ATUALIDADES - 26-8-09

ONU elogia Justiça do Brasil pela prisão de Abdelmassih
Anteontem, STF negou pedido de habeas corpus para o acusado
São Paulo. O médico Roger Abdelmassih, 65, acusado de abusar sexualmente de 56 pacientes, foi transferido para o "presídio dos famosos", em Tremembé (147 km de São Paulo) na manhã de ontem, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). O "presídio dos famosos" tem esse apelido por abrigar detentos envolvidos em casos de repercussão nacional - políticos, banqueiros, advogados, empresários e policiais - e de grande clamor público, entre eles Alexandre Nardoni, acusado de matar a filha.
Ontem a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou comunicado em que elogia a Justiça brasileira. O texto afirma que "revelação pública e rigor da Justiça representam um passo significativo para os direitos humanos das mulheres".
Roger Abdelmassih é um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país e está preso desde o dia 17, quando o juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público e decretou a prisão preventiva. Após a prisão, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) decidiu suspender o registro de Abdelmassih. Com a decisão, está proibido de exercer a medicina até que seu caso seja julgado pelos médicos conselheiros do Cremesp. O julgamento precisa ocorrer em até seis meses.
Na noite de anteontem, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie negou a liminar no habeas corpus impetrado no sábado pela defesa, após a Justiça paulista e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terem negado liberdade ao médico.
Para indeferir o pedido de habeas corpus, Ellen Gracie argumentou que, se julgasse o caso, ocorreria "supressão de instância" - quando tribunais superiores decidem sobre ações cujo mérito ainda não tenha sido analisado em instância inferior.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), até o último domingo, quatro mulheres haviam sido ouvidas na 1ª Delegacia da Mulher no inquérito que investiga denúncia contra Abdelmassih, dono da maior clínica de reprodução assistida do país. A secretaria informou ainda que a primeira acusação corre em segredo de Justiça e o depoimento das mulheres faz parte de uma nova denúncia.
Cela especial

Roger Abdelmassih estava preso, desde o último dia 17, no 40º DP, zona norte de SP, onde ficam os presos com nível superior.

O Tempo