ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

19 outubro, 2009

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 19-10-09

Iguape-SP - Alunos do Curso de Maquetes do IPHAN recebem certificados
A Casa do Patrimônio de Iguape, mantida pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – promoveu, na sexta-feira, 2 de outubro, no Centro Cultural Roberto Gomes Colaço, a cerimônia de entrega de certificados aos alunos do Curso de Maquetes. No evento participaram alunos e familiares, além dos representantes da Prefeitura.
Os 30 alunos receberam os certificados do curso, que teve duração de 80 horas e foi ministrado pelo arquiteto contratado pelo Iphan, Washington Luíz de Araújo, no período de 15 de junho a 15 de julho, na Casa do Patrimônio.
Representantes da Prefeitura estão participando de capacitações e do processo de elaboração do Plano de Ação para Cidades Históricas, instrumento de gestão voltado para o Centro Histórico do município. O Plano considera a relação com o conjunto da cidade e da região, na perspectiva da promoção do desenvolvimento local e regional. O Plano de Ação será instrumento de priorização do Iphan na realização de investimentos nas Cidades Históricas.
A presidente da Associação dos Artesões de Iguape, Anísia Ricardo Lourenço, que também recebeu certificado, relatou a seriedade e qualidade do curso e sua importância, principalmente para os mais jovens, e em nome de todos os alunos agradeceu a Prefeitura de Iguape e o Iphan.
Após a cerimônia de entrega dos certificados, foi aberta a exposição dos trabalhos realizados pelos alunos.
Julio Silva
Diário de Iguape

São Paulo-SP - Reformada, igreja do Pátio do Colégio terá batismo com água quente
Reforma durou quatro meses; nova configuração será inaugurada dia 24.Igreja não era tombada e prédio atual foi construído em 1979.

Reforma na igreja do Pátio do Colégio durou quatro meses (Foto: Daigo Oliva/G1)

Após quatro meses de reforma, a Igreja do Beato José de Anchieta, no Pátio do Colégio, Centro de São Paulo, ganhou uma nova configuração no altar, seis painéis de azulejos azuis nas paredes laterais, nova iluminação que valoriza a arquitetura e uma pia batismal com água morna. Além da temperatura da água, o objeto, agora mais profundo, permite que a criança tenha o corpo inteiro mergulhado, o que aproxima mais o ritual da liturgia do cristianismo.
“Agora, há uma unidade entre a celebração e o espaço litúrgico”, afirmou o padre Carlos Contieri, diretor do Pátio do Colégio.

Segundo ele, havia uma necessidade de reformar a igreja para poder organizar de maneira correta o espaço segundo a liturgia. “Antes, no centro do altar, tinha uma estátua de Anchieta quando deveria estar uma cruz”, afirmou. A imagem do beato foi levada para o jardim. A inauguração do local está marcada para o dia 24 deste mês e terá a presença do arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer, que vai comandar a cerimônia de consagração do altar.
De acordo com o padre e o artista plástico que projetou a reforma, Cláudio Pastro, o objetivo do trabalho não era fazer uma réplica da primeira construção do século 16 e sim fazer uma remissão ao barroco de forma moderna. “Igreja não é museu, é um espaço vivo”, diz Pastro, que também fez os painéis de azulejos azuis na lateral da igreja. “A função do espaço na tradição da igreja é ser catequético”, acrescentou.
Mudanças
Quatro painéis contam a história de Anchieta, inclusive um deles tem a oração do Pai Nosso em Tupi Guarani. Um outro fala sobre a liturgia do batismo e, o sexto, tem um texto do evangelho segundo São João. A pia batismal, o púlpito de onde são feitas as leituras, e a cátedra onde senta o presidente da cerimônia agora são feitos de granito cor de rosa. A pia e o púlpito estão no centro da igreja, cada um em uma lateral, um de frente para o outro.


O altar ganhou um painel de azulejos dourados e cruz de madeira do século 16 (Foto: Daigo Oliva/G1)

Com a reforma, o altar ganhou um painel de azulejos dourados (com o brasão dos jesuítas ao centro), piso de granito cor de vinho e uma cruz de madeira do século 16 feita em Portugal. A cruz, que estava exposta no museu que fica ao lado da igreja, tem cerca de 1,90 metro e está suspensa por um cabo de aço em frente ao painel dourado. Em meio ao teto de estilo barroco do altar, foi colocado um caixotão com a imagem do cordeiro pascal. A novidade foi decidida já depois de iniciada a reforma. Na área do Pátio do Colégio foi erguida a primeira construção de São Paulo, uma cabana de pau-a-pique, na frente da qual foi celebrada uma missa no dia 25 de janeiro de 1554, o que marcou a fundação da cidade. Dois anos depois, foi erguida uma igreja no local, que posteriormente foi ampliada com estrutura de pedra e taipa de pilão.
A construção foi demolida no final do século 19 e a edificação como era antes da reforma foi inaugurada só em 1979. O prédio não é tombado pelo patrimônio histórico. O altar original não existia mais. Uma das únicas peças que restaram foram colunas de madeira, conhecidas como colunas salomônicas, do século 17, que ficavam no altar da antiga construção. As colunas estão sendo restauradas e o artista plástico vai avaliar se elas devem voltar para o altar ou se ficarão expostas no museu que fica ao lado da igreja.A reforma recebeu críticas de setores da sociedade que disseram que a mudança iria descaracterizar o local. “Quando vi, me assustei. Ficamos achando que estava alterando a identificação da igreja do tempo de Anchieta”, afirmou o advogado Pedro Paulo Penna Trindade, que disse ser membro do conselho cívico e cultural da Associação Comercial de São Paulo.
Segundo ele, o conselho, formado por cerca de 40 pessoas, chegou a pensar em mandar um manifesto para a imprensa para reclamar da reforma. No entanto, acharam melhor marcar uma reunião com o padre e o artista plástico no mês de novembro, para falar sobre a reforma. “O conselho quer uma explicação sobre todas as mudanças”, afirmou.
Missas
Durante a reforma, as missas não foram suspensas e continuaram a ser realizadas mesmo quando uma lona preta ficou tapando o altar, durante um mês. Segundo o padre, só foi preciso fechar a igreja durante dois dias e, nessas datas, as missas foram realizadas num auditório do Pátio do Colégio. O local fica aberto ao público para visitação de terça-feira a domingo das 8h às 16h30. Da terça à sexta-feira são realizadas missas ao meio-dia e aos domingos, às 10h.
Luísa Brito Do G1, em São Paulo


Câmara inclui aposentados e aprova o 'Vale-cultura'
A Câmara aprovou nesta noite(14) o texto base do projeto de autoria do Executivo que institui o Vale-cultura.
Com ele, empresas que se cadastrarem junto ao ministério da Cultura vão poder abater até 1% de seu imposto de renda e oferecer um bônus mensal de R$ 50 para funcionários que recebam até cinco salários mínimos.
O Vale-cultura poderá ser usado na compra de livros, filmes e ingressos de eventos culturais.
Durante o processo de votação, o potencial inicial de beneficiados com o Vale-cultura - 12 milhões de trabalhadores - mais que dobrou.
A relatora da matéria, Manuela D'Avlia (PC do B-RS), inseriu no programa estagiários e servidores públicos federais - cerca de dois milhões de novos beneficiados.
O líder do PPS, Fernando Coruja (RJ), apresentou e conseguiu aprovar uma emenda estendendo o Vale também para os aposentados. Sua previsão é que 16 milhões passem a receber o benefício.
O Vale para eles, contudo, vai ser de R$ 30.
O número de possíveis beneficiários só não é maior pois nem todas as empresas podem participar do programa.
Só serão aceitas companhias que pagam o imposto de renda com base no lucro real, e não no lucro presumido – forma mais comum de pagamento.
Devido a isso, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) fez críticas ao projeto e apresentou uma emenda, que neste momento está em discussão. Quer que todas as empresas possam participar do programa.
Segundo ele, das cerca de cinco milhões de empresas do país, somente 100 mil vão se enquadrar no programa.
Após a apreciação da emenda a matéria sai da Câmara e segue para o Senado, onde pode ser novamente alterada.
Se permanecer como está e for sancionada na íntegra por Lula, a previdência vai ter de gastar R$ 5,7 bilhões ao ano com o benefício.
E, caso os 14 milhões de trabalhadores recebam o Vale-cultura em 2010, o governo vai abrir mão de R$ 8,4 bilhões em arrecadação de imposto de renda no ano de 2011, primeiro do sucessor de Lula.
O valor representa mais de seis vezes o orçamento do ministério da Cultura.
Blog do Noblat

Projeto amplia benefícios do Supersimples a empresas culturais
Ao enquadrar as microempresas, a lei aprovada está dando igualdade de direitos, explica Marinha Raupp
Aprovado no plenário da Câmara- Projeto de Lei Complementar de número 462/09- que muda o enquadramento de microempresas da área cultural para o Supersimples. A medida vai diminuir a carga tributária cobrada das microempresas que tem por atividade fim a produção e ou promoção cultural no Brasil. A afirmação é da deputada Marinha Raupp (PMDB) integrante da Comissão Especial da Câmara que analisou a proposta. Segundo Marinha Raupp, a aprovação atende uma antiga reivindicação do setor cultural e abre uma nova perspectiva para ampliar os investimentos destinados ao setor. “Temos trabalhado para destinar recursos para investimentos em infra-estrutura cultural, mas o segmento necessitava de incentivos tributários para alavancar sua atuação e atrair novos profissionais da área”, assinalou. Entre as empresas que pagarão o imposto unificado na faixa de 4,5% a 16,8% destacam-se aquelas que atuam na área de apresentações de música, literatura, artes cênicas ou artes visuais.

Na faixa atual, todas as empresas alcançadas pelo projeto pagam um tributo inicial de 17,5%. O projeto de lei complementar visa estabelecer que as empresas de produção cultural e artística sejam tributadas com base no Anexo III, na redação dada pela Lei Complementar n° 128, de 20/08/09, que tem carga tributária a partir de 6%, de forma a estabelecer carga tributária equivalente à suportada por elas na redação original da Lei Complementar n° 123 , de 2006.
Nos dias que antecederam a votação, Marinha Raupp manteve várias reuniões com os técnicos do Ministério da Cultura, como forma de identificar as particularidades do segmento. Em audiência com o Ministro da Cultura, Juca Ferreira Marinha Raupp discutiu a estratégia para a aprovação da matéria. Agora a matéria segue para aprovação no Senado.
http://www.rondoniadinamica.com/ler.php?id=9887&edi=1&sub=3

Projeto de recuperação de peças sacras em MG é premiado
Programa recupera peças retiradas do local de origem.Já foram revistas quase 40 peças.
Um projeto desenvolvido pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultural e do Turismo de Minas Gerais foi um dos vencedores de um prêmio promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O objetivo é recuperar peças sacras. O programa reúne informações sobre peças retiradas dos seus locais de origem. Com a ajuda dele, a promotoria estadual realizou várias operações e já conseguiu recuperar quase 40 peças sacras que teriam sido roubadas ou vendidas irregularmente.
A cerimônia de entrega foi realizada na noite de quarta-feira (14), em Brasília.
Do G1, em São Paulo, com informações da Globominas.com


Rio de Janeiro - Prefeitura vai gastar R$ 1 milhão para restaurar chafarizes históricos

Chafariz inativo em Botafogo Foto: Guilherme Gonçalves

RIO - Solução para a distribuição de água potável do Rio de Janeiro no final do século 19, fontes e chafarizes públicos operam hoje abaixo de sua capacidade e sofrem com pichações e depredações, quando não são usados como sanitários e até como moradia por invasores. Embora apenas metade das 115 fontes seja atualmente utilizável para fornecimento de água, somente 30% funcionam, de acordo com a Fundação Parque e Jardins (FPJ). A autarquia planeja reformar e reutilizar o restante das obras a partir do ano que vem, em um projeto estimado em R$ 1 milhão, que inclui a edição de um catálogo municipal de chafarizes.
Os mais bem protegidos sofrem menos depredações. Caso da clássica Fonte dos Amores, projetada em bronze pelo Mestre Valentim entre 1783 e 1806 e protegida, ao menos em parte, pelas grades do Passeio Público, no Centro e por tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Dentro do lago do parque, as duas fontes em forma de pirâmide ainda jorram água, mas para abastecer o próprio lago.
Vizinhos à fonte, os chafarizes do Jacaré e do Menino não apresentam pichações, mas um dos dois jacarés está sem língua e o menino – que personifica o Cupido –, sem a flecha que segurava na mão esquerda e com parte de uma das asas quebrada. Eles também não jorram mais água, por falta de pressão. Probelma que a FPJ promete resolver.
Antigo bebedouro de cavalos, inclusive os da Polícia Militar, o Chafariz Paulo Fernandes, ou do Catumbi, construído em 1816, virou residência irregular de mendigos, como contam moradores e trabalhadores, inclusive policiais lotados no Regimento Caetano de Faria, em frente à fonte e sede do Batalhão de Choque da PM.
A Fundação Parques e Jardins afirma que já retirou invasores diversas vezes, mas que eles tornam a voltar. Na manhã de sexta-feira, a parte interna do chafariz desativado estava fechada por um cadeado, trancado, segundo um PM, pelos invasores. Uma moradora afirma que atualmente vivem uma mulher com “quatro ou cinco filhos” no térreo e um homem no segundo andar da velha fonte, que fornecia água vinda de Santa Teresa.
As quatro torneiras de bronze foram roubadas e o forte cheiro de urina do lado de fora, entre o chafariz e um muro, acusava seu uso como “mictório”. Mesmo assim, um morador de rua dormia tranquiliamente no local.
– Eles fazem as necessidades aí e o cheiro é horrível, os clientes reclamam do fedor – conta a agente de crédito Annelyse Alves, de 30 anos, que trabalha ao lado.
Mais adiante, o Chafariz do Lagarto também é desativado e habitado, mas, segundo a FPJ, de forma regular por antigos zeladores. O problema é do lado de fora. O rabo do lagarto que o dá nome já foi “cortado” por vândalos e a serve de banheiro para mendigos, semiescondido por um estacionamento.
– Eles se agacham atrás dos carros dos PMs e defecam aí – afirma o garçom Adauto Rodrigues, 49.
No Chafariz da Glória, a função é de lixeira, afirmam funcionárias do edifício ao lado, que conversam próximas a um depósito improvisado de casas de banana e tangerina, quentinhas usadas e até roupas.
– Os seguranças (do prédio) expulsam eles, mas a sujeira fica até a Comlurb passar – conta uma delas, Tatiane Fernandes, de 26 anos.
Já na Rua do Riachuelo, a Persianas Planalto pôs vasos sobre antiga fonte desativada em frente à sua loja para evitar que passantes seguissem usando-a como sanitário.
Banho pode
Usar como lixeira e banheiro não pode. Como chuveiro ou piscina, tudo bem, desde que não suje, segundo a FPJ. De acordo com a arquiteta Vera Dias, chefe da Divisão de Monumentos e Chafarizes da fundação, não existe nenhuma proibição especifica, somente “caso ocorra dano considerável ao patrimonio público”.
Sem dano ao patrimônio, em princípio, mas com considerável poluição visual do espaço público, uma planta foi transformada emvaral sexta-feira pela manhã na Praça Santos Dumont, na Gávea.
– O lago aí serve para tudo. Banheiro, banheira, tanque. Eles não têm onde fazer as necessidades e fazem aí, né? – comentou a moradora Lúcia Moreira, 52.
Atualmente desativado para obras do metrô, o Chafariz das Saracuras, na Praça General Osório, em Ipanema vira “piscina” para crianças, denuncia um pedinte local.
Monumentos formavam sistema de abastecimento
Construídos no período colonial brasileiro, do final do século 18 ao início do século 19, chafarizes que hoje têm grande grande valor histórico ou arquitetônico integravam o sistema de abastecimento da cidade em um primeiro estágio de urbanização, ressalta Dora Alcântara, da Comissão de Patrimônio do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB).
– O abastecimento anterior era bem primitivo, as pessoas precisavam ir às fontes naturais e aos rios com água potável. Depois, a cidade começou a ser canalizada por aquedutos vindos especialmente da Santa Teresa e do Rio Carioca. O Aqueduto da Carioca, sob o qual se ergueram os Arcos da Lapa e que recebeu esse nome por causa do rio, é um exemplo desse passado. Mas nem todos eram tão monumentais, alguns, inclusive, eram subterrâneos – explica Dora.
Segundo a arquiteta, os adornos que compuseram os chafarizes como monumentos coincidem com o ciclo do ouro – além da vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808 –, um período de relativa abundância
– Em toda obra, mesmo que criada por necessidade, as pessoas buscam enfeitar e fazer de forma artística, vide os talheres, que servem para comer, mas recebem formas de arte. O século 18 foi o Século do Ouro, por isso, além de escultores como Mestre Valentim (da Fon seca e Silva, 1745-1813), muitos eram trazidos da França – acrescenta.
Buda será apagado
Grafitada na fachada do Chafariz da Glória, uma imagem de Buda será apagada pelo Iphan, que, a exemplo da Fonte dos Amores, também o tombou. O superintendente do instituto no Rio, Carlos Fernando de Andrade ressaltou que o desenho quebra o projeto original preservado pelo órgão, cuja restauração já está sendo licitada.
– Parece um trabalho bobo, mas é demorado, porque não pode ferir a alvenaria, portanto, precisa de muito cuidado – explica Carlos Fernando, acrescentando que o Iphan “reitera com a Prefeitura” para restaurar os monumentos tombados mas, que, em princípio, o trabalho cabe ao município.
Segundo a Fundação Parques e Jardins, somente a partir do próximo ano os chafarizes devem começar a ser reformados.
O Chafariz da Glória, especificamente, fica na fachada de uma subestação da Cedae, que não pretende reutiliza-lo como fonte.
João Pequeno , Jornal do Brasil

Site registra em fotos a São Paulo abandonada
Por trás da espessa camada de pó, do tijolo rachado e da parede descascada, eles enxergam história, arquitetura e belas esculturas capazes de contar um pouco do cotidiano esquecido da cidade de São Paulo. Desde janeiro, o fotógrafo Douglas Nascimento e a historiadora Glaucia Garcia de Carvalho reúnem no site "
São Paulo Abandonada" dezenas de registros fotográficos de construções escondidas pelos cantos da capital. São casas, galpões, prédios, lojas, palacetes e fábricas, que correm o risco de desabar ou serem demolidos.


"Inicialmente, o projeto era fotografar só casas antigas. Mas eu percebi que, como a cidade está em constante mutação, é interessante fotografar todas as construções que fazem parte do nosso cotidiano. Eu não tenho mais esse tabu de fotografar um imóvel novo que esteja abandonado. Na medida do possível, eu fotografo tudo", explicou Nascimento, que pretende documentar tudo aquilo que não puder ficar de pé --seja pela gana da especulação imobiliária, seja pela ação do tempo-- para as futuras gerações.
Ele conta que sempre teve como hobby sair aos finais de semana bem cedo para fotografar a arquitetura da cidade e que percebeu que muitos dos lugares que visitava, depois de algum tempo, eram drasticamente modificados ou deixavam de existir."Então, decidi que era hora de tentar fazer alguma coisa para mostrar essa transformação. Passei a estudar, comprar livros de arquitetura, aprendi o que é art nouveau, art déco, arte moderna, o que é um frontão. E conforme eu ia estudando, fotografava coisas mais específicas. Quando vi já tinha um banco de dados considerável", lembra.
O site também funciona como um canal para que os moradores da cidade denunciem a falta de cuidado com o patrimônio histórico e fiscalizem a ação do poder público. O fotógrafo anota todos os lugares indicados pelos internautas, junta com aqueles que ele descobre, e coloca tudo em uma planilha dividida por regiões. "Eu ando a cidade inteira por conta do meu trabalho. Não dá para parar e fotografar toda vez que eu vejo um lugar interessante. Mas eu levo um gravador digital comigo e, quando eu vejo um prédio abandonado, faço anotações de voz. Depois volto para fotografar", explica.
Achar preciosidades perdidas entre as cerca de 400 mil construções abandonadas em São Paulo é apenas a primeira parte da história. Depois que o imóvel é fotografado, a dupla começa um árduo trabalho para tentar descobrir um pouco mais sobre a história daquele lugar, que envolve pesquisa on-line, no Arquivo Histórico Municipal, no Arquivo do Estado e também conversas com vizinhos e moradores da rua. "Mesmo quando é um imóvel simples, como uma casa que achamos na Penha, as pessoas participam, escrevem e contam que ali morava um tal de Chicão, que era de tal jeito, que ajudava as pessoas do bairro. E assim, as pessoas alimentam a própria história dos imóveis", disse Nascimento.
Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias

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