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19 janeiro, 2010

CURSOS - 19-1-10

Governo estimula mestrado profissional

O mestrado profissional tornou-se política de governo. O MEC (Ministério da Educação) começa a incentivar as instituições de ensino superior que oferecem cursos de especialização a apresentar propostas para transformá-los em mestrados profissionais.
Para isso, o órgão investiu em mudanças, previstas na Portaria Normativa nº 7, de junho deste ano. Agora, não é mais preciso que o corpo docente seja composto só por mestres e doutores. Professores com experiência profissional na área podem integrar o quadro.
Muda também o trabalho de conclusão de curso. Passam a valer não só dissertações mas também projetos técnicos, desenvolvimento de produtos e processos, produção artística, de software e de programas de mídia e projetos de inovação tecnológica, entre outros.
"O país precisa qualificar recursos humanos em várias modalidades, e o mestrado profissional é um dos recursos para isso", esclarece Lívio Amaral, diretor de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), reguladora da oferta desses cursos.
Foram recomendados pela Capes 2.823 mestrados --269, ou 9,5%, são profissionais. Os demais são acadêmicos.
A ideia é que as alterações permitam que a modalidade decole, com a criação de cursos. Além disso, estão previstos editais de incentivo à abertura de mestrados profissionais. O primeiro, lançado em outubro, foca a área de saúde.
Conexão
O diretor acadêmico de pós-graduação stricto sensu do Insper, Rinaldo Artes, elogia a medida. A não exigência de dissertação abre um leque maior de oportunidades e atende à demanda dos profissionais, diz.
Para o coordenador do mestrado profissional do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Mario Miyake, a medida acena para que boas pós-graduações lato sensu se tornem mestrados profissionais. Mas a não exigência de dissertação podem fazer com que o curso seja visto como um "mestrado de segunda categoria", diz.
RAQUEL BOCATO
da Folha de S.Paulo

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