ATUALIDADES - 9-6-11
Internet cresce depressa demais. A rede aguenta?
Especialistas preocupados com velocidade «de partir o pescoço»
A Internet está a crescer a um ritmo alarmante, de tal forma que os especialistas já temem que a rede não consiga aguentar a sobrecarga.
Uma infografia publicada pela CNN Money mostra uma expansão «à velocidade da luz». De acordo com as previsões da Cisco, a dimensão da «World Wide Web» vai quadruplicar em quatro anos. Só entre 2014 e 2015, a rede vai crescer 17,2 exabytes por mês. O crescimento esperado para esse ano equivale ao tráfego total registado em 2010.
O tráfego móvel deverá crescer 26 vezes até 2015. Mas ainda tem muito espaço para isso: a seis exabytes por mês, o tráfego móvel continuará a representar apenas 8% do total.
Nesse mesmo ano, o tráfego gerado pelos tablets será superior a todo o tráfego móvel registado em 2010, e cerca do triplo do registado em 2009.
O recurso ao vídeo é um dos problemas. Representou 53% do tráfego registado no ano passado. A 47 exabytes por mês até 2015, vai representar em breve dois terços do tráfego total.
Mas não são só os produtos consumidos que estão a mudar. A maior fatia de tráfego sempre teve origem nos EUA, mas agora estão a ser ultrapassados¿ pela Asia. A Cisco acredita que em 2015, o tráfego gerado no Oriente estará 8% acima do gerado nos EUA. Com crescimentos muito rápidos, a empresa identifica ainda outras regiões, como Africa e Médio Oriente e a América Latina.
Contas feitas, no total, haverá 15 mil milhões de aparelhos ligados em 2015, o suficiente para 2 ligações por pessoa. Os números são claramente impulsionados pelos países desenvolvidos, onde as pessoas detêm vários aparelhos com ligação à net, mas 42% da população mundial terá uma ligação à Internet daqui a quatro anos, de acordo com as previsões da Cisco.
Se passou o artigo inteiro a perguntar-se o que é um exabyte, aqui vem a explicação: um exabyte equivale a um quintilião de bytes. Até agora, o tráfego na Internet mede-se em exabytes por mês. Mas em 2015, o tráfego vai aproximar-se de um zettabyte (1 sextilião de bytes) por mês, pela primeira vez na história, e deverá ultrapassar essa barreira em 2016.
Aqui fica a escala:
1 kilobyte = 1.000
1 megabyte = 1.000.000
1 gigabyte ¿ 1.000.000.000
1 terabyte = 1.000.000.000.000
1 petabyte = 1.000.000.000.000.000
1 exabyte = 1.000.000.000.000.000.000
1 zettabyte = 1.000.000.000.000.000.000.000
TVi 24
STF nega extradição e determina que Battisti seja solto
Maioria dos ministros entendeu que decisão do ex-presidente foi "soberana"
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (8) manter a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar à Itália o ex-ativista Cesare Battisti. Por 6 votos a 3, os ministros ordenaram ainda a soltura imediata do italiano.
A maioria dos ministros entendeu que a decisão de Lula não pode ser contestada por um governo estrangeiro, o que poderia implicar, segundo eles, em uma ameaça à soberania nacional. A Itália pedia que a decisão de Lula fosse revista para que Battisti fosse enviado ao seu país de origem, onde é condenado à prisão perpétua.
Um dos que votaram a favor de Battisti, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que decisão de Lula não podia ser questionada, pois manifestou “a vontade soberana do Estado brasileiro”.
- [O] presidente praticou ato político, de governo, que se caracteriza pela mais ampla discricionariedade [de acordo com critérios escolhidos por ele] e, portanto, trata-se de um ato que não é sindicável [questionável] pelo Poder Judiciário. Nada mais resta a essa Suprema Corte que determinar o alvará de soltura.
Voto vencido, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso, fez um discurso de mais de duas horas defendendo a extradição de Battisti. Para Mendes, a decisão de Lula deveria ser contestada, uma vez que, de acordo com ele, o presidente não respeitou o tratado bilateral sobre extradição assinado entre Brasil e Itália.
Durante a discussão, o clima chegou a ficar quente entre os ministros durante alguns momentos. Mendes chamou Marco Aurélio de Mello de censor em um momento em que falava e foi interrompido pelo colega.
Votaram a favor do italiano os ministros Luis Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ayres Britto e Marco Aurélio Mello. Já pela extradição votaram o relator, Gilmar Mendes, e os ministros Ellen Gracie e Cezar Peluso.
Preso no Rio de Janeiro com um passaporte falsificado, em 2007, Battisti teve status de refugiado político concedido pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, em 2009. O gesto de Tarso impediu que o italiano fosse mandado de volta a seu país de origem, onde foi condenado pela Justiça pela morte de quatro pessoas assassinadas nos anos 1970.
À época, Battisti fazia parte da organização de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), que promovia atentados e sequestros. Ele alega ser inocente das condenações de assassinato, e que as decisões da Justiça italiana ocorreram por perseguição política.
Meses após o ministro conceder o refúgio político ao italiano, o STF anulou a decisão e recomendou que o italiano fosse extraditado, mas resolveu remeter o caso ao então presidente. De acordo com os ministros do Supremo, a decisão de Lula deveria ser tomada respeitando o tratado bilateral de extradição assinado com a Itália.
Lula demorou mais de um ano para se manifestar sobre o caso, deixando a decisão para seu último dia de governo – 31 de dezembro de 2010 –, quando afirmou que Battisti deveria ficar no Brasil.
Argumentos
Antes dos ministros, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu a decisão do ex-presidente. De acordo com Gurgel, assim como o Brasil não pode interferir nos motivos que levaram a Itália a pedir a extradição, o país europeu também não pode questionar os trâmites dentro do Estado brasileiro.
- Falta à Republica italiana legitimidade para exercer controle de legalidade do ato do [ex] presidente da República que negou a extradição de Cesare Battisti.
Já o advogado da Itália no processo, Nabor Bulhões, focou seu pronunciamento no fato de a Itália ser uma democracia plena e que, portanto, a justificativa de Lula para não extraditar Battisti – de que ele poderia ser perseguido em seu país de origem por suas ideias políticas – não faz sentido.
Gabriel Mestieri, do R7, em Brasília
STF nega extradição e determina que Battisti seja solto
Maioria dos ministros entendeu que decisão do ex-presidente foi "soberana"
Divulgação/STF
Maioria dos ministros do Supremo foi a favor da decisão de Lula e determinou soltura imediata de Battisti
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (8) manter a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar à Itália o ex-ativista Cesare Battisti. Por 6 votos a 3, os ministros ordenaram ainda a soltura imediata do italiano.
A maioria dos ministros entendeu que a decisão de Lula não pode ser contestada por um governo estrangeiro, o que poderia implicar, segundo eles, em uma ameaça à soberania nacional. A Itália pedia que a decisão de Lula fosse revista para que Battisti fosse enviado ao seu país de origem, onde é condenado à prisão perpétua.
Um dos que votaram a favor de Battisti, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que decisão de Lula não podia ser questionada, pois manifestou “a vontade soberana do Estado brasileiro”.
- [O] presidente praticou ato político, de governo, que se caracteriza pela mais ampla discricionariedade [de acordo com critérios escolhidos por ele] e, portanto, trata-se de um ato que não é sindicável [questionável] pelo Poder Judiciário. Nada mais resta a essa Suprema Corte que determinar o alvará de soltura.
Voto vencido, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso, fez um discurso de mais de duas horas defendendo a extradição de Battisti. Para Mendes, a decisão de Lula deveria ser contestada, uma vez que, de acordo com ele, o presidente não respeitou o tratado bilateral sobre extradição assinado entre Brasil e Itália.
Durante a discussão, o clima chegou a ficar quente entre os ministros durante alguns momentos. Mendes chamou Marco Aurélio de Mello de censor em um momento em que falava e foi interrompido pelo colega.
Votaram a favor do italiano os ministros Luis Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ayres Britto e Marco Aurélio Mello. Já pela extradição votaram o relator, Gilmar Mendes, e os ministros Ellen Gracie e Cezar Peluso.
Preso no Rio de Janeiro com um passaporte falsificado, em 2007, Battisti teve status de refugiado político concedido pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, em 2009. O gesto de Tarso impediu que o italiano fosse mandado de volta a seu país de origem, onde foi condenado pela Justiça pela morte de quatro pessoas assassinadas nos anos 1970.
À época, Battisti fazia parte da organização de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), que promovia atentados e sequestros. Ele alega ser inocente das condenações de assassinato, e que as decisões da Justiça italiana ocorreram por perseguição política.
Meses após o ministro conceder o refúgio político ao italiano, o STF anulou a decisão e recomendou que o italiano fosse extraditado, mas resolveu remeter o caso ao então presidente. De acordo com os ministros do Supremo, a decisão de Lula deveria ser tomada respeitando o tratado bilateral de extradição assinado com a Itália.
Lula demorou mais de um ano para se manifestar sobre o caso, deixando a decisão para seu último dia de governo – 31 de dezembro de 2010 –, quando afirmou que Battisti deveria ficar no Brasil.
Argumentos
Antes dos ministros, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu a decisão do ex-presidente. De acordo com Gurgel, assim como o Brasil não pode interferir nos motivos que levaram a Itália a pedir a extradição, o país europeu também não pode questionar os trâmites dentro do Estado brasileiro.
- Falta à Republica italiana legitimidade para exercer controle de legalidade do ato do [ex] presidente da República que negou a extradição de Cesare Battisti.
Já o advogado da Itália no processo, Nabor Bulhões, focou seu pronunciamento no fato de a Itália ser uma democracia plena e que, portanto, a justificativa de Lula para não extraditar Battisti – de que ele poderia ser perseguido em seu país de origem por suas ideias políticas – não faz sentido.
Gabriel Mestieri, do R7, em Brasília
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postado por Silvio A. Neves @ 12:16 AM
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