ATUALIDADES
Candidatos recebem pedidos de emprego, creche, leito e até eutanásia em São Paulo
Bilhetes manuscritos revelam mensagens de apoio e desabafos. Entidades e profissionais entregam quilos de papel em pedidos.
Bilhetes manuscritos revelam mensagens de apoio e desabafos. Entidades e profissionais entregam quilos de papel em pedidos.
A vice de Paulo Maluf, Aline Corrêa, conversa com taxista que pede proteção contra multas de trânsito para categoria (Foto: Roney Domingos/ G1)
Os candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo recebem pedidos de emprego, asfalto, vaga em creche, atendimento médico, patrocínio, terno novo e até eutanásia.
Mas há também flores, sugestões, desabafos e agradecimentos na forma de bilhetinhos escritos à mão, guardados no bolso do paletó e depois armazenados em acervos pessoais. Os bilhetes que chegam às mãos da candidata do PT, Marta Suplicy, ou de seus assessores, pedem vagas em Unidades do Centro Educacional Unificado (CEU), emprego e asfalto. Durante a campanha, a candidata também já recebeu manuscritos com agradecimentos e votos de sucesso.
Capa de estudo sobre adoção de ciclovias interligando parques de São Paulo, que será entregue a todos os candidatos (Foto: Roney Domingos/G1)
Os candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo recebem pedidos de emprego, asfalto, vaga em creche, atendimento médico, patrocínio, terno novo e até eutanásia.
Mas há também flores, sugestões, desabafos e agradecimentos na forma de bilhetinhos escritos à mão, guardados no bolso do paletó e depois armazenados em acervos pessoais. Os bilhetes que chegam às mãos da candidata do PT, Marta Suplicy, ou de seus assessores, pedem vagas em Unidades do Centro Educacional Unificado (CEU), emprego e asfalto. Durante a campanha, a candidata também já recebeu manuscritos com agradecimentos e votos de sucesso.
Capa de estudo sobre adoção de ciclovias interligando parques de São Paulo, que será entregue a todos os candidatos (Foto: Roney Domingos/G1)
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, afirma que a maioria dos pedidos que recebe são de emprego, principalmente de pessoas que, por falta de qualificação, não conseguem vagas.
"Volto para casa com o bolso cheio de bilhetes", disse a empresários da Associação Brasileira de Vendas e Marketing (ADVB) na quinta-feira (21). Alckmin recebeu também uma série de sugestões manuscritas em papel, todas guardadas no bolso do paletó de seu ajudante de ordens. Entre os manuscritos, uma encadernação de 20 páginas com o projeto "CicloDom" para criar ciclovias, integrando os parques da cidade aos domingos. A sugestão partiu do consultor e engenheiro de tráfego José Tadeu Braz. Ele disse que tentará apresentar a mesma idéia a todos os demais candidatos.
"Volto para casa com o bolso cheio de bilhetes", disse a empresários da Associação Brasileira de Vendas e Marketing (ADVB) na quinta-feira (21). Alckmin recebeu também uma série de sugestões manuscritas em papel, todas guardadas no bolso do paletó de seu ajudante de ordens. Entre os manuscritos, uma encadernação de 20 páginas com o projeto "CicloDom" para criar ciclovias, integrando os parques da cidade aos domingos. A sugestão partiu do consultor e engenheiro de tráfego José Tadeu Braz. Ele disse que tentará apresentar a mesma idéia a todos os demais candidatos.
Sugestões entregues ao ex-governador Geraldo Alckmin após encontro com empresários (Foto: Roney Domingos/ G1)
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) riu ao ser questionado sobre os bilhetes que recebe.
"Recebi centenas. Tem uns muito curiosos." O prefeito guarda todos os recados e determina à sua equipe que dê respostas. Nem tudo pode ser atendido. A legislação eleitoral proíbe os candidatos de oferecer vantagens ao eleitor.
Paulo Maluf conta que o bilhete mais espirituoso recebido por ele nesta campanha foi de uma eleitora evangélica. "Estava escrito: confia em Deus que ele vai te fazer prefeito", afirmou Maluf.
A candidata a vice na chapa de Maluf, Aline Corrêa, foi abordada na Rua Santa Ifigênia por um motorista de táxi que pediu algum alívio nas multas porque a categoria passa mais tempo do que a maioria nas ruas. Ela prometeu estudar. A equipe de Ivan Valente, do PSOL, afirma que é comum as pessoas ligarem se oferecendo para trabalhar na campanha e fazer panfletagem. "Atendi telefonema de companhia de dança querendo patrocínio. Queriam ajuda de custo. Expliquei que a gente não trabalha dessa forma", disse uma de suas assessoras. A vereadora Soninha recebeu no primeiro dia de campanha, no Horto Florestal, um saquinho de tule lilás, feito à mão, com mensagens de apoio. "Uma delas dizia 'Deus no céu e nóis na fita", lembra. O choque ocorreu em outra situação, em meio a um corpo-acorpo. "Uma mulher me abordou na rua e perguntou? 'Se você for prefeita, me dá uma eutanásia?'"
A candidata afirma que a mulher parecia mentalmente equilibrada. A saída foi dizer que eutanásia [morte induzida de doente com enfermidade incurável] é questão fora das atribuições da prefeitura e, bem ao estilo Soninha, dizer que vale a pena tentar outras alternativas antes de pensar em algo tão drástico. Pedidos vêm de todo lado e até de outros candidatos. Entusiasta da adoção da bicicleta, Soninha foi pedalando a um compromisso do qual outros colegas iriam participar. Dois deles pediram a ela suas vagas no estacionamento. Ela negou.
Os sem-bilhete
O professor Edmilson Costa (PCB) conta que nunca recebeu bilhetes dos eleitores, mas contabiliza pelo menos três quilos de sugestões oriundas de entidades como o Movimento Nossa São Paulo e a Arquidiocese de São Paulo, que tentam influenciar na formulação do programa de governo. "Não sou muito conhecido e não se forma tumulto onde estou. Mas recebo alguns recados. Não é só bilhetinho", diz o candidato do PMN, Renato Reichmann. "Eles também vocalizam. Vem um pouco de tudo, mas prevalce o bom senso."
Segundo Reichmann, "um camarada pediu professor na creche e outro mandou e-mail revoltado por causa de meu plano para a Copa do Mundo." Também sobram pedidos de emprego e de dinheiro. "O padrão dos pedidos é escola e creche", diz. Levy Fidelix (PRTB) classifica seus dois casos de "um pouco esdrúxulos". "Eu estava na Duque de Caxias consertando o carro de som quando um homem me pediu um terno. Disse que não poderia dar. Ele me perguntou como é que faço campanha sem dinheiro", conta o candidato.
"Outro quis me vender um jingle, cobrar pela música e ainda assim obter ajuda permanente para reformar sua casa. Também neguei. Há muitos pedidos de dinheiro, mas não dou."
A reportagem do G1 não conseguiu contato com as assessorias de Anaí Caproni (PCO) e de Ciro Moura (PTC).
Roney Domingos
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) riu ao ser questionado sobre os bilhetes que recebe.
"Recebi centenas. Tem uns muito curiosos." O prefeito guarda todos os recados e determina à sua equipe que dê respostas. Nem tudo pode ser atendido. A legislação eleitoral proíbe os candidatos de oferecer vantagens ao eleitor.
Paulo Maluf conta que o bilhete mais espirituoso recebido por ele nesta campanha foi de uma eleitora evangélica. "Estava escrito: confia em Deus que ele vai te fazer prefeito", afirmou Maluf.
A candidata a vice na chapa de Maluf, Aline Corrêa, foi abordada na Rua Santa Ifigênia por um motorista de táxi que pediu algum alívio nas multas porque a categoria passa mais tempo do que a maioria nas ruas. Ela prometeu estudar. A equipe de Ivan Valente, do PSOL, afirma que é comum as pessoas ligarem se oferecendo para trabalhar na campanha e fazer panfletagem. "Atendi telefonema de companhia de dança querendo patrocínio. Queriam ajuda de custo. Expliquei que a gente não trabalha dessa forma", disse uma de suas assessoras. A vereadora Soninha recebeu no primeiro dia de campanha, no Horto Florestal, um saquinho de tule lilás, feito à mão, com mensagens de apoio. "Uma delas dizia 'Deus no céu e nóis na fita", lembra. O choque ocorreu em outra situação, em meio a um corpo-acorpo. "Uma mulher me abordou na rua e perguntou? 'Se você for prefeita, me dá uma eutanásia?'"
A candidata afirma que a mulher parecia mentalmente equilibrada. A saída foi dizer que eutanásia [morte induzida de doente com enfermidade incurável] é questão fora das atribuições da prefeitura e, bem ao estilo Soninha, dizer que vale a pena tentar outras alternativas antes de pensar em algo tão drástico. Pedidos vêm de todo lado e até de outros candidatos. Entusiasta da adoção da bicicleta, Soninha foi pedalando a um compromisso do qual outros colegas iriam participar. Dois deles pediram a ela suas vagas no estacionamento. Ela negou.
Os sem-bilhete
O professor Edmilson Costa (PCB) conta que nunca recebeu bilhetes dos eleitores, mas contabiliza pelo menos três quilos de sugestões oriundas de entidades como o Movimento Nossa São Paulo e a Arquidiocese de São Paulo, que tentam influenciar na formulação do programa de governo. "Não sou muito conhecido e não se forma tumulto onde estou. Mas recebo alguns recados. Não é só bilhetinho", diz o candidato do PMN, Renato Reichmann. "Eles também vocalizam. Vem um pouco de tudo, mas prevalce o bom senso."
Segundo Reichmann, "um camarada pediu professor na creche e outro mandou e-mail revoltado por causa de meu plano para a Copa do Mundo." Também sobram pedidos de emprego e de dinheiro. "O padrão dos pedidos é escola e creche", diz. Levy Fidelix (PRTB) classifica seus dois casos de "um pouco esdrúxulos". "Eu estava na Duque de Caxias consertando o carro de som quando um homem me pediu um terno. Disse que não poderia dar. Ele me perguntou como é que faço campanha sem dinheiro", conta o candidato.
"Outro quis me vender um jingle, cobrar pela música e ainda assim obter ajuda permanente para reformar sua casa. Também neguei. Há muitos pedidos de dinheiro, mas não dou."
A reportagem do G1 não conseguiu contato com as assessorias de Anaí Caproni (PCO) e de Ciro Moura (PTC).
Roney Domingos
Prefeitura proíbe venda de alimentos em carros e caminhões nas ruas de SP
A Prefeitura de São Paulo decidiu proibir a venda de produtos e de alimentos em carros e caminhões pelas ruas da cidade. Fica impedido, por exemplo, o comércio de frutas, de doces, de queijos e da tradicional pamonha de Piracicaba.
A Prefeitura de São Paulo decidiu proibir a venda de produtos e de alimentos em carros e caminhões pelas ruas da cidade. Fica impedido, por exemplo, o comércio de frutas, de doces, de queijos e da tradicional pamonha de Piracicaba.
Também são incluídas na restrição a venda de outros materiais, como CDs, e conserto de panelas, por exemplo. Ficam de fora da restrição os carrinhos de cachorro-quente, que independentemente da nova decisão, já seguem regras próprias.
A restrição passou a valer a partir do último sábado, quando a portaria foi publicada no "Diário Oficial" do município. A fiscalização será feita pelas subprefeituras. No trânsito, a função fica a encargo de agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), de guardas-civis metropolitanos e de policiais militares.
Penalidades
De acordo com a portaria, quem desrespeitar a norma terá o veículo recolhido. Se o motorista for pego vendendo com o carro estacionado ou mesmo em trânsito, ele será abordado e seu veículo será levado ao pátio da subprefeitura mais próxima. Toda a mercadoria será apreendida.
Os equipamentos de venda serão armazenados por 30 dias, mas os produtos perecíveis deverão ser destruídos no ato da apreensão. Os alimentos serão jogados fora, segundo explica a lei, porque não há condições de os agentes públicos avaliarem e testarem se o produto tem a qualidade necessária para o consumo.
Além da apreensão, o vendedor fica sujeito a multa, que varia de R$ 87,20 a R$ 436,00, de acordo com a infração e a avaliação do fiscal.PrejudicadosA prefeitura não tem uma estimativa de quantos são os vendedores de produtos em carros na cidade.
Um número que pode servir como parâmetro é o que consta na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006, referente à região metropolitana de São Paulo. Pela pesquisa, 101 mil pessoas trabalham em carros, 73 mil delas por conta própria. O estudo, no entanto, não exclui trabalhadores autônomos, como os eletricistas.O presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores de Ambulantes de São Paulo (não inclui camelôs), Aurélio Carlos de Oliveira, disse que não conhece a lei, mas teme haver prejuízo aos ambulantes e aos consumidores."Há caminhões que são verdadeiras quitandas para vender na periferia, nos lugares mais desassistidos. Precisa ver se [a portaria] não vai prejudicar essas pessoas", afirmou.
Segundo a coordenação das subprefeituras, a lei vem definir regras de vendas por ambulantes em carros que já vinham sendo alvos de multas.
A Subprefeitura da Vila Mariana, por exemplo, tem impedido carros com alimentos na entrada do parque Ibirapuera.
JULIANA COISSI
Folha de São Paulo
JULIANA COISSI
Folha de São Paulo
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