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16 novembro, 2009

SAÚDE - 16-11-09

Veto a bronzeamento artificial gera revolta
Proibição das câmaras está em vigor desde quarta-feira.
A pele das brasileiras estará menos dourada quando o veraneio se iniciar. Essa será a consequência da proibição das câmaras de bronzeamento artificial, em vigor desde quarta-feira. A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) gerou um serviço extra a Estados e municípios, descontentou os 100 mil usuários anuais do serviço e feriu de morte um setor que engloba 5 mil estabelecimentos.
A Anvisa justificou a decisão com base em um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertou para a elevação do risco da doença. A Anvisa alerta: a proibição não será revertida.
Representantes do setor, como a Associação Brasileira dos Profissionais de Bronzeamento (ABB), contestam os estudos citados pela agência e acreditam que a proibição será temporária.Cleverson Riggo, presidente da ABB, acredita que profissionais, usuários e promotores vão entrar na Justiça contra a medida.
A nova rotina das clientes
A proibição despertou indignação entre usuárias do bronzeamento artificial. A microempresária da Capital Gisele Silva, 35 anos, que doura a pele em máquinas há 12 anos e faz duas sessões semanais, dá o tom da crítica: – É uma palhaçada. Estou revoltada. Revoltadíssima. Estão nos tratando como crianças. Só não continuo fazendo porque a estética suspendeu o serviço. Agora vou torrar no sol e processar a Anvisa se me acontecer algo.
Gisele defende que o bronzeamento artificial prepara a pele para suportar o sol. É a mesma posição da advogada de Porto Alegre Lisandra Schanz, 33 anos, que faz uma sessão semanal. Ela conta que a sua dermatologista indicou as câmaras como forma de deixar a pele em condições para suas viagens a locais ensolarados – dois anos atrás, pegou 53°C no Marrocos. – Mas a gente sabe que faz mal, tanto a câmara quanto o sol. Se estão preocupados com o câncer, têm de proibir é o cigarro. A proibição é um absurdo. O governo não tem o direito de tomar uma decisão dessas. É o meu corpo.
A advogada não sabe como resolverá a questão. Ela reclama que sua pele fica vermelha, irritada e queimada quando exposta ao sol, o que não acontece quando usa a câmara.
O que muda para as clínicas
A proibição atinge com violência um setor que abrange cerca de 5 mil estabelecimentos e emprega mais de 25 mil pessoas. Muitas das estéticas fizeram investimento pesado para a aquisição das máquinas e estão sem poder usá-las antes mesmo de saldar a dívida. A estética GK2, da Capital, que existe há um ano, abriu depois de um financiamento de R$ 48 mil para comprar duas câmaras. – Faltam parcelas, terei de jogar a máquina fora. Todo mundo perderá dinheiro – diz o sócio da estética, Marco Antonio Kleinkauf Júnior.
Outro estabelecimento de Porto Alegre, a Solar Sul, fazia ontem a desmontagem de três câmaras, adquiridas por R$ 50 mil cada. De 40% a 50% do faturamento da empresa vinha delas. – Temos outras fontes de renda e vamos sobreviver, mas quem fabrica e vende as máquinas vai sofrer – diz a proprietária, Simone Pereira.
Segundo a ABB, alguns estabelecimentos dependem das câmaras e não terão como resistir. O presidente, Cleverson Riggo, prevê que a proibição estimulará a clandestinidade. – As pessoas vão usar aparelhos artesanais e descalibrados. Compra-se lâmpada ultravioleta em qualquer loja. Teremos notícia de gente com queimaduras.
O impacto para a vigilância
A decisão foi da Anvisa, mas quem carregará a responsabilidade de fiscalizar a proibição das câmaras de bronzeamento são os serviços de vigilância sanitária de Estados e municípios. As maiores cidades gaúchas tomarão para si o encargo. Nas menores, ele ficará com as coordenadorias locais da Secretaria Estadual de Saúde – conforme uma estratégia que ainda vai ser definida.
Em Porto Alegre, a Vigilância em Saúde do município já se mobilizou. Além de notificar os estabelecimentos sobre a proibição do uso e da propaganda do serviço, deu um prazo de 30 dias para que as estéticas retirem as câmaras de suas dependências. Segundo o coordenador-adjunto da Vigilância, Marcelo Vallandro, a fiscalização vai ocorrer principalmente a partir de queixas e nas ações de rotina do setor, como vistoria para concessão de alvarás. – Não temos pessoas para sair procurando câmaras de bronzeamento. Contamos com o apoio da população. De acordo com a necessidade, se verificarmos que há problemas, poderemos também realizar batidas – afirma Vallandro.
TIRE SUAS DÚVIDAS
Por que as câmaras foram proibidas?
A Anvisa usou como justificativa um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc) que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a alertar que o uso de câmaras de bronzeamento é uma causa concreta de tumores de pele. Especialistas concluíram que o risco de desenvolver melanoma se eleva em 75% quando se começa a usar a câmara antes dos 35 anos.
Quem já pagou pode seguir usando?
Não. O uso de câmaras para fins estéticos agora é ilegal. Quem já fez o pagamento, deve procurar o estabelecimento para tratar da compensação.
Há alguma exceção para o uso delas?
A proibição é unicamente para fins de embelezamento. Poderão submeter-se a sessões pessoas que tiverem indicação médica. Os equipamentos são usados em tratamentos de doenças como o vitiligo e a psoríase.
A câmara pode ser usada em casa?
Não. A proibição é completa. Ninguém poderá usar câmaras de bronzeamento para fins estéticos.
Quando a medida começa a vigorar?
A proibição do uso das câmaras está em vigor desde quarta-feira, data da publicação da resolução da Anvisa. Em Porto Alegre, a vigilância determinou que em 30 dias os equipamentos devem desaparecer dos centros estéticos.
ZERO HORA

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