástico Calasans Neto (1932-2006) para o livro "Teresa Batista Cansada de Guerra" (1972). A casa foi comprada após Amado vender aos estúdios MGM os direitos de "Gabriela, Cravo e Canela" (1958).
LUIZ FRANCISCO
Agencia Folha em Salvador

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