CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 1-6-09
Canoas-RS - Tem seu primeiro prédio protegido por lei
Villa Mimosa agora integra o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Villa Mimosa agora integra o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Canoas - Uma espera antiga tornou-se realidade nesta sexta-feira, quando o prefeito Jairo Jorge assinou o decreto 635. A partir de agora a Villa Mimosa, construção de 1904, localizada na Guilherme Schell, no Centro, está protegida por lei. Este é o primeiro prédio tombado como patrimônio histórico e cultural do Município. O próximo será a Casa dos Rosas, imóvel com leilão marcado para o dia 15 de junho. "Vamos tombá-lo nos próximos dias. Nossa atitude será de forma definitiva e intransigente", avisa o prefeito a aqueles que tiverem interesse em adquirir a área. Um inventário com 32 edificações foi feito pela equipe de Patrimônio Histórico da cidade. Todos serão tombados pela Prefeitura como forma de preservar a história canoense.Desde 1994 está em vigor uma lei municipal que nunca foi utilizada para preservação destas edificações. Essa apatia resultou na degradação dos prédios que trazem em suas paredes um pedaço da história da cidade. A situação destas áreas chamou a atenção do Ministério Público o que resultou em um Termo de Ajuste de Conduta. Posteriormente a Villa Mimosa foi vendida a uma construtora. Um acordo entre o empreendimento e a Prefeitura, caso aceito pela Justiça, vai garantir a revitalização do prédio, onde funcionará um centro cultural e a preservação das árvores no terreno.
Foto: Wesley Santos/Especial/GES
Diário de Canoas.
São Paulo-SP - Histórico, Cine Marabá reabriu a partir deste sábado
Fechada desde 2007, antiga sala de 1.655 lugares na Avenida Ipiranga virou outras cinco de tamanho menor
SÃO PAULO - Sem medo de rejeição, o novo Cine Marabá revela a sua personalidade já no momento da apresentação: o lustre original do prédio e o cardápio luminoso da nova bonbonnière brigam pela atenção de quem entra no hall - como se avisassem, logo de saída, que tudo ali tenta harmonizar dois tempos (da maneira que pode).
De 1945, época da inauguração do cinema (quando as pessoas iam ao Centro para ver filmes), há a elegância da fachada, do piso de parquê, dos desenhos dos espelhos, do couro das portas e de todos os outros elementos originais que o arquiteto Samuel Kruchin, responsável pelo restauro do prédio, conseguiu recuperar.
De 2009, época dos cinemas multiplex, há as bonbonnières funcionais, os corredores de luz fria e as salas de formato stadium que o arquiteto Ruy Ohtake projetou para modernizar o cinema - e permitir que ele fosse reaberto. "Quis que a bonbonnière fosse discreta e não prejudicasse a visualização do saguão, mas que também pudesse atender o grande número de pessoas que virá", diz ele.
Observar os resultados dessa tarefa espinhosa é parte da diversão de ir até lá a partir de amanhã (30), quando este cinema histórico será reaberto. Fechado desde agosto de 2007, ele volta a funcionar depois de quase 11 meses de obras - que custaram R$ 8 milhões à Playarte, dona do prédio desde 1996. O projeto, porém, vem de antes: como a construção é tombada, a proposta tinha de ser aprovada pelo Departamento do Patrimônio Histórico - e o trâmite levou três anos.
O novo multiplex tem cinco salas - três delas em formato stadium - onde antes havia só uma (de 1.655 lugares). A maior, que mantém a boca de cena original do cinema e está equipada para projeções em 3D, tem 433 assentos (o melhor deles está na sexta fila). A menor comporta 122 pessoas. Todas têm projetores Christie (de alta qualidade), som Dolby e poltronas acolchoadas e de braços fixos.
O projeto foi obrigado a respeitar certas limitações: as duas salas do segundo andar, por exemplo, tiveram de preservar as entradas originais do mezanino, que são largas e ocupam o espaço onde estariam as poltronas mais bem localizadas.
Além da bonbonnière do hall de entrada, há mais duas: no mezanino e no hall interno (e de visual moderno) das salas do primeiro andar. As bilheterias originais, na fachada, foram restauradas, mas não vão funcionar. A nova - menos charmosa, mas pronta para atender todos os novos visitantes - fica no hall.
Serviço
Cine Marabá Av. Ipiranga, 757, Centro, metrô República. Inf.: 5053-6995. A partir de amanhã (30). R$ 16 (filmes em 3D), R$ 14 (6ª, sáb., dom. e fer.), R$ 12 (2ª, 3ª e 5ª), R$ 10 (4ª). http://www.playarte.com.br/.
Rafael Barion, de O Estado de S. Paulo
MPT quer proibir axé em festa junina na Bahia
O Ministério Público do Trabalho pretende recorrer da decisão da juíza Maria Ângela Sampaio, da 2ª Vara do Trabalho de Salvador, que extinguiu, sem exame de mérito, ação proposta contra a contratação de bandas e músicos de axé em festa junina.
Em sua decisão foi feito pelo MPT em ação contra a Cabanas Produções e Eventos Ltda., responsável pela festa Forró do Bosque, que acontece em junho. Segundo o MPT, a empresa já anunciou a participação de grupos como Chiclete com Banana, Timbalada e Banda Eva.
“O empresário não tem o direito de exigir comportamento de prestadores de trabalho – no caso, os músicos – que resulte em ofensa ao patrimônio cultural ou à transgressão a qualquer outro direito fundamental”, alega.
Segundo o procurador do MPT Manoel Jorge e Silva Neto, que assina a petição, o carnaval “tem o seu momento para acontecer, não devendo atropelar as festas de São João, prejudicando, assim, as autênticas manifestações juninas”.
Para o procurador, a Justiça do Trabalho é competente para solucionar a questão. Ele cita o artigo 114, inciso I, da Constituição. Segundo o dispositivo, compete à Justiça Trabalhista processar e julgar “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios”.
“A pretensão está vinculada à fixação de obrigação de não-fazer relacionada à não prestação de trabalho por bandas/músicos que não sejam representativos do patrimônio cultural junino”, explica o procurador.
O MPT pediu liminar para que tanto a empresa quanto qualquer outra fosse impedida de contratar músicos e bandas relacionados a estilo diferente das festas juninas, seja na Festa do Bosque ou em qualquer outro evento.
Momo magroNão é a primeira vez que uma festa tradicional causa polêmica na Bahia. No carnaval de 2008, o Ministério Público estadual pediu ao Judiciário que afastasse o Rei Momo Clarindo Silva porque ele era magro.
Os promotores Heliete Viana, Célia Boaventura e Luciano Santana afirmaram à época que a escolha do Rei Momo, pela Federação de Entidades Carnavalescas da Bahia, foi “na contramão da moralidade e da legalidade” e que a “federação descaracterizou uma tradição cultural, faltando poucos dias para a abertura do Carnaval”.
Na ocasião, a juíza Aidê Ouais, substituta da 5ª Vara de Fazenda Pública de Salvador, acolheu o pedido do MP e determinou nova eleição para a escolha do Rei Momo. Ela considerou que os argumentos dos três procuradores escalados para a empreitada tinham fundamento porque a população está acostumada com o Rei Momo gordo. A decisão foi cassada posteriormente pelo desembargador Paulo Furtado, do Tribunal de Justiça da Bahia.
Marina Ito
Consultor Jurídico
Documento inédito comprova habilitação do Padre Cícero
Pe. Roserlândio de Sousa folheia o documento com 46 páginas escritas, comprovando a habilitação. O acervo inédito será encaminhado ao Vaticano (Foto: Antônio Vicelmo)
Caravana de caririenses no Vaticano, em maio de 2006, quando foi entregue farta documentação em defesa da reabilitação do Padre Cícero
São Paulo-SP - Histórico, Cine Marabá reabriu a partir deste sábado
Fechada desde 2007, antiga sala de 1.655 lugares na Avenida Ipiranga virou outras cinco de tamanho menor
SÃO PAULO - Sem medo de rejeição, o novo Cine Marabá revela a sua personalidade já no momento da apresentação: o lustre original do prédio e o cardápio luminoso da nova bonbonnière brigam pela atenção de quem entra no hall - como se avisassem, logo de saída, que tudo ali tenta harmonizar dois tempos (da maneira que pode).
De 1945, época da inauguração do cinema (quando as pessoas iam ao Centro para ver filmes), há a elegância da fachada, do piso de parquê, dos desenhos dos espelhos, do couro das portas e de todos os outros elementos originais que o arquiteto Samuel Kruchin, responsável pelo restauro do prédio, conseguiu recuperar.
De 2009, época dos cinemas multiplex, há as bonbonnières funcionais, os corredores de luz fria e as salas de formato stadium que o arquiteto Ruy Ohtake projetou para modernizar o cinema - e permitir que ele fosse reaberto. "Quis que a bonbonnière fosse discreta e não prejudicasse a visualização do saguão, mas que também pudesse atender o grande número de pessoas que virá", diz ele.
Observar os resultados dessa tarefa espinhosa é parte da diversão de ir até lá a partir de amanhã (30), quando este cinema histórico será reaberto. Fechado desde agosto de 2007, ele volta a funcionar depois de quase 11 meses de obras - que custaram R$ 8 milhões à Playarte, dona do prédio desde 1996. O projeto, porém, vem de antes: como a construção é tombada, a proposta tinha de ser aprovada pelo Departamento do Patrimônio Histórico - e o trâmite levou três anos.
O novo multiplex tem cinco salas - três delas em formato stadium - onde antes havia só uma (de 1.655 lugares). A maior, que mantém a boca de cena original do cinema e está equipada para projeções em 3D, tem 433 assentos (o melhor deles está na sexta fila). A menor comporta 122 pessoas. Todas têm projetores Christie (de alta qualidade), som Dolby e poltronas acolchoadas e de braços fixos.
O projeto foi obrigado a respeitar certas limitações: as duas salas do segundo andar, por exemplo, tiveram de preservar as entradas originais do mezanino, que são largas e ocupam o espaço onde estariam as poltronas mais bem localizadas.
Além da bonbonnière do hall de entrada, há mais duas: no mezanino e no hall interno (e de visual moderno) das salas do primeiro andar. As bilheterias originais, na fachada, foram restauradas, mas não vão funcionar. A nova - menos charmosa, mas pronta para atender todos os novos visitantes - fica no hall.
Serviço
Cine Marabá Av. Ipiranga, 757, Centro, metrô República. Inf.: 5053-6995. A partir de amanhã (30). R$ 16 (filmes em 3D), R$ 14 (6ª, sáb., dom. e fer.), R$ 12 (2ª, 3ª e 5ª), R$ 10 (4ª). http://www.playarte.com.br/.
Rafael Barion, de O Estado de S. Paulo
MPT quer proibir axé em festa junina na Bahia
O Ministério Público do Trabalho pretende recorrer da decisão da juíza Maria Ângela Sampaio, da 2ª Vara do Trabalho de Salvador, que extinguiu, sem exame de mérito, ação proposta contra a contratação de bandas e músicos de axé em festa junina.
Em sua decisão foi feito pelo MPT em ação contra a Cabanas Produções e Eventos Ltda., responsável pela festa Forró do Bosque, que acontece em junho. Segundo o MPT, a empresa já anunciou a participação de grupos como Chiclete com Banana, Timbalada e Banda Eva.
“O empresário não tem o direito de exigir comportamento de prestadores de trabalho – no caso, os músicos – que resulte em ofensa ao patrimônio cultural ou à transgressão a qualquer outro direito fundamental”, alega.
Segundo o procurador do MPT Manoel Jorge e Silva Neto, que assina a petição, o carnaval “tem o seu momento para acontecer, não devendo atropelar as festas de São João, prejudicando, assim, as autênticas manifestações juninas”.
Para o procurador, a Justiça do Trabalho é competente para solucionar a questão. Ele cita o artigo 114, inciso I, da Constituição. Segundo o dispositivo, compete à Justiça Trabalhista processar e julgar “as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios”.
“A pretensão está vinculada à fixação de obrigação de não-fazer relacionada à não prestação de trabalho por bandas/músicos que não sejam representativos do patrimônio cultural junino”, explica o procurador.
O MPT pediu liminar para que tanto a empresa quanto qualquer outra fosse impedida de contratar músicos e bandas relacionados a estilo diferente das festas juninas, seja na Festa do Bosque ou em qualquer outro evento.
Momo magroNão é a primeira vez que uma festa tradicional causa polêmica na Bahia. No carnaval de 2008, o Ministério Público estadual pediu ao Judiciário que afastasse o Rei Momo Clarindo Silva porque ele era magro.
Os promotores Heliete Viana, Célia Boaventura e Luciano Santana afirmaram à época que a escolha do Rei Momo, pela Federação de Entidades Carnavalescas da Bahia, foi “na contramão da moralidade e da legalidade” e que a “federação descaracterizou uma tradição cultural, faltando poucos dias para a abertura do Carnaval”.
Na ocasião, a juíza Aidê Ouais, substituta da 5ª Vara de Fazenda Pública de Salvador, acolheu o pedido do MP e determinou nova eleição para a escolha do Rei Momo. Ela considerou que os argumentos dos três procuradores escalados para a empreitada tinham fundamento porque a população está acostumada com o Rei Momo gordo. A decisão foi cassada posteriormente pelo desembargador Paulo Furtado, do Tribunal de Justiça da Bahia.
Marina Ito
Consultor Jurídico
Documento inédito comprova habilitação do Padre Cícero
Pe. Roserlândio de Sousa folheia o documento com 46 páginas escritas, comprovando a habilitação. O acervo inédito será encaminhado ao Vaticano (Foto: Antônio Vicelmo)
Caravana de caririenses no Vaticano, em maio de 2006, quando foi entregue farta documentação em defesa da reabilitação do Padre Cícero
Comitiva de religiosos, políticos e intelectuais participou da entrega da documentação em Roma
O processo pela reabilitação do Padre Cícero, que tramita no Vaticano, terá novo documento anexadoCrato. Três anos depois da entrega ao Vaticano do pedido de reabilitação do Padre Cícero Romão Batista, a Congregação para a Doutrina da Fé — a quem cabe analisar os documentos apresentados — mantém-se em silêncio sobre o processo. O bispo da Diocese do Crato, dom Fernando Panico, que se encontra na Itália, em viagem particular, não tem nenhuma informação sobre a tramitação do processo. Porém, em meio ao silêncio do Vaticano, uma novidade ressurge. O padre Francisco Roserlândio de Souza, coordenador do Departamento Histórico Diocesano Padre Antônio Gomes de Araújo, apresenta um documento inédito, de grande relevância, que será anexado ao processo no Vaticano.
O processo pela reabilitação do Padre Cícero, que tramita no Vaticano, terá novo documento anexadoCrato. Três anos depois da entrega ao Vaticano do pedido de reabilitação do Padre Cícero Romão Batista, a Congregação para a Doutrina da Fé — a quem cabe analisar os documentos apresentados — mantém-se em silêncio sobre o processo. O bispo da Diocese do Crato, dom Fernando Panico, que se encontra na Itália, em viagem particular, não tem nenhuma informação sobre a tramitação do processo. Porém, em meio ao silêncio do Vaticano, uma novidade ressurge. O padre Francisco Roserlândio de Souza, coordenador do Departamento Histórico Diocesano Padre Antônio Gomes de Araújo, apresenta um documento inédito, de grande relevância, que será anexado ao processo no Vaticano.
“O documento trata-se de um exame de habilitação sacerdotal do Padre Cícero, um processo investigatório que era realizado antigamente com o objetivo de saber se um candidato a padre teria idoneidade para exercer o Ministério Sacerdotal. Hoje, este exame tem o nome de escrutínio”, explica padre Roserlândio.Este documento é importante, segundo o sacerdote, porque, na época, entre 1869 e 1870, o seminarista Cícero Romão Batista não foi ordenado juntamente com os seus colegas de curso. Um dos motivos apresentados pela reitoria do Seminário da Prainha, em Fortaleza, era de que ele lia livros de ciências ocultas.
No documento, com 46 páginas manuscritas, estão os depoimentos de oito pessoas idôneas, entre as quais, comerciantes, militares e funcionários da justiça, em favor da ordenação do então seminarista Cícero Romão Batista. No final, o vigário geral da Diocese do Ceará, monsenhor Hipólyto Gomes Brasil, afirma: “Não constando da inquirição das testemunhas produzidas nestes autos, de folha a folha, ser Cícero Romão Batista herege ou apóstata da nossa Santa Fé Católica não incurso em pena alguma vil, de fato ou de direito, por si, seus pais e avós, o referido ordenando está pronto e habilitado para todas as ordens menores e sacras e hábil para benefícios eclesiásticos pelo que diz respeito a sua sangüinidade. Assim o julgo. Fortaleza, 7 de setembro de 1869. Hipólyto Gomes Brasil”.
Milagre de Juazeiro
Padre Cícero foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação, retornou ao Crato e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou a ensinar Latim numa escola fundada e dirigida pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo. Dois anos depois de ordenado, em 1872, foi nomeado vigário de Juazeiro do Norte, na época, um pequeno vilarejo. 20 anos depois, em 1892, o padre protagonizou o fenômeno que ficou conhecido como “O milagre de Juazeiro”, ou seja, um suposto milagre, quando a hóstia por ele consagrada, teria se transformado em sangue na boca da beata Maria de Araújo. O fenômeno deu origem a um processo que terminou com a suspensão das ordens sacerdotais do Padre Cícero Romão Batista.
Mais de um século depois desse episódio, a Igreja Católica tenta reabilitar o padre que a própria instituição condenou. Uma caravana de padres, intelectuais e políticos, liderados por dom Fernando Panico, bispo da Diocese de Crato, esteve no Vaticano em 2006, onde entregou 11 livros encadernados com o resultado das pesquisas da Comissão de Estudos para Reabilitação Histórico-Eclesial do padre Cícero Romão Batista. Os documentos, solicitando a reabilitação do sacerdote, foram entregues ao cardeal Josef William Levado, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, no dia 30 de maio de 2006. Duas comitivas de cerca de 50 pessoas, entre elas o então governador do Ceará, Lúcio Alcântara, o arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi, e o bispo de Crato, dom Fernando Panico, estiveram no Vaticano.
Na carta ao papa Bento XVI, por ocasião da entrega dos documentos à Congregação para a Doutrina da Fé (e já publicada com exclusividade pelo Diário do Nordeste), dom Fernando afirmava: “Venho, com toda esperança e humildade, suplicar a Vossa Santidade que se digne reabilitar canonicamente o Padre Cícero Romão Baptista, libertando-o de qualquer sombra e resquício das acusações por ele sofridas”. A visita da caravana do Cariri ao Vaticano foi acompanhada pelo Diário do Nordeste, que publicou reportagens especiais sobre o tema.Para reforçar os argumentos, a comitiva levou também um abaixo-assinado com 150 mil nomes e um documento assinado por cerca de 270 bispos brasileiros, que estavam reunidos em Itaci, São Paulo, pedindo a revisão histórica e eclesial do caso. O mais importante dos documentos entregues ao Vaticano foi uma petição assinada por dom Fernando Panico.Numa exposição de motivos de 16 páginas, o bispo explica que “o ponto de partida foi um pedido do então cardeal Josef Ratzinger, hoje papa Bento XVI, para que o processo fosse reaberto e estudado”.
SANTO POPULAR
Tramitação em Roma demanda tempo
Crato. “O processo é demorado, criterioso e caro”, afirma o padre José Roserlândio, em referência ao processo que tramita no Vaticano, em defesa da reabilitação do Padre Cícero. Ele explica que serão lidos criteriosamente todos os documentos entregues na Congregação para a Doutrina da Fé. A leitura é a primeira fase dos trabalhos, conforme explica o sacerdote. Dependendo dos fundamentos jurídicos com relação à solicitação feita, a pesquisa terá continuidade com uma análise mais aprofundada, o que pode demandar investigações e viagens e, conseqüentemente, despesas que devem ser custeadas pela Diocese do Crato. A expectativa permanece por parte dos milhares de seguidores do padre que já se tornou santo, canonizado pelo povo.
O Padre Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, no Crato, e morreu, 90 anos depois, no dia 20 de julho de 1934. Em março de 1865, ingressou no Seminário de Fortaleza, para seguir a carreira eclesiástica, onde é ordenado em novembro de 1870. Em abril de 1872, com 28 anos de idade, vai residir em Juazeiro, onde foi vigário e prefeito.
Em 1889, durante uma comunhão, a hóstia consagrada por ele sangrou na boca de uma beata chamada Maria de Araújo. O povo considerou o fato um milagre. As toalhas utilizadas para limpar o sangue tornaram-se objetos de adoração. A notícia espalhou-se e Juazeiro começou a ser visitada por peregrinos, interessadas nos poderes do padre.
Cícero foi acusado por membros do Vaticano de mistificação (manipulação da crença popular) e heresia (desrespeito às normas canônicas). Em 1894, foi punido com a suspensão da ordem.
Por todo o restante da vida, ele tentou, em vão, revogar a pena. Em 1898, foi a Roma e encontrou-se com o papa Leão XIII, que lhe concedeu indulto parcial, mas manteve a proibição de celebrar missas. Apesar da proibição, Cícero jamais deixou de celebrar missas em sua igreja em Juazeiro. Após sua morte, sua fama e seus feitos foram divulgados entre as camadas populares. Embora ainda banido pela Igreja, tornou-se, de fato, um santo entre os sertanejos.
No final do século 20, o Papa Bento XVI, quando ainda era cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, propôs um estudo sobre o Padre Cícero com a finalidade de, possivelmente, reabilitá-lo perante a Igreja Católica e, eventualmente, beatificá-lo.
Como santo popular, Padre Cícero tornou-se um fenômeno na região Nordeste.
Quatro grandes romarias realizadas em Juazeiro do Norte ao longo de cada ano concentram número crescente de romeiros, especialmente nordestinos, mas também de outros Estados brasileiros.
ANTÔNIO VICELMO Repórter
Diário do Nordeste
Mariana-MG - Igreja de São Francisco é liberada
Diário do Nordeste
Mariana-MG - Igreja de São Francisco é liberada
Beto Novaes/EM/D.A Press
Perito Adriano Moreira avaliou a estrutura e garante que é seguro reabrir o templo histórico para visitação
Perito Adriano Moreira avaliou a estrutura e garante que é seguro reabrir o templo histórico para visitação
Depois de dois meses interditada por ordem da Justiça, a Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Mariana, a 115 quilômetros de Belo Horizonte, já está aberta para visitação. Um dos monumentos mais procurados pelos turistas, o templo católico foi fechado em resposta a ação civil do Ministério Público Estadual (MPE), com base em relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que apontou comprometimento da estrutura do prédio.
O parecer do perito Adriano Rodolfo Martins Moreira, engenheiro de segurança do trabalho e professor do Instituto Federal de Minas Gerais (ex-Cefet) de Ouro Preto, mostrou que não há riscos para os frequentadores da igreja construída em 1762. “A igreja pode ser visitada com tranquilidade, não há perigo”, assegurou quinta-feira o perito. Na decisão, assinada quarta-feira, o juiz da comarca, Antônio Carlos Braga, não afastou eventuais problemas na estrutura e de proteção do acervo, que precisam ser resolvidos. “Apenas estou reconhecendo que, conforme conclusão do perito, ‘inexiste risco de desabamento total ou parcial’, fato que, entendo, justifica a revogação da liminar.”
Pertencente à Ordem Terceira de São Francisco de Assis, a igreja fica na Praça Minas Gerais, no Centro Histórico, tombado pelo Iphan. A primeira liminar foi concedida às vésperas das cerimônias da Semana Santa, pela juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva. Satisfeito com a decisão, o vice-ministro da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, José Geraldo Gamarano, disse que a interdição gerou muitos prejuízos para o patrimônio local, especialmente com a perda de visitantes. “O resultado da perícia mostra que temos zelo. Essa situação verificada pelo Iphan ocorre em 99% das igrejas aqui de Mariana. Ela não necessita de reformas urgentes, o telhado é novo”, disse Gamarano. Segunda igreja mais visitada da cidade – a primeira é a Catedral da Sé –, a Igreja de São Francisco de Assis tem um museu e obras do Mestre Athaíde, que está sepultado no local. De acordo com os especialistas, é ricamente decorada, tem retábulos, púlpitos e forros com pintura decorativa e douramentos.
Gustavo Werneck - Estado de Minas
Maringá-PR - Os painéis artísticos que contam a história da cidade
Cidade possui diversos painéis artísticos, a maioria representando a própria história local; série de O Diário escreverá sobre cada um e leitor escolherá qual o mais belo painel
Maringá ficou famosa como Cidade Canção, pelo seu verde, mas também merece destaque pela quantidade de painéis artísticos que enfeitam suas ruas. Obras que muitas vezes passam desapercebidas pelos próprios moradores - tão acostumados com o seu cenário urbano cotidiano. Hoje, a cidade possui pelo menos nove painéis artísticos espalhados em locais de grande trânsito de pessoas.
E esse número já foi maior. O painel de Violyn, por exemplo, que ficava na Avenida JK, desapareceu quando um prédio foi construído no terreno ao lado. Um outro belíssimo painel que ficava no antigo Pilekinho e retratava a história de Maringá também se foi com a demolição do bar. “Esses painéis correm mesmo o risco de se perder pelo desenvolvimento imobiliário e pela ação do tempo. Se são um bem privado, estão mais suscetíveis ainda”, explica o historiador do Patrimônio Histórico de Maringá, João Laércio Lopes Leal.
Gustavo Werneck - Estado de Minas
Maringá-PR - Os painéis artísticos que contam a história da cidade
Cidade possui diversos painéis artísticos, a maioria representando a própria história local; série de O Diário escreverá sobre cada um e leitor escolherá qual o mais belo painel
Maringá ficou famosa como Cidade Canção, pelo seu verde, mas também merece destaque pela quantidade de painéis artísticos que enfeitam suas ruas. Obras que muitas vezes passam desapercebidas pelos próprios moradores - tão acostumados com o seu cenário urbano cotidiano. Hoje, a cidade possui pelo menos nove painéis artísticos espalhados em locais de grande trânsito de pessoas.
E esse número já foi maior. O painel de Violyn, por exemplo, que ficava na Avenida JK, desapareceu quando um prédio foi construído no terreno ao lado. Um outro belíssimo painel que ficava no antigo Pilekinho e retratava a história de Maringá também se foi com a demolição do bar. “Esses painéis correm mesmo o risco de se perder pelo desenvolvimento imobiliário e pela ação do tempo. Se são um bem privado, estão mais suscetíveis ainda”, explica o historiador do Patrimônio Histórico de Maringá, João Laércio Lopes Leal.
Na avaliação de Lopes Leal, feita em parceria com a reportagem de O Diário, os mais importantes painéis artísticos existentes em Maringá hoje são o painel do Teatro Calil Haddad, criado por Poty Lazzarotto; o do Fórum de Maringá, de autoria de Zanzal Mattar; o painel de Potty Lazzarotto, no Shopping Cidade; o feito por Zanzal Mattar no Atacadão; o de Eder Portalha, no Colégio Santa Cruz; o painel de azulejos construído em 1952 e que hoje está nos fundos do Mercadão Real, na Avenida Getúlio Vargas; o painel indígena na Associação Indígena de Maringá (Assindi) e os do supermercado Super Muffato.
A história e detalhes sobre todos esses painéis será tema de uma série de matérias publicadas todas as quintas-feiras em O Diário. O leitor do jornal também poderá escolher qual o mais belo painel artístico de Maringá, numa eleição que termina em 30 de julho.
Beleza
Para Lopes Leal, a grande quantidade de painéis existentes em Maringá tem a ver tanto com a beleza da cidade quanto com o fato de ela possuir artistas talentosos.
A maioria dos painéis artísticos da cidade foi feita por artistas de Maringá ou da região. “Essas obras agregam valor tanto para quem mora na cidade quanto para quem visita”, afirma Lopes Leal. “Maringá tem tradição nas artes plásticas desde os anos 50 e o mural é uma forma de representar isso com a vantagem de socializar para um público bem mais amplo. Além disso, são painéis que usam técnicas e materiais muito variados.”
Fábio Massalli massalli@odiariomaringa.com.br
Diário do Norte do Paraná
Secretaria Estadual da Cultura valoriza profissionais de museus
Começou nesta terça-feira (27) no auditório do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Barbacena (Ifet) curso gratuito sobre “Funcionamento e Administração de Museus e Centros Culturais”.
O curso, que acontece de 8h às 17h, é destinado a educadores, historiadores, profissionais da cultura, do patrimônio histórico, e faz parte do Programa de Capacitação e Formação em Museologia, da Secretaria de Estado da Cultura.
A promoção é da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), em parceria com o Ifet e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Barbacena Online
São Paulo-SP - Conselheiros do patrimônio aprovam obra
Em mais um capítulo da novela que já se arrasta há dez anos, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) aprovou ontem projeto de reforma da Praça Franklin Roosevelt, no centro da capital. O local está no entorno do Colégio Visconde de Porto Seguro, inaugurado em 1913 e tombado em 1979.
A Prefeitura promete lançar o edital nas próximas semanas, mas agora ninguém se arrisca a fixar prazos para a revitalização - uma vez que a esperada reforma já foi adiada pelo menos seis vezes nos últimos quatro anos.
Fábio Massalli massalli@odiariomaringa.com.br
Diário do Norte do Paraná
Secretaria Estadual da Cultura valoriza profissionais de museus
Começou nesta terça-feira (27) no auditório do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Barbacena (Ifet) curso gratuito sobre “Funcionamento e Administração de Museus e Centros Culturais”.
O curso, que acontece de 8h às 17h, é destinado a educadores, historiadores, profissionais da cultura, do patrimônio histórico, e faz parte do Programa de Capacitação e Formação em Museologia, da Secretaria de Estado da Cultura.
A promoção é da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), em parceria com o Ifet e com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Barbacena Online
São Paulo-SP - Conselheiros do patrimônio aprovam obra
Em mais um capítulo da novela que já se arrasta há dez anos, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) aprovou ontem projeto de reforma da Praça Franklin Roosevelt, no centro da capital. O local está no entorno do Colégio Visconde de Porto Seguro, inaugurado em 1913 e tombado em 1979.
A Prefeitura promete lançar o edital nas próximas semanas, mas agora ninguém se arrisca a fixar prazos para a revitalização - uma vez que a esperada reforma já foi adiada pelo menos seis vezes nos últimos quatro anos.
Antes orçado em R$ 13 milhões e agora beirando os R$ 40 milhões, o projeto de reforma da Roosevelt já havia sido aprovado no início de maio pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat). Segundo as diretrizes apresentadas pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), toda a estrutura acima do nível da praça será demolida, inclusive as rampas de acesso aos níveis superiores. No local onde hoje fica a rampa central, será instalado um "marco zero", com escultura. O projeto prevê ainda a construção de um telecentro - com biblioteca, salas de aula, leitura e de informática, num prédio de dois pavimentos.
Entre os equipamentos da praça, está prevista a construção de uma arena para eventos, playground, cachorródromo, bicicletários e equipamentos de ginástica. Entre o telecentro (que terá acesso pela Rua João Guimarães Rosa) e a Rua Martinho Prado, está prevista ainda a construção de três floriculturas e uma banca de revistas. Floreiras e canteiros circulares, em projeto paisagístico entre as Ruas Augusta e Consolação, também estão previstos.
O piso será de ladrilho hidráulico e concreto ecológico, exceto nas proximidades da Igreja da Consolação, onde serão instalados paralelepípedos. Haverá também bases da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar.
"Será a transformação daquele local, que hoje é somente um espaço vazio, novamente em praça", diz o diretor da Emurb, Rubens Chammas.
Na mesma reunião que aprovou o projeto da Roosevelt, os membros do Conpresp decidiram abrir processo de tombamento dos edifícios da Escola Pueri Domus, na Chácara Santo Antônio. Em estilo neocolonial, o conjunto foi projetado pelo arquiteto polonês Georg Przirembel, que também assina o Mosteiro e a Igreja do Carmo, na capital, e o Palácio da Boa Vista, em Campos do Jordão.
Último Segundo
Último Segundo
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial