ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

05 novembro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 5-11-10

Nero comia numa sala de jantar giratória

O salão de banquetes que "rodava perpetuamente dia e noite, imitando o movimento dos corpos celestes", como o descreveu o historiador latino Suetonius, foi descoberto no Palácio Dourado, mandado construir pelo imperador Nero em Roma. O movimento da sala era possível graças a quatro mecanismos de esferas, impulsionados por um constante fluxo de água
A reputação do imperador Nero não é a das melhores: os historiadores do seu tempo descreveram--no como um dos líderes mais cruéis, depravados e megalómanos de Roma, que matou a mãe e o meio-irmão e continuou calmamente a tocar lira enquanto a capital do império ardia. A recente descoberta não vem alterar uma vírgula a esta história, apenas acrescentar uma excentricidade: o imperador de 54 a 68 d.C. tinha um salão de banquetes giratório.
Com quase dois mil anos, a sala foi agora descoberta no topo do monte Palatino, um dos quatro ocupados pelo Domus Aurea (Palácio Dourado) que Nero mandou construir depois do grande incêndio de Roma, em 64 d.C. O salão de banquetes tinha um diâmetro de 16 metros e o pilar que o suporta, quatro metros. A estrutura girava graças ao movimento de quatro mecanismos esféricos, impulsionados por um constante fluxo de água.
"Isto não pode ser comparado a nada do que sabemos da arquitectura romana", disse o arqueólogo Françoise Villedieu, que fez uma visita guiada a um grupo de jornalistas. "O coração de todas as actividades na Roma Antiga era o banquete, junto com alguma forma de entretenimento", disse o responsável pelo Departamento de Arqueologia da capital italiana, Angelo Bottini. "Nero era como o Sol e as pessoas giravam em volta do imperador", acrescentava.
A divisão agora encontrada não era contudo desconhecida, tendo sido descrita por um contemporâneo do imperador. "A principal sala de banquetes era circular e rodava perpetuamente dia e noite, imitando o movimento dos corpos celestes", escreveu o historiador Suetonius, autor da biografia de 12 imperadores. "Todas as salas de jantar tinham tectos adornados com marfim, cujos painéis podiam ser recolhidos e deixar cair uma chuva de flores sobre os seus hóspedes", relatou.
Desta área do palácio, podia apreciar-se uma visão panorâmica do Fórum Romano e um lago, drenado pelos sucessores de Nero que aí construíram o Coliseu. Mas o próprio imperador não apreciou o palácio durante muito tempo. A construção terminou em 68 d.C., ano em que Nero se suicidou após ser derrubado do trono. Os mármores, as jóias e o marfim do Domus Aurea foram retirados do edifício, sobre o qual foram construídos outros espaços. O palácio foi redescoberto no séc. XV.

São Caetano tem potencial para mais tombamentos
A cidade de São Caetano tem condições de ter mais patrimônios - materiais e imateriais - tombados. A opinião é do presidente da Fundação Pró-Memória do município, Clóvis Antônio Esteves, que também será um dos integrantes do Conprescs (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural e Ambiental de São Caetano), que deverá ser criado oficialmente até o fim de novembro.
Entre os primeiros locais a serem tombados pelo conselho estão o Museu Histórico, no bairro Fundação, e a Igreja Matriz Sagrada Família, na Praça Cardeal Arcoverde. Os dois endereços serão somados à Igreja São Caetano, mais conhecida como Matriz Velha. O santuário já é tombado por lei municipal.
Para Esteves, a cidade tem outros pontos que devem ser tombados. Apesar de ainda não haver discussões sobre os locais, o presidente lista o Monumento aos Autonomistas, na esquina da Avenida Goiás com a Rua Espírito Santo, e a praça Ermelino Matarazzo, onde está localizada a antiga Matriz. "Foi lá que começou tudo nesta cidade", avalia.
No entanto, não só bens materiais que podem se tornar patrimônios históricos tombados. Esteves considera que a festa italiana do município, realizada anualmente, tem grande potencial para integrar a lista. "A festa italiana é uma tradição da cidade, resgata a imigração, os modos e os costumes italianos", considera.
IMPORTÂNCIA - De acordo com o presidente da Fundação, o tombamento é importante pois ajuda a "preservar as características para poder deixar uma imagem e uma referência para o futuro". A partir do tombamento, qualquer interferência no visual do imóvel ou do monumento deve ser avaliada pelo conselho do patrimônio histórico local.
REGIÃO - Ao todo, o Grande ABC tem 46 patrimônios históricos tombados. Em São Bernardo, são 21 os locais preservados. Já em Santo André, os patrimônios chegam a 12, contra nove em Mauá, dois em Ribeirão Pires, um em São Caetano e um em Rio Grande da Serra. A Prefeitura de Diadema foi contatada, mas não respondeu a quantidade de bens tombados no município.
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC

Marcadores: , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial