CULTURA, PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL - 2-10-2008
Campinas-SP - Inventário da malha férrea exclui rota do trem rápido
Bens ferroviários entre a estação central e Viracopos ficarão como reserva para a ligação Campinas-Rio Um dos maiores inventários do País está sendo realizado em todos os municípios por onde passa ou algum dia passou uma ferrovia. O objetivo é buscar um destino para o acervo de trens, trilhos, estações e terrenos que abriga a história do desenvolvimento do Brasil e que vem sendo saqueado e depredado ao longo dos anos. A intenção do governo é negociar esses bens. Campinas terá um inventário especial: os bens ferroviários entre a estação central e o Aeroporto Internacional de Viracopos não serão inventariados porque ficarão como reserva técnica para o trem de alta velocidade (TAV), informou o chefe da Unidade Regional de Inventariança da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), Miguel Roberto Ruggiero. Não há ainda dados de quantos e quais são esses imóveis porque a Inventariança da Extinta RFFSA, empresa criada para fazer o levantamento de todo o patrimônio da empresa, aguarda os estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que irão definir o trajeto do trem rápido. “O que tiver nesse traçado nós vamos deixar como reserva para serem utilizados na ferrovia de alta velocidade e não serão, portanto, inventariados para nenhum órgão da União”, afirmou Ruggiero. O TAV terá duas paradas em Campinas: uma na estação central e outra em Viracopos. O levantamento da documentação e avaliação da situação de cada imóvel permitirá a transferência para diferentes organismos da União. Segundo Ruggiero, as estações e outros prédios operacionais serão passados para o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). A relação dos imóveis não-operacionais será encaminhada para a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e o levantamento dos bens de valor histórico, cultural e artístico seguirá para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O inventário não tem prazo para ser concluído. Ele está sendo feito por funcionários da extinta RFFSA, que foram transferidos para a Valec e cedidos à Inventariança. O total de bens, existentes a partir de 1872 quando a ferrovia chegou a Campinas, ainda não foi levantado. O trabalho inicial inventariou 65 imóveis para a Secretaria de Patrimônio da União. Entre eles, estão prédios do fracassado Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que operou entre 1992 e 1995, no ramal situado entre a Avenida Governador Joaquim de Souza Campos Jr., Rua Salustiano Penteado, Rua Cesário Motta, Avenida Barão de Itapura e Rua Francisco Eliziário. Há vários terrenos e construções incluídos no levantamento inicial — a relação completa do que já foi inventariado está no site www.rffsa.gov.br. A União vai incorporar um patrimônio gigantesco em todo o País, estimado em mais de 50 mil imóveis, a maior parte sem a devida regularização patrimonial. O que vai exigir abertura de matrículas, desmembramentos de áreas e demais providências à incorporação. O trabalho é um desafio por causa das muitas dificuldades existentes, como a dispersão geográfica dos imóveis, ocupação irregular, débitos sobre os bens, problemas ambientais e localização não definida. Existem pelo menos 20 mil imóveis no sistema da RFFSA sem discriminação, endereço, cidade ou Estado. “Temos um trabalho imenso pela frente em São Paulo. Dos 635 municípios paulistas, em 450 deles já passou ou está passando trem e tudo isso terá de ser inventariado”, afirmou Ruggiero.
Maria Tereza Costa
Cosmo.com.br
São Paulo-SP - Café com cultura e tecnologia
O prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) lembra as cafeterias do século 19, em Paris, onde os artistas boêmios se encontravam para discutir os novos rumos da arte e do mundo. Para mesclar o clima romântico do século retrasado e a tecnologia atual, o Café Cultural do Banco do Brasil traz, gratuitamente, nos dias 3 e 5/10 a apresentação de diversos artistas e disponibiliza músicas e obras para o Ipod. O tema desta temporada é o terceiro capítulo do livro “Seis Propostas para o Próximo Milênio”, a Exatidão, de Ítalo Calvino.
Enquanto os visitantes tomam um café bem brasileiro, o barítono Amadeus Góis e o acordeonista Luciano Trinquinato se apresentarão. O público ainda poderá contar com a interpretação da atriz Luciana Carnieli de “A Dica da Mooca, de Marcelo Romagnoli.
Nos Ipods, que podem ser retirados após a apresentação de um documento de identificação, as pessoas poderão conferir uma série de fotos inéditas tiradas por Éder Chiodetto e relacionadas ao tema de Calvino e também trechos de obras literárias de Francis Ponge, Carlos Drummonde de Andrade e Julio Cortázar. Em vídeos, pode assistir “Sou Outra”, de Romagnoli. Nas músicas, terá Bach, Philip Glass, Chico Buarque, John Cage, Paulinho da Viola, Chet Baker, Paulo Moura, Bartók, Gershwin e Vivaldi.
Serviço
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112
Tel.: 3113–3651/ 3113-3652
Sex (3/10), das 12h às 15h; sab e dom (4 e 5/10), das 15h às 18h
Grátis
Metrô São Bento
Metrô Sé
Açores - Terceira é a ilha onde as câmaras decidem apostar mais na cultura
Angra do Heroísmo e Praia da Vitória estão entre as autarquias açorianas cujos gastos por habitante em actividades culturais estão acima da média nacional. Além disso, os dois municípios terceirenses também integram a lista dos que gastam mais dinheiro no total, ultrapassando, cada uma, os 1,5 milhões de euros anuais.
Se dúvidas existissem, os números aí estão para confirmar. De acordo com dados da Marktest, a Terceira foi a ilha açoriana onde as câmaras municipais optaram por investir mais dinheiro em actividades culturais ao longo de 2005. Segundo aquela empresa de estudos de mercado, embora no montante propriamente dito S. Miguel leve vantagem (o que é normal tendo em conta o maior número de concelhos e habitantes), nesta ilha a aposta na cultura não é generalizada em todas as autarquias.
Por partes. Para hierarquizar os investimentos das câmaras de todo o país na cultura, a Marktest definiu cinco níveis de montantes gastos.
Nenhuma autarquia açoriana consta do primeiro grupo (com investimentos que vão dos 38 milhões de euros até perto dos 45 milhões), nem do segundo (10 a 16 milhões) ou do terceiro (5 a 10 milhões).
No quarto agrupamento, com gastos camarários mínimos anuais de 1,5 milhões de euros e máximos de 5 milhões, surgem apenas duas das seis autarquias micaelenses (Ponta Delgada e Ribeira Grande), quando a Terceira faz o pleno: Angra do Heroísmo e Praia da Vitória estão nesta secção.
Este facto pode ser facilmente explicado com a dimensão dos municípios em causa, mas outro dado ajuda a concluir que Angra e Praia privilegiam mais a cultura: os dois concelhos estão entre aqueles cujo investimento por habitante em actividades culturais fica acima da média nacional (87 euros per capita), enquanto em São Miguel apenas Ribeira Grande entra nesse lote.
Uma lista de que grandes cidades como Ponta Delgada e Horta não fazem parte, além de outros concelhos (ver mapa), mas onde estão todos os municípios do Pico, Santa Cruz da Graciosa, Lajes das Flores, Corvo e Calheta de São Jorge.
Lisboa lidera
A nível nacional, os gastos camarários com actividades culturais ultrapassaram os 900 milhões de euros ao longo de 2005.
Como seria de esperar, Lisboa é a cidade que mais dinheiro investe nesta área, exactamente 45 milhões de euros (4,9% do total nacional).
No entanto, se as contas forem feitas ao investimento por habitante, a lista é outra, liderada por pequenos municípios que possuem eventos tradicionais que obrigam a grandes investimentos.
Barrancos, com as famosas corridas de toiros de morte, é disso exemplo. Contudo, os 663 euros de investimento por habitante ficam atrás de Castro Marim, dona do primeiro lugar, com 821 euros per capita.
Destacam-se ainda os concelhos do Redondo, Aguiar da Beira, Viana do Alentejo, Vila Velha de Ródão e Alcoutim, todos com gastos por munícipe acima de 500 euros.
Por último, refira-se que as despesas em jogos e desportos são as mais significativas na estrutura de gastos das câmaras municipais em actividades culturais, pois representam 42% do valor global. Os recintos culturais representaram 12% da despesa total, cabendo 9% às actividades socio-culturais e 9% ao património. Os restantes 15% destinaram-se à literatura, música e artes cénicas, cabendo ainda 13% a outras actividades.
João Moniz
A União - Jornal Online
Com arquitetura peculiar e contrastando com as modernas edificações da região central da cidade, está enraizada, na Avenida Centenário, parte da história da exploração carbonífera e do transporte ferroviário de Criciúma. O Memorial Casa do Agente Ferroviário Mário Ghisi, localizado próximo ao terminal Central, cercado todo tempo por pessoas e veículos, foi erguido na década de 20 e tinha por objetivo abrigar o Agente Ferroviário da Estação Ferroviária. Foi residência para as famílias dos agentes até 1970 e fazia parte do complexo Ferrovia D. Tereza Cristina. Tem muitos significados, um deles é o símbolo da união para a preservação de sua história.
Lá é possível conferir uma exposição fotográfica com diferentes momentos da Estação Ferroviária, móveis, objetos de época e obras de arte. A Prefeitura de Criciúma, por meio da Fundação Cultural de Criciúma (FCC) fez investimentos para o bom funcionamento do Memorial. A Casa passa por uma revitalização geral. Ganhou calçadas e floreiras, rampa para cadeirantes, fechaduras novas e trancas nas janelas, reforma em expositores e quadros. O monitor José Carlos Martins destaca que por mês, aproximadamente 80 pessoas visitam a casa. É um número pouco expressivo na sua visão. "Muitas pessoas olham a placa e não entram, pois não conhecem a história da cidade, não sabem que aqui na frente passaram os trilhos da ferrovia", observa.
Segundo o monitor, para os mais idosos, a Casa é um resgate de uma história já conhecida. Quem entra, relembra fatos do passado, dos tempos em que os trens cortavam aquele local. Para os mais jovens, é necessário esmiuçar a narrativa. Por meio de fotos, é possível contar curiosidades, mostrar o pátio de manobras, dando pontos de referência. "Os mais jovens ficam impressionados ao saber que aqui ao lado, no Bistek, estava localizado o primeiro cemitério de Criciúma. Por meio do memorial é possível contar parte desta história", diz.
Desenvolvimento carregado sobre os trilhos
O primeiro ramal da ferrovia D. Tereza Cristina chegou à cidade em 1919. Por muitos anos, os trilhos foram responsáveis por carregar o progresso. Nos vagões dos trens, o ouro negro era o símbolo do desenvolvimento. Fazia parte do complexo da ferrovia na cidade o pátio de manobras, a passarela (viaduto por cima dos trilhos por onde os pedestres atravessavam em direção ao centro), a estação ferroviária e as casas destinadas para moradias dos funcionários da rede. Dentre estas casas havia a do Agente Ferroviário.
Na década de 70 o carvão começou a enfrentar problemas, devido a vários fatores, entre eles a queda do preço. O trilho, que antes era emblema de modernidade, passou a ser considerado sinônimo de atraso. O desemprego fez com que muitas pessoas construíssem barracos nas beiras dos trilhos, formando favelas. Estas moradias foram deslocadas para uma região de Criciúma, que recebeu o nome de Vila Tereza Cristina. A retirada dos trilhos foi necessária para dar espaço a uma rodovia que escoasse o tráfego de Criciúma e região para a diversificação econômica, a Avenida Centenário.
Antes de se tornar um memorial, na década de 1980 funcionou no lugar um restaurante vegetariano. Na década de 90 foi demolida. Alguns setores entraram com ações na justiça e a construtora responsável pela demolição reconstruiu a casa, fato que se consolidou em 2001. A reconstrução da Casa do Ferroviário se tornou símbolo da luta e iniciou um movimento para a preservação do patrimônio histórico e cultural de Criciúma. Atualmente o memorial está aberto à visitação, de segunda a sexta-feira das 12h30min às 18h30min. Escolas e grupos podem agendar visitas ao local pelo telefone: 3445-8855.
A Tribuna
Diário de Cuiabá
Tombado pelo Conpresp, edifício da agência matriz da Nossa Caixa foi construído em meados do século passado.
Por oito meses, o bancário Dagoberto Duzze Domingos andou 200 metros a mais para chegar ao trabalho. A partir de hoje, ele e os outros 53 funcionários da agência matriz da Nossa Caixa - instalados desde 14 de janeiro numa filial vizinha - voltam ao histórico edifício sede, no número 111 da Rua 15 de Novembro. E os paulistanos poderão, além de conferir os detalhes da reforma de R$ 1,9 milhão que durou até a semana passada, observar o painel de 14,5 metros por 1,4 metro com fotos antigas do centro da cidade que o departamento de marketing do banco mandou instalar numa das paredes para celebrar a reabertura. "Lá é diferente. O espaço é bem mais amplo", comenta Domingos.
Edison Veiga
Estadão.com.br
O conjunto urbanístico e arquitetônico do Centro Antigo de Caetité, cidade a 757 km de Salvador, que possui imóveis originários do século XIX e início do século XX, está a salvo de demolição, até que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) finalize os trabalhos de pesquisa sobre os bens edificados ainda existentes.
O trabalho vai definir uma poligonal de tombamento pelo governo estadual como patrimônio da Bahia. Segundo o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça, os tombamentos, sejam provisórios ou definitivos, já garantem a integridade dos imóveis e monumentos.
O casario do Centro Antigo de Caetité vem sendo ameaçado pela forte especulação imobiliária, presente nos últimos anos na cidade. As mudanças urbanas começaram com a circulação da riqueza trazida pela exploração das jazidas de ferro, manganês e urânio que o município dispõe, exportadas até para o Canadá.
Caetité é o município que tem mais imóveis tombados pelo Ipac, depois de Salvador, com sete tombamentos definitivos e cinco provisórios, totalizando 12 construções consideradas patrimônio cultural da Bahia.
iBahia
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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