ATUALIDADES - 2-10-2008
Associação de cegos dos EUA planeja protestos contra filme de Meirelles
'Ensaio sobre a cegueira' estréia nesta sexta-feira (3) no país.
'Ensaio sobre a cegueira' estréia nesta sexta-feira (3) no país.
Presidente de entidade diz que filme reforça estereótipos negativos.
Mark Ruffalo e Juliane Moore em cena de 'Ensaio sobre a cegueira' (Foto: Divulgação)
Pessoas cegas colocadas em quarentena em um asilo, atacando-se umas às outras, trocando sexo por comida. Para Marc Maurer, que é cego, tal cenário - mostrado no filme "Ensaio sobre a cegueira" - não é uma alegoria sensata para retratar o colapso da sociedade. De acordo com Maurer, esse é um retrato ofensivo e assustador que pode minar os esforços de integrar os cegos à vida em comunidade. "O filme retrata cegos como monstros, e vejo isso como uma mentira", disse Maurer, presidente da Federação Nacional de Cegos, sediada em Baltimore, nos Estados Unidos. "A cegueira não transforma pessoas decentes em monstros." A organização planeja protestar contra o filme na próxima sexta-feira (3), dia de sua estréia nos Estados Unidos. Cegos e simpatizantes irão distribuir panfletos e carregar cartazes. Entre os slogans: "Eu não sou ator. Mas eu ajo como uma pessoa cega na vida real". De acordo com a entidade, o filme reforça estereótipos incorretos, incluindo o de que cegos não podem tomar conta de si próprios e ficam para sempre desorientados. "Nós enfrentamos uma taxa de 70% de desemprego e outros problemas sociais porque as pessoas não acham que a gente possa fazer nada. E esse filme não ajuda em nada", afirma Christopher Danielsen, porta-voz da organização.
'Todos se ofenderam'
O diretor de "Ensaio sobre a cegueira", Fernando Meirelles, estava em filmagens e não pode ser contactado pela reportagem da AP. O estúdio Miramax divulgou um comunicado que afirma, em parte, "ficamos entristecidos em saber que a Federação Nacional de Cegos planeja protestar contra o filme".
O presidente da Federação Nacional de Cegos dos EUA, Marc Maurer (Foto: Gail Burton/AP)
A FNC (NFB na sigla original) começou a planejar os protestos depois que sete pessoas ligadas à entidade foram à uma sessão especial do filme em Baltimore, na semana passada. No grupo, estavam incluídas três pessoas que enxergavam. "Todos se ofenderam", disse Danielsen. Baseado em um romance de 1995 do prêmio Nobel José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira" imagina uma epidemia misteriosa que faz com que as pessoas não vejam nada que não uma luz branca embaçada - o que resulta em um colapso da ordem social em uma cidade sem nome. Julianne Moore estrela o filme como a mulher do oculista (Mark Ruffalo), que também perde a visão; ela finge estar cega para ficar ao lado do marido e eventualmente lidera uma revolta entre os pacientes em quarentena. O livro foi elogiado por seu uso da cegueira como uma metáfora para a falta de comunicação e respeito à dignidade humana na sociedade contemporânea.
A Miramax afirmou em uma declaração que Meirelles "trabalhou com dedicação para preservar as intenções e a ressonância do aclamado livro", descrito como "uma parábola corajosa sobre o triunfo do espírito humano quando a civilização entra em ruínas".
Maior protesto da história
Mas Maurer não concorda com nada disso. "Acho que a falta de compreensão entre todos é um problema significativo", disse. "E acho que associar isso à cegueira é incorreto." O protesto vai incluir piquetes nas salas de cinema em pelo menos 21 estados, alguns com dúzias de participantes, sincronizados para coincidir com as sessões noturnas. Maurer afirmou que será o maior protesto nos 68 anos de história da associação, que tem 50 mil afiliados no país. "Ensaio sobre a cegueira" foi exibido na noite de abertura do Festival de Cannes neste ano, com recepção morna da crítica. Em entrevista na época, Meirelles afirmou que o filme faz paralelos com desastres como o Furacão Katrina, a escassez global de alimentos e o ciclone em Mianmar. "Há diferentes tipos de cegueira. Há 2 bilhões de pessoas que estão passando fome no mundo", disse Meirelles. "Isso está acontecendo. Não precisa de uma catástrofe. Está acontecendo e por não haver um evento como o Katrina, nós não enxergamos."
Globo.com
Mark Ruffalo e Juliane Moore em cena de 'Ensaio sobre a cegueira' (Foto: Divulgação)
Pessoas cegas colocadas em quarentena em um asilo, atacando-se umas às outras, trocando sexo por comida. Para Marc Maurer, que é cego, tal cenário - mostrado no filme "Ensaio sobre a cegueira" - não é uma alegoria sensata para retratar o colapso da sociedade. De acordo com Maurer, esse é um retrato ofensivo e assustador que pode minar os esforços de integrar os cegos à vida em comunidade. "O filme retrata cegos como monstros, e vejo isso como uma mentira", disse Maurer, presidente da Federação Nacional de Cegos, sediada em Baltimore, nos Estados Unidos. "A cegueira não transforma pessoas decentes em monstros." A organização planeja protestar contra o filme na próxima sexta-feira (3), dia de sua estréia nos Estados Unidos. Cegos e simpatizantes irão distribuir panfletos e carregar cartazes. Entre os slogans: "Eu não sou ator. Mas eu ajo como uma pessoa cega na vida real". De acordo com a entidade, o filme reforça estereótipos incorretos, incluindo o de que cegos não podem tomar conta de si próprios e ficam para sempre desorientados. "Nós enfrentamos uma taxa de 70% de desemprego e outros problemas sociais porque as pessoas não acham que a gente possa fazer nada. E esse filme não ajuda em nada", afirma Christopher Danielsen, porta-voz da organização.
'Todos se ofenderam'
O diretor de "Ensaio sobre a cegueira", Fernando Meirelles, estava em filmagens e não pode ser contactado pela reportagem da AP. O estúdio Miramax divulgou um comunicado que afirma, em parte, "ficamos entristecidos em saber que a Federação Nacional de Cegos planeja protestar contra o filme".
O presidente da Federação Nacional de Cegos dos EUA, Marc Maurer (Foto: Gail Burton/AP)
A FNC (NFB na sigla original) começou a planejar os protestos depois que sete pessoas ligadas à entidade foram à uma sessão especial do filme em Baltimore, na semana passada. No grupo, estavam incluídas três pessoas que enxergavam. "Todos se ofenderam", disse Danielsen. Baseado em um romance de 1995 do prêmio Nobel José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira" imagina uma epidemia misteriosa que faz com que as pessoas não vejam nada que não uma luz branca embaçada - o que resulta em um colapso da ordem social em uma cidade sem nome. Julianne Moore estrela o filme como a mulher do oculista (Mark Ruffalo), que também perde a visão; ela finge estar cega para ficar ao lado do marido e eventualmente lidera uma revolta entre os pacientes em quarentena. O livro foi elogiado por seu uso da cegueira como uma metáfora para a falta de comunicação e respeito à dignidade humana na sociedade contemporânea.
A Miramax afirmou em uma declaração que Meirelles "trabalhou com dedicação para preservar as intenções e a ressonância do aclamado livro", descrito como "uma parábola corajosa sobre o triunfo do espírito humano quando a civilização entra em ruínas".
Maior protesto da história
Mas Maurer não concorda com nada disso. "Acho que a falta de compreensão entre todos é um problema significativo", disse. "E acho que associar isso à cegueira é incorreto." O protesto vai incluir piquetes nas salas de cinema em pelo menos 21 estados, alguns com dúzias de participantes, sincronizados para coincidir com as sessões noturnas. Maurer afirmou que será o maior protesto nos 68 anos de história da associação, que tem 50 mil afiliados no país. "Ensaio sobre a cegueira" foi exibido na noite de abertura do Festival de Cannes neste ano, com recepção morna da crítica. Em entrevista na época, Meirelles afirmou que o filme faz paralelos com desastres como o Furacão Katrina, a escassez global de alimentos e o ciclone em Mianmar. "Há diferentes tipos de cegueira. Há 2 bilhões de pessoas que estão passando fome no mundo", disse Meirelles. "Isso está acontecendo. Não precisa de uma catástrofe. Está acontecendo e por não haver um evento como o Katrina, nós não enxergamos."
Globo.com
Ministério da França desmente socorro bilionário a bancos
SÃO PAULO - O ministério da Economia e Finanças da França desmentiu "categoricamente" informações de que o governo do país pretendia propor um plano de socorro ao setor bancário europeu da ordem de 300 bilhões de euros. A notícia foi transmitida por pessoas próximas da ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, segundo a edição eletrônica do jornal Le Monde.
Ainda hoje, circulou na imprensa que o governo francês estaria estudando propor um pacote para socorrer bancos na Europa. A proposição teria saído no sábado após uma reunião convocada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy com quatro representantes do G-7, França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, e do dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
SÃO PAULO - O ministério da Economia e Finanças da França desmentiu "categoricamente" informações de que o governo do país pretendia propor um plano de socorro ao setor bancário europeu da ordem de 300 bilhões de euros. A notícia foi transmitida por pessoas próximas da ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, segundo a edição eletrônica do jornal Le Monde.
Ainda hoje, circulou na imprensa que o governo francês estaria estudando propor um pacote para socorrer bancos na Europa. A proposição teria saído no sábado após uma reunião convocada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy com quatro representantes do G-7, França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, e do dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
Globo.com
Sem pacote, problemas financeiros dos EUA vão 'ficar muito piores', diz McCain
Aprovar plano modificado é passo 'na direção certa', diz republicano. Ele promete congelar gastos públicos por um ano se for eleito.
O candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, disse que um pacote modificado para resgatar a economia americano é um "passo decisivo na direção certa" e disse que, se o plano não for aprovado no Senado nesta quarta, os problemas financeiros do país vão ficar "muito piores". "Se a lei do resgate financeiro não passar no Congresso de novo, a presente crise vai se transformar em um desastre", disse o senador pelo Arizona nesta quarta-feira (1) durante discurso de campanha no Missouri. "Estou confiante de que há gente suficiente com boa vontade em ambos os partidos para ajudar a América a atravessas essa crise." McCain, que está voltando a Washington para votar no pacote, disse que, se ele for eleito em 4 de novembro, vai congelar os gastos públicos federais durante um ano por conta da crise. Só devem ficar de fora, segundo McCain, os setores de defesa nacional, o cuidado com os veteranos e algumas "prioridades críticas".
Globo.com
Aprovar plano modificado é passo 'na direção certa', diz republicano. Ele promete congelar gastos públicos por um ano se for eleito.
O candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, disse que um pacote modificado para resgatar a economia americano é um "passo decisivo na direção certa" e disse que, se o plano não for aprovado no Senado nesta quarta, os problemas financeiros do país vão ficar "muito piores". "Se a lei do resgate financeiro não passar no Congresso de novo, a presente crise vai se transformar em um desastre", disse o senador pelo Arizona nesta quarta-feira (1) durante discurso de campanha no Missouri. "Estou confiante de que há gente suficiente com boa vontade em ambos os partidos para ajudar a América a atravessas essa crise." McCain, que está voltando a Washington para votar no pacote, disse que, se ele for eleito em 4 de novembro, vai congelar os gastos públicos federais durante um ano por conta da crise. Só devem ficar de fora, segundo McCain, os setores de defesa nacional, o cuidado com os veteranos e algumas "prioridades críticas".
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