LIVROS - 01-12-09
Os copos que mudaram o mundo
História do mundo em seis copos, livro escrito pelo editor de tecnologia da revista The Economist, Tom Standage, foi lançado em 2005 e retrata a relação de seis bebidas com o período em que foram criadas – ou no qual ganharam mais espaço.
A primeira parte fala da descoberta da cerveja e de sua influência na Mesopotâmia e no Egito. Para os bebedores daquele período, a capacidade de alterar a consciência, e os segredos do processo de fermentação – que transformava mingau em cerveja –, tornavam a bebida um presente dos deuses. Difícil contestar.
A primeira parte fala da descoberta da cerveja e de sua influência na Mesopotâmia e no Egito. Para os bebedores daquele período, a capacidade de alterar a consciência, e os segredos do processo de fermentação – que transformava mingau em cerveja –, tornavam a bebida um presente dos deuses. Difícil contestar.
O capítulo seguinte aborda a presença do vinho na Grécia e em Roma. Curioso ler que era disseminada pelos gregos a prática de misturar água ao vinho – sempre com maior quantidade de água. Segundo acreditavam, só mesmo Dionísio poderia beber vinho puro sem correr riscos.
Os destilados são o próximo tema do livro. O rum é apresentado como a primeira bebida globalizada: produzido em Barbados por escravos submissos aos ingleses, a partir de cana-de-açúcar e equipamentos do Brasil (levados originalmente para produzir açúcar), e cujo consumo se espalhou por todo o Caribe e depois por outras partes do mundo.
No capítulo dedicado ao café, o autor relata a importância dos cafés públicos como verdadeiras redes de comunicação na Europa do século XVII (sobretudo em Londres). Eram esses os locais procurados por quem desejava saber das novidades políticas, comerciais e culturais.
Ao começar a leitura sobre o chá, é possível entender o porquê da bebida ser, até hoje, associada aos ingleses. Uma curiosidade interessante é a informação que em 1917 o dono de um café público londrino decidiu abrir uma loja ao lado para vender chá, no intuito de atrair as mulheres – proibidas de entrar nos cafés. Seu nome era Thomas Twining, o mesmo que 11 anos antes havia criado a tradicional marca inglesa Twinings.
O último capítulo é dedicado à bebida que menos me atrai entre as retratadas: a Coca-Cola. Mas minha aversão ao refrigerante (compartilhada pela Débora) não foi desculpa para deixar de ler a parte final da publicação. Sobre a invenção do produto, o autor conta que a versão oficial diz que o farmacêutico John Pemberton era um cara curioso, que certo dia misturou alguns ingredientes, adicionou água com gás e, dessa forma, criou a famosa bebida.
Tom Standage esclarece, no entanto, que Pemberton era um produtor de remédios falsos, divulgados por meio de anúncios que prometiam a cura para os mais diversos males. E não foi por acaso que ele chegou até a fórmula da Coca-Cola, e sim após meses de estudo. O detalhamento dessa história, e também da disputa que se seguiu em relação aos direitos de comercialização da nova bebida, tornam o capítulo final o mais interessante do livro.
História do mundo em seis copos: (Jorge Zahar, 234 pgs., R$ 38)
Marcadores: Livros
1 Comentários:
Às 11:48 AM , Cecilia Castro disse...
Olá, Silvio
Meu nome é Cecília e eu trabalho na Edelman, agência de comunicação da Jorge Zahar Editor. Estou passando por aqui para agradecer sua completa resenha do "História do mundo em seis copos".
Quanto ao seu comentário sobre o capítulo da Coca-cola, a bebida é uma das maiores representantes do mundo atual e o que ela representa explica muito do que o mundo é hoje.
Um abraço.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial