CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 31-8-10
Conhecendo a São Paulo desconhecida dos Turistas
A avenida Paulista e a Liberdade são invadidas por hordas de turistas nos finais de semana. Em algumas ocasiões, é impossível circular na avenida Galvão Bueno, Liberdade, sem esbarrar em alguém. O próprio Vem Ver Sampa recomendou a Paulista e a Liberdade diversas vezes. Outros locais onde turistas parecem formigas em cima de doce são o Mercado da Cantareira (o nosso Mercado Municipal), a rua 25 de Março, o Pátio do Colégio, Estação da Luz e Instituto Butantã. Aliás, o Butantã é um dos pontos prediletos dos gringos.
O fato é que existe uma São Paulo que poucos turistas conhecem, uma cidade onde aglomerações de câmeras e de gente posando para foto são quase inexistentes. E o interessante é que são locais que encarnam/representam muito bem a rotina e o espírito da cidade. Quer realmente conhecer São Paulo? Experimente passear pelos locais citados abaixo:
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA – Com projeto de Oscar Niemeyer e construído com o objetivo de ser um dos principais cartões-postais da cidade, o Memorial vive vazio. São poucos os visitantes que por lá circulam. É uma pena, pois o Memorial abriga um rico patrimônio arquitetônico e um imperdível centro cultural. Experimente conhecer o Pavilhão da Criatividade e seu acervo permanente de indumentárias, esculturas e objetos de uso cotidiano dos povos latino-americanos. A biblioteca do Memorial também merece uma visita. O que o torna ainda mais interessante é sua localização, a poucos metros do Parque da Água Branca, que nos finais de semana abriga uma feira de produtos naturais, e dos shoppings West Plaza e Bourbon. O programa é para o dia todo. O Memorial fica ao lado do terminal Barra Funda no bairro de mesmo nome.
CEASA – Localizado no bairro da Lapa, o Ceasa/Ceagesp é o maior entreposto da América Latina. É realmente imenso. São 44 ruas e 45 pavilhões de legumes, verduras, frutas, flores e carnes. Funciona praticamente 24 horas por dia, sete dias por semana. Esqueça o vai-e-vém dos carregadores e o blá-blá-blá de vendedores e compradores. Concentre-se nos aromas e na incrível diversidade de cores do Ceasa. A variedade (e quantidade) de frutas é de cair o queixo. Os varejões de quarta, sábado e domingo são uma boa opção de passeio e compras. Mas nada como a feira de flores, a maior do gênero no país, que acontece às terças e sexta-feiras no período da manhã. É impressionante. Chama atenção até dos turistas holandeses. Dá vontade de levar um vaso para casa, ainda que ela esteja no interior do Piauí. O melhor é agendar uma visita. Entre aqui e saiba como.
CIDADE UNIVERSITÁRIA/USP – Imagine um local com museus, monumentos, bibliotecas e ainda cercado de verde. Pois imaginou a Cidade Universitária da USP, no bairro do Butantã. Existem museus como o da educação e do brinquedo, arqueologia, de arte contemporânea e até do crime. Um dos mais interessantes é o Museu de Arte Contemporânea – MAC, próximo a Praça do Relógio (tel. 3091-3039). Outra instituição interessante é o Paço das Artes, na Avenida da Universidade (tel. 3814-4832). Com rico acervo de arte moderna e contemporânea o Paço abriga exposições temporárias e eventos. Vale a pena fazer uma visita. Tanto o Paço das Artes quanto o MAC fecham nas segundas-feiras.
PARQUE E PICO DO JARAGUÁ – Apesar de um pouco distante do Centro, o acesso é fácil. O maior atrativo do Parque do Jaraguá é o pico, que leva o mesmo nome do Parque. Situado a mais de mil metros do nível do mar, o Pico do Jaraguá pode ser visto de quase toda a cidade. Lá de cima, nos dias claros (e sem poluição), dá para avistar até a Serra do Mar, no outro extremo da cidade. O parque possui uma infra-estrutura boa, com áreas de lazer, banheiros e churrasqueiras. Quem estiver a fim de uma boa caminhada, pode subir o pico a pé. A trilha é estreita, percorre trechos de mata fechada, mas é atraente. Com um pouco de sorte, pode-se cruzar com animais silvestres como macacos-prego e saguis. Se o visitante não quiser caminhar, dá para subir por uma estrada asfaltada. Vista lá de cima, São Paulo é deslumbrante. Não deixe de levar a camera. Comida não é problema. Pode-se comprar lanches, salgadinhos, sorvetes e refrigerantes, mas eu recomendo a comida de casa mesmo. O único senão é o domingo, quando o parque fica absurdamente cheio.
PARQUE DA CANTAREIRA E HORTO FLORESTAL – Imagine um parque com quiosques, áreas de lazer, lagos,até feira de livro infantil e até animais soltos como capivaras e macacos. Assim é o Horto Florestal, na Zona Norte da Cidade. O lago é muito bonito e a mata exuberante. Quando for ao Horto, não esqueça da camera fotográfica. Nada melhor do que fotografá-lo num dia de sol. Outra vantagem do Horto é sua localização, ao lado do Parque Estadual da Serra da Cantareira. O turista mal sai de um e já está em outro. O Parque da Cantareira possui trilhas que levam a um lago com carpas (por pouco, os peixes vem comer na sua mão) e a chamada Pedra Grande, de onde se descortina uma hipnotizante visão da cidade. Para chegar à Pedra Grande é necessário paciência e fólego. A caminhada é longa, exige bom preparo físico. Outra coisa importante: lanche. Não deixe de levar algo para comer e beber, pois são horas de caminhada. Ao contrário do que muita gente pensa, as trilhas são asfaltadas e com bancos para descanso. O passeio é inesquecível e a vista de São Paulo é maravilhosa.
PARQUE DO ESTADO – Também chamado de Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, é lá que nasce o riacho que dá nome ao bairro vizinho e ao monumento em homenagem à Independência. A região do Parque do Estado é de fácil acesso pela rodovia dos Imigrantes e pelo metrô, que possui linhas de ônibus que passam em frente. Ela abriga o zoológico, jardim botânico e o Zôo Safári – antigo Simba Safari. Para conhecer cada uma dessas atrações é necessário um dia inteiro. O zoológico é um dos maiores do mundo. O jardim botânico, com seus lagos e estufas, dão a impressão de que estamos em outros mundo, não em São Paulo. No Zôo Safári, os visitantes podem circular entre animais soltos com a ajuda de um guia. Com exceção de alguns animais como os felinos, o contato é direto. O passeio tem duração de mais ou menos uma hora. Ideal para quem quer levar criaças. Todas as atrações possuem lugar para comer.
MEMORIAL DO IMIGRANTE – Situado numa região mais afastada do Centro (mais precisamente no bairro da Moóca), o Memorial do Imigrante foi fundado no prédio onde funcionava a antiga Hospedaria dos Imigrantes, construída entre 1886 e 1888. Era para lá que os imigrantes (portugueses, espanhóis, italianos, árabes, japoneses, armênios e outros) se dirigiam antes de seguir viagem -boa parte para as fazendas de café do interior. No seu acervo estão roupas típicas, instrumentos de trabalho, mobiliários e fotografias dos milhares de imigrantes que entraram no Estado de São Paulo. Quem quiser, pode fazer um passeio de Maria Fumaça. Só por curiosidade: o museu abriga uma pequena plantação de café. O telefone do Memorial é 2692-1866.
PARANAPIACABA – O Festival de Inverno de Paranapiacaba atrai todos os anos milhares de turistas para essa vila de Santo André. O Festival ocorre sempre nos meses de julho, quando a neblina e a garoa são constantes. Mas não é preciso esperar julho chegar para curtir Paranapiacaba. A vila oferece atrações o ano todo. Uma das mais procuradas atrações é justamente a área verde que fica ao lado. As trilhas levam a cachoeiras, montanhas e grandes e selvagens trechos de Mata Atlântica. As caminhadas levam, no mínimo, duas horas. Elas só podem ser feitas com guias locais. Não deixe de levar protetor solar e repelente de insetos, eles são muito úteis. Não esqueça também da câmera fotográfica. No mês de abril é realizado o delicioso Festival do Cambuci. Construída por operários ingleses, a vila é um charme. Para chegar, basta pegar o trem até Rio Grande da Serra e embarcar no ônibus para Paranapiacaba. Ela merece ser fotografada. Por falar nisso, você conhece a Estrada Velha de Santos? Mais informações, acesse aqui.
EDIFÍCIO MARTINELLI – O Martinelli é conhecido como o primeiro arranha-céu de São Paulo. Depois de dois anos de reforma, voltou a ser aberto ao público. As visitas devem ser agendadas (tel. 3104-247). Ao contrário do Altino Arantes (ex-Banespa), onde as filas nunca terminam e o acesso é por tempo curtíssimo, o Martinelli oferece visitas guiadas e longas (de até 20 minutos). Uma das maiores vantagens é a sua localização, no Centro Velho. Após apreciar a vista da cidade e a arquitetura do prédio, estique o passeio no Largo de São Bento, Viaduto do Chá, Praça da Sé, Pátio do Colégio…
http://vemversampa.blogspot.com/2010/08/conhecendo-sao-paulo-desconhecida-pelos.html
Múmias do Museu de Arqueologia vistas ao raio X
Estudo inédito em Portugal vai permitir imagens de grande qualidade e inúmera informação sobre as múmias.
Vamos ficar a conhecer os rostos das três múmias egípcias da colecção do Museu Nacional de Arqueologia (MNA). E, mais do que isso, vamos ficar a saber tudo - ou pelo menos muito - sobre a sua condição física na altura da morte, as técnicas usadas para o embalsamamento, o estado de conservação dos corpos e outros segredos que possam ter guardado durante mais de dois mil anos.
Pabasa, filho de Hor e sacerdote Semati, encarregue durante a vida de vestir a estátua do deus Min, foi a segunda múmia a entrar, ontem, nas salas do IMI (Imagens Médicas Integradas) para ser radiografada, primeiro, e em seguida submetida a uma TAC (tomografia axial computorizada).
Antes dela estivera nas mesmas salas uma múmia ptolemaica sem sarcófago e sem nome, e a seguir a Pabasa entrou, para os exames médicos, o sarcófago de Irtieru, a múmia mais antiga da colecção do MNA, e da qual se sabe apenas o nome.
Este estudo - inédito em Portugal -, baptizado como Lisbon Mummy Project, é resultado de uma parceria entre o IMI, que disponibiliza as instalações e a equipa de investigação coordenada por Carlos Prates, a Siemens, que patrocina o projecto e disponibiliza uma estação de trabalho de pós-processamento avançado da informação digital, o MNA, cujo director, Luís Raposo, coordena uma equipa que integra o egiptólogo Luís Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, e o arqueólogo Álvaro Figueiredo, do University College de Londres.
"Na última década tem-se feito muito este tipo de exames, mas em Portugal é a primeira vez. O que é inovador é a qualidade com que se vai obter os dados - e isso confere ao projecto um interesse internacional", sublinha Luís Raposo.
As três múmias chegaram às instalações do IMI na Avenida da República logo de manhã, num camião de transporte especial, com todos os cuidados para a conservação dos dois sarcófagos e do corpo sem sarcófago. Luís Araújo não escondia o entusiasmo com a possibilidade de os exames virem a revelar a existência de amuletos colocados entre as faixas que envolvem as múmias - algo bastante comum no Antigo Egipto. Mas ao princípio da tarde as imagens recolhidas no raio X e na TAC indicavam que nestas três múmias não existem amuletos.
Uma "frustração" para o egiptólogo, mas que não retira interesse ao projecto. As primeiras imagens da múmia ptolemaica rodavam já no computador - instalado na sala de trabalho do piso de baixo do IMI, baptizada "per-ankh" (casa da vida) - e permitiam já ver claramente que a dentição é perfeita. Ainda é cedo para tirar conclusões, e Carlos Prates mantém-se cauteloso, avisando que demorará alguns meses a analisar as "centenas de milhares" de imagens que se vão obter agora - "três meses para as primeiras impressões", arrisca.
Sabe-se que a múmia de Pabasa é proveniente da Colecção Palmela e foi doada ao museu em meados do século XX. A origem das outras é desconhecida, embora Luís Araújo admita que possa ser a mesma.
Alexandra Prado Coelho
Publico.pt
Múmias do Museu de Arqueologia vistas ao raio X
Estudo inédito em Portugal vai permitir imagens de grande qualidade e inúmera informação sobre as múmias.
Vamos ficar a conhecer os rostos das três múmias egípcias da colecção do Museu Nacional de Arqueologia (MNA). E, mais do que isso, vamos ficar a saber tudo - ou pelo menos muito - sobre a sua condição física na altura da morte, as técnicas usadas para o embalsamamento, o estado de conservação dos corpos e outros segredos que possam ter guardado durante mais de dois mil anos.
Pabasa, filho de Hor e sacerdote Semati, encarregue durante a vida de vestir a estátua do deus Min, foi a segunda múmia a entrar, ontem, nas salas do IMI (Imagens Médicas Integradas) para ser radiografada, primeiro, e em seguida submetida a uma TAC (tomografia axial computorizada).
Antes dela estivera nas mesmas salas uma múmia ptolemaica sem sarcófago e sem nome, e a seguir a Pabasa entrou, para os exames médicos, o sarcófago de Irtieru, a múmia mais antiga da colecção do MNA, e da qual se sabe apenas o nome.
Este estudo - inédito em Portugal -, baptizado como Lisbon Mummy Project, é resultado de uma parceria entre o IMI, que disponibiliza as instalações e a equipa de investigação coordenada por Carlos Prates, a Siemens, que patrocina o projecto e disponibiliza uma estação de trabalho de pós-processamento avançado da informação digital, o MNA, cujo director, Luís Raposo, coordena uma equipa que integra o egiptólogo Luís Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, e o arqueólogo Álvaro Figueiredo, do University College de Londres.
"Na última década tem-se feito muito este tipo de exames, mas em Portugal é a primeira vez. O que é inovador é a qualidade com que se vai obter os dados - e isso confere ao projecto um interesse internacional", sublinha Luís Raposo.
As três múmias chegaram às instalações do IMI na Avenida da República logo de manhã, num camião de transporte especial, com todos os cuidados para a conservação dos dois sarcófagos e do corpo sem sarcófago. Luís Araújo não escondia o entusiasmo com a possibilidade de os exames virem a revelar a existência de amuletos colocados entre as faixas que envolvem as múmias - algo bastante comum no Antigo Egipto. Mas ao princípio da tarde as imagens recolhidas no raio X e na TAC indicavam que nestas três múmias não existem amuletos.
Uma "frustração" para o egiptólogo, mas que não retira interesse ao projecto. As primeiras imagens da múmia ptolemaica rodavam já no computador - instalado na sala de trabalho do piso de baixo do IMI, baptizada "per-ankh" (casa da vida) - e permitiam já ver claramente que a dentição é perfeita. Ainda é cedo para tirar conclusões, e Carlos Prates mantém-se cauteloso, avisando que demorará alguns meses a analisar as "centenas de milhares" de imagens que se vão obter agora - "três meses para as primeiras impressões", arrisca.
Sabe-se que a múmia de Pabasa é proveniente da Colecção Palmela e foi doada ao museu em meados do século XX. A origem das outras é desconhecida, embora Luís Araújo admita que possa ser a mesma.
Alexandra Prado Coelho
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