CURSOS - 13-01-09
Numa época em que as pessoas escrevem cada vez menos a mão, a escola de caligrafia De Franco atrai por ano 1 000 interessados em melhorar a letra
O advogado Artur Leite Junior, de 25 anos, sonha passar num concurso público para juiz ou promotor. Divide-se entre o trabalho em um escritório, as aulas num curso preparatório e... lições de caligrafia. "Já tirei nota baixa em provas porque os professores não entendiam nada do que eu escrevia", conta. Artur aposta na letra bonita como diferencial, sobretudo, nos exames de redação. "Causa boa impressão no avaliador", diz. Há quatro meses, ele frequenta a De Franco, especializada no ensino de caligrafia. Parece coisa do tempo do Onça. E é. Mas a escola, criada em 1915, segue a todo o vapor em plena era dos computadores. "Recebemos cerca de 1 000 alunos por ano", calcula o diretor, Antonio De Franco Neto. Há quem se matricule com o objetivo de descolar uma segunda fonte de renda, como a professora aposentada Jussara Lourenço. Aos 56 anos, ela acaba de concluir com louvor o curso foi considerada a melhor aluna de 2008 e pretende dedicar-se ao ofício de calígrafa, profissional que confecciona convites, diplomas e afins. "Quem trabalha bastante consegue ganhar até 5.000 reais por mês", afirma Antonio Ramondetti De Franco, filho de De Franco Neto.
Ramondetti é representante da quarta geração de descendentes de Antonio De Franco, o fundador da escola. Atualmente instalada num casarão em Pinheiros, funcionava originalmente no centro, na Rua General Osório. Ali, o descendente de italianos desenvolveu seu método de ensino, que consiste em cinco aulas individuais por semana, cada uma com 45 minutos de exercícios supervisionados por instrutores. A mensalidade custa entre 185 e 240 reais. Depois de quatro meses, já é possível redigir convites de casamento, mas o curso completo demora dez meses pode ser mais ou menos tempo, conforme a dedicação e o talento do estudante. Ao longo destes 94 anos, em que a escola lidou muitas vezes com garranchos, ocorreram histórias inusitadas. Como a enrascada em que se meteu um rapaz da Bahia, que se matriculou num ato de romantismo: queria aprimorar a escrita para mandar cartas à namorada, em sua terra natal. "Ela achou que a letra era de outra pessoa e ficou uma fera", conta. A solução foi ir pessoalmente até a moça, que só acreditou ao ver o amado escrever na sua frente. O grande orgulho de De Franco Neto é ter um de seus trabalhos no Vaticano. Segundo ele, quando o papa Bento XVI esteve em São Paulo, em 2007, a escola criou uma placa com a inscrição Benedictus XVI, em letras góticas. Ao vê-la na porta de seu quarto, o sumo-pontífice teria pedido aos organizadores da visita para levá-la na bagagem. "Antigamente, minha letra era bem feia", afirma ele, que começou a dedicar-se à caligrafia ainda menino, aos 11 anos. "A partir dessa idade, a letra fica mais adulta", diz. "É possível aprender outros estilos."
Cada letra, um perfil
Será que é possível identificar traços de personalidade de alguém com base em seu jeito de escrever? Existe uma técnica que aposta que sim: a grafologia. Consiste na associação de determinados comportamentos ao jeito com que a pessoa se expressa no papel. Letra inclinada para a direita, por exemplo, seria um sinal de extroversão. A forma de ligação das letras representaria a capacidade de se adaptar ao ambiente e a velocidade da grafia estaria relacionada à inteligência. "Analisar as características em conjunto torna o resultado mais preciso", afirma o grafólogo Paulo Sergio de Camargo. Segundo ele, cerca de 6.000 profissionais utilizam a grafologia no dia-a-dia. Em geral, no recrutamento e na seleção de funcionários e na reeducação motora de crianças. Confira alguns exemplos de escrita e seus significados.
Fotos Mario Rodrigues
SÃO PAULO - Nesta sexta-feira (9) a Universidade Presbiteriana Mackenzie - Campus São Paulo encerra as inscrições para o programa Universidade Aberta do Tempo Útil (UATU), que oferece cursos para pessoas com mais de 18 anos, interessadas em ampliar conhecimentos, desenvolver novas competências e aumentar as redes de relacionamento.Fundada há 10 anos, a UATU surgiu para atender uma demanda crescente: preencher o espaço das pessoas da comunidade que gostariam de voltar a estudar, de aprender novas habilidades, de compartilhar experiências e de expandir seu círculo social.Por isso, os 65 cursos de educação continuada são oferecidos a preços acessíveis, nas seguintes áreas: Ciências Humanas e Sociais; Ciências Tecnológicas; Ciências Exatas e da Terra; Ciências da Saúde; Lingüística, Letras e Artes. Os encontros semanais acontecem ao longo de um semestre.Cada aula tem duração de 90 minutos, nos horários das 11h às 12h30, das 13h30 às 15h ou das 15h30 às 17h, cujo semestre custa R$ 396,00 e pode ser dividido em seis parcelas de R$ 66,00. Somente os cursos de Artes funcionam em período integral, das 14h às 17h, e o preço é R$ 792,00, que também pode ser pago em seis vezes.A UATU também disponibiliza atividades complementares, como o Coral e o Teatro, totalmente gratuitas aos alunos matriculados e com inscrições realizadas com o professor responsável, no início de cada semestre. Já os custos das atividades extracurriculares, como fóruns, palestras, seminários, viagens, passeios e visitas a exposições, bem como do material são cobertos pelos estudantes.Para participar não é necessário fazer nenhum processo de seleção. Caso a pessoa não se adapte ao curso escolhido é possível trocar de opção no primeiro mês de aula, porque a grande proposta da UATU é promover a troca de informações e trabalhar com a diversidade. Os interessados podem se inscrever em quantos cursos desejarem.
DCI
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