ENTRESSEIO

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13 outubro, 2008

ATUALIDADES - 14-10-2008

Obama abre dez pontos sobre McCain a três semanas de eleições
Washington, 13 out (EFE).- O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, ampliou a vantagem sobre seu rival republicano, John McCain, após o penúltimo debate, de terça-feira passada, consolidando uma diferença de dez pontos percentuais, a três semanas das eleições.
A pesquisa mais recente, elaborada pelo jornal "The Washington Post" e pela cadeia de televisão "ABC" depois do penúltimo debate, dá a Obama 53%, contra 43% de McCain.
Indica, inclusive, que o candidato republicano se estagnou nos últimos dias ou perdeu terreno entre os eleitores americanos, enquanto Obama, pela primeira vez na campanha eleitoral, recebeu boas notas em política fiscal e liderança.
Ainda de acordo com a consulta, não surtiram efeito as tentativas de McCain de convencer seu eleitorado de que Obama seria "muito liberal" ou um "risco demasiado grande" como presidente.
Até os partidários de McCain mostram uma postura menos entusiasta pela candidatura do republicano e os números de apoio caíram a níveis só registrados antes da Convenção Nacional Republicana.
Mais ainda, recentes mudanças na estratégia republicana danificaram a imagem do republicano, que colhe agora mais opiniões negativas que antes ao optar por atacar seu rival em vez de comentar assuntos que realmente interessam aos eleitores.
Segundo a pesquisa, o debate presidencial de terça passada não provocou grandes mudanças de opinião sobre os dois candidatos, mas, curiosamente, deu um impulso a Obama.
Quase dois terços dos eleitores - 64% - vêem agora o senador por Illinois com bons olhos, dando um aumento de seis pontos percentuais em relação aos dados de setembro.
Além disso, um terço dos eleitores afirmou ter uma melhor opinião de Obama depois do debate, enquanto apenas 8% ficaram com uma impressão negativa.
Mais de um quarto dos entrevistados piorou sua opinião sobre McCain após o debate presidencial, mais do dobro dos que asseguram que sua imagem melhorou.
Embora a esta altura haja poucos sinais de mudança nas pesquisas por parte do republicano, a história mostra que os resultados das pesquisas publicados em meados de outubro ainda podem dar um giro.
Uma virada em uma diferença de dois dígitos, porém, seria uma conquista sem precedentes na era moderna.
Em 1992, Bill Clinton tomou 14 pontos de vantagem sobre George H.W. Bush em uma pesquisa do "Washington Post" e da "ABC", e em outubro de 1976, Jimmy Carter liderou as enquetes com 13 pontos sobre Gerald Ford na mesma época. Ambos - democratas, como Obama - acabaram vencendo seus rivais republicanos nas eleições.
EFE
Globo.com
Oriente Médio está em júbilo com os infortúnios de Wall Street
O "crash" em Wall Street provocou uma alegria indisfarçável entre os inimigos dos Estados Unidos no Oriente Médio, que alegam que a crise financeira global é outro sinal de que os Estados Unidos perderam seu status de superpotência.
De Damasco a Teerã, uma coalizão livre de autoridades públicas e clérigos vê o colapso financeiro como sendo resultado de um castigo divino e da cara política externa do governo Bush na região, principalmente a invasão ao Iraque.
O aiatolá Ahmad Jannati, um influente linha-dura no Irã, descreveu a crise como uma punição."Assim como os americanos ficam contentes em ver problemas no Irã, nos estamos felizes em ver a economia americana abalada e os problemas se estendendo à Europa", ele disse recentemente. "Eles estão vendo os resultados de seus atos odiosos e Deus os está punindo."Um alto funcionário sírio disse que os problemas mostram que "os Estados Unidos não são mais uma superpotência. O país é apenas um grande poder.
"Os linhas-duras estão sob a impressão de que a crise não afetará diretamente suas economias, e presumem que o aparente fracasso das políticas liberais confirma a visão deles de que o Estado deve continuar exercendo um papel central.
"Este é um novo capítulo", disse um alto funcionário sírio que destacou a necessidade de controle do banco central pelo Estado e apoio aos produtores rurais, assim como um salário mínimo para os trabalhadores. "Isto provará que nossa visão das reformas é correta. Nós temos uma economia de mercado social.
"Mas a afirmação do poder do Estado na Síria está minando aqueles que, apesar de não apoiarem os Estados Unidos, estão pressionando por uma transformação de uma economia centralizada para um sistema mais liberal.
Abdullah Dardari, o vice-primeiro-ministro responsável pela economia, disse que o trabalho da equipe econômica no governo se tornará mais difícil.
Falando ao "Financial Times" após ter recebido uma recepção hostil no figurativo Parlamento sírio, ele reconheceu: "Está ainda mais fácil dizer 'veja aquelas políticas neoliberais e o que fizeram, e para os grupos neoliberais na Síria e o que desejam fazer'".
Mesmo antes da crise financeira, uma visão popular na região era a de que os Estados Unidos estavam em um declínio terminal. Ela cresceu após a desastrada ocupação do Iraque, o fracasso em conter as ambições nucleares do Irã e em proteger os aliados pró-Ocidente no Líbano diante do Hizbollah, o grupo militante xiita.
O crash em Wall Street levou à teoria questionável de que a turbulência global deriva do custo imenso de financiar a guerra no Iraque, em vez de um fracasso regulatório coletivo em lidar com o excesso de risco assumido pelo setor bancário.
Dardari disse: "Eu não sei qual é a causa, mas o financiamento da guerra e o fardo da dívida pública (americana) tem um papel".
No geral, a suposição na Síria e em outros países na região é de que o Oriente Médio está relativamente isolado de uma recessão puxada pelos Estados Unidos.
Mas a maioria dos mercados de ações no Oriente Médio sofreu enormemente nas últimas semanas, com a exceção do Irã, onde o mercado, que atrai pouco investimento estrangeiro, apresenta alta de 20% neste ano.
Mesmo se os sistemas bancários em países isolados como o Irã e a Síria escaparem da turbulência financeira, suas economias sofrerão com uma recessão nos mercados mundiais.Teerã já está cambaleando com a queda nos preços do petróleo. Na Síria, a economia poderia ser afetada pela queda nas remessas de dinheiro dos trabalhadores que atuam nos países do Golfo e com uma queda nos investimentos.
Financial Times
Lionel Barber e Roula Khalaf Em Damasco
Tradução: George El Khouri Andolfato

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