CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 1-6-11
Ilhabela - Forte chuva revela embarcação antiga na areia da Praia dos Castelhanos
Litoral Norte - Os moradores da comunidade tradicional caiçara dos Castelhanos, localizada a leste de Ilhabela, tiveram uma grande surpresa depois da intensa chuva ocorrida no domingo de Páscoa (24/4): com a tempestade, as águas do córrego que desemboca no Canto da Lagoa levaram uma camada de areia, aprofundando em mais de um metro o trecho da praia e fazendo com que ficassem aparentes as ruínas de uma embarcação muito semelhante à estrutura de uma antiga nau.
Segundo os moradores mais antigos do arquipélago, esta embarcação já foi vista em diferentes épocas, mas o fato foi esquecido. A estrutura aparente do navio está em bom estado de conservação, porém ainda não se sabe se está inteira ou o que se vê é apenas parte dela. Uma parte da madeira tem marcas de fogo, mas não se pode afirmar que seja uma avaria devido à perfuração de bala de canhão, já que existem indícios de que moradores do local ou visitantes podem ter feito uma fogueira em cima da estrutura em outra aparição. Outra característica são as grandes pranchas de pinho de riga, uma madeira muito resistente, comumente usada na construção de naus, galeões e caravelas.
Ilhabela é muito conhecida pelas histórias de corsários e a Baía dos Castelhanos se tornou famosa por ter ficado marcada como o refúgio de piratas e ponto estratégico de navios negreiros que ainda traficavam escravos mesmo após a Abolição. Ainda não há evidências de que o navio encontrado tenha sido usado realmente por corsários uma vez que diversas embarcações, em diferentes períodos da história, transportavam escravos, bens de consumo, materiais de construção, madeira e itens de exportação, como açúcar e café.
O secretário municipal da Cultura e presidente da Fundaci (Fundação Arte e Cultura de Ilhabela), Valdir Veríssimo de Assunção, disse que já foi retirada uma amostra do material para que se descubra em que período teria sido construída a embarcação. “Após a avaliação discutiremos com a comunidade qual será a melhor forma de divulgar e preservar este patrimônio no sentido de criar um ponto de visitação turística, pois independente da datação o fato em si já é de grande valor histórico para o arquipélago”, afirmou Veríssimo.
O prefeito de Ilhabela, Antonio Luiz Colucci, afirmou que o compromisso é garantir a melhor forma de preservar este novo bem cultural. “Este fato só vem reforçar a importância histórica do município, em especial dos Castelhanos, para o turismo nacional já que o local sempre foi tema de muitas histórias e lendas sobre naufrágios e piratas”.
Datação – A arqueóloga Cintia Bendazzoli, responsável pelo Instituto Histórico e Arqueológico de Ilhabela, cadastrou o sítio arqueológico considerado inédito e está realizando o levantamento técnico para se chegar à melhor forma de preservação, se é desenterrá-la – o que exigiria um considerável investimento - ou se é mantê-la por enquanto onde está.
Os moradores do Canto da Lagoa foram orientados pela arqueóloga para que impeçam as pessoas de intervir no local, pois se trata de um bem de natureza histórica e arqueológica protegida pelas leis do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural). A arqueóloga coletou a amostra do material que atualmente passa por um processo de curadoria e pela verificação da possibilidade de utilizá-la para a datação. Caso tenha qualidade para a análise de datação, a amostra deverá ser enviada pela Prefeitura para um laboratório em Miami (EUA) e o resultado revelará a idade da embarcação.
“Este não é o único sítio arqueológico encontrado em Castelhanos, há muitos outros tão importantes quanto este que estão sendo estudados no âmbito do Projeto de Gestão e Diagnóstico Arqueológico de Ilhabela, por meio do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico de Ilhabela (IHGAI)”, explicou a arqueóloga, que destacou o envolvimento dos moradores que solicitaram a afixação de uma placa informativa de forma a ser mais uma atração em Castelhanos valorizando ainda mais o local onde vivem.
Até então o fato estava sob sigilo enquanto os procedimentos técnicos eram feitos conforme as regras do Iphan para não incentivar um grande número de visitas prejudicando a preservação do material encontrado. Hoje as ruínas do navio estão novamente cobertas pela areia.
Castelhanos
O acesso à praia é feito apenas pelo mar ou por veículos tracionados pela trilha de 27 km. A comunidade de cerca de 200 pessoas vive até hoje de maneira bem rústica como os caiçaras de antigamente, sem água encanada e sem energia elétrica. Portanto, as fontes sobre a história da Comunidade dos Castelhanos se baseiam nos depoimentos dos moradores mais velhos, pois pouco se escreveu sobre o local e raros são os documentos oficiais do início da povoação. Os fatos ocorridos na comunidade foram transmitidos de geração a geração, porém a maior parte se perdeu.
Dia do museu: conheça os mais esquisitos do mundo
Esqueça tudo que você sabe sobre museus: locais cheios de quadros, exposições de esqueletos muito velhos ou animais empalhados, espaços sérios e formais. Existem no mundo museus que superam tudo que a imaginação possa alcançar: há para todos os gostos e para todas as áreas do interesse humano. E nesta quarta-feira (18), data em que é comemorado o Dia Mundial dos Museus, o Terra listou os mais esquisitos e curiosos.
Há o Museu do Fumador, em Paris, que apresenta uma coleção de cachimbos e instrumentos afins, desde os tempos mais longínquos até os atuais, além de gravuras e desenhos, plantas e máquinas. Ou, na mesma cidade, o Museu do Erotismo, que expõe com a mesma diligência imagens de arte erótica dos cinco continentes, além de objetos e fotografias que costumam contentar os mais curiosos.
Grã Bretanha parece ter predileção pelos museus fora do comum. Em Boscastle, na costa oeste da Inglaterra, existe o Museu da Bruxaria, que conta já com 60 anos de vida nada tranquila: inicialmente aberto na Ilha de Man, foi objeto de controvérsias e, após ameaças e ataques dos vizinhos, foi obrigado a mudar seu endereço para esta pacata cidadezinha litorânea.
Nas salas do museu são expostos objetos empregados por bruxos e bruxas, livros e preparados. Um capítulo a parte são as peças que mostram as duras perseguições feitas contra pessoas acusadas de bruxaria - persecução, tortura e morte.
Bem menos macabro e absolutamente inesperado, no Castelo de Leeds, na região central da ilha, há um simpático museu da coleira de cachorro. São pouco mais de cem peças que mostram 500 anos de história: da caçada com cachorros até a cria de bichos para as cortes.
Outro país onde há museus que surpreendem é a Bélgica. Em Brugges há um dedicado ao chocolate, outro da batata frita e um terceiro, de diamantes. Se o primeiro vale pelas deliciosas degustações e o segundo pela curiosidade, o Museu do Diamante impressiona pelas fotos e pela história das peças mais valiosas do planeta, assim como pelas demonstrações ao vivo de talhado e até de produção de diamantes. Isso mesmo: um robô capaz de produzir um diamante sintético a partir do carbono.
Em Bruxelas, capital do país, há um interessante museu dos quadrinhos: além de desenhos originais, há reproduções - em tamanho natural - de muitos dos personagens mais famosos de todos os tempos, e uma loja de lembranças que permite comprar presentes bastante originais.
Do outro lado do Atlântico, em Washington DC, está o fascinante Spy Museum: uma coleção permanente dedicada ao mundo misterioso dos espiões - os verdadeiros e os da ficção. Um dos grandes atrativos do museu é sua loja de souvenirs, onde podem ser adquiridos elementos como relógios com câmera, canetas gravadoras, óculos para visão noturna, e mais.
Mas em matéria de museus esquisitos, a terra do Tio Sam marca pontos altos: existe o Vent Haven Musem, dedicado aos bonecos de ventríloquo, em Kentucky; e o Lunchbox Museum, em Geórgia. Este último, dedicado à tradicional caixinha em que os americanos levam seu almoço ao trabalho ou à escola.
Surpreendente? O que dizer, então, do museu montado em Filipinas para expor os sapatos da que pertenceram à mulher do ditador do país, Imelda Marcos. Ou do Currywurstmuseum, em Berlim, dedicado ao cachorro quente. Ou ainda do Toilet Museum, em Nova Deli: um museu que mostra como, ao longo da história, as civilizações lidam com os excrementos.
Terra
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