ATUALIDADES - 30-7-09

Governo de São Paulo adia para 17 de agosto volta às aulas
SÃO PAULO - Pelo menos 6 milhões de alunos da rede pública de São Paulo tiveram a volta às aulas adiada por causa da gripe suína. O retorno às salas foi remarcado para o dia 17 de agosto. A medida foi anunciada pelo governo do estado e pela prefeitura nesta terça-feira para evitar a propagação do vírus H1N1. As escolas particulares também poderão adotar a prorrogação das férias.
As três universidades estaduais paulistas (Unicamp, USP e Unesp) também decidiram adiar a volta às aulas para o dia 17 de agosto, conforme orientação da Secretaria Estadual de Saúde. A recomendação está sendo seguida ainda pelas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e Escolas Técnicas (Etecs) estaduais. Somente USP e Unicamp têm, juntas, mais de 115 mil alunos.
Na rede municipal, a prefeitura informou que adiou o retorno às aulas nas Escolas de Educação Infantil (EMEIs) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs). As creches, que não têm recesso em julho, vão funcionar até a próxima sexta-feira, dia 31. A partir de segunda-feira, o funcionamento também ficará suspenso por duas semanas. As atividades externas dos CEUS serão mantidas, ficando fechadas apenas as salas de aula e os teatros. Os funcionários administrativos e professores também entram em recesso em toda a rede municipal.
A medida foi tomada com base em avaliações da Organização Mundial da Saúde (OMS) à respeito da propagação do vírus entre estudantes. Também contribuiu para a decisão o aumento expressivo do número de crianças e adolescentes atendidas nos pronto-socorros paulistas devido a problemas respiratórios.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo foi a primeira a anunciar a prorrogação das férias escolares, nesta terça-feira. A notícia de que mais de 5 milhões de alunos teriam as férias estendidas chegou no fim da manhã, logo depois que o governo paulista anunciou a morte de mais sete pessoas no Estado , somando 27 desde o início da pandemia. O Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato Souza, disse que as escolas que já recomeçaram as aulas devem suspendê-las a partir desta quarta-feira.
- Nós estamos seguindo uma recomendação da Secretaria de Saúde do Estado que emitiu esse parecer de suspensão das aulas até o dia 17. Algumas escolas estaduais já tinham iniciado as aulas na semana passada, mas a maior parte iniciaria na próxima segunda-feira. Agora, todas iniciarão no dia 17 - afirmou.
Paulo Renato disse que cada unidade de ensino do estado vai decidir como a reposição das aulas será feita. Segundo ele, os professores da rede estadual de ensino foram orientados, por meio de uma vídeo conferência, sobre como devem proceder. Nas escolas particulares, cada instituição deve decidir se acata ou não a decisão da secretaria do Estado.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, Benjamin Ribeiro da Silva, disse que vai recomendar às escolas particulares que também prorroguem as férias até o dia 17 de agosto. As escolas, no entanto, terão de repor as aulas até o fim do ano. Segundo Silva, a reposição pode ser feita durante a semana, com a extensão do horário, aos sábados ou ainda em outubro, quando a maior parte das escolas fica uma semana em recesso. As escolas particulares têm 1,765 milhão de alunos no Estado de São Paulo. Somadas, escolas públicas municipais e estaduais têm mais de 6 milhões de alunos matriculados.
- As escolas particulares têm autonomia para decidir, mas o interessante é que sigam a recomendação da Secretaria de Saúde do Estado, já que a sala de aula é um local de grande transmissão - afirmou Silva.
Cidades como Osasco, Diadema - na Grande São Paulo - Campinas, Indaiatuba, Hortolândia e Vinhedo, já haviam prorrogado as férias em uma semana por causa da gripe. As unidades do Sesi paulista também adotaram a medida. Em muitas escolas particulares da capital paulista, as aulas começaram na última segunda-feira, com cuidados especiais. Muitos alunos levaram álcool em gel para desinfecção das mãos. Os professores foram orientados a manter janelas e portas abertas para ventilação. Em diversas unidades, artazes orientam os alunos a lavar as mãos depois de qualquer atividade.
São Paulo tem agora 27 mortes por gripe suína. A secretaria do estado não informou os nomes, as idades e nem os locais onde as últimas sete pessoas morreram. O país soma 56 óbitos . Além dos sete casos em São Paulo, foram anunciadas nesta terça-feira três mortes no Rio Grande do Sul (duas em Caxias do Sul e uma em Uruguaiana) e uma morte na Paraíba , a primeira registrada no Nordeste. Trata-se do estudante Severino Galdino, de 31 anos, que morreu na manhã desta terça-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Lauro Wanderley. O rapaz morava em João Pessoa, mas foi infectado pela nova gripe durante um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília.
- Este paciente tem uma doença respiratória grave, conhecida como 'peito de pombo' e chegou a ficar dois meses em uma UTI, em outra ocasião - ressaltou Diana Pinto, da secretaria de Estado da Saúde.
A doença é uma deformidade da parede do tórax, que pode dificultar a respiração. A Paraíba tem outros seis casos da gripe suína, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

O Globo