CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 23-3-11
No trilho do tesouro escondido
Julio Monteiro/Agência BOM DIA
Museu da Companhia Paulista tem documentos organizados pela Fatec Jundiaí e deve mudar de pasta
Materiais de porte continuam à espera de parcerias de recuperação no Complexo Fepasa, mas documentação teve avanços com trabalho técnico e museu segue para a Secretaria de Cultura
Prestes a ser incorporado pela Secretaria Municipal de Cultura, o Museu da Companhia Paulista revela um tesouro histórico para a cidade e o país. São 174 caixas de documentos que finalmente foram organizadas com dados a partir de 1869.
“A gente sente que está lidando com algo importante para a memória coletiva”, diz Ariane Saavedra, estudante de tecnologia da informação da Fatec Jundiaí, ao lado das colegas Jaqueline Aoki e Fernanda Estrella.
O projeto de recuperação, financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), é uma parceria da escola pública com a Unesp (Universidade Estadual Paulista), também ligada ao governo estadual.
O projeto também já desenvolve um site próprio na internet, reunindo boa parte do material em formato digital, e trabalha em um portal exclusivo para o Museu da Companhia Paulista.
Inaugurado em 1995 pelo então governador Mário Covas (ele mesmo um entusiasta dos trens, que chegou a testar o Expresso Azul que foi ancestral do atual Expresso Turístico), o museu é o coração do Complexo Fepasa, tombado como patrimônio cultural e com planos do governo para incorporar a antiga estação da Paulista.
Os estudantes da Fatec Jundiaí tiveram que usar luvas, máscaras e muito cuidado no manuseio dos documentos antigos, em normas orientadas pelo Arquivo do Estado.
“É nosso papel estudar formas de como uma faculdade pública de tecnologia desenvolve funções junto à comunidade”, afirma a coordenadora Lívia Louzada Brandão.
Os documentos, que registram a história da lendária Companhia Paulista de Estradas de Ferro desde o início de sua construção, que foi inaugurada em 1872 no trecho entre Jundiaí e Campinas. E curiosidades como o fato da estação de Louveira ter como seu primeiro nome o mesmo do rio que corta a cidade: Capivary.
Para Murilo Bonessio e Rodney Macena, estudantes que trabalham na sistematização do site ligado à Fatec e Unesp que vai guiar visitantes pelos documentos, o trabalho é definido como fascinante. “E têm os desafios técnicos”.
Os documentos estavam em caixas poliondas azuis, típicas de escritórios há poucas décadas. Agora o trabalho deve entrar na parte de bibliografia, onde o museu guarda um acervo estimado em 30 mil títulos. Um aspecto novo é que o sistema Fatec, do Centro Paula Souza, acaba de ter reconhecida sua autonomia universitária.
O projeto foi anunciado em 2010 pelo diretor da Fatec, Antonio Galhardi, e pela diretora do museu, Karin Bizarro.
Outra novidade do Museu da Companhia Paulista é que suavinculação deve finalmente ser com a Secretaria deCultura. A prefeitura diz que a transferência está em “trâmites internos”.
Museu da Energia entra em reforma
A Fundação Energia e Saneamento suspendeu a visitação pública do Museu da Energia de Jundiaí até o mês de maio (com exceção do Cinergia, cineclube que tem sessão na tarde do próximo sábado). O motivo são reformas na estrutura depois das fortes chuvas de janeiro e fevereiro, que teriam atingido áreas de acesso dos visitantes. Uma programação especial está sendo preparada para a Semana Nacional dos Museus, que envolve a data de 18 de maio com o tema “museu e memória”.
José Arnaldo de Oliveira
Agência BOM DIA
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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