ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

07 dezembro, 2007

PROMOVER UM AMBIENTE INCLUSIVO NA EMPRESA É UM DESAFIO QUE EXIGE CONHECIMENTO, ABANDONO DE PRÉ-CONCEITOS E CONFIANÇA

Ninguém nega. A maioria das empresas ainda entra em contato com o universo da deficiência como uma má notícia ao saberem que estão obrigadas a contratar profissionais com limitações físicas, sensoriais ou mentais por força de lei. No caso, da número 8.213/1991, a Lei de Cotas, que determina: empresas com mais de 100 funcionários devem contratar pessoas com deficiência em percentuais de cotas que vão de 2% a 5% do total de empregados. Apesar de já ter completado 16 anos de vigência, a lei vinha sendo driblada através de um sem número de artimanhas. A situação começou a mudar depois que o Ministério Público do Trabalho e as Delegacias Regionais do Trabalho aumentaram a fiscalização. Quem descumpre a lei está obrigado a pagar multa de 1.195 reais mensais por funcionário não contratado, com limite de 119.512 reais por mês.


O Repórter Bruno Favoretto, na Revista Nen’s Health, realiza suas funções com autonomia.


Diante da ameaça, muitos departamentos jurídicos e de recursos humanos tem se reunido com o objetivo de encontrar saídas para o problema- e problema é a palavra exata para definir como se sentem diante da novidade. Poderia ser diferente. É o que diz a especialista em empregabilidade de pessoas com deficiência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Barbara Murrey. Para ela, a abordagem da Justiça brasileira deveria ser outra. Ao receber uma imposição, as empresas passam a ver a questão com maus olhos. "A lei é antiqüada. Seria melhor promover uma sensibilização sobre o tema, afirma. Ela admite, contudo, que a maioria das empresas dificilmente contrataria voluntariamente- o que justifica a existência de uma legislação apoiada em cotas.

Alessandra Yano, deficiente visual, utiliza o software Virtual Vision para atuar como help desk na Riachuelo.

Sem apoio de políticas públicas complementares, que contribuam para aumentar a independência de pessoas com deficiência e mudar mentalidades, a legislação se mostra pouco eficiente. Empresas que se propõem a contratar profissionais deficientes esbarram em problemas alheios à sua responsabilidade. Ao procurar candidatos, aproximam-se de uma realidade marcada pela falta de transporte público adaptado, precariedade do sistema de saúde e incapacidade do sistema de ensino em qualificar quem nasceu com deficiência ou adquiriu uma. Além desses fatores, algumas empresas dizem encontrar barreiras relacionadas à área de negócio em que atuam. Segundo o diretor de assuntos corporativos da Bridgestone Firestone do Brasil, Raul Viana, a principal dificuldade que têm é encontrar vagas em que deficientes possam trabalhar com segurança, já que maioria das oportunidades de emprego concentra-se nas linhas de produção. A Bridgestone Firestone é a maior produtora mundial de pneus e possui 5.200 funcionários nas fábricas brasileiras, localizadas em São André (SP) e Camaçari (BA). Em 2002, ela assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo com o objetivo de cumprir a cota de 5%. O prazo venceu, foi renovado e a empresa não conseguiu honrar o compromisso."Estamos renegociando datas com o Ministério", diz Viana.

Redação da Editora Abril: Boa circulação para cadeirantes

Não há dúvida de que existem dificuldades concretas para atender às exigências da lei. Mas existem empresas que perdem tempo com justificativas preguiçosas para não contratar deficientes. Segundo o sociólogo José Pastore, especialista em relações de trabalho, elas são reflexo do desconhecimento a respeito do segmento. E essa ignorância estimula vários mitos."Há quem pense que pessoas com deficiência não se adaptam à rotina de trabalho," afirma. "Pensam que elas agravariam os riscos em momentos de emergência, faltam ao trabalho para tratamento de saúde, afastariam clientes, são sensíveis demais ou temperamentais"" Soma-se aos mitos, o fato de haver corporações que se sentem perdidas diante de palavras como adaptação ou acessibilidade - termos que não fazem parte de sua cultura.
O coordenador de responsabilidade social da rede de lojas de departamento Riachuelo, Rogério Oliveira, percebeu isso ao implantar um programa de contratação de pessoas com deficiência na empresa. "Nossos investimentos foram em capacitação e sensibilização de funcionários em todos os níveis da empresa, começando pela diretoria", afirma. A empresa possui cerca de 8 mil funcionários em 89 lojas espalhadas pelo país e em sua sede administrativa, em São Paulo. Desde 2005, contratou 514 funcionários com algum tipo de deficiência - falta contratar mais 130 para cumprir a legislação. Para atingir a meta, cada setor da sede e loja da rede precisa cumprir sua cota particular. "Foi a forma que encontramos de mobilizar todos os funcionários", diz Oliveira. Para identificar candidatos, a Riachuelo implantou um programa de benefícios para os funcionários que indicassem pessoas e, ainda, envolveu seus clientes, imprimindo um informe sobre o programa no verso da conta dos 4 milhões de cartões de crédito que administra. Muitas pensam que, além de contratar novos funcionários, terão de investir pesado em adaptações para tornar o ambiente acessível. Ao contratar pessoas com deficiência, deveriam saber, as mudanças no ambiente corporativo devem ser focadas no plano das atitudes.
Reportagem: Claudia Gisele
Fotos: Fábio Braga
http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=991&canal=revista

Marcadores: , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial