ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

18 novembro, 2008

EXPOSIÇÕES - 18-11-2008

Retratos da arte globalizada
Duas exposições panorâmicas trazem à tona a explosão da arte contemporânea chinesapor
Paula Alzugaray
CHINA: CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO/ MASP, SP/ de 18/11 a 15/2/09 THE REVOLUTION CONTINUES: NEW ART FROM CHINA/ The Saatchi Gallery, Londres/ até 18/1/09
O avesso
A instalação Chinese offspring, de Zhang Dali: representação mordaz do abismo social e da vulnerabilidade de operários da construção civil chinesaTodo artista chinês em atividade teve a mesma formação artística. Todos foram doutrinados pelas técnicas realistas que durante muito tempo pintaram e esculpiram o heroísmo dos soldados do regime de Mao Tsé-tung. Mas hoje, quando essa arte propagandística a serviço da Revolução Cultural (1966-1976) é vista pelo retrovisor, como um retrato pálido e triste, o artista chinês vive seu tempo de glória, posicionado sob o holofote da globalização econômica. A China é a moeda da hora no mercado de arte internacional. Na lista dos dez artistas contemporâneos que atingiram os valores mais altos nos leilões internacionais do ano passado, quatro são chineses, segundo a consultoria francesa Artprice. As imagens de Budas gargalhando, que aparecem reincidentemente nas pinturas de Yue Minjun, foram definidas pelo teórico chinês Li Xianting como "uma resposta auto-irônica para o vácuo espiritual e a loucura da China moderna". O riso incontido nas personagens de Minjun formam o novo retrato dessa potência mundial, que viu os valores de suas obras subirem 2.000% em quatro anos. Quem comprou por US$ 50 mil, hoje vende a US$ 1 milhão
CORES ÁCIDAS A China moderna vista por Wang Chenyun
O irresistível glamour da arte contemporânea chinesa abriu as portas da nova Saatchi Gallery, de Londres, no início de outubro, com a mostra The revolution continues: new art from China, e agora chega ao Brasil na mostra China: construção e desconstrução, no Masp São 16 artistas no Masp e 30 na Saatchi, mas não há sequer um em comum nas duas mostras - sinal da explosão de artistas emergentes. "Atingimos um novo patamar onde este boom do mercado terá que se reestruturar e repensar seus valores. Estamos em uma fase de amadurecimento e os artistas que participam da mostra são protagonistas deste contexto", afirma a curadora Tereza Arruda, que na mostra do Masp traz artistas em franca ascensão no mercado de arte, embora ainda não tenham se notabilizado por bater recordes.
DECADÊNCIA Em Londres, escultura de Liu Wei, feita de chicletes para cachorros (à esq.); e Mao Tsé-tung como ícone decadente, em obra de Chen Bo, no Masp (abaixo)

Mesmo com tanta variedade, prepondera nas duas exposições uma pintura figurativa, que acumula referências dos anos de chumbo do realismo social, dos anos de abertura do realismo cínico e do fascínio consumista da arte pop americana. São trabalhos que expressam críticas sobre os efeitos da globalização, mas também visões seduzidas pela sociedade de consumo. As fotografias de arquivo de Mao Tsé-tung e de outros símbolos do poder chinês, como a Praça Tiananmen, são as matérias preferidas dos trabalhos de Yin Zhaoyang e Chen Bo, no Masp, e de Zhang Xiaogang e Shi Xinning, em Londres. Wang Chenyun, que viveu dez anos na Alemanha, agora dedica ao seu país um olhar estrangeiro e representa Pequim como um canteiro de obras e de prostituição. Em cena, a China globalizada. "Tenho a impressão de que a pintura que até pouco tempo atrás dominou a cena chinesa está ficando cada vez mais comercial, enquanto a videoarte, a fotografia e as instalações continuam a demonstrar muito vigor", afirma o curador Alfons Hug, que organizou uma mostra de arte chinesa em 2007, no CCBB do Rio. A dica fica para quem conferir a exposição no Masp: olho no videolounge, com obras de cinco videoartistas.
Duas exposições panorâmicas trazem à tona a explosão da arte contemporânea chinesapor
Paula Alzugaray
Bienal abre para balanço
28a BIENAL DE SÃO PAULO - EM VIVO CONTATO/ Pavilhão Ciccillo Matarazzo - Parque Ibirapuera, SP/ até 6/12
Em um contexto em que tudo conspirava para que a Bienal de São Paulo fechasse para balanço (falta de verbas, crise administrativa e falência do modelo global de empilhar centenas de obras de arte a cada dois anos em uma exposição universal), a 28ª Bienal promove uma pausa para reflexão e debate sobre os caminhos da instituição, e faz isso de portas abertas.Muito se tem criticado o "vazio" - como se sabe, o segundo andar do Pavilhão da Bienal é apresentado nesta edição da mostra sem obras de arte, como um convite a vivenciar a planta livre do edifício projetado por Oscar Niemeyer -, mas quem reclama do vazio, e a afirmação a seguir vai com um respeitoso perdão aos lamentosos, tem preguiça de pensar e falta de criatividade para preencher aquele espaço com a própria imaginação. Da 28ª Bienal de São Paulo pode se dizer qualquer coisa, menos que é vazia. O térreo e o primeiro piso acolhem diferentes ações - shows, performances, um primoroso programa de videoarte, obras participativas - que transformam o espaço em lugar de interminável interlocução (a programação muda a cada semana). Além disso, e em rigorosa sintonia com o projeto da Bienal, intitulada Em Vivo Contato, o auditório localizado no terceiro piso e o Belfiore (foto), pub que se deslocou da Barra Funda para o mezanino do pavilhão durante o período da mostra, propiciam de fato um espaço para discussão e "vivo contato".
Fazia décadas que uma bienal não era foco de tanto debate - público ou privado -, e nisso se percebe que o projeto do curador Ivo Mesquita se realizou, e, o que é melhor, se concretizou de forma orgânica e não-autoritária.
Valerio sisters, a obra de Carsten Höller, é emblemática deste feito: nos fins de semana, vêem-se filas imensas para escorregar pelo tobogã do artista belga, e o público, conscientemente ou não, ao burlar o percurso de circulação pelo prédio imposto pela autoritária arquitetura modernista, está reforçando a idéia que paira no ar nesta Bienal: de que é hora de mudar.
Isto É

Portugal - Pintor Miguel Telles da Gama expõe "Dentro das Coisas" em Sines
O Centro de Artes de Sines inaugura hoje, dia 15 de Novembro, às 18h30, a exposição de pintura de "Dentro das Coisas", de Miguel Telles da Gama. A exposição está patente até 31 de Dezembro, todos os dias, entre as 14h00 e as 20h00. A entrada é livre.
O pintor Miguel Telles da Gama, nascido em 1965 em Lisboa, cidade onde vive a trabalha, tem traçado um percurso na pintura portuguesa das últimas duas décadas. Já com 21 exposições individuais realizadas e a participação em mais de 35 exposições colectivas, este descendente directo de Vasco da Gama apresenta-se em Sines com uma exposição realizada através de uma parceria entre a Câmara Municipal de Sines e a Galeria 111. “Do interior de casas e objectos às carapaças de insectos e do homem, tudo se procura desmontar (ou montar) num trabalho, mais do que de arqueólogo, de engenharia que assim põe a descoberto as maquinarias do mundo. São presumíveis as citações de almanaques orientadores dos diversos ofícios, de manuais de botânica e entomologia pelos muitos cortes histológicos de insectos feitos, pela presença da sua sombra ou pelo traçado do seu perfil. …São também visíveis algumas das preocupações que, ao longo das últimas exposições, têm também atravessado os trabalhos do artista. Por um lado a extrema sensibilidade para com as questões relacionadas com a expressão das mais íntimas pulsões do homem (como a sexualidade, o desejo ou a morte) e, por outro o seu enquadramento num discurso de evocação historicista que à memória traz quer o universo de Brueghel ou Bosch como todo um conjunto de referências icónicas da cultura contemporânea.” (Ana Ruivo, 2004).
Rádio Sines

Mostra alemã conta história do nu artístico
Uma exposição em Düsseldorf, na Alemanha, mostra a história do nu artístico e a polêmica que obras retratando corpos desnudos causaram através dos séculos.
A mostra no museu Kunst Palast inclui cerca de 300 obras que giram em torno de um só tema: o corpo nu. Entre elas estão esculturas da antigüidade, pinturas de artistas famosos e também fotos, desenhos e instalações de vídeo.
As obras expostas pertencem às mais diferentes épocas e vão desde uma estátua grega datada do ano 300 a.C. até a arte contemporânea.
Entre os artistas mais conhecidos estão expoentes da pintura como Picasso, Paul Cezanne, Brueghel, Rubens e Rembrandt.
Segundo o curador, Beat Wismer, o objetivo é também mostrar a polêmica que o nu artístico causou nas mais variadas sociedades, e como as obras foram usadas pelos artistas para quebrar tabus.
"O tema da mostra é tanto a atração erótica do nu artístico como o horror que a visão nua e crua do corpo pode causar no observador", diz Wismer.
A exposição está causando polêmica: vários críticos ficaram indignados com algumas das obras que foram caracterizadas de pornográficas, como por exemplo vídeos de conteúdo erótico e pinturas explícitas.
O título da mostra, Diana e Actéon, se refere a uma lenda grega segundo a qual um jovem viu a deusa Diana nua e foi castigado por ela. Esse mito é o tema de várias das obras em exibição.
A exposição fica em cartaz até o dia 15 de fevereiro de 2009.
Marcelo Crescenti
BBC Brasil

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