EXPOSIÇÕES - 5-11-10

Rio de Janeiro-RJ - Sob ângulos radicais

Um dos inovadores da fotografia no século XX, o russo Aleksandr Ródtchenko ganha mostra no Rio
Divulgação

Um páreo no hipódromo de Moscou, em registro de 1935: forte apelo dramático

Degraus, imagem feita pelo artista em 1929: visão de cima revela belo grafismo

Desde o ano passado, o Instituto Moreira Salles passou a expor a produção de fotógrafos que não pertencem a sua rica coleção. Começou com o modernista nova-iorquino Paul Strand (1890-1976), e o projeto prosseguirá em 2011 com Manuel Álvarez Bravo (1902-2002), considerado o pai da fotografia mexicana. Entre um e outro, o “forasteiro” da vez é o fotojornalista e designer russo Aleksandr Ródtchenko (1891-1956), que a partir de sexta (5) terá em exibição 140 imagens e 160 trabalhos gráficos no complexo cultural da Gávea. Pertencente à Casa da Fotografia de Moscou, o acervo tem curadoria de Olga Svíblova, diretora do museu russo, em parceria com Sergio Burgi, do IMS.
Bem antes de lidar com câmeras como a Leica, Ródtchenko estudou pintura na Escola de Arte de Kazan, entre 1910 e 1914. Afinado com criadores ligados ao construtivismo, a exemplo de Malevich e de Popova, expôs ativamente suas telas até 1922. Dois de seus quadros — Círculo Branco e Não-Objeto, ambos de 1918 — foram vistos por aqui em 2009, na coletiva Virada Russa, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil. Foi a partir de 1923 que ele trocou os pincéis pelas lentes, ao tornar-se colaborador da revista LEF, editada por Maiakovski. Ródtchenko criou, inclusive, várias capas de livros do poeta. Outro cliente famoso que teve foi o cineasta Serguei Eisenstein. São de sua autoria, por exemplo, os cartazes do clássico O Encouraçado Potemkin. “Ele foi o profissional que introduziu o pensamento conceitual na fotografia”, afirma Burgi. “Buscava enquadramentos sob pontos de vista radicais, como de cima para baixo, além de detalhes nos ângulos.”
Aleksandr Ródtchenko: Revolução na Fotografia. Instituto Moreira Salles. Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, 3284-7400. Terça a sexta, 13h às 20h; sábado, domingo e feriados, 11h às 20h. Estac. Grátis. Até 6 de fevereiro de 2011. A partir de sexta (5). www.ims.com.br. Veja Rio


Rio de Janeiro-RJ - Abracadabra: Circo, Brincadeiras e Diversões na arte popular — Acervo Museu Casa do Pontal. Como o extenso nome diz, esta mostra reúne esculturas em terracota produzidas por mestres de vários estados. Entre outras, estão criações de Antonio de Oliveira (Belmiro Braga, MG), Adalton Lopes (Niterói, RJ) Heleno Manuel (Caruaru, PE) e Maria de Lourdes Cândido (Juazeiro do Norte, CE). Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Rua Benedito Hipólito, 125, Praça Onze, 2224-8283.a Praça Onze. Segunda a sexta, 9h às, 21h. Grátis. Até dia 30. A partir de sexta (5), às 15h. Veja Rio


RIO DE JANEIRO-RJ - LUIZ MONKEN. Em sua terceira individual na galeria de Mercedes Viegas, o petropolitano radicado no Rio Luiz Monken exibirá quinze trabalhos inéditos em diversos formatos, com curadoria de Zalinda Cartaxo. Da série Tanto serão apresentadas quatro composições construídas a partir de fragmentos de cerâmica industrializada colados sobre madeira. Outras seis criações, integrantes do conjunto batizado Desenhos, são montadas com cortes em madeira queimada ou pintada. Da série Pinturas Secas há duas obras com tábuas carbonizadas e aguada acrílica. Completam a mostra dois objetos e uma instalação feita de azulejos brancos com imagens impressas de pedras e tensionados por cabos e molas de aço na parede. R$ 5.000,00 a R$ 20.000,00. Mercedes Viegas Arte Contemporânea. Rua João Borges, 86, Gávea, 2294-4305. Segunda a sexta, 12h às 20h; sábado, 16h às 20h. Grátis. Até 4 de dezembro. A partir de sexta (5). www.mercedesviegas.com.br.Veja Rio


RIO DE JANEIRO-RJ - SILVIO TENDLER / HÁ MUITAS NOITES NA NOITE. Dublê de cineasta e artista visual, Tendler elaborou a videoinstalação Há Muitas Noites na Noite em homenagem a Ferreira Gullar, que completou 80 anos em setembro. A inspiração veio de Poema Sujo, obra que ele considera a mais ousada do escritor e artista plástico, autor também do Manifesto Neoconcreto, de 1959, juntamente com Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanúdis. Sobre as mesas do Café Literário do Oi Futuro Ipanema serão projetados diversos vídeos inspirados no livro escrito em 1975, durante o exílio de Gullar em Buenos Aires, e publicado no Brasil no ano seguinte. Na entrada da sala de exposições estarão fotografias do escritor em casa, ao lado de seus livros e quadros. Oi Futuro Ipanema. Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema, 3201-3000, a General Osório. Terça a domingo, 13h às 21h. Grátis. Até 18 de dezembro. A partir de domingo (7). www.oifuturo.org.br. Veja Rio

RIO DE JANEIRO-RJ - VERTENTES II. Coletiva com trabalhos de Camões, Eduardo Argüelles, Giovanni Gargano e Roberto de Souza, todos integrantes da Academia Brasileira de Belas Artes. No acervo, Camões vai mostrar recriações de paisagens do Rio Antigo adicionando cores num estilo iconográfico próprio. Argüelles apresentará telas com bailarinas, mulheres em cenas de intimidade e uma natureza-morta. Giovanni exibirá sua série de telas abstratas Tramas. Já Roberto comparece com retratos realistas da Lapa, de Ipanema e da Lagoa, com resultado que lembra a fotografia. R$ 1 800,00 a R$ 15 000,00. Marly Faro Galeria de Artes. Rua Aníbal de Mendonça, 221, Ipanema, 2259-9417. Segunda a sexta, 12h30 às 19h30; sábado, 9h30 às 13h30. Grátis. Até dia 24. A partir de sexta (5). Veja Rio