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s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

11 dezembro, 2008

NATUREZA - 11-12-08

Fenômenos naturais viram grandes catástrofes no Brasil
Ondas gigantes, enchentes, secas, furacões... De uns tempos para cá tem sido comum esses tipos de fenômenos da natureza no Brasil. O mais recente foi a tragédia ocorrida em Santa Catarina. Mas não precisa ir muito longe. No primeiro semestre desse ano, o Rio Grande do Norte sofreu com as fortes chuvas que alagaram diversas cidades do interior. Para os especialistas, a maioria desses problemas é decorrência da conturbada relação Homem x Natureza.“Nunca houve uma relação harmoniosa.
O homem chegou à terra pensando que podia mandar em tudo e que a natureza obedeceria. Modificou o espaço natural, que já estava organizado, e as conseqüências são esses fenômenos naturais”, disse o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Elias Nunes.
Ainda segundo o professor, tanto o que aconteceu no RN como o que está acontecendo em Santa Catarina são fenômenos naturais normais. “Vejo isso como fenômeno cíclico da natureza, que sempre acontecem, mas a ocupação de determinados locais pelo homem transforma uma coisa natural em catástrofe”, disse.
Ele citou como exemplo a região ocupada pelos viveiros de camarões no Vale do Açu. Com a retirada da vegetação local e da mata ciliar para a construção dos viveiros, não havia mais barreira natural, que seria o freio natural para impedir o escoamento das águas da chuva, inundando os viveiros e as plantações.
Em Santa Catarina aconteceu a mesma coisa. A região mais afetada pelas águas foi a cidade de Itajaí, que foi construída dentro de um vale. “Os vales são os locais para onde as águas dos rios devem ser escoadas quando houver o aumento dos níveis dessas águas. “Ou seja, quando há um aumento do nível dos rios, é para os vales que essas águas vão. Esse é o caminho natural, mas como existe a presença de casas, isso passa a ser uma catástrofe”, disse o professor.
A questão do derretimento das geleiras, em virtude do aquecimento global, provocado, entre outras coisas, pela emissão de gases poluentes é uma outra preocupação. “Esse também é um procedimento normal. Não digo com isso que não devemos ficar atentos à questão do aquecimento, mas não podemos colocar a culpa apenas nesse fenômeno, a sociedade tem que abrir os olhos, e perceber o que está fazendo com a natureza”, disse o professor.
Um outro problema que também foi provocado por essa relação conturbada Homem X Natureza é o avanço do mar. O resultado é a destruição de calçadões, estabelecimentos comerciais e até casas. De acordo com o professor, o avanço e o recuo das águas do mar são um fenômeno natural, que acontece de acordo com os horários das marés, as fases da lua, as estações do ano e a velocidade dos ventos. Mas as ações do homem, acabam interferindo nesse fenômeno natural. “O limite de faixa de praia do nosso litoral é estreito, quando a maré está cheia as ondas do mar batem forte no calçadão da Praia dos Artistas, por exemplo. Na avenida Café Filho não era para ter nenhuma construção, justamente por causa dessa faixa de praia. O mar está cobrando o seu espaço”, disse Elias Nunes.
Ainda segundo o professor, a reconstrução do calçadão da Praia dos Artistas não vai durar por muito tempo. “No próximo ano deverá ser feito tudo novamente porque ao calçadão não vai resistir a força do mar. A solução definitiva seria, quando possível, a retirada dessas construções inadequadas para que o mar pudesse ter o seu espaço de volta”, disse Elias Nunes.
Como é complicada a retirada dessas construções, uma alternativa seria a construção de gabiões, como foi feito em Areia Preta. “Essas estruturas permitem o aumento da faixa de praia e impedem que as ondas avancem até os calçadões”, disse o professor.
Obra dos calçadões fica pronta no fim do mês
Está prevista para o final deste mês a conclusão das obras de reconstrução de três trechos dos calçadões das Praias do Meio, dos Artistas e Ponta Negra, que foram destruídos pela força do mar. O serviço está sendo executado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e fiscalizado pela Secretaria Obras e Viação. O orçamento é de R$575 mil, recursos oriundos do município. “Essa é uma obra definitiva, que com certeza vai conter o avanço do mar. O novo trecho do calçadão tem cerca de três metros de fundação, na parede foi feita uma drenagem especial que faz com que não absorva a água, pelo contrário, permite que ela volte para o mar”, disse o secretário da Semsur, Raniere Barbosa.
Segundo o secretário o novo calçadão é resistente à força do mar, o problema é que não é toda a extensão, vai ficar restrito apenas à parte reconstruída. “O ideal seria fazer esse trabalho em todos os trechos, mas por falta de recursos, já que custaria algo em torno de R$ 2 milhões, nós só pudemos fazer nas partes danificadas”, disse Raniere.
Um outro ponto que merece atenção do poder público é a Ponta do Morcego, que está numa situação precária, mas, também por falta de recursos, esse projeto deverá ficar para a próxima gestão. Já o Centro de Artesanato do local está passando por uma ampla reforma. Diferente de Raniere Barbosa, o titular da Semov, Damião Pita diz que a obra do calçadão é uma medida paliativa. “A solução definitiva para o avanço do mar nesses pontos é o que foi feito em Areia Preta, onde construímos três gabiões. Mas essa é uma obra cara, para se ter uma idéia, na época em que foi feita, quando a então governadora era prefeita, custou cerca de R$ 7 milhões”, disse Pita.
Mesmo sendo importante, a obra não está no cronograma da prefeitura. “Pelo menos para essa administração não temos nada programado. Acredito que se for feito, só nas próximas gestões”, falou Damião Pita.
Meteorologista faz alerta à população
Enquanto uns defendem que o homem tem sido responsável por grande parte das tragédias naturais que vêm acontecendo no Brasil e no mundo, outros acreditam que, ainda não é possível culpar o ser humano por essas alterações climáticas.
O meteorologista Gilmar Bristot é um desses, que ainda não tem uma opinião totalmente formada a esse respeito. “Com relação ao Catarina, por exemplo, as ações do homem sobre a natureza não eram capazes de formar aquele furacão. Aquelas chuvas que caíram no Rio Grande do Norte são outro exemplo”, disse.
Ainda segundo o meteorologista, os fenômenos naturais como chuva, seca, furacões, são provocados pelo comportamento dos oceanos. “Quem comandou e ainda comanda o clima do planeta são os oceanos. O homem ainda não conseguiu governar as ações do oceano”, falou.
É de acordo com a temperatura das águas do Oceano Pacífico que os meteorologistas podem saber se vai chover ou fazer seca no Nordeste brasileiro, ou se vai chover no Sul do país. “Quando as águas do Pacífico estão frias, a previsão é que seja um ano normal ou chuvoso aqui no Nordeste, já as águas quentes são sinal de seca”, disse Gilmar Bristot.
O meteorologista disse ainda que é possível fazer previsões sobre esses fenômenos naturais, mas não com muita antecedência, no máximo quatro meses antes. “O problema não é prever o clima ou suas alterações, a questão é que algumas variáveis utilizadas nessa previsão podem não ser confirmadas”, disse Gilmar.
Ele alertou ainda que mais do que fazer previsões, “o importante é alertar a sociedade para a questão do aquecimento global e outros problemas ambientais. Não podemos ficar esperando apenas pelas previsões, cada um precisa fazer a sua parte para conviver da melhor maneira com a natureza”, disse.
Carla França - Repórter
Tribuna do Norte

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