ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

08 dezembro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 8-12-10

Noel Rosa recebe poucas homenagens em seu centenário


RIO - RIO - Desde sua redescoberta, nos anos 50, quando Aracy de Almeida fez na extinta Continental discos com sucessos de Noel Rosa, a obra do Poeta da Vila vem sendo gravada e regravada sem parar. Merecidamente, ele virou um clássico obrigatório, atemporal e ainda atual como o compositor e letrista que formatou o samba carioca. O que pode explicar o fato de, no seu centenário, serem poucas as homenagens, seja em disco, livro, teatro, TV.
Na área editorial, o lançamento que merece mais destaque é "Noel Rosa, o poeta do samba e da cidade" (Casa da Palavra), assinado por André Diniz. A noite de autógrafos é amanhã, a partir das 19h, no Trapiche Gamboa, com um show da cantora e atriz Soraya Ravenle recriando clássicos do personagem. Trata-se de um livro de arte, fartamente ilustrado, que propõe uma viagem pela cidade através da música e da poesia de Noel. Diniz é um hábil escriba apaixonado por samba e por outros aspectos da cultura musical brasileira. É um autor que sabe, e bem, como partir de informações de segunda mão para unir fatos, detalhes, formas e conteúdos de modo a dar à narrativa cara de nova.
Acompanha o livro de Diniz um CD que merece ganhar edição independente, sobretudo num ano em que poucas vezes Noel Rosa teve sua obra adequadamente revisitada. Com cuidadosa produção de João Carlos Carino e excelentes arranjos de Alessandro Cardoso, dez sambas e uma marcha são acrescentados à discografia do compositor. Sete são cantados por Alfredo Del Penho, um dos melhores e mais bem-informados intérpretes de música brasileira da chamada "geração Lapa". Dois são boas-vindas a Soraya Ravenle ao mundo de Noel. E dois outros, "Três apitos" e "Mulato bamba", são uma feliz volta ao disco do noelino Carlos Didier, que emprestou seu aval ao texto de Diniz. Além desse, um pequeno livro de arte, "Gravando Noel" (Villa Olívia), traz 19 músicas do poeta ilustradas por artistas como Solange Palatnik e Fausta Boscacci.
Dois outros tributos em disco foram produzidos para celebrar a data. Nesta terça-feira, no Rio Scenarium, acontece o lançamento de "Scenarium de Noel", álbum do grupo Scenarium Musical, formado pelos jovens alunos do Instituto Rio Scenarium, que interpretam sete sucessos do compositor e o homenageiam em duas canções novas. O CD não será comercializado, mas suas músicas poderão ser baixadas gratuitamente no site www.rioscenarium.com.br.
Mais um show celebra o poeta, amanhã: a cantora Cristina Buarque e o músico Henrique Cazes fazem o espetáculo "Sem tostão", às 19h, no Teatro Rival, dentro do programa Palco MPB.
Já o produtor Marcelo Fróes é o idealizador e o produtor executivo, para seu selo Discobertas, de "Noel Rosa: Universidade da Vila", disco no qual Joyce, Zélia Duncan, Isabella Taviani, Ivan Lins, Jorge Vercillo e Paulinho Moska interpretam, cada um, dois sucessos do compositor. Com produção musical de Clemente Magalhães, o encarte do CD - que só chegará às lojas em janeiro - trará textos do de Luiz Ricardo Leitão, autor de "Noel Rosa: Poeta da Vila, Cronista do Brasil".
A homenagem musical mais interessante, e inusitada, aconteceu na semana passada em São Paulo, no show que juntou Paulo Miklos, um dos cantores dos Titãs, e o grupo paulistano Quinteto em Branco e Preto. Programado para a série "Noel Rosa, um novo século" do CCBB de São Paulo - que também reúne Jards Macalé e Brasov; Marina de la Riva e Benjamim Taubkin; e Arto Lindsay, Kassin, Moreno Veloso, Domenico Lancellotti, Pedro Sá e Luís Filipe de Lima, este o idealizador da iniciativa -, o projeto de Miklos cresceu. Será apresentado em outros palcos e vai virar um documentário, com direção de Alex Miranda. Apesar de sua origem roqueira, Miklos preferiu se cercar de sambistas, com a formação de um regional - violão sete cordas, cavaquinho, surdo, tamborim e pandeiro -, sem tirar a música de Noel de seu formato habitual. (Reportagem de Antônio Carlos Miguel, João Máximo e Leonardo Lichote)
O Globo

Documentação histórica inédita é localizada pela equipe do Instituto Arqueológico de Ilhabela
As recentes pesquisas realizadas pela arqueóloga Cintia Bendazzoli que coordena o Projeto de Gestão e Diagnóstico Arqueológico de Ilhabela, através do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico de Ilhabela (IHGAI), lotado na Secretaria Municipal de Cultura, resultaram na localização de dois importantes documentos sobre a história da cidade. O primeiro deles é o documento original assinado pelo então governador da província de São Paulo Sr. Antonio José da Franca e Horta, que determinava a criação de Villa Bella da Princesa na ilha de São Sebastião e a sua desanexação da Vila de São Sebastião, no continente. Esse documento datado de 03 de setembro de 1805, dia em que é comemorado o aniversário da cidade, aponta ainda a necessidade da construção de uma casa de câmara e cadeia, e a instalação de um pelourinho. Apesar da transcrição desse documento já ter sido divulgada em uma publicação datada de 1958 e posteriormente publicada no livro “Uma viagem pela história do arquipélago de Ilhabela” de Nivaldo Simões, o documento original ainda não havia sido localizado.
As pesquisas que vêm sendo realizadas pela arqueóloga Cintia Bendazzoli e sua equipe, resultaram na localização deste documento notável que se constitui no importante marco criador de Villa Bella da Princesa, atual Ilhabela. Outro documento inédito, e de igual importância, localizado pela arqueóloga e sua equipe consiste na primeira ata da então recém criada Câmara de Villa Bella da Princesa. Neste documento constam as nomeações para os principais cargos a serem exercidos em Villa Bella, como o do primeiro Capitão Mor, Juiz, Vereadores e Procurador. À exceção do cargo de Capitão Mor ocupado primeiramente por um dos mais importantes membros da elite na época, Julião de Moura Negrão, os demais membros que ocuparam os principais cargos na Câmara de Villa Bella da Princesa eram completamente desconhecidos até a descoberta deste importante documento.
Datado de 08 de fevereiro de 1806 e endereçado ao governador da Província Antonio José da Franca e Horta, este documento também descreve as solenidades que acompanharam a eleição dos cargos e as festividades em decorrência dessa nova fase na história da pequena vila. Devido a grande importância e ineditismo deste documento, segue um pequeno trecho transcrito em que constam as definições dos cargos ocupados: “Participamos a vossa excelência que no dia 23 de janeiro próximo pretérito, pelo doutor corregedor Joaquim Procópio Picão Salgado, presentes a câmara Capitão Mor; Cleros (ilegível) e grande parte do povo da vila de São Sebastião foi ereta nesta ilha supradita com a solenidade e vivas do costume a nova vila com o título de Villa Bella da Princeza no lugar denominado a Capela, por ser o mais cômodo e apto para uma grande povoação, e o mais freqüentado de moradores e das embarcações mercantes. Foram eleitos para juízes e presidentes; Julião de Moura Negrão e Antônio Lourenço de Freitas, para vereadores José de Moura Negrão, Rafael Pinto da Rocha, o Alferes Joaquim Garcia Veiga e para procurador o Alferes José Pacheco do Nascimento”...
Devido à grande importância desses documentos para a compreensão dos processos de criação de Villa Bella da Princesa e do início de sua jurisdição própria, bem como as novas informações sobre as diferentes personalidades que ocuparam cargos de grande destaque no cenário colonial desse vilarejo, uma imagem de cada documento será cedida pela arqueóloga à Câmara Municipal de Ilhabela. Essas imagens deverão compor a nova exposição do Centro de Memória Legislativa, organizado pelo Presidente da Câmara Sr. Valdir Veríssimo, e que deverá inaugurar já no início do mês de dezembro. Os interessados em conhecer o conteúdo completo desse material inédito deverão aguardar para visitar o acervo desta nova e importante exposição documental.

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