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s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

11 maio, 2011

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 11-5-11

Arqueologia na Amazônia ajuda entender nossa cultura


SÃO PAULO – A segunda conferência do curso Repórter do Futuro, módulo descobrindo a Amazônia, foi realizada pelo professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Eduardo Goes Neves. Doutor em Arqueologia pela Universidade de Indiana, Estados Unidos, Eduardo apresentou os principais aspectos e características dos sítios arqueológicos da região Amazônica.
Eduardo explicou que para todas as obras e construções tem que haver estudos sobre as perdas arqueológicas que elas podem acarretar, por esse motivo há muitos investimentos na Amazônia, principalmente de empresas como a Petrobras e a Vale (que mais empregam arqueólogos no Brasil). Apesar do crescimento na quantidade de estudos e pesquisadores trabalhando na região, o professor teme que todo esse conteúdo não seja, necessariamente, revertido em conhecimento válido.
Segundo ele a diversidade cultural dos povos antigos que habitavam a Amazônia, era maior do que nas regiões sul e sudeste. A grande variabilidade de gravuras e peças de cerâmica e pedra, ricamente decoradas e desenhadas, se destaca destas outras regiões, onde os achados são mais homogêneos. Havia também inúmeras línguas faladas pelas tribos da Amazônia, o que ajudou a mapear essa diversidade cultural. Para Eduardo “é importante destruir a idéia que índio é tudo igual”.
Esses povos domesticaram diversas espécies de plantas, mas não fizeram o mesmo com muitos bichos, explica o professor, por isso a imunidade deles a doenças infecciosas era muito baixa. “Em 200 anos, os europeus esvaziaram as calhas do Rio Amazonas”, e a floresta cresceu nessas áreas não mais ocupadas, enterrando outra grande quantidade de sítios.
O governo militar transmitia uma visão da Amazônia como um grande vazio, uma terra sem homens, mas relatos de viajantes europeus da época do descobrimento do Brasil, afirmam que havia muita gente vivendo na região, principalmente perto dos rios, e a arqueologia confirma esses relatos. Os rios Madeira e Amazonas carregam muitos sedimentos, devido ao degelo da Cordilheira dos Andes, e fertilizam suas margens. Por isso essas áreas eram eleitas pelos povos antigos para fazerem seus lares, e hoje, nelas se encontram inúmeros sítios arqueológicos.
Eduardo acredita que o contato com os índios e moradores locais é muito importante para a arqueologia. A cultura de seus ancestrais é transmitida pela tradição oral, incluindo a localização das terras que eles habitavam. Contou que certa vez um morador, ao entender o seu trabalho, disse que ele estava trabalhando na região errada, e o levou até o local onde seus antepassados viviam. Entretanto, assume que esse contato é muito difícil, porque os pesquisadores ainda são vistos com certo receio por eles.
MARTA BARBOSA DOS SANTOS (*)
(*) É estudante de Jornalismo da PUC/SP e participa do curso “Repórter do Futuro”, módulo "Descobrindo a Amazônia".
A arqueologia contribui para conhecer os costumes indígenas de mais de 500 anos atrás, afirma o doutor em Arqueologia Eduardo Neves em palestra a estudantes de Jornalismo da PUC-SP

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