ATUALIDADES - 15-6-09
Transexual adota nome de homem sem fazer cirurgia
Um transexual de 29 anos, que mora em Bauru, conquistou na Justiça o direito de mudar seu nome e o sexo em todos seus documentos pessoais sem que tenha se submetido à cirurgia de redesignação sexual. Pela sentença, o transexual, que nasceu com sistema reprodutivo feminino, passará a ser oficialmente chamado pelo nome masculino, o qual é conhecido desde a adolescência.
Um transexual de 29 anos, que mora em Bauru, conquistou na Justiça o direito de mudar seu nome e o sexo em todos seus documentos pessoais sem que tenha se submetido à cirurgia de redesignação sexual. Pela sentença, o transexual, que nasceu com sistema reprodutivo feminino, passará a ser oficialmente chamado pelo nome masculino, o qual é conhecido desde a adolescência.
A decisão, considerada inovadora, foi divulgada ontem pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que impetrou a ação de retificação de registro civil.
Agora oficialmente com nome masculino, o transexual, que se sentia constrangido com o fato de ter nome feminino e sexo feminino em seus documentos, procurou a Defensoria Pública de Bauru, órgão que presta assistência jurídica gratuita a pessoas que não têm condições de pagar advogado. A defensora pública Márcia Rossi Coraini, que impetrou a ação, frisa que a inovação da sentença é ter garantido o direito de mudança de nome e gênero nos documentos sem que a pessoa tenha passado por cirurgia para mudança de sexo.
“Pelas pesquisas que fiz, todos os outros casos de mudança de nome e de gênero nos documentos ocorreram após cirurgia”, diz. A decisão baseou-se nos argumentos da defensora pública, de que “a finalidade do nome é o conhecimento e individualização de uma pessoa no meio em que vive” e que o “registro público tem que manter relação direta com aquele aceito socialmente” e que a alteração pode ser feita naqueles casos em que a pessoa possua nome capaz de expor ao ridículo.
O transexual, relata a defensora, foi registrado como sendo do sexo feminino, mas desde a mais tenra idade possui identidade psicológica masculina e é reconhecido no meio social como sendo do sexo masculino, sentindo-se constrangido quando seu nome é revelado em lugares públicos. Na adolescência, ele se submeteu a tratamento hormonal e cirúrgico para retirada de mamas e vive há mais de três anos em companhia de uma mulher e seus filhos. Se quiser, o transexual pode ainda se submeter à cirurgia para mudança de sexo, mas a defensora pública conta que o que mais o constrangia era o nome feminino.
Na sentença, a juíza Rossana Teresa Curioni Mergulhão, ressalta que a cirurgia de transgenitalização é providência de cunho essencialmente íntimo, a ser realizada quando quiser. “A inexistência desse procedimento (...) não implica em impossibilidade de retificação do registro civil, diante do quadro real e psicológico que vivencia”, escreveu na decisão.
Na sentença consta, ainda, que o transexual desde a infância, apesar da configuração orgânica feminina, sempre sentiu-se como do sexo masculino a ponto de jamais ter se envolvido ou se relacionado com homens. Devido à angustia e abalos psíquicos, sofridos por sua situação, realizou tratamento com hormônios e fez cirurgia na qual retirou as mamas para ser reconhecido como homem. No entanto, com nome feminino, continuou a sofrer os mais variados vexames e situações sociais constrangedoras.
Durante o processo, o Ministério Público deu parecer de que não se trata de lesbianismo, mas sim de transexualidade pois, embora tenha corpo de mulher, o requerente “comporta-se e vive como um homem tanto que suas relações afetivas sempre foram e hoje são como de um verdadeiro homem, com outra mulher”. “Consta que atua como provedor do lar que mantém com pessoa do sexo feminino, com quem vive”, descreve na sentença. A ação foi proposta em fevereiro de 2008 e o pedido foi julgado procedente em fevereiro deste ano. A ação tramitou na 1.ª Vara Cível da Comarca de Bauru. O nome do transexual não foi divulgado.
Jornal da Cidade de Bauru
Jornal da Cidade de Bauru
Pato Donald, um dos maiores sucessos da Disney, acaba de completar 75 anos
Nervoso, explosivo, azarado, preguiçoso, teimoso e, ao mesmo tempo, muito encantador. Donald Fauntleroy Duck, o Pato Donald, chega aos 75 anos hoje, 9 de junho.
Foi em 1934 que o famoso personagem fez sua primeira aparição nas telas com o desenho animado A Galinha Sábia, onde apesar da tradicional roupa de marinheiro e da esganiçada voz (dublada por Clarence Nash, que faria a voz do personagem até sua morte, em 1985), não continha ainda as características de personalidade que o tornariam tão famoso. A animação foi um tremendo sucesso e Donald apareceu em outro desenho ao lado do carro-chefe da Disney, Mickey Mouse, em The Orphan's Benefit, onde se irritava ao extremo ao tentar declamar um poema e era atrapalhado pelas crianças.
Seus três sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luisinho, apareceram pela primeira vez nas tirinhas em 1937. Primeiramente, eles eram endiabrados, depois se transformaram em comportados escoteiro-mirins. A eterna namorada de Donald, Margarida, surgiu em 1940 em um desenho chamado Mr. Duck Steps Out.
O ano de 1942 foi particularmente especial para o pato. O desenho The Füerer's Face, onde ele sonhava viver em uma opressiva Alemanha nazista, ganhou um Oscar, e no mundo dos quadrinhos, um homem chamado Carl Barks assumiu as histórias do famoso personagem e desenvolveu toda uma mitologia em torno dele, criando e adicionando personagens, como Tio Patinhas, Pardal, Maga Patológica, o vizinho Silva e seu maior nêmeses, o primo sortudo Gastão. Foi com Barks que Donald cristalizou suas maiores características, como se dar mal em qualquer atividade que pudesse assumir (ele sempre começa como um especialista para depois destruir tudo) e ainda viajar pelo mundo em aventuras fantásticas ao lado do milionário tio. Barks desenhou a família pato até 1965 e teve toda sua obra relançada recentemente pela Editora Abril na extensa coleção O Melhor da Disney.
Em 1943, Donald visitou o Brasil no longa-metragem Alô Amigos, onde conhece Zé Carioca. O pato volta ao País alguns anos depois em Você Já Foi à Bahia?, de 1944, onde se apaixona por Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda.
Ainda em tempos de guerra, o sucesso do Pato Donald foi tão grande que, mesmo com a proibição da publicação de personagens americanos nos países do Eixo, ele continuou a ter uma revista na Itália - Benito Mussolini era um fã confesso. Os italianos são, até hoje, um dos grandes produtores de aventuras do pato (junto aos holandeses e dinamarqueses) e foram eles que, em 1969, o transformaram em um super-herói com a criação do Superpato, uma paródia de Diabolik, personagem de sucesso no país da bota.
Em 12 de julho de 1950, a revista O Pato Donald foi lançada no Brasil e marcou a estréia da Editoria Abril no mercado. Sucesso instantâneo, a primeira edição teve uma tiragem inicial de 82.000 exemplares, que foram vendidos rapidamente. Aliás, a revista Pato Donald é o título mais longevo do mercado brasileiro, são 59 anos de publicação ininterrupta.
Recentemente, o desenhista americano Don Rosa estudou todo o trabalho de Carl Barks e conseguiu criar uma consistência histórica na cronologia dos patos ao contar toda a vida e glória do Tio Patinhas. Nessa história, vemos que Donald é filho de uma das irmãs do multimilionário, Hortência, com Patoso, filho da Vovó Donalda, e tem uma irmã gêmea, Dumbella, que é a mãe de Huguinho, Zezinho e Luisinho. Aliás, é engraçadíssimo quando os pais de Donald se encontram, pois ambos são extremamente estressados e só se acalmam quando estão juntos, o que explica o comportamento explosivo do pato.
Mais de 200 filmes e milhares de tirinhas e histórias depois de sua estréia, Donald é um dos grandes ícones modernos. Já foi identificado com os brasileiros da década de 80 (por ser explorado pela família, se esforçar muito e nunca sair do lugar ou conseguir ser bem-sucedido) e também ferozmente atacado pelo escritor chileno socialista Ariel Dorfman em Para Ler o Pato Donald. Mas o pato nunca perdeu sua majestade. E hoje, mais do nunca, merece um grande e sonoro QUACK!
Claudio R S Pucci
Especial para Terra
http://planetaterra.terra.com.br/interna/0,,OI3814897-EI10659,00-Pato+Donald+chega+aos+anos.html
Foi em 1934 que o famoso personagem fez sua primeira aparição nas telas com o desenho animado A Galinha Sábia, onde apesar da tradicional roupa de marinheiro e da esganiçada voz (dublada por Clarence Nash, que faria a voz do personagem até sua morte, em 1985), não continha ainda as características de personalidade que o tornariam tão famoso. A animação foi um tremendo sucesso e Donald apareceu em outro desenho ao lado do carro-chefe da Disney, Mickey Mouse, em The Orphan's Benefit, onde se irritava ao extremo ao tentar declamar um poema e era atrapalhado pelas crianças.
Seus três sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luisinho, apareceram pela primeira vez nas tirinhas em 1937. Primeiramente, eles eram endiabrados, depois se transformaram em comportados escoteiro-mirins. A eterna namorada de Donald, Margarida, surgiu em 1940 em um desenho chamado Mr. Duck Steps Out.
O ano de 1942 foi particularmente especial para o pato. O desenho The Füerer's Face, onde ele sonhava viver em uma opressiva Alemanha nazista, ganhou um Oscar, e no mundo dos quadrinhos, um homem chamado Carl Barks assumiu as histórias do famoso personagem e desenvolveu toda uma mitologia em torno dele, criando e adicionando personagens, como Tio Patinhas, Pardal, Maga Patológica, o vizinho Silva e seu maior nêmeses, o primo sortudo Gastão. Foi com Barks que Donald cristalizou suas maiores características, como se dar mal em qualquer atividade que pudesse assumir (ele sempre começa como um especialista para depois destruir tudo) e ainda viajar pelo mundo em aventuras fantásticas ao lado do milionário tio. Barks desenhou a família pato até 1965 e teve toda sua obra relançada recentemente pela Editora Abril na extensa coleção O Melhor da Disney.
Em 1943, Donald visitou o Brasil no longa-metragem Alô Amigos, onde conhece Zé Carioca. O pato volta ao País alguns anos depois em Você Já Foi à Bahia?, de 1944, onde se apaixona por Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda.
Ainda em tempos de guerra, o sucesso do Pato Donald foi tão grande que, mesmo com a proibição da publicação de personagens americanos nos países do Eixo, ele continuou a ter uma revista na Itália - Benito Mussolini era um fã confesso. Os italianos são, até hoje, um dos grandes produtores de aventuras do pato (junto aos holandeses e dinamarqueses) e foram eles que, em 1969, o transformaram em um super-herói com a criação do Superpato, uma paródia de Diabolik, personagem de sucesso no país da bota.
Em 12 de julho de 1950, a revista O Pato Donald foi lançada no Brasil e marcou a estréia da Editoria Abril no mercado. Sucesso instantâneo, a primeira edição teve uma tiragem inicial de 82.000 exemplares, que foram vendidos rapidamente. Aliás, a revista Pato Donald é o título mais longevo do mercado brasileiro, são 59 anos de publicação ininterrupta.
Recentemente, o desenhista americano Don Rosa estudou todo o trabalho de Carl Barks e conseguiu criar uma consistência histórica na cronologia dos patos ao contar toda a vida e glória do Tio Patinhas. Nessa história, vemos que Donald é filho de uma das irmãs do multimilionário, Hortência, com Patoso, filho da Vovó Donalda, e tem uma irmã gêmea, Dumbella, que é a mãe de Huguinho, Zezinho e Luisinho. Aliás, é engraçadíssimo quando os pais de Donald se encontram, pois ambos são extremamente estressados e só se acalmam quando estão juntos, o que explica o comportamento explosivo do pato.
Mais de 200 filmes e milhares de tirinhas e histórias depois de sua estréia, Donald é um dos grandes ícones modernos. Já foi identificado com os brasileiros da década de 80 (por ser explorado pela família, se esforçar muito e nunca sair do lugar ou conseguir ser bem-sucedido) e também ferozmente atacado pelo escritor chileno socialista Ariel Dorfman em Para Ler o Pato Donald. Mas o pato nunca perdeu sua majestade. E hoje, mais do nunca, merece um grande e sonoro QUACK!
Claudio R S Pucci
Especial para Terra
http://planetaterra.terra.com.br/interna/0,,OI3814897-EI10659,00-Pato+Donald+chega+aos+anos.html
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