ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

07 dezembro, 2009

ATUALIDADES - 07-12-09

Pão de Açúcar detém 50% do mercado
A união das redes varejistas Ponto Frio, Casas Bahia e Extra Eletro vai dificultar a vida dos fabricantes de geladeiras, máquinas de lavar e TVs, entre outros eletrodomésticos e eletrônicos. A nova gigante do varejo, que nasce com faturamento de R$ 18,5 bilhões e 1.015 lojas, além das vendas online, deverá negociar em média metade dos volumes produzidos por grandes fabricantes, como Whirlpool, Electrolux, Samsung, LG e Philips.
Segundo cálculos de executivos de indústrias e especialistas do mercado varejista ouvidos pela reportagem, a participação da nova gigante do varejo nas vendas da produção desses fabricantes poderá oscilar entre 40% e 60%, dependendo da empresa.
O presidente do conselho do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração), Claudio Felisoni, considera esse cálculo razoável, levando-se em conta que só na cidade de São Paulo a Casas Bahia, antes da fusão, detinha 56% das vendas ao consumidor de eletrodomésticos e 61% das de eletroeletrônicos.
O deslocamento do equilíbrio de forças nas negociações de preços da indústria para o varejo não é um movimento recente. Com a forte tendência de fusões dos últimos anos, o comércio ficou mais poderoso na hora de ir às compras, invertendo uma equação que antes era favorável ao setor produtivo.
No caso da Casas Bahia, a situação era ainda mais peculiar. Segundo especialistas em varejo, a empresa tem pesados custos de operação, cerca de 6% acima da média das empresas do setor. Para manter a sua rentabilidade, ainda segundo os especialistas, a empresa pressionava os fornecedores para cortar preços. Com a nova companhia, que terá compras centralizadas, a perspectiva deve ser de generalização dessa prática.
ELETRODOMÉSTICOS
Juntos, Casas Bahia e Ponto Frio dominarão mais de 70% das vendas de linha branca no Estado de São Paulo, um dos maiores mercados consumidores do País. A estimativa, do Provar, foi feita com base nos números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e no faturamento das companhias.
A atuação dos dois grupos é especialmente forte na Região Sudeste. No Nordeste e no Sul, entretanto, as redes locais ainda têm participação relevante no mercado. Segundo o professor Nuno Fouto, do Provar, esse nível de concentração pode ser entendido pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como monopólio.
Um conselheiro afirmou que a análise da operação deverá ser muito cuidadosa, porque "a primeira impressão é de um movimento de concentração acentuado do varejo". Embora afirme que a operação não sofrerá resistência no órgão regulador, o Grupo Pão de Açúcar já contratou escritórios de advocacia para cuidar da questão.
A distância entre a Casas Bahia e os concorrentes já era grande. A união com o Ponto Frio a tornou ainda maior. A nova empresa é seis vezes maior que sua principal concorrente, a Magazine Luiza.
Diário do Grande ABC

Igreja quer ir à polícia contra casamento entre homens
A Igreja Ortodoxa Bielo-Russa deve ir à polícia para registrar a realização de um casamento entre dois homens, em Caetés, interior de Pernambuco. Segundo a filha do padre que realizou a cerimônia, Rejane Silva, um travesti apresentou documentos como se fosse uma mulher. As informações são da Agência Folha.
O travesti disse que não contou ao padre que era homem e afirmou que, além de reconhcer seu sexo apenas de olhar, todos na região o conhecem.
Redação Terra
Endividamento e ambição causaram queda livre em Dubai
Qual é a diferença entre Dubai e a Dubai World? A espetacular ascensão de Dubai, de suas origens como aldeia de pescadores de pérolas 50 anos atrás a polo comercial e financeiro do Golfo Pérsico, hoje, foi construída sobre a ideia de que o Estado e seus interesses econômicos são inseparáveis.
Assim, quando um importante funcionário do governo anunciou esta semana que o Estado não garantiria a dívida da Dubai World, uma holding estatal de investimentos do emirado, os investidores e credores ficaram em choque.
Será que Dubai está mesmo abandonando a Dubai World ou será que o anúncio representa apenas um truque de negociação?
Dubai está se preparando para semanas de árduas negociações com os credores, para reestruturar as dívidas da Dubai World. A despeito das tentativas dos soberanos dos emirados para acalmar a tempestade, os forasteiros continuam a não compreender a situação.
De acordo com executivos de bancos de investimento envolvidos nas discussões sobre uma reestruturação, é improvável que sejam realizadas vendas rápidas dos ativos da Dubai World.
Para começar, nenhuma de suas propriedades - uma verdadeira caverna do tesouro que abriga ativos imobiliários, de turismo e de serviços financeiros dentro e fora de Dubai, entre os quais empreitadas problemáticas como uma participação acionária na cadeia de varejo americana Barneys e uma cota no projeto imobiliário City Center, em Las Vegas - deve bastar para levantar os entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões que seriam necessários para satisfazer os credores sobre a seriedade da holding quanto a honrar os US$ 26 bilhões em dívidas que estão em negociação.
Em contraste, uma venda da valiosa linha aérea nacional de Dubai ou das companhias de infraestrutura e de alumínio estatais - nas quais a participação majoritária cabe à Investment Corporation of Dubai, a segunda das holdings de investimento do emirado - poderia gerar caixa suficiente para satisfazer os banqueiros e ajudar a cumprir as obrigações financeiras da Dubai World.
Mas uma venda como essa é improvável, porque representaria séria perda de prestígio para o emirado e seu governante, o xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, responsável pela criação do complexo e, como os fatos provaram, arriscado modelo financeiro adotado em Dubai.
Desde o começo da ascensão do emirado, um endividamento elevado foi uma das forças propulsoras. O xeque Rashin bin Saeed al-Maktoum, o pai do atual governante, tomou 400 mil libras emprestadas do Kuwait para drenar uma área fluvial em Dubai e criar os terrenos que viriam a abrigar bilhões de dólares em edifícios de escritórios e apartamentos, grande número dos quais agora desocupados.
O desenvolvimento posterior de Dubai se baseou em uma série de entidades empresariais que, embora controladas pelo governo do emirado e seu soberano, também assumiram o aspecto de companhias privadas.
Ocidentais foram contratados para dirigir muitas dessas empresas - os presidentes-executivos de dois dos principais ativos controlados pela Dubai World, as companhias Nakheel e Istithmar são, respectivamente, um australiano e um americano. Alguns desses grupos realizaram ofertas limitadas de ações nos mercados financeiros e, sem exceção, todos eles tomaram pesados empréstimos junto a bancos locais e estrangeiros.
"Era tudo muito ambíguo, e ambíguo de maneira deliberada", disse Jim Krane, autor de City of Gold: Dubai and the Dream of Capitalism (a cidade de ouro: Dubai e o sonho do capitalismo).
"Quando essas empresas se tornavam capitalistas demais, eram separadas da burocracia do governo e se tornavam empresas estatais, com liberdade de ação e poder decisório autônomo".
Como resultado, a mão do xeque Mohammed fica muito visível ao leme, por meio de três holdings principais: Dubai Holding, uma companhia que ele controla diretamente; e Dubai World e Investment Corporation of Dubai, dois grupos de investimento controlados completamente pelo governo que são também dirigidos pelo xeque, para todos os fins práticos.
As três entidades controlam as finanças das empresas quase estatais de Dubai, todas as quais realizam atividades empresariais que supostamente devem promover o objetivo governamental de um crescimento econômico incessante, mas sempre acompanhado de lucros suficientes para satisfazer os investidores do setor privado.
Por algum tempo, esse compromisso funcionou como que em um passe de mágica, e transformou a florescente cidade-estado em um paraíso financeiro, no qual companhias aéreas, incorporadoras imobiliárias, empresas de infraesfrutura pública e operadoras de portos tomavam empréstimos em ritmo furioso, a fim de financiar suas metas de crescimento.
Mas agora se tornou claro que alguns desses investimentos não geraram caixa suficiente para manter em dia o serviço das dívidas, e os bancos, locais e estrangeiros, não estão seguros quanto à sua posição.
De acordo com relatório divulgado no ano passado pela agência americana de classificação de crédito Moody's Investors Services, a receita total das companhias de Dubai foi de US$ 30 bilhões em 2006, o que apequena as receitas tributárias do governo central, estimadas em US$ 5,4 bilhões para aquele ano.
Enquanto Dubai se voltava cada vez mais ao Ocidente - em contraste com Abu Dhabi, outro dos Estados que integram os Emirados Árabes Unidos, muito mais rico em petróleo mas conservador em termos financeiros -, a Dubai Holding e, especialmente, a Dubai World começaram a funcionar como se fossem empresas dinâmicas em fase de crescimento acelerado, e não como cautelosas companhias estatais.
A Nakheel, principal incorporadora imobiliária de Dubai, terminou por servir como exemplo perfeito dessa atitude de apego ao risco, conduzindo campanhas de marketing agressivas à maneira ocidental e ostentando com força sua capacidade de arrecadar mais de US$ 6 bilhões por meio da emissão de títulos arrematados por investidores locais e estrangeiros.
E ainda que o Dubai não disponha de uma fonte consistente de receita que sirva como base para um fundo soberano, a Dubai World criou a Istithmar, uma companhia que funciona de acordo com o modelo de um veículo governamental de investimento.
Ao contrário dos demais fundos semelhantes que operam na região, todos os quais dotados de fortes recursos de caixa, a Istithmar recorreu a endividamento e a um certo grau de ousadia de mercado para transformar os US$ 2 bilhões inicialmente investidos pela Dubai World em uma entidade com capital de US$ 15 bilhões sob administração e comportamento mais parecido com o de um fundo de capital privado do que com o de um fundo soberano.
O problema é que todas essas entidades empresariais começaram a sobrepujar de longe, em escala, o governo que as havia criado.
Mesmo assim, a maioria dos investidores aceitava a proximidade entre o Estado e as empresas do emirado como uma forma de garantia. Por exemplo, Sultan Ahmed bin Sulayem, que dirige a Dubai World, e Mohammad al-Gergawi, presidente do conselho da Dubai Holding, são ambos membros do Conselho Executivo do governo de Dubai, o que lhes confere uma posição prática equivalente à de um ministro.
Por isso, quando Abdulrahman al-Saleh, diretor geral do Departamento de Finanças de Dubai, anunciou que o governo do emirado não era responsável pelas dívidas da Dubai World, ele pode simplesmente ter repetido aquilo que os documentos legais referentes aos títulos emitidos pela Nakheel e outras empresas já informavam, preto no branco.
Talvez nenhum outro edifício simbolize melhor o sonho empresarial de Dubai do que o Burj Dubai, construído por uma empresa rival da Nakheel, a Emaar, integrada à Investment Corporation of Dubai. Obra de US$ 4,1 bilhões, o edifício se estende até uma altura de 813 metros, e oferece uma vista incomparável.
Na esperança de subir até o alto do novo edifício, Mohammed Ali, um funcionário público aposentado de Abu Dhabi, veio com a família a Dubai na quarta-feira, um feriado, mas ao chegar descobriu que a inauguração da torre havia sido adiada uma vez mais, para o começo de janeiro.
"É uma beleza", ele disse, ao som de música marcial oferecida pelos alto-falantes e do murmúrio das fontes que lançavam jatos de água bem altos por sobre os espectadores admirados. "Mas é um desperdício de dinheiro. Milhões de apartamentos, mas para quem? Agora os investidores fugiram, e deixaram tudo isso aqui".
Landon Thomas Jr.
New York Times

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