CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 22-11-10
Berlusconi devolve pénis e mãos a esculturas clássicas
Silvio Berlusconi ordenou a restauração do pénis e das mãos das estátuas romanas expostas no seu gabinete
O conjunto de estátuas romanas de Marte e Vénus, expostas no gabinete do líder italiano Silvio Berlusconi, recebeu um novo pénis e duas novas mãos. O arranjo foi levado a cabo sob "ordens expressas do primeiro-ministro" e custou cerca de 70,000 euros, afirmou o diário La Repubblica.
O diário acrescenta que não foram respeitadas as técnicas tradicionais de restauração, e que a despesa é chocante tendo em conta os cortes nas verbas para o património artístico. "Isto é uma cirurgia estética autêntica, levada a cabo pelo capricho pessoal do primeiro-ministro", afirmou Manuela Ghizzoni, deputada encarregue da cultura do Partido Democrático, o partido da oposição.
"Por que é que na China as esculturas parecem novas enquanto às nossas faltam braços e cabeças?", terá dito Berlusconi a Mario Catalano, o seu arquiteto pessoal, quando lhe entregaram as estátuas, emprestadas do museu Terme di Diocleziano. As estátuas de mármore do deus romano da guerra e da deusa do amor e da beleza datam do século II e estão expostas na entrada oficial do Palazzo Chigi, o gabinete oficial do primeiro-ministro italiano.
Os pénis eram arrancados frequentemente das estátuas romanas antigas devido ao puritanismo defendido na era Cristã, ou para serem levados como recordação. Mario Catalano afirmou que a restauração foi autorizada e que as partes do corpo adicionadas eram "removíveis".
Berlusconi está atualmente envolvido em dois escândalos sexuais, num deles uma mulher afirma que dormiu com o líder italiano duas vezes por 10,000 euros e que lhe foram oferecidas drogas na villa do líder.
Natália Pinto (www.expresso.pt)
Descoberta língua do Peru pré-hispânico
Documento do século XVI revela que indígenas herdeiros da cultura moche, precursora dos incas, tinham um sistema de escrita próprio
Não é de hoje que a pechincha é praticada no Peru. Um documento da cultura moche, encontrado em Magdalena de Cao Viejo, no complexo arqueológico de El Brujo, ao norte do país, revela uma discussão sobre o preço de um tipo de tecido datada do século XVI. Mais importante do que a barganha, o verso do documento apresenta uma lista de anotações com a tradução dos números em espanhol para numerais arábicos e para a linguagem moche.
Para Jeffrey Quilter, diretor do projeto arqueológico de Magdalena de Cao Viejo e curador do Museu Peabody, em Harvard, a descoberta mostra que as interações entre os nativos sul- americanos e espanhóis eram muito mais complexas do que se havia imaginado.
O pequeno pedaço de papel foi encontado em 2008, mas a recente análise do documento revela a tentativa de quem o escreveu de compreender o funcionamento do sistema numérico da antiga civilização. Outra revelação importante trazida pelo documento foi a de que o povo moche provavelmente adotava o sistema decimal.
A cidade de Magdalena de Cao Viejo foi construída sobre um antigo templo moche abandonado e tornou-se uma redução, povoado no qual grupos de nativos eram forçados a viver sujeitos às tentativas dos colonizadores espanhóis de civilizá-los e cristianizá-los.
Heloísa Broggiato é jornalista, tradutora, cientista políica e mestre em política internacional e segurança pela Universidade de Bradford, na Inglaterra
Heloísa Broggiato
Por que é que na China as esculturas parecem novas enquanto às nossas faltam braços e cabeças?, terá perguntado Berlusconi. Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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