CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 9-11-09
Coletânea reúne cartas que anteciparam o embate entre Galileu e a Igreja do século XVII
Traduzida diretamente dos documentos originais por Carlos Artur do Nascimento, especialista em filosofia e história medieval, chega agora ao Brasil a compilação das famosas cartas copérnicas, onde Galileu Galilei discute com representantes da nobreza e clero do século XVII a ideia de que a terra gira em torno do Sol.
Em Ciência e Fé - cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia, lançamento da Editora Unesp, o leitor terá a chance de se aprofundar nos pontos principais da argumentação galileana sobre o papel da interpretação religiosa e científica, numa coletânea que antecipa o famoso embate entre o astrônomo e a Inquisição no ano de 1616. Estes diversos documentos foram produzidos entre 1613 e 1616, entre cartas e comentários enviados pelo próprio Galileu a D. Benedetto Castelli, ao Monsenhor Piero Dini e à Senhora Cristina de Lorena, Grã-duquesa mãe da Toscana.
Nos textos, o astrônomo traz suas conclusões científicas, baseadas em estudos empíricos. Ao mesmo tempo, atesta a validade dos ensinamentos bíblicos uma vez que os considera essenciais para a construção moral e religiosa do povo, sem acreditar, entretanto, que devam ser interpretados à luz das ciências da Natureza. Além das cartas, Ciência e Fé traz comentários de Galileu sobre os estudos de Copérnico e de sua teoria heliocêntrica documentados nas três Considerações sobre a opinião copernicana. É graças à sua crença nessa teoria - que comprovou ao estudar as fases do planeta Vênus - que o astrônomo é considerado um herege pela Inquisição pouco tempo depois. Entre os textos reunidos no livro, estão também registros dos pensamentos da Igreja em relação às conclusões do cientista, em carta do Cardeal Roberto Belarmino, então consultor do Papa para assuntos da Inquisição. Há ainda o decreto da Congregação do Índice que proibia a publicação dos estudos de Nicolau Copérnico (1473 - 1543) sobre a teoria heliocêntrica. Sobre o tradutor e organizador - Carlos Artur R. do Nascimento é pós-doutorado em História da Filosofia na e doutor em Estudos Medievais pela Université de Montréal. Atualmente é professor assistente doutor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Título: Ciência e Fé - cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia
Autor: Galileu Galilei
Tradução e organização: Carlos Artur R. do NascimentoPáginas: 143Formato: 14 x 21 cmPreço: R$ 26ISBN: 978-85-7139-939-6Data de publicação: 2009
Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo telefone (11) 3107-2623 ou pelos sites: www.editoraunesp.com.br ou www.livrariaunesp.com.br
Editora UNESP
Iguape será declarada Patrimônio Cultural do Brasil no dia 3 de dezembro
O presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Luiz Fernando de Almeida, informou à Prefeitura do município que a cidade de Iguape será oficialmente declarada Patrimônio Cultural do Brasil. A declaração oficial será feita em sessão do Conselho Consultivo do Iphan, no dia três de dezembro, data em que o município comemorará 471 anos.
Editora UNESP
Iguape será declarada Patrimônio Cultural do Brasil no dia 3 de dezembro
O presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Luiz Fernando de Almeida, informou à Prefeitura do município que a cidade de Iguape será oficialmente declarada Patrimônio Cultural do Brasil. A declaração oficial será feita em sessão do Conselho Consultivo do Iphan, no dia três de dezembro, data em que o município comemorará 471 anos.
O anúncio preliminar aconteceu em Ouro Preto-MG, no dia 21 de outubro, em solenidade de lançamento do PAC Cidades Históricas, que contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e ministros de estado.
A reunião do Conselho Consultivo do Iphan, que é o órgão que analisa os pedidos de tombamento, acontecerá na cidade de São João Del Rei-MG. Também estarão na pauta do conselho os tombamentos da cidade de Paranaguá e do toque dos sinos da igreja Nossa Senhora do Rosário, de São João Del Rei.
A atuação do Iphan na cidade contemplou minucioso inventário material e imaterial do município, com a participação dos moradores que, por meio de grupos de trabalho, apontaram quais eram os bens culturais mais representativos da história de Iguape.
No início deste ano, o presidente do Iphan, Luiz Fernando, que também é presidente do conselho que analisa os tombamentos, visitou a cidade de Iguape e, na ocasião, afirmou que o patrimônio do município seria reconhecido. No mês de julho, a inauguração da Casa do Patrimônio em Iguape, a primeira do estado de São Paulo e a primeira com espaço físico próprio em todo o País, foram sinais claros de que o tombamento estava cada vez mais próximo. A Casa do Patrimônio funciona como um local de diálogo entre o Iphan e a sociedade, por meio de exposições, debates, oficinas e outras atividades relacionadas ao tema da preservação patrimonial.
O tombamento federal, além de colocar Iguape em um seleto grupo de cidades brasileiras, entre outros inúmeros benefícios ainda possibilita o acesso do município ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas que, segundo o presidente Lula, fará investimentos da ordem de R$ 890 milhões até 2012. Iguape está entre os 173 municípios do País que receberão recursos deste montante para recuperação e preservação do patrimônio histórico e cultural, que proporcionará o desenvolvimento do turismo e, consequentemente, o desenvolvimento urbano, econômico e social, resultando na melhoria da qualidade de vida da população.
Iguape está entre as 11 cidades do estado de São Paulo que foram incluídas no PAC Cidades Históricas e o seu projeto, que está sendo elaborado pelos departamentos de Cultura, Turismo, Esportes e Eventos e de Obras da Prefeitura Municipal, é um dos que estão mais avançados e que são mais consistentes.
O município participa da Associação Brasileira das Cidades Históricas, que terá papel fundamental na articulação junto ao Governo Federal para as ações do PAC.
Durante o anúncio oficial do tombamento – que deverá ter como área de abrangência o Centro Histórico, o Morro da Espia e o setor Portuário (Canal do Valo Grande e Estuário Lagunar do Mar Pequeno) – em três de dezembro, em São João Del Rei, a Prefeitura está planejando eventos simultâneos na cidade de Iguape. A idéia é, por meio de um telão, transmitir ao vivo, direto da cidade mineira, a cerimônia do conselho.
Julio Silva
Diário de Iguape
Acervo da Biblioteca Nacional completa 199 anos
A reunião do Conselho Consultivo do Iphan, que é o órgão que analisa os pedidos de tombamento, acontecerá na cidade de São João Del Rei-MG. Também estarão na pauta do conselho os tombamentos da cidade de Paranaguá e do toque dos sinos da igreja Nossa Senhora do Rosário, de São João Del Rei.
A atuação do Iphan na cidade contemplou minucioso inventário material e imaterial do município, com a participação dos moradores que, por meio de grupos de trabalho, apontaram quais eram os bens culturais mais representativos da história de Iguape.
No início deste ano, o presidente do Iphan, Luiz Fernando, que também é presidente do conselho que analisa os tombamentos, visitou a cidade de Iguape e, na ocasião, afirmou que o patrimônio do município seria reconhecido. No mês de julho, a inauguração da Casa do Patrimônio em Iguape, a primeira do estado de São Paulo e a primeira com espaço físico próprio em todo o País, foram sinais claros de que o tombamento estava cada vez mais próximo. A Casa do Patrimônio funciona como um local de diálogo entre o Iphan e a sociedade, por meio de exposições, debates, oficinas e outras atividades relacionadas ao tema da preservação patrimonial.
O tombamento federal, além de colocar Iguape em um seleto grupo de cidades brasileiras, entre outros inúmeros benefícios ainda possibilita o acesso do município ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas que, segundo o presidente Lula, fará investimentos da ordem de R$ 890 milhões até 2012. Iguape está entre os 173 municípios do País que receberão recursos deste montante para recuperação e preservação do patrimônio histórico e cultural, que proporcionará o desenvolvimento do turismo e, consequentemente, o desenvolvimento urbano, econômico e social, resultando na melhoria da qualidade de vida da população.
Iguape está entre as 11 cidades do estado de São Paulo que foram incluídas no PAC Cidades Históricas e o seu projeto, que está sendo elaborado pelos departamentos de Cultura, Turismo, Esportes e Eventos e de Obras da Prefeitura Municipal, é um dos que estão mais avançados e que são mais consistentes.
O município participa da Associação Brasileira das Cidades Históricas, que terá papel fundamental na articulação junto ao Governo Federal para as ações do PAC.
Durante o anúncio oficial do tombamento – que deverá ter como área de abrangência o Centro Histórico, o Morro da Espia e o setor Portuário (Canal do Valo Grande e Estuário Lagunar do Mar Pequeno) – em três de dezembro, em São João Del Rei, a Prefeitura está planejando eventos simultâneos na cidade de Iguape. A idéia é, por meio de um telão, transmitir ao vivo, direto da cidade mineira, a cerimônia do conselho.
Julio Silva
Diário de Iguape
Acervo da Biblioteca Nacional completa 199 anos
José Carlos Pereira/vc repórter
Semana de debates e lançamentos marcou a data na sede da Fundação Biblioteca Nacional, no RJ
Semana de debates e lançamentos marcou a data na sede da Fundação Biblioteca Nacional, no RJ
Nesta quinta-feira, o acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (RJ), completou 199 anos de existência. A data pode ter passado despercebida por muitos, mas mereceu uma semana de comemoração organizada pela instituição vinculada ao Ministério da Cultura.
Entre os dias 27 e 29, um simpósio, o Livre-se - I Simpósio do Livro da UFRJ, discutiu a história do livro no país, e abordou problemas como a pirataria, edição, acesso à leitura e novas mídias.
Os dias 28 e 29 foram marcados por debates abertos ao público, que em um deles, com o jornalista Artur Xexéo, falou sobre "a crônica nos tempos da internet".
Foram lançados também dois livros. O Livro de Horas de Dom Fernando, publicação fac-símile de um manuscrito datado de 1378, foi apresentado no dia 29. Nesta sexta-feira, estava previsto o lançamento da obra Impresso no Brasil - 1808 a 1930.
Considerada pela UNESCO como a oitava maior biblioteca nacional do mundo e a maior da América Latina, ela abriga o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil.
A história da Biblioteca começa antes da sua fundação. Quando, em 1º de Novembro de 1755, a cidade de Lisboa sofreu um grande terremoto, ocorreu também um incêndio, que destruiu quase todo o acervo da Biblioteca Real.
Depois de reunir o que sobrara e recuperar algumas obras, pelo o Rei Dom José I de Portugal, em 1810, foi finalizada a doação do acervo trazido de Portugal. Tem-se como o dia 29 de Outubro de 1910, a inauguração do prédio da Fundação da Biblioteca Nacional, que passou a ocupar a sede da avenida Rio Branco, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro.
Além da programação especial da semana, a Biblioteca Nacional abriga exposições. "É com esses balangandãs que eu vou: 100 anos de Carmen Miranda na Biblioteca Nacional" permanence até 31 de dezembro, e "A revolta da chibata - O jornalista e o marinheiro", pode ser vista até o fim de novembro.
Entre os dias 27 e 29, um simpósio, o Livre-se - I Simpósio do Livro da UFRJ, discutiu a história do livro no país, e abordou problemas como a pirataria, edição, acesso à leitura e novas mídias.
Os dias 28 e 29 foram marcados por debates abertos ao público, que em um deles, com o jornalista Artur Xexéo, falou sobre "a crônica nos tempos da internet".
Foram lançados também dois livros. O Livro de Horas de Dom Fernando, publicação fac-símile de um manuscrito datado de 1378, foi apresentado no dia 29. Nesta sexta-feira, estava previsto o lançamento da obra Impresso no Brasil - 1808 a 1930.
Considerada pela UNESCO como a oitava maior biblioteca nacional do mundo e a maior da América Latina, ela abriga o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil.
A história da Biblioteca começa antes da sua fundação. Quando, em 1º de Novembro de 1755, a cidade de Lisboa sofreu um grande terremoto, ocorreu também um incêndio, que destruiu quase todo o acervo da Biblioteca Real.
Depois de reunir o que sobrara e recuperar algumas obras, pelo o Rei Dom José I de Portugal, em 1810, foi finalizada a doação do acervo trazido de Portugal. Tem-se como o dia 29 de Outubro de 1910, a inauguração do prédio da Fundação da Biblioteca Nacional, que passou a ocupar a sede da avenida Rio Branco, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro.
Além da programação especial da semana, a Biblioteca Nacional abriga exposições. "É com esses balangandãs que eu vou: 100 anos de Carmen Miranda na Biblioteca Nacional" permanence até 31 de dezembro, e "A revolta da chibata - O jornalista e o marinheiro", pode ser vista até o fim de novembro.
Mais informações no site http://www.bn.br/ ou no telefone (21) 3095-3879.
Terra
São Paulo-SP - De volta à vida
Restaurada, uma das igrejas mais antigas da cidade sedia exposição.
Terra
São Paulo-SP - De volta à vida
Restaurada, uma das igrejas mais antigas da cidade sedia exposição.
Um importante patrimônio cultural da cidade retoma suas atividades no sábado (7). Inaugurada em 1622, a Capela de São Miguel Arcanjo, no bairro de São Miguel Paulista, receberá a mostra Os Modernistas Revisitam a Capela, composta de trinta obras do acervo do governo estadual. É a primeira vez que a coleção, iniciada há quarenta anos, será exibida fora dos palácios dos Bandeirantes, da Boa Vista e do Horto - somente trabalhos específicos eram emprestados. Ocupada inicialmente por padres jesuítas e, mais tarde, por frades franciscanos, a Capela de São Miguel Arcanjo começou a ser restaurada em 2006. ‘ Durante as obras, os técnicos do Iphan descobriram um mural pintado na parede atrás do altar ’, conta Alexandre Galvão, da Associação Cultural Beato José de Anchieta, responsável pela gestão do espaço. ‘ O estilo dessa pintura é peculiar, bem diferente do barroco em voga naquela época.’ Não é a abertura definitiva da capela, uma das mais antigas da cidade (a data de inauguração da Igreja de Santo Antônio, na Praça do Patriarca, é incerta, mas estima-se que ela seja do fim do século XVI).
Ainda precisam ser restauradas peças danificadas em 1952, quando um homem invadiu a igrejinha e destruiu imagens como uma estátua de Nossa Senhora Aparecida do século XVII. A reinauguração completa está prevista para o primeiro semestre de 2010.
Entre os artistas representados em Os Modernistas Revisitam a Capela estão Tarsila do Amaral, Candido Portinari e Vicente do Rego Monteiro. ‘ Procuramos estabelecer uma ligação com as pesquisas de Mario de Andrade tanto em relação aos artistas do modernismo quanto aos pontos históricos da cidade ’, diz a curadora do acervo dos palácios, Ana Cristina Carvalho. O autor de Macunaíma, aliás, foi o responsável pelo tombamento da Capela de São Miguel Arcanjo, em 1938, quando era o diretor do Departamento de Cultura da prefeitura. Para garantir a segurança das obras da exposição, foi instalado um sistema com câmeras de vigilância e sensores de movimento. Ha¬¬verá ainda monitoramento feito pela polícia Civil e pela Militar.Capela de São Miguel Arcanjo. Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 10, São Miguel 2032-3921. Quinta a domingo, 10h às 17h (grupos de vinte pessoas por%Paulista, hora). R$ 2,00 (qui. e sex.) e grátis (sáb. e dom.). Até 20 de dezembro.
Jonas Lopes
Veja São Paulo
Paracatu-MG - Manuscritos dos séculos XVIII e XIX servem de subsídio para tombamento do patrimônio histórico
Entre os artistas representados em Os Modernistas Revisitam a Capela estão Tarsila do Amaral, Candido Portinari e Vicente do Rego Monteiro. ‘ Procuramos estabelecer uma ligação com as pesquisas de Mario de Andrade tanto em relação aos artistas do modernismo quanto aos pontos históricos da cidade ’, diz a curadora do acervo dos palácios, Ana Cristina Carvalho. O autor de Macunaíma, aliás, foi o responsável pelo tombamento da Capela de São Miguel Arcanjo, em 1938, quando era o diretor do Departamento de Cultura da prefeitura. Para garantir a segurança das obras da exposição, foi instalado um sistema com câmeras de vigilância e sensores de movimento. Ha¬¬verá ainda monitoramento feito pela polícia Civil e pela Militar.Capela de São Miguel Arcanjo. Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 10, São Miguel 2032-3921. Quinta a domingo, 10h às 17h (grupos de vinte pessoas por%Paulista, hora). R$ 2,00 (qui. e sex.) e grátis (sáb. e dom.). Até 20 de dezembro.
Jonas Lopes
Veja São Paulo
Paracatu-MG - Manuscritos dos séculos XVIII e XIX servem de subsídio para tombamento do patrimônio histórico
Pode até parecer que documentos antigos nada mais são do que um conjunto de papéis velhos e empoeirados que raramente terão utilidade, mas o que de fato se verifica é que eles além de retratarem de forma plural o passado de uma pessoa, sociedade ou mesmo de uma entidade pública ou privada, são extremamente úteis para a pesquisa e o trabalho dos cidadãos.
Prova disso é que veio a Paracatu em setembro, incumbida de resgatar as origens do arruamento (processo de formação das ruas) local e viabilizar o cruzamento dessas informações com o panorama atual do Núcleo Histórico da cidade, a historiadora de Belo Horizonte, Patricia Brito, que pesquisou em diversos documentos, entre os quais manuscritos dos séculos XVIII e XIX e fotografias do século XX. Segundo ela, esses documentos “lhe foram muito úteis para a consecução do seu trabalho”, e ainda afirmou que “a cidade de Paracatu possui um acervo muito rico em informações e destaca-se entre as demais cidades de Minas Gerais por possuir um Arquivo Público que além de prestar um excelente atendimento, possui sua documentação organizada, o que facilita todo o processo de pesquisa”.
De acordo ainda com Patrícia, que esteve durante três dias no Arquivo Público de Paracatu pesquisando nos documentos classificados nos fundos Tribunal Eclesiástico, Câmara Municipal, Prefeitura Municipal e Olímpio Michael Gonzaga, os dados obtidos servem para a elaboração de um dossiê de tombamento do Núcleo Histórico de Paracatu.
O Núcleo Histórico de Paracatu, região predominantemente formada por casarões nos estilos colonial, eclético, neoclássico, entre outros, e que se contituem como parte fundamental do patrimônio histórico, já está tombado a nível municipal e caminha para tal estágio também a nível federal, o que representa, geralmente, maior proteção e valorização desse conjunto arquitetônico da cidade.
Texto: Arquivista Carlos Lima
http://paracatumemoria.nomemix.com/pesquisar-no-site/manuscritos-dos-seculos-xviii-e-xix-servem-de-subsidio-para-tombamento-do-patrimonio-historico/
Farroupilha-RS - Pesquisa para revitalizar o Museu Casa de Pedra
O Museu Casa de Pedra, localizado no bairro Nova Vicenza, município de Farroupilha, será revitalizado. Com esse foco, o Departamento de Cultura local lançou pesquisa de opinião pública. Visando obter subsídios para estruturar um espaço educativo, o questionário será dirigido a professores e à comunidade em geral. A proposta é reinaugurar o museu em maio de 2010, durante as comemorações dos 135 anos de imigração italiana no RS e do centenário da chegada do trem em Farroupilha.
O trabalho visa que o museu se torne mais atrativo e o público possa interagir mais. Contempla uma nova proposta expográfica, com melhorias na edificação, que é tombada como patrimônio histórico do Estado. É prevista ainda a criação de um espaço educativo. O prédio que abriga o museu é uma casa de pedra construída em 1896, utilizada inicialmente como moradia da família Fin, tendo servido também como casa comercial.
O museu tem um acervo de utensílios, móveis e ferramentas domésticas, retratando a vida da colonização italiana, além de documentos e objetos da história de Farroupilha. A rua que passa em frente foi o grande eixo do comércio da cidade no começo do século passado e só perdeu importância com a inauguração da Estrada de Ferro e da Estrada Júlio de Castilhos, em 1911. A inauguração do museu ocorreu em dezembro de 1988.
http://www.defender.org.br/
Natal-RN - História Luso-Brasileira - O Marco de Touros, em Natal
O dia 7 de Agosto foi escolhido como a data do aniversário do Rio Grande do Norte, porque nesta mesma data, no ano de 1501, aconteceu, em terras potiguares, um dos mais importantes factos históricos do país: a fixação do primeiro Marco (Padrão) de posse colonial da terra brasileira por Portugal, que para muitos historiadores representa o registo de nascimento do Brasil.
Outros padrões foram deixados no litoral brasileiro - um no litoral baiano e outro na praia da Cananéia, São Paulo, sendo o de Touros o mais antigo.
A esquadra que, vinda de Lisboa, realizara a travessia e ergueu o padrão era formada por três caravelas e tinha no comando o capitão André Gonçalves e Américo Vespúcio como cosmógrafo.
Os marcos, ou padrões, eram colunas de pedra, de altura variável, encimadas por uma cruz com inscrições em português, latim e árabe, que os portugueses passaram a usar como prova de suas descobertas e símbolos de sua fé.
O Marco de Touros é uma pedra calcária de granulação fina, provavelmente de mármore português ou lioz, medindo 1,20m de altura; 0,20m de espessura, 0,30m de largura; 1,05m de contorno. Na parte superior, contém a cruz da Ordem de Cristo (a famosa Cruz de Malta) em relevo e, abaixo, as armas do rei de Portugal e cinco escudetes em aspas com cinco quinas, sem as bordaduras dos castelos.
O Marco de Touros é também cultuado pela comunidade de Cauã, como se fosse santo, e o chamam até de “Santo Cruzeiro”. O culto ao Marco surgiu em decorrência da falta de conhecimento das características da pedra e das inscrições nela contidas, como, por exemplo, a cruz que representa o símbolo da Ordem de Cristo. Estes factores levaram a comunidade a crer que o Marco era realmente divino, vindo directamente de Deus.
Os habitantes dessa comunidade acreditavam que tirar algumas lascas de pedra do Marco de Touros para fazer chá não constituía uma agressão e sim uma cura para as suas doenças.A comunidade, mesmo na sua ignorância e pela sua obsessão religiosa, contribuiu para que o avanço do mar não viesse a destruir o precioso acervo – que foi o primeiro monumento histórico do Brasil português – pois, a cada avanço do mar, o Marco era deslocado do alvo das ondas.
Desde 1976, quando foi declarado monumento nacional pelo Instituto do Património Histórico e Cultural, o padrão original encontra-se guardado numa sala da Fortaleza dos Reis Magos.
Na praia do Marco, em Touros, existe uma réplica, que mantém a tradição, os mitos, a crença do povo e reforça a ideia de que a acção religiosa dos habitantes preservou um património que, de outra forma, teria sido destruído.
* Texto de Paulo Roberto R. Teixeira com pesquisa do blog NataldeOntem
Publicado pela Embaixada de Portugal - Brasília
Mogi das Cruzes-SP - Restauração do Casarão do Chá termina em 2010
Prova disso é que veio a Paracatu em setembro, incumbida de resgatar as origens do arruamento (processo de formação das ruas) local e viabilizar o cruzamento dessas informações com o panorama atual do Núcleo Histórico da cidade, a historiadora de Belo Horizonte, Patricia Brito, que pesquisou em diversos documentos, entre os quais manuscritos dos séculos XVIII e XIX e fotografias do século XX. Segundo ela, esses documentos “lhe foram muito úteis para a consecução do seu trabalho”, e ainda afirmou que “a cidade de Paracatu possui um acervo muito rico em informações e destaca-se entre as demais cidades de Minas Gerais por possuir um Arquivo Público que além de prestar um excelente atendimento, possui sua documentação organizada, o que facilita todo o processo de pesquisa”.
De acordo ainda com Patrícia, que esteve durante três dias no Arquivo Público de Paracatu pesquisando nos documentos classificados nos fundos Tribunal Eclesiástico, Câmara Municipal, Prefeitura Municipal e Olímpio Michael Gonzaga, os dados obtidos servem para a elaboração de um dossiê de tombamento do Núcleo Histórico de Paracatu.
O Núcleo Histórico de Paracatu, região predominantemente formada por casarões nos estilos colonial, eclético, neoclássico, entre outros, e que se contituem como parte fundamental do patrimônio histórico, já está tombado a nível municipal e caminha para tal estágio também a nível federal, o que representa, geralmente, maior proteção e valorização desse conjunto arquitetônico da cidade.
Texto: Arquivista Carlos Lima
http://paracatumemoria.nomemix.com/pesquisar-no-site/manuscritos-dos-seculos-xviii-e-xix-servem-de-subsidio-para-tombamento-do-patrimonio-historico/
Farroupilha-RS - Pesquisa para revitalizar o Museu Casa de Pedra
O Museu Casa de Pedra, localizado no bairro Nova Vicenza, município de Farroupilha, será revitalizado. Com esse foco, o Departamento de Cultura local lançou pesquisa de opinião pública. Visando obter subsídios para estruturar um espaço educativo, o questionário será dirigido a professores e à comunidade em geral. A proposta é reinaugurar o museu em maio de 2010, durante as comemorações dos 135 anos de imigração italiana no RS e do centenário da chegada do trem em Farroupilha.
O trabalho visa que o museu se torne mais atrativo e o público possa interagir mais. Contempla uma nova proposta expográfica, com melhorias na edificação, que é tombada como patrimônio histórico do Estado. É prevista ainda a criação de um espaço educativo. O prédio que abriga o museu é uma casa de pedra construída em 1896, utilizada inicialmente como moradia da família Fin, tendo servido também como casa comercial.
O museu tem um acervo de utensílios, móveis e ferramentas domésticas, retratando a vida da colonização italiana, além de documentos e objetos da história de Farroupilha. A rua que passa em frente foi o grande eixo do comércio da cidade no começo do século passado e só perdeu importância com a inauguração da Estrada de Ferro e da Estrada Júlio de Castilhos, em 1911. A inauguração do museu ocorreu em dezembro de 1988.
http://www.defender.org.br/
Natal-RN - História Luso-Brasileira - O Marco de Touros, em Natal
O dia 7 de Agosto foi escolhido como a data do aniversário do Rio Grande do Norte, porque nesta mesma data, no ano de 1501, aconteceu, em terras potiguares, um dos mais importantes factos históricos do país: a fixação do primeiro Marco (Padrão) de posse colonial da terra brasileira por Portugal, que para muitos historiadores representa o registo de nascimento do Brasil.
Outros padrões foram deixados no litoral brasileiro - um no litoral baiano e outro na praia da Cananéia, São Paulo, sendo o de Touros o mais antigo.
A esquadra que, vinda de Lisboa, realizara a travessia e ergueu o padrão era formada por três caravelas e tinha no comando o capitão André Gonçalves e Américo Vespúcio como cosmógrafo.
Os marcos, ou padrões, eram colunas de pedra, de altura variável, encimadas por uma cruz com inscrições em português, latim e árabe, que os portugueses passaram a usar como prova de suas descobertas e símbolos de sua fé.
O Marco de Touros é uma pedra calcária de granulação fina, provavelmente de mármore português ou lioz, medindo 1,20m de altura; 0,20m de espessura, 0,30m de largura; 1,05m de contorno. Na parte superior, contém a cruz da Ordem de Cristo (a famosa Cruz de Malta) em relevo e, abaixo, as armas do rei de Portugal e cinco escudetes em aspas com cinco quinas, sem as bordaduras dos castelos.
O Marco de Touros é também cultuado pela comunidade de Cauã, como se fosse santo, e o chamam até de “Santo Cruzeiro”. O culto ao Marco surgiu em decorrência da falta de conhecimento das características da pedra e das inscrições nela contidas, como, por exemplo, a cruz que representa o símbolo da Ordem de Cristo. Estes factores levaram a comunidade a crer que o Marco era realmente divino, vindo directamente de Deus.
Os habitantes dessa comunidade acreditavam que tirar algumas lascas de pedra do Marco de Touros para fazer chá não constituía uma agressão e sim uma cura para as suas doenças.A comunidade, mesmo na sua ignorância e pela sua obsessão religiosa, contribuiu para que o avanço do mar não viesse a destruir o precioso acervo – que foi o primeiro monumento histórico do Brasil português – pois, a cada avanço do mar, o Marco era deslocado do alvo das ondas.
Desde 1976, quando foi declarado monumento nacional pelo Instituto do Património Histórico e Cultural, o padrão original encontra-se guardado numa sala da Fortaleza dos Reis Magos.
Na praia do Marco, em Touros, existe uma réplica, que mantém a tradição, os mitos, a crença do povo e reforça a ideia de que a acção religiosa dos habitantes preservou um património que, de outra forma, teria sido destruído.
* Texto de Paulo Roberto R. Teixeira com pesquisa do blog NataldeOntem
Publicado pela Embaixada de Portugal - Brasília
Mogi das Cruzes-SP - Restauração do Casarão do Chá termina em 2010
O Casarão do Chá, principal símbolo da imigração japonesa em Mogi das Cruzes, localizado no bairro Cocuera, terá sua restauração concluída no ano que vem. Em audiência com o secretário de Estado da Cultura, João Sayad, o prefeito mogiano Marco Bertaiolli (DEM) conseguiu a liberação do projeto, a última etapa de autorização que faltava para que a Associação Casarão do Chá pudesse reiniciar as obras. O encontro foi realizado no fim da tarde de terça-feira e contou com a presença do vereador Pedro Komura (PSDB) e do secretário municipal de Cultura, José Luiz Freire de Almeida.
Bertaiolli explicou ao secretário da Cultura e a seu secretário-adjunto, Ronaldo Bianchi, além do chefe de Gabinete, Sérgio Tiezzi, que a conclusão das obras de restauração do Casarão do Chá será realizada com patrocínio da iniciativa privada. “A empresa Gerdau, que mantém uma unidade em Mogi, vai arcar com as despesas finais do restauro, estimadas em R$ 650 mil, o que para nós é motivo de muita satisfação”, disse. A solicitação do prefeito será aprovada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), que beneficia o patrocinador com descontos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
As obras devem ser concluídas em 2010, para que a reabertura do Casarão seja incluída nas comemorações de 450 anos do município. O empreendimento foi construído em 1942 pelo carpinteiro e arquiteto japonês Kazuo Hanaoka e tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1985. O prédio apresenta uma arquitetura única, pela utilização de recursos naturais brasileiros aliados à técnica oriental de construção dos palácios e templos. As paredes são de taipa de bambu e as estruturas, formadas por madeira de eucalipto, foram feitas sem a utilização de pregos.
Silvana Losekann
http://www.defender.org.br/
Cangaceiros Gay. Lampião tá se revirando no túmulo
Bertaiolli explicou ao secretário da Cultura e a seu secretário-adjunto, Ronaldo Bianchi, além do chefe de Gabinete, Sérgio Tiezzi, que a conclusão das obras de restauração do Casarão do Chá será realizada com patrocínio da iniciativa privada. “A empresa Gerdau, que mantém uma unidade em Mogi, vai arcar com as despesas finais do restauro, estimadas em R$ 650 mil, o que para nós é motivo de muita satisfação”, disse. A solicitação do prefeito será aprovada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), que beneficia o patrocinador com descontos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
As obras devem ser concluídas em 2010, para que a reabertura do Casarão seja incluída nas comemorações de 450 anos do município. O empreendimento foi construído em 1942 pelo carpinteiro e arquiteto japonês Kazuo Hanaoka e tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1985. O prédio apresenta uma arquitetura única, pela utilização de recursos naturais brasileiros aliados à técnica oriental de construção dos palácios e templos. As paredes são de taipa de bambu e as estruturas, formadas por madeira de eucalipto, foram feitas sem a utilização de pregos.
Silvana Losekann
http://www.defender.org.br/
Cangaceiros Gay. Lampião tá se revirando no túmulo
Os cabra da peste estão indignados na caatinga. Na terra de Lampião, não pode haver desfaçatez pior. Se o capitão Virgulino fosse vivo essa turma iria ficar sem o couro, provavelmente extraído a punhal. Agora, macho mesmo era o cangaceiro Volta Seca que dava um “trato” na Maria Bonita, mulher de Lampião, e primeira dama da caatinga. Cabra corajoso tava ali!
Integrantes do Cangagay a cárater: iniciativa contra a homofobia divide Serra Talhada, terra de Lampião
Foto: Hans von Manteuffel
Cangagay: o bando de cangaceiros cor-de-rosa cria polêmica com versão estilizada do grupo de Lampião
SERRA TALHADA, PE – Bandido para uns, herói para outros, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, ainda inspira polêmica mais de 60 anos após sua morte. O motivo da controvérsia, agora, é o Cangagay, grupo de ativistas homossexuais de Serra Talhada, terra de Lampião, que adotou a indumentária do cangaço, só que cor-de-rosa, relata reportagem de Letícia Lins na edição deste domingo, do Globo. Enquanto uns apoiam a iniciativa de defesa das minorias e contra a homofobia, outros acusam o grupo de estelionato cultural e de profanar a memória do “cabra macho” que é um dos maiores ícones do Nordeste.
A confusão já mobiliza a Câmara Municipal da cidade, a 418 quilômetros de Recife. Semana passada, o vereador José Pereira de Souza (PT) apresentou projeto de lei que faz de vestimentas e acessórios usados pelos cangaceiros patrimônio cultural e histórico de Serra Talhada, e torna crime contra o patrimônio público seu uso “de forma pejorativa, que vise a denegrir ou ridicularizar os elementos culturais e históricos do cangaço”.
O projeto está em discussão nas comissões e deve ir a plenário no próximo dia 11. O vereador José Raimundo (PTB) assegurou seu voto, mesmo tendo apoiado a parada gay realizada no início de outubro, quando o grupo pink de cangaceiros ganhou as ruas.
Todos os elementos da indumentária dos cangaceiros foram aproveitados pelo Cangagay. Só que a mescla de azulão e cáqui das roupas dos chamados Guerreiros do Sol foi substituída por diversas tonalidades de rosa. Os adereços originais – chapéu, cartucheiras, santinha (testeira), bornais -, que eram feitos de couro curtido, foram estilizados e reproduzidos em tecidos rosa escuro, que ganham destaque sobre a calça e a camisa rosa mais suave dos ativistas do grupo.
Anildomá Wilians de Souza, da Fundação Cultural Cabras de Lampião: ‘É falta de respeito’ O presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Anildomá Willans de Souza, de 47 anos, reprova o movimento:
- A falta de respeito aos símbolos de nossa cultura é um estelionato. É uma coisa sem sentido, que pode ser comparada a vestir de cor de rosa o padre Cícero em Juazeiro do Norte, ou o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
A repercussão surpreendeu Ivan Rodrigues de Lima, de 41 anos, enfermeiro e espécie de teórico do grupo. Ele lembra que o direito de expressão é uma garantia constitucional.
- Não ofuscamos a imagem de Lampião, que é história, e continuará sendo. A gente utiliza é a estética do cangaço. É absurdo que se proponha uma lei para nos processar por isso – reclama Neguinho, como é conhecido.
Quanto à prática de homossexualismo no cangaço, o historiador Anildomá Willans de Souza, autor do livro “Lampião, nem herói nem bandido, a história”, diz não haver qualquer evidência disso. Para alguns militantes do Cangagay, no entanto, há indícios de que pelo menos um seguidor de Lampião, Sabonete, seria homossexual.
- Ele preparava chás para as mulheres doentes, cuidava das joias de Maria Bonita e era o único com autorização de Lampião para vigiá-la no banho – afirma Neguinho.
José Mesquita
Globo Digital
SERRA TALHADA, PE – Bandido para uns, herói para outros, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, ainda inspira polêmica mais de 60 anos após sua morte. O motivo da controvérsia, agora, é o Cangagay, grupo de ativistas homossexuais de Serra Talhada, terra de Lampião, que adotou a indumentária do cangaço, só que cor-de-rosa, relata reportagem de Letícia Lins na edição deste domingo, do Globo. Enquanto uns apoiam a iniciativa de defesa das minorias e contra a homofobia, outros acusam o grupo de estelionato cultural e de profanar a memória do “cabra macho” que é um dos maiores ícones do Nordeste.
A confusão já mobiliza a Câmara Municipal da cidade, a 418 quilômetros de Recife. Semana passada, o vereador José Pereira de Souza (PT) apresentou projeto de lei que faz de vestimentas e acessórios usados pelos cangaceiros patrimônio cultural e histórico de Serra Talhada, e torna crime contra o patrimônio público seu uso “de forma pejorativa, que vise a denegrir ou ridicularizar os elementos culturais e históricos do cangaço”.
O projeto está em discussão nas comissões e deve ir a plenário no próximo dia 11. O vereador José Raimundo (PTB) assegurou seu voto, mesmo tendo apoiado a parada gay realizada no início de outubro, quando o grupo pink de cangaceiros ganhou as ruas.
Todos os elementos da indumentária dos cangaceiros foram aproveitados pelo Cangagay. Só que a mescla de azulão e cáqui das roupas dos chamados Guerreiros do Sol foi substituída por diversas tonalidades de rosa. Os adereços originais – chapéu, cartucheiras, santinha (testeira), bornais -, que eram feitos de couro curtido, foram estilizados e reproduzidos em tecidos rosa escuro, que ganham destaque sobre a calça e a camisa rosa mais suave dos ativistas do grupo.
Anildomá Wilians de Souza, da Fundação Cultural Cabras de Lampião: ‘É falta de respeito’ O presidente da Fundação Cultural Cabras de Lampião, Anildomá Willans de Souza, de 47 anos, reprova o movimento:
- A falta de respeito aos símbolos de nossa cultura é um estelionato. É uma coisa sem sentido, que pode ser comparada a vestir de cor de rosa o padre Cícero em Juazeiro do Norte, ou o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
A repercussão surpreendeu Ivan Rodrigues de Lima, de 41 anos, enfermeiro e espécie de teórico do grupo. Ele lembra que o direito de expressão é uma garantia constitucional.
- Não ofuscamos a imagem de Lampião, que é história, e continuará sendo. A gente utiliza é a estética do cangaço. É absurdo que se proponha uma lei para nos processar por isso – reclama Neguinho, como é conhecido.
Quanto à prática de homossexualismo no cangaço, o historiador Anildomá Willans de Souza, autor do livro “Lampião, nem herói nem bandido, a história”, diz não haver qualquer evidência disso. Para alguns militantes do Cangagay, no entanto, há indícios de que pelo menos um seguidor de Lampião, Sabonete, seria homossexual.
- Ele preparava chás para as mulheres doentes, cuidava das joias de Maria Bonita e era o único com autorização de Lampião para vigiá-la no banho – afirma Neguinho.
José Mesquita
Globo Digital
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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