CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 10-8-10
Campinas-SP - Cidade quer bens ferroviários
Campinas quer assumir 137 imóveis que formam o patrimônio histórico ferroviário instalado na cidade. Entre eles, as cinco estações da maria-fumaça e o leito por onde circula o trem a vapor nos finais de semana, além da Estação Cultura, Palácio da Mogiana, pontes, casas, caixas d’água, galpões e túneis. O levantamento é parte do inventário concluído esta semana pela Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC), que listou todos os imóveis do acervo que poderão ser transferidos definitivamente para a cidade dentro do acordo firmado no início de julho entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Prefeitura e o Ministério da Cultura (MinC).O secretário-executivo adjunto do MinC, Gustavo Vidigal Cavalcanti, informou ontem que a reivindicação de Campinas já foi apresentada ao ministério e que é possível de ser atendida.
“A reivindicação será analisada”, disse. Por enquanto, afirmou Cavalcanti, os esforços são para a transferência do Palácio da Mogiana e da Estação Cultura para o Município, onde serão implantados projetos culturais em conjunto entre os governos.
Os 137 imóveis de interesse histórico que a Prefeitura pretende assumir envolvem o conjunto ferroviário da Companhia Paulista de Estrada de Ferro (CPEF), da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro (CMEF), da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), da Estrada de Ferro Fulinense (EFF) e da Companhia Ramal Férreo Campineiro (CRFC).
Além da Estação Cultura, dos imóveis do pátio ferroviário e do Palácio da Mogiana, Campinas irá assumir as cinco estações da maria-fumaça, que são remanescentes da Viação Férrea Campinas-Jaguariúna, herdeira da Estrada de Ferro Mogiana. As estações Anhumas, Pedro Américo, Tanquinho, Desembargador Furtado e Carlos Gomes são da década de 20.
O patrimônio pertenceu à extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e é administrado, por um contrato de comodato de 100 anos, pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).
Isso não irá mudar, disse a historiadora e responsável pela CSPC, Daisy Ribeiro. “A ABPF continuará cuidando de tudo. O que muda é que a partir do momento em que os imóveis passam a ser de propriedade do Município, teremos condições de buscar recursos para a recuperação daquele patrimônio”, disse.
Dos 137 imóveis, 23 estão instalados no Complexo Ferroviário Central e são considerados os mais importantes para o projeto de revitalização do Centro. Parte da área central, como a estação e os terrenos onde estão o Centro de Educação Profissional de Campinas Prefeito Antônio da Costa Santos (Ceprocamp), a Estação Cultura, a Rodoviária e o Terminal Metropolitano, estão com o Município desde a assinatura de um termo de permissão de uso.
O patrimônio existente no Município inclui ramais desativados, áreas invadidas com ocupações. É parte do acervo os prédios do fracassado e abandonado Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que operou entre 1992 e 1995, no ramal situado entre a Avenida Governador Joaquim de Souza Campos Jr., Rua Salustiano Penteado, Rua Cesário Motta, Avenida Barão de Itapura e Rua Francisco Eliziário. Há vários terrenos que somam 667,6 mil metros quadrados e construções incluídos, como o túnel de pedestre.
O total de imóveis não operacionais, ou seja, que não estão sendo utilizados pela concessionária do transporte de cargas em Campinas, soma 183 bens, segundo inventário da Rede Ferroviária Federal S.A. A Prefeitura quer todos eles, mas está trabalhando mais intensamente para obter a concessão de uso de 137, que têm valor histórico. Os imóveis da Estação Boa Vista, por exemplo, não estão no inventário porque eles são de uso da ferrovia. Mas é parte do espólio, por exemplo, o Parque 1 da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec). O Ciatec 1, como é chamado, fica na Rodovia D. Pedro I e está em uma gleba de 73 hectares ao lado do ramal ferroviário da antiga Ferrovias Paulistas S.A (Fepasa). Há um embate jurídico sobre a área.
Município e MinC estudam projetos para ocupação
Estação Cultura é um dos três prédios prioritários para uso
Técnicos da Prefeitura e do Ministério da Cultura estão detalhando os projetos de uso e recuperação da Estação Cultura, do Palácio da Mogiana e do Palácio dos Azulejos que receberão R$ 15 milhões, já aprovados pelo Ministério da Cultura, para serem investidos na revitalização daqueles espaços. Esses projetos devem estar concluídos até o final do mês, para que a verba possa ser liberada, disse a historiadora Daisy Ribeiro.
Os investimentos chegarão à estação e ao Palácio da Mogiana com a transferência da posse dos imóveis. O Palácio dos Azulejos receberá recursos para a recuperação por ser o único bem tombado como patrimônio histórico nacional na cidade.
O secretário-executivo adjunto do ministério, Gustavo Vidigal Cavalcanti, disse ontem que a expectativa é que a partir de março os equipamentos culturais comecem a ser instalados nesses espaços. Para a Estação Cultura, a proposta de uso é de um museu hipermídia, contando como a história de Campinas e do Brasil se encontraram durante grande parte do século 20, pela linhas da rede ferroviária brasileira. O museu contará com vídeos, som, fotos, documentação e um conjunto de funcionários apresentando os detalhes de nossa história.
Para os palácios da Mogiana e Azulejos, as propostas ainda estão sendo elaboradas. “Queremos transformar Campinas em polo de política pública cultural”, afirmou o secretário.
Além do uso da estação que será definido pelo grupo de trabalho, já existe um projeto de uso múltiplo para todo o pátio central.
Os imóveis ali existentes — na maioria galpões e prédios de oficina e administrativos — serão utilizados para teatro, escolas, restaurantes, seguindo projeto elaborado pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, mas que necessitará de investidores para ser implantado.
Este projeto, no entanto, depende ainda das definições do consórcio que irá implantar o trem de alta velocidade (TAV) ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e que poderá requerer algumas das construções para uso operacional. Os estudos preliminares definiram que a estação do TAV, além de área de manobra, será na área do pátio central.
Flavio Grieger/Correio Popular
Tereré se transformará patrimônio histórico de Mato Grosso do Sul
O tereré irá se tornar patrimônio imaterial de Mato Grosso do Sul, conforme deliberação do Conselho Estadual de Cultura. A bebida foi considerada a mais tradicional e popular, tornado-se típica e repassada de ‘pai para filho’. O próximo passo é que a deliberação seja aprovada pelo governador do Estado, André Puccinelli.
O registro de bem imaterial é equivalente ao tombamento de uma edificação histórica. O resultado da reunião do Conselho Estadual de Cultura, feita no dia 16 de julho, foi publicado hoje no Diário Oficial do Estado. A arquiteta e analista de atividades culturais, Adriana Gardin, explica que o processo inicial foi levado pela prefeitura de Ponta Porã, para registro de bem imaterial do ‘Tereré de Ponta Porã’.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul resolveu ampliar a iniciativa para o Tereré, sem distinção de Município. A equipe da instituição montou um dossiê, em que foi contada a história da bebida e a importância cultural para o Estado.
No texto publicado nesta quarta-feira, ainda consta a influência em relação a Ponta Porã. “(…) Seu consumo no município remonta ao passado, ao surgimento das comunidades de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero [Paraguai], que floresceram face ao ‘Ciclo da Erva-Mate’, continuando presente nos hábitos da população desta região”. E acrescenta: “(…) Tornou-se bebida típica da região, cuja tradição é passada de pai para filho, elimina as diferenças sociais, promove a interação cultural, propicia o diálogo entre os integrantes das “rodas” – que aproveita o momento para repassar as novidades”.
Em Mato Grosso do Sul, a cerâmica terena e o banho de São João já são considerados bens imateriais. Com a deliberação do conselho, o governador deve aprovar e publicar o decreto, em que institui o Tereré como bem imaterial, deliberação que deve constar no Livro de Registro das Celebrações.
Fonte: Portal do MS
Jornal do Povo de Tres Lagoas
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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