CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 6-7-09
O acervo das edições do TERESÓPOLIS JORNAL – material histórico conservado desde a primeira edição do periódico, datada de 1923, tem sido objeto constante de pesquisas sobre a cidade de Teresópolis.
Regularmente a direção do TJ recebe solicitações de pesquisa no material arquivado. Na última quinta, 25, os professores e historiadores Guilherme Babo e Rodrigo Cardoso iniciaram uma pesquisa sobre a história da cidade na década de 20. “Procuramos esse material até na Biblioteca Nacional, que tem o maior acervo de publicações periódicas do Brasil e não encontramos. O Teresópolis Jornal possui um acervo único, de grande importância para Teresópolis”, aponta Guilherme. “É o primeiro jornal em circulação na cidade e não encontramos esse material em nenhum acervo pesquisado. Essa será a primeira de muitas visitas para pesquisa deste material”, completa Rodrigo. Segundo ele, o arquivo da Biblioteca Nacional só tem edições de Teresópolis a partir do ano de 1948. Os dois elogiaram o estado de conservação dos livros, no que diz respeito a encadernação, arquivo e preservação.
Os dois historiadores trabalham com extremo cuidado com os arquivos do jornal. Para evitar contaminação do material, eles usam luvas cirúrgicas, que servem também para proteção dos próprios professores, já que esse tipo de arquivo pode conter fungos e bactérias que poderiam provocar danos a saúde de quem manipula.
Guilherme, de Teresópolis, e Rodrigo, petropolitano são formados pela UFRJ na pasta de História. Os dois formulam projetos para possíveis teses de mestrado e doutorado que pretendem apresentar para maior graduação nas carreiras que escolheram.
Acervo – Todas as edições do Teresópolis Jornal estão arquivadas e conservadas. O material é encadernado anualmente com capas duras e as folhas recebem tratamento especial para melhor conservação. Em anos que o jornal publicou matérias oficiais do Executivo, foram necessários até duas encadernações para abrigar todas as edições. A primeira edição data de 1923. São mais de 80 livros guardando uma significativa parte da história de Teresópolis. Pedidos de pesquisas são analisados pela direção do TJ, já que, para conservação, não deve haver excessiva manipulação do arquivo. Contatos: 2742-1040.
Teresopolis Jornal Online
Cidade sagrada de Caral no Perú é declarada Patrimônio Cultural da Humanidade
A cidade sagrada de Caral, a 184 km a norte de Lima, foi declarada ontem (28/06) pela Unesco, Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade é uma das zonas geográficas consideradas como berço da civilização mundial pela sua antiguidade. Acredita-se que a cidade tenha existido durante os anos 3.000 a.C até 1.800 a.C.
Segundo Mara Seminario, Diretora de turismo da Comissão de Promoção do Peru para Exportação e Turismo (PromPerú) ,´´Com este reconhecimento da Unesco, já temos 11 patrimônios da humanidade, o que fortalece ainda mais nosso país como um dos 10 destinos históricos mais importantes do mundo", afirmou.
Mercado e Eventos
Bolinho caipira será reconhecido como patrimônio cultural em cidades do Vale do Paraíba
Jacareí já aprovou o projeto e São José dos Campos estuda possibilidade
A tradição do bolinho caipira é mantida desde a colonização dos municípios do Vale do Paraíba. O quitute, que não pode faltar nas festas da região, possui várias receitas, de acordo com o costume de cada cidade.
Em Caçapava, ele ganhou um formato arredondado. Na cidade, a tradicional receita é à base de farinha de mandioca, caldo de carne e só um pouquinho de carne moída. O que mais se encontra na festa de São João Batista são apreciadores dessa delícia. Um grupo da igreja católica faz, por dia, mais de 20 quilos de massa e vende, em média, 16 mil bolinhos por noite. A história do bolinho caipira não está registrada em livros. O que todo mundo sabe é que a comida é típica das festas juninas do Vale do Paraíba. Algumas cidades adaptaram as receitas aos gostos populares há tanto tempo que a verdadeira parece ter se perdido. Será que existe somente uma versão original deles?
V News
Natal-RN - Cultura está desamparada e o patrimônio se perde
Priscilla Castro
Tribuna do Norte
São Paulo-SP - Pinacoteca patrocina projetos culturais
O Edital Arte e Patrimônio tem recursos de R$ 1 milhão para 10 projetosSÃO PAULO [ABN NEWS] - A Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) lançam neste sábado (27), a segunda edição do Edital Arte e Patrimônio, que contemplará 10 projetos que relacionem as artes visuais contemporâneas e o patrimônio artístico e histórico nacional.
ABN News
Paraty fica fora da lista de novos patrimônios mundiais da Unesco
PARATY - Em meio às preparações para a sétima edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa nesta terça-feira, a cidade recebeu a notícia de que não será incluída na lista de patrimônios mundiais da Unesco. Pelo menos por enquanto. A Unesco não rejeitou definitivamente a candidatura, mas decidiu que ela deve ser reformulada, e então avaliada novamente.
Os novos integrantes da relação foram divulgados no site da Unesco no domingo, mas, desde sexta-feira passada, quando a candidatura de Paraty foi discutida na reunião da Unesco em Sevilha, o governo brasileiro já sabia que a cidade ficaria fora.
A campanha de Paraty era centrada no valor histórico do Caminho do Ouro, que fazia da cidade porto de escoamento dos metais preciosos extraídos em Minas Gerais, mas a Unesco entendeu que a rota só poderia aspirar à condição de Patrimônio Mundial se fosse incluído o percurso completo, de Diamantina ao litoral.
- Por sugestão de representantes da própria Unesco, vamos refazer nossa candidatura centrando no interesse natural e geológico da Serra do Mar para a compreensão da separação da África e da América - diz Amaury Barbosa, secretário adjunto de Cultura da cidade e presidente da comissão que organiza a candidatura. - A mata nativa e o Centro Histórico também são importantes. Lá em Sevilha, dizia-se que a Unesco não quer mais incluir cidades coloniais latino-americanas na lista de Patrimônio Mundial, porque já tem muitas. É preciso ter algo diferente.
O Globo
Itaqui-RS - Mercado aguarda restauro
Símbolo de prosperidade no século passado, local está abandonado à espera do início das obras.
Palco de comércio intenso no início do século 20, o Mercado Municipal de Itaqui foi símbolo do tempo em que o município se desenvolvia impulsionado pela intensa navegação pelo Rio Uruguai. No entanto, há quase 30 anos, o prédio, tombado como patrimônio histórico do Estado em 2003, está abandonado. Com aberturas quebradas, pintura velha e piso castigado pelo tempo, o local aguarda reforma desde 2002.
MARINA LOPES
Zero Hora
Brasilia-DF - Obra moderna na Igrejinha divide católicos
Uma representação moderna de Nossa Senhora de Fátima e dos três pequenos pastores que avistaram a santa na cidade portuguesa está tirando a paz da Igrejinha de Brasília, construída em 1958 e tombada como patrimônio histórico. Os fiéis se dividiram entre os que aprovam a arte abstrata da santa sem rosto e de colunas enfeitadas com pipas que representam as crianças - Lúcia, Francisco e Jacinta - e os que veem na obra um desrespeito à tradição católica. Polêmica à parte, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) diz que vai manter o trabalho do artista plástico Francisco Galeno.
Nem a missa do domingo passado, quando o pároco Odolir Eugênio Dal Mago falou em tolerância e bom senso, amenizou o clima de confronto. Com a nova decoração concluída, os dois lados anunciaram uma batalha de abaixo-assinados, um pela retirada e outro pela manutenção dos três painéis, que têm desenhos de carretéis, lamparina, galhos de árvores e flores. Galeno, autor da obra e artista piauiense de 53 anos radicado há mais de 40 em Brasília, prevê que sua Nossa Senhora de Fátima ainda vai causar muita discussão, mas diz não acreditar na retirada dos painéis ou no fechamento da igreja.
"Nós vivemos em Brasília, símbolo da modernidade, da civilidade. Além disso, a obra não tem agressividade nenhuma e nada de profano", defende. Projetada por Oscar Niemeyer, a pedido do casal Juscelino e Sarah Kubitschek, e enfeitada com azulejos de Athos Bulcão, a igreja não vive sua primeira polêmica. Nos anos 1960, o inconformismo dos fiéis levou à destruição da pintura interna, de Alfredo Volpi. No afresco, Nossa Senhora e o menino Jesus eram representados sem os contornos dos rostos.
Há dois anos, quando o Iphan iniciou a restauração da Igrejinha - investimento de R$ 250 mil -, peritos constataram que a pintura de Volpi era irrecuperável. "A obra de Volpi não caiu por obra e graça do Espírito Santo. Foi um ato de vandalismo, foi destruída com ferramentas", diz o superintendente do Iphan-DF, Alfredo Gastal. Para ele, a briga em torno dos painéis de Francisco Galeno é assunto encerrado. "Não há chance de serem retirados", diz Gastal.
A representação da fé em Nossa Senhora de Fátima - segundo a tradição católica, foram seis aparições, entre maio e outubro de 1917 - feita por Galeno repete características da Virgem Maria de Volpi pintada 50 anos antes, como as cores fortes e as bandeirinhas características da obra do artista ítalo-brasileiro. As reações contrárias aos painéis de Galeno foram vigorosas. Os fiéis organizaram uma missa, com faixas pretas na entrada. Antes disso, já haviam coberto a imagem da santa com pano branco.
No início deste mês, o Ministério Público foi acionado e recomendou a suspensão dos trabalhos de Galeno. O Iphan atendeu à recomendação, mas autorizou a retomada da obra alguns dias depois. Na sexta-feira passada, o artista concluiu o ornamento. Em reação ao abaixo-assinado e aos protestos contra a decoração, os defensores de Galeno se reuniram no sábado e formaram o Movimento Cultural da Igrejinha. O abaixo-assinado do movimento tem mais de 500 assinaturas pela obra, contra cerca de duas mil anunciadas pelo grupo adversário.(AE)
Cruzeiro do Sul
BREEZES produz o maior acarajé do Brasil
Poucos sabem, mas a Bahia foi o último estado do Brasil a se declarar independente de Portugal. Quase um ano após o famoso “Independência ou Morte”, em 2 de julho de 1823, se concluiu o processo de desvinculação do estado à corte portuguesa. Desde então, a data é comemorada pelo povo baiano. E o resort Breezes Bahia, em Costa do Sauípe, que desde sua inauguração promove e apóia a cultura local, não poderia deixar de prestar sua homenagem. Sendo assim, preparou para o próximo 2 de julho uma iniciativa inédita: irá produzir o maior acarajé do Brasil. De 20 kg e 30 cm de diâmetro, o símbolo da culinária baiana entrará para o Rank Brasil, o livro dos recordes brasileiros.
De origem africana e preparado com feijão fradinho, cebola, sal e azeite de dendê, o acarajé foi tombado como patrimônio nacional no final de 2004 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). “O Breezes sempre promoveu e valorizou as manifestações culturais e artísticas baianas. Por isso, não poderíamos ficar de fora das homenagens prestadas a Bahia neste 2 de julho.
O chef de cozinha do Breezes, Paulo Silva, reunirá todos os recheios tradicionais do acarajé – vatapá, camarão, pimenta e caruru – em uma única massa. Normalmente um acarajé possui cerca de 200g e 5 cm de diâmetro. “Fizemos diversos testes em nossa cozinha até chegar no tamanho, gosto e peso ideal desse acarajé, mas sem perder as características do prato”, conta o chef.
O evento contará com a presença da baiana Claudinha, sucessora da baiana do acarajé Dinha. Considerada uma das mais famosas quituteiras de Salvador, Dinha era dona do restaurante Casa da Dinha – que agora está sob o comando de sua filha Claudinha –, um dos mais famosos da cidade. Além dela, uma legítima baiana apresentará e servirá o super-acarajé aos hóspedes durante o almoço, contando a história da data e do prato. Rodas de Samba e Capoeira com a comunidade da Mata de São João, assim como feirinha de artesanato, também animarão o evento. Vale destacar que a equipe do Rank Brasil estará presente para registrar esse recorde brasileiro alcançado pelo Breezes.
Brasil Turis Jornal
Recife-PE - Igreja do Pilar vira sala de aula para moradores de bairros pobres do Recife
Os alunos são das comunidades do Pilar, Santo Amaro, Coque e Coelhos; eles estão se formando em técnicos em construção civil especializados em restauração
Os aprendizes transformaram o que restou da igreja em uma verdadeira sala de aula. Homens, mulheres, jovens e adultos, quase todos desempregados ganham uma ajuda de custo para Aprimorar a vocação. “Temos uma ajuda de custo de R$ 150, mas o importante é o diploma e que eu estou fazendo o que gosto”, disse a dona de casa e agora restauradora Betânia do Nascimento.
Enquanto aprende, Betânia do Nascimento, 38 anos, que tem quatro filhos, retira o reboco que cobria as pedras da fachada da igreja. É com muita paciência e cuidado que os aprendizes estão revelando as cores e os materiais do passado que estavam encobertos pela reforma da igreja.
A transformação não acontece apenas no prédio histórico. Ao restaurar a igreja os moradores estão ganhando uma profissão e estão construindo um futuro. Todos os 60 participantes se tornarão técnicos em construção civil especializados em restauração preparados para batalhar por uma colocação no mercado de trabalho.
O vigilante Jonhson José Amorim é uma dessas pessoas. Ele se desdobra para ser um bom carpinteiro. Trabalha à noite como vigilante e seis horas por dia dá expediente na obra/escola. “Aqui tive a oportunidade de aprender técnicas de como colocar telhados, como colocar portas e janelas. Eu não conhecia essas técnicas e aqui estou me aprimorando mais ainda. Isso vai me trazer conhecimento na área e oportunidades que podem surgir para ter um bom emprego”, disse.Edson Nascimento, zelador desempregado é um carpinteiro com coragem de alpinista. Ele constrói o telhado da igreja. "É uma mudança de vida. Através desse curso pude entra no mercado de trabalho”, disse.
A restauração deve durar um ano. Vai consumir R$ 600 mil. Para que a igreja não seja destruída novamente, a comunidade será envolvida na preservação e na ocupação do prédio histórico. "O proprietário é a arquidiocese, e vai ter um uso religioso. Mas também vai ser implantado, através do Pró-Criança, um equipamento social, provavelmente uma creche”, disse o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida.
HISTÓRIA
A Igreja de Nossa Senhora do Pilar, situada na Praça Nossa Senhora do Pilar, no bairro do Recife, foi construída em 1680 sobre os alicerces do Forte de São Jorge. A capela-mor do templo tem o formato de uma abóbada semi-esférica e é revestida de azulejos portugueses raros. Quando o forte foi abandonado em ruínas, o então governador Aires de Souza Castro doou-o ao capitão-mor João do Rego Barros, com a ressalva de que ele fundasse no local uma igreja de Nossa Senhora do Pilar.
Nas obras de construção da igreja, o capitão utilizou todo o material do Forte demolido: as antigas muralhas, os tijolos e as pedras. Registra a História que João do Rego Barros teve que ir a Portugal prestar conta do dinheiro gasto nas obras. Como a contabilidade não estava correta, ele temia que os portugueses não aprovassem o orçamento. Recorrendo a Nossa Senhora do Pilar, e conseguindo livrar-se do problema, o capitão mandou fazer uma imagem da santa no Porto, cidade situada ao norte de Portugal, e colocou-a no templo. Na época, acreditava-se, inclusive, que ela era uma das santas mais milagrosas. Tendo sido preso e recolhido ao Forte do Brum, por seu envolvimento na guerra dos Mascates, João do Rego Barros falece em 1712 e está enterrado em local não identificado na Igreja do Pilar.
Pe.360graus.com
Bauru-SP - Codepac dá autorização para restaurar Estação Ferroviária da Paulista
Paredes pichadas, pintura descascada, janelas quebradas e lixo pelo chão compõem o retrato atual da Estação Ferroviária da Paulista, localizada na quadra 2 da rua Agenor Meira, em Bauru. No entanto, uma iniciativa conjunta do Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) pretende mudar este quadro. Respeitando as exigências legais, uma vez que o imóvel foi tombado no ano 2000, as arquitetas Heloisa Aguiar Siqueira e Aline Nirschl elaboraram um projeto para restaurar o local. “Manteremos totalmente a faixada, o calçamento da plataforma de embarque e a volumetria do prédio como é exigido pelo decreto de tombamento, mas faremos alterações na parte interna, como a retirada de paredes e interligações entre as salas. Serão feitos também estudos sobre as cores originais da estação para que a restauração seja o mais fiel possível”, explica Aline.
O objetivo é que a antiga estação abrigue o Museu Histórico da cidade, que, atualmente, está instalado num imóvel na quadra 13 da rua Antonio Alves. “O prédio da estação já é da Secretaria (de Cultura) e já abriga o Museu da Imagem e do Som (MIS). Depois da reforma, nossa intenção é trazer o Museu Histórico para cá também, porque hoje ele está em um prédio alugado”, explica Jair Aceituno, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural da Secretária de Cultura de Bauru.
Segundo Aceituno, duas emendas ao Orçamento da União destinam recursos para recuperação do prédio, somando um total de R$ 395 mil. Para utilização do dinheiro, é necessária uma autorização do Codepac. Sérgio Losnak, presidente do conselho, garante que o aval será dado.“Vamos autorizar mediante a apresentação do projeto final e vamos acompanhar para conferir se o decreto de tombamento será respeitado. Queremos dar uma utilidade ao prédio para que ele passe a ser apropriado pela população. Além disso, queremos garantir a sua estrutura e transformá-lo em um ponto onde as pessoas possam conhecer a história de Bauru”, afirma.
A obra ainda não tem data para começar, mas Aceituno estima que depois da entrega da documentação à Caixa Econômica Federal, que deve acontecer até o final deste mês, ainda devem ser necessários mais dois meses para que a instituição libere a verba e a restauração tenha início.
Ao todo, Bauru tem seis estações ferroviárias. Na área urbana estão a Estação Ferroviária Central, localizada em frente à Praça Machado de Mello; a Estação Ferroviária da Paulista, na quadra 2 da rua Agenor Meira; a Estação Ferroviária da Sorocabana, localizada ao longo da linha férrea na altura da avenida Pedro de Toledo; e a Estação Ferroviária de Triagem, localizada também às margens dos trilhos nas imediações do Jardim Guadalajara. Na área rural, estão as estações Val de Palmas e Tibiriçá, que ficam ao longo da ferrovia, nas imediações dos distritos de mesmo nome.
Maíra Soares
Jornal da Cidade de Bauru
Entrevista: Niemeyer diz que é preciso ousar
Aos 101 anos, Niemeyer gosta tanto do contato com alunos que, pensando neles, criou revista
RIO - Quando volta ao tempo em que dava seus primeiros passos na arquitetura, lá se vão 75 anos, Oscar Niemeyer não consegue se lembrar de nenhum conselho mais valioso que o de Rodrigo Melo Franco de Andrade, no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: “É preciso ler, sobretudo os clássicos.” Niemeyer, que ainda desenvolve projetos ambiciosos com a equipe do seu escritório na Avenida Atlântica, no Rio, passa o conselho adiante em encontros com alunos de Arquitetura. Mas acrescenta outro: ser ousado. “O importante é que o arquiteto tenha a coragem de propor solução audaciosa, pronto a atender, compreensivo, qualquer alteração que o cálculo da estrutura possa sugerir.”
Niemeyer adora falar com estudantes. Pensando neles, criou com a mulher, Vera Lúcia, a revista Nosso Caminho, sobre arquitetura e arte. “Não nos limitamos a divulgar meus projetos, também divulgamos os que se caracterizam pela adoção de formas mais retas e regulares”, explica, em entrevista dada por e-mail. “Se os projetos de Le Corbusier me agradam, agradam-me também as formas mais simples e retas que Mies van Der Rohe preferia.”
O que o senhor diria a um jovem que quer cursar Arquitetura?
Diria a ele que não deveria se limitar a estudar assuntos da profissão. Ao contrário, deveria ocupar-se de tudo que caracteriza este mundo estranho que o espera, e do qual a arquitetura faz parte. Pela leitura ele vai compreender que a vida com seus problemas é mais importante do que a arquitetura, e que terá de enfrentá-los. De outra forma, como muitas vezes acontece, ele poderá se transformar num excelente especialista na área escolhida, mas sem condições de participar da luta por um mundo melhor, a meu ver fundamental. Com relação à arquitetura, deve ter presente que a arquitetura e a técnica caminham juntas nesta procura da forma diferente que vai marcar seu trabalho de arquiteto.
Sua formação foi na Escola Nacional de Belas Artes. O que mais marcou aquele período?
Estudante, frequentei o escritório de Lucio Costa e Carlos Leão, e logo depois trabalhei a convite de Rodrigo Melo Franco de Andrade no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Tudo isso foi muito importante para mim. Lembro Rodrigo a recomendar: “É preciso ler, sobretudo os clássicos, começando por Diogo do Couto, que com tanta clareza escrevia sobre as incursões portuguesas na África.” Recordo como, de minha parte, procurei atendê-lo. Em certa ocasião, agradava-me ler os romances do (Georges) Simenon, que os colegas do escritório desprezavam, vendo-os como narrativas policiais sem maior conteúdo. E lembro, a sorrir, o dia em que os fulminei, contando que acabara de ler Cartas ao Castor onde, satisfeito, (Jean-Paul) Sartre confessava: “Hoje li três livros de Simenon.” O importante é ler; tudo se entrelaça neste mundo perverso em que vivemos. Como a leitura pode nos levar a entendê-lo melhor, e fazer-nos mais simples e generosos! Há mais de cinco anos temos aula de filosofia e cosmologia no escritório, com meu amigo Luiz Alberto Oliveira. Não raro delas saímos pequeninos diante da grandeza do universo, mais conscientes da insignificância do ser humano, certos de que muita coisa não tem a importância que lhe damos, de que o essencial é criar um clima de solidariedade, olhar o nosso semelhante sem procurar defeitos – convencidos de que, como dizia Lênin, 10% de qualidade já basta para nos entendermos.
Foi no escritório de Lucio Costa que o sr. realmente aprendeu o que é ser um arquiteto?
Foi um período de aprendizado num clima de correção e idealismo, que muitos jovens arquitetos não têm a oportunidade de viver.
O sr. costuma receber estudantes para falar sobre o seu trabalho e sua carreira. Eles têm algum interesse específico?
A preocupação deles é compreender minha maneira de trabalhar, como a técnica influi nos projetos e a minha atenção em alcançar a forma diferente – a arquitetura se integrando com as obras de arte, nas quais a invenção e a surpresa são também fundamentais. É o que sempre procuro afirmar nos textos da Nosso Caminho.
Qual a característica fundamental de um bom arquiteto?
Talvez uma intuição criadora especial. Intuição que deve estar combinada à consciência que cada arquiteto deve ter de sua arquitetura.
O senhor, que criou universidades no Brasil e em outros países, gosta de ensinar?
Muitas vezes tenho me encontrado com os estudantes. Neste momento estou realizando encontros com alunos de faculdades de todo o País. Recebo-os numa cúpula em construção, lá no Caminho Niemeyer, em Niterói. Já recebi estudantes e professores da cidade de São Paulo e de Brasília. Meu propósito é continuar a atender estudantes de toda parte. Nos encontros não me limito a discutir os problemas da profissão; detenho-me, sobretudo, nas questões que dizem respeito à própria vida, a este mundo injusto que um dia iremos modificar. Com que empenho lhes falo dos segredos da técnica, que nos permite essa arquitetura diferente, capaz de criar surpresa, o espanto que toda obra de arte deve provocar! Dou um exemplo: estamos construindo um conjunto de prédios importante em Avilés, na Espanha. Uma cúpula de 40 metros de extensão foi prevista. Na construção dessas cúpulas, que normalmente exigiria um ou dois meses, utilizamos um sistema novo de estrutura, que espantou todo o povo de Avilés, vendo-a construída em apenas algumas horas. Ao arquiteto cabe provocar as mágicas que a técnica do concreto armado possibilita.
O sr. acaba de lançar um livro que reúne diversos projetos elaborados nos últimos dez anos. Tem predileção por alguma obra em particular?
Todos esses projetos me são muito caros. Foram realizados com o maior interesse e entusiasmo. Vou me deter num exemplo. Dois meses atrás projetei um estádio, que poderá ser usado, independentemente dos problemas que o mau tempo pode causar. Nesse projeto quatro ou cinco vigas cobrirão o estádio, permitindo que por cima delas se estenda a cobertura de vidro projetada (por baixo, o sistema de iluminação indispensável). Com o trabalho já elaborado foi que consultei o calculista para examiná-lo. O importante é que o arquiteto tenha a coragem de propor solução tão audaciosa, pronto a atender, compreensivo, qualquer alteração que o cálculo da estrutura possa sugerir. Nos artigos da revista que estamos editando fica clara a minha ideia de que arquitetura é invenção, e de que, se nela a curva aparece com mais frequência, ela se impõe como a solução natural em razão dos grandes espaços livres que procuro criar. Não critico os colegas que seguem outra arquitetura. Respeito a dedicação com que, como eu, realizam os seus trabalhos. E é nesse jogo de concepções tão diferentes que a arquitetura, um dia ligada às classes mais desfavorecidas, como desejamos, assumirá afinal o nível social e técnico que ainda lhe falta.
O que o sr. considera mais importante na formação de um arquiteto: cursar uma boa faculdade ou fazer estágio no escritório de um bom arquiteto?
Tenho dúvidas sobre isso. A meu ver, o importante é que o jovem arquiteto não só saia da universidade qualificado para desenvolver as suas atividades, mas também esteja preparado (e, para isso, a leitura é fundamental) para compreender o drama do ser humano, participar da vida política e contribuir para a construção de um mundo mais solidário e fraternal.
Márcia Vieira
estadao.com.br
Unesco reconhece novo patrimônio no Peru
Panrotas
Após restauração, 1ª Faculdade de Medicina do país é entregue
Representantes dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de representantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) se reuniram na tarde desta quarta-feira (1º) para a entrega do processo de restauração da Ala Nobre da Primeira Faculdade de Medicina do Brasil, localizada no Centro Histórico de Salvador.
“Esse prédio faz parte da medicina brasileira, pois aqui passaram muitos médicos importantes do país”, declarou o ministro da cultura, Juca Ferreira. O ministro disse ainda estar muito contente com o resultado da restauração que é de suma importância para a cultura brasileira. O projeto de restauração teve início em 2007 e a realização dos serviços envolveu cerca de 200 pessoas.
A obra que foi viabilizada pela Lei Rouanet, patrocinada pela Petrobras e coordenada pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex) custou R$3 milhões. De acordo com o reitor da Ufba, Naomar Almeida, o prédio já abriga os cursos de pós-graduação desde 2007 e a direção da faculdade também está no prédio.
Ainda segundo o reitor, a biblioteca e prédios anexos serão entregues no ano que vem. O governador Jacques Wagner e o diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, professor José Tavares também estavam presentes no evento.
A fachada do prédio passou por grandes transformações, houve modificações internas e a construção de dois prédios anexos. O prédio tem mais de 200 anos de construído e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Camila Botto
Correio da Bahia
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial