CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 3-12-08

Centro Histórico de Ouro Preto ganha 'tapete vermelho' para tráfego de turistas

Obras são fruto de termo de ajustamento de conduta firmado entre o MP e a prefeitura e estão em sintonia com recomendações da Unesco Fotos Euler Júnior/EM/D.A.Press

Ouro Preto – Território símbolo de liberdade, história e tradições mineiras começa a mudar de cara. E ganha mais espaço para que moradores e visitantes possam admirar, com calma e sem atropelos, o patrimônio de reconhecimento mundial. Até o fim do ano, ficam prontas as obras no piso da Praça Tiradentes, no Centro de Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte, para ordenar o trânsito, organizar o estacionamento de veículos e garantir segurança para pedestres e acervo cultural. Fruto do termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre a prefeitura local e o Ministério Público Estadual (MPE), o projeto cria um calçadão, entre a Escola de Minas e o Museu da Inconfidência, com a elevação, em 15cm, de parte da base de paralelepípedos.

Concluída, passagem ligará a Escola de Minas ao Museu da Inconfidência
Secretaria de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano de Ouro Preto/Reprodução

Aprovada pelo Programa Monumenta/Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e execução da prefeitura, a passarela central, contornada por meios-fios, terá 80 metros de comprimento e 4 metros de largura (em média), dividida em duas partes – uma de 35 metros e outra de 40, com pequenas ilhas para direcionar o tráfego. Nas laterais, informa o secretário municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano, Gabriel Gobbi, haverá rampas para acesso de portadores de necessidades especiais. Outra inovação está na instalação de bancos e lixeiras. “O objetivo é humanizar a praça, limpar o espaço e permitir a circulação das pessoas, sem criar mudanças na paisagem”, diz Gobbi. Embora mantendo o mesmo número de vagas diante da Escola de Minas, as intervenções acabam com o estacionamento em frente ao Museu da Inconfidência, deixando as laterais da Praça Tiradentes para táxis e embarque e desembarque de vans e microônibus “A maior parte das vagas, aqui, não é ocupada por turistas, mas por gente que trabalha em outros locais. Turista não vem de carro a Ouro Preto, mas de van”, afirma o secretário, certo de que as mudanças não vão atrapalhar a economia. A prefeitura estuda, para o futuro, a implantação de um sistema rotativo na Praça Tiradentes e entorno, por onde passam, diariamente, no horário de pico, cerca de 5 mil veículos. Na primeira fase, está sendo contemplado o espaço em frente à Escola de Minas. Olhando a movimentação dos trabalhadores, a funcionária pública Lolita Amaral Fernandes pede informações à engenheira da prefeitura, Inaiana Barbosa Guerra. “É uma ação inovadora, vejo que é para melhorar este trânsito caótico”, diz Lolita. O taxista Oneir Ribeiro Gomes, de 32 anos, gosta das modificações: “O turista quer espaço e vai ter. Estou achando muito bom”. Já o dono de joalheria e pousada Carlos Henrique de Souza, de 47, considera o projeto prejudicial. “Vai atrapalhar o turismo e o comércio e restringir o número de vagas. As casas situadas na Praça Tiradentes não têm garagem, então, não há lugar para deixar os carros”, critica.

Pacote com as bênçãos da ONU

Desde o início de junho, Ouro Preto cumpre as determinações do TAC firmado, em abril, entre a Coordenadoria das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico/MPE e a prefeitura local. O pacote de mudanças está em sintonia com a série de medidas sugeridas, há cinco anos, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que declarou Ouro Preto patrimônio da humanidade em 1980 – em 1983, o título esteve ameaçado, contribuindo para isso, entre outras questões, a deterioração do patrimônio causada pelo trânsito. Para começar, o acordo proibiu, no Centro Histórico, a circulação do transporte pesado, como caminhões de entrega de gás, sendo regulamentado, ainda, o horário de serviço de carga e descarga em alguns pontos. Já em agosto foi a vez dos ônibus na Praça Tiradentes e adjacências, sendo permitidos apenas microônibus ou vans para o transporte de passageiros.

Gustavo Werneck - Estado de Minas

Varzea Grande-MT - Biblioteca da Casa Barão será reaberta ao público

A biblioteca da Casa Barão abre novamente suas portas para a população mato-grossense. A cerimônia de reabertura acontece no próximo dia 10 de dezembro, a partir das 19h30, com a inauguração do Ponto de Cultura do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IGHMT). Um acervo com cerca de 12 mil volumes, entre livros e documentos históricos, estará à disposição de estudantes, pesquisadores e sociedade em geral.
A Casa Barão é sede das duas instituições culturais mais antigas do Estado: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e Academia Mato-grossense de Letras. O local, que é uma ilha de conhecimento, agora terá mais um espaço aberto para se conhecer um pouco mais sobre a história e cultura de Mato Grosso.
Por meio de um convênio, no valor de R$ 150 mil, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, João Carlos Vicente Ferreira, conseguiu catalogar todo o acervo, equipar uma sala com computadores, armários, datashows, entre outros. "Com a reabertura da biblioteca, fechada nos últimos três anos, a população, principalmente estudantes, terá acesso a muitas informações sobre a história de Mato Grosso".
Ainda como parte da programação do Ponto de Cultura será realizado o encontro dos presidentes dos Institutos Histórico e Geográfico Municipais de Mato Grosso. O evento acontece no dia 10, às 14 horas. Estarão presentes na reunião representantes das cidades de Barra do Garças, Chapada dos Guimarães, Cáceres, Diamantino, Luciara, Poconé, Santo Antônio de Leverger, São Félix do Araguaia, Tangará da Serra e Várzea Grande. "Teremos também a presença de outros municípios interessados em conhecer as ações do Instituto e implantá-lo em suas cidades", finaliza João Carlos.
Ponto de Cultura
Iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil, firmadas por convênio com o Ministério da Cultura (MinC), tornam-se Ponto de Cultura que ficam responsáveis por articular e impulsionar as ações que já existem na comunidade.

Jornal Documento