ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

28 janeiro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 28-1-10

São Paulo-SP - A hora e a vez da Galeria do Rock



Paraíso, abrigo, refúgio, ponto de encontro. A Galeria do Rock é o símbolo, a referência de toda uma geração, além de muito querida pelos amantes do rock´n rool. Palco de desfile da grife Cavallera no São Paulo Fashion Week deste ano, a galeria tem sido o centro das atenções no momento. Ganhou até projeção nacional com “Tempos Modernos”, a novela das 7 na Globo. Com isso, públicos que podem até nem gostar de rock são apresentados às múltiplas tribos que compõem seu leque cultural, e o ganho é de todos.
O Início
Antonio de Souza, conhecido mais como Toninho, presidente do Instituto Cultural Galeria do Rock e participante da Ação Local Paissandu, um dos núcleos de Ações Locais da Viva o Centro, é a história viva da Galeria do Rock.
Apaixonado pelo lugar, Toninho se emociona ao lembrar que o surgimento da galeria está totalmente ligado à história de São Paulo: “Para contar a história da Galeria do Rock temos que contar uma parte da história de nossa cidade.”
Toninho conta que na década de 60 o Centro era bem diferente do que vemos hoje: “A região central era totalmente influenciada pela cultura européia. São Paulo ainda era tida como a cidade da garoa, a confecção e o comércio de roupas eram feitos exclusivamente por alfaiates e ruas como Direita e Barão de Itapetininga, assim como a Avenida São João e entorno concentravam praticamente tudo em matéria de comércio e serviços”.
Para atender à demanda, o governo começou a autorizar a construção de prédios com galerias, para que os alfaiates e comerciantes em geral pudessem se instalar no Centro de São Paulo com mais conforto. O Edifício Grandes Galerias – hoje muito mais conhecido como Galeria do Rock e tombado como patrimônio histórico pelo Conpresp –, foi inaugurado em 1963, como um centro comercial diversificado, com lojas, salões de beleza e de serigrafia e prestadores de serviço que consertavam de aparelhos de rádio e som a aparelhos de TV.
“A verdade é que tudo acontecia no Centro. A partir daí, com o processo de industrialização se acelerando no Brasil, entrou em cena uma outra vertente de cultura, a americana”, recorda. Foi nesse período que ocorreram duas significativas mudanças: muitos comerciantes, empresários e profissionais liberais começaram a migrar do Centro para a Avenida Paulista e Jardins, e foi nesse momento que o Centro começou a ser esquecido.
É durante esse processo de esquecimento, no final da década de 70, que o Edifício Grandes Galerias passa a receber o público que aos poucos lhe dará um novo perfil, o de Galeria do Rock. “São os frequentadores da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos”, lembra Toninho. Era um pessoal com muito swing, que organizava bailes de samba rock e usava cabelo black power. Foi início da cultura hip hop, que viria a imprimir um novo colorido à Galeria do Rock”.
Rock na galeria
Lojas de vinil, fitas K7 foram aos poucos substituindo o antigo comércio instalado na galeria, mas não ainda com o rock propriamente dito. O samba rock, o hip hop tomavam conta. “O rock surge na galeria em meados da década de 80 com a chegada de pessoas ligadas ao movimento punk e anarquista.”
Como a galeria, apesar de tudo, também sofresse baixas devido ao esvaziamento do Centro e os punks não eram vistos com bons olhos pela sociedade, foi o casamento perfeito. E o público no Grandes Galerias só aumentou. Vieram também góticos e skinheads. “A antiga administração não entendia esse movimento. A chegada do rock na galeria assustou. As coisas só mudariam na década de 90, quando assumimos a coordenação da galeria”, conta Toninho. A primeira atitude foi abrir espaço para as lojas especializadas em rock se instalarem e m 4 anos a galeria estava lotada.”Eu abandonei meus negócios, praticamente pagava para trabalhar na galeria.”, revela Toninho. “O prédio estava totalmente abandonado, e a antiga administração não entendia o movimento punk, as brigas, o pessoal fumando maconha, cheirando cocaína nos corredores. O João Gordo, por exemplo, só vinha aqui para brigar, era confusão permanente.” Mas quando a administração de Toninho assumiu, trouxe a visão da juventude que tinha sofrido com a ditadura militar e entendia esse movimento e conseguiu organizar e desvincular a imagem do rock das brigas e drogas.
Fora de série
Hoje a Galeria do Rock é o encontro de todas as tribos, sem discriminação e preconceito, o lugar recebe todas as vertentes da música: “Uma vez eu presenciei um punk e o skinhead conversando e tomando uma cerveja como dois amigos, fiquei supreso diante daquela cena”, conta Toninho. “Já vi jornalista da Folha de São Paulo também tomando cerveja com uma banda de punk. Isso só prova que a galeria é uma nação, temos nossas próprias regras, diversidade cultural, não temos preconceitos, abraçamos todas as vertentes do rock.”
A Galeria do Rock hoje recebe verba do PROAC (Programa de ação cultural), para a realização do dia mundial do rock, há planos e espaço pronto para a montagem de um museu sobre a música, ou seja, a galeria é um verdadeiro tesouro no centro de São Paulo, que hoje, aglomera 450 estabelecimentos comerciais, sendo 190 dedicados ao mundo do rock. São vendido CD´s, discos, vídeos, camisetas, acessórios, bandeiras, pôsteres e itens de decoração. Há também estúdios de piercing e tatuagem e sedes de fâs clubes. Como Magical Mystery Tour (Beatles), Sepultura e Raul Seixas. Os outros são lojas de roupas, estabelecimentos de serigrafia, salões de cabeleireiros, oculistas, alfaiates, etc.
Por Thiago Soares
Viva o Centro


Unesco faz apelo pelas obras de arte
A Unesco fez ontem um apelo para proteger o patrimônio cultural do Haiti contra a pilhagem e propôs um embargo temporário à compra e venda das obras de arte do país. A iniciativa foi lançada na homenagem prestada em Madri ao Comitê Internacional para o Salvamento dos Tesouros de Arte Espanhóis, organismo no qual se uniram, em 1939, os principais museus europeus e o Metropolitan Museum de Nova York.
Zero Hora


Da Vinci pode ser desenterrado para resolver o mistério de Mona Lisa

Cientistas italianos pretendem comprovar a tese de que Mona Lisa, do mestre renascentista Leonardo Da Vinci, é um autorretrato disfarçado. Para isso, optaram por um método polêmico: desenterrar os restos mortais do pintor e, a partir do crânio, reconstruir o rosto de Da Vinci – e então compará-lo com o quadro.
Segundo reportagem do jornal britânico Daily Telegraph, uma equipe do Comitê Nacional de Patrimônio Cultural pediu permissão para abrir a suposta tumba do artista, situada no Castelo de Amboise, no Vale do Loire (França). Um consentimento prévio já foi obtido, mas a autorização formal só deve sair nos próximos meses.
De acordo com o líder do estudo, Silvano Vincenti, a ideia é, em primeiro lugar, confirmar se os restos pertencem mesmo a Da Vinci, morto em 1519, aos 67 anos. Para isso, os pesquisadores deverão usar o método de datação por carbono 14 e comparar com amostras de ossos e dentes de descendentes bolonheses do pintor.
A identidade de Mona Lisa é uma mistério há séculos, com especulações variando desde Lisa Gherardini, mulher de um mercador florentino da época, até a mãe de Da Vinci. A suspeita de que Gioconda seja o próprio pintor vem da paixão que ele tinha por inserir enigmas em seus quadros – e da crença de que ele era homossexual.
Defender


Maquiagem de chumbo dos antigos egípcios combatia infecções, dizem cientistas
No antigo Egito, acreditava-se que a elaborada maquiagem dos olhos usada pela rainha Nefertiti e outras mulheres tivesse poderes de cura, invocando a proteção dos deuses Hórus e Ra, além de evitar doenças.
A ciência não aceita a mágica, mas considera os cosméticos de cura. A maquiagem à base de chumbo usada pelos egípcios possuía propriedades antibacterianas que ajudavam a evitar infecções comuns na época, de acordo com um relatório publicado neste mês no "Analytical Chemistry", uma publicação da Sociedade Americana de Química.
"Isso é intrigante; eles foram capazes de construir uma forte e rica sociedade, então não eram completamente loucos", disse Christian Amatore, químico da Ecole Normale Superieure, em Paris, e um dos autores do artigo. Porém, eles acreditavam que essa maquiagem podia curar --entoavam cânticos enquanto faziam a mistura com coisas que hoje chamamos de lixo.
Amatore e seus colegas pesquisadores usaram microscopia de elétrons e difração de raios-X para analisar 52 amostras retiradas de estojos de maquiagem egípcia preservados no Louvre.
Eles descobriram que a maquiagem era feita fundamentalmente pela mistura de compostos químicos à base de chumbo: galena, que produzia tons escuros e brilhantes, e os materiais brancos cerussita, laurionita e fosgenita.
Como as amostras haviam se desintegrado ao longo dos séculos, os pesquisadores não puderam determinar a porcentagem de chumbo na maquiagem.
Embora muitos textos escritos, pinturas e estátuas do período indiquem que a maquiagem era amplamente usada, os egípcios a viam como algo mágico e não medicinal, disse Amatore.
Fabrizio Bensch/Reuters


Mulher observa estátua de Nefertiti, rainha egípcia, durante uma visita da imprensa ao Neues Museum, em Berlim
Infecções
No antigo Egito, na época em que o Nilo transbordava, os egípcios sofriam com infecções causadas por partículas que entravam no olho e traziam doenças e inflamações.
Os cientistas argumentam que a maquiagem com chumbo agia como uma toxina, matando as bactérias antes que se disseminassem.
Porém, embora sua pesquisa proporcione uma fascinante percepção de uma antiga cultura, os cientistas afirmam que a maquiagem não deve ser usada todos os dias.
Amatore explicou que a intoxicação dos compostos de chumbo ofuscava seus benefícios e que existem muitos casos documentados de envenenamento como resultado do uso do chumbo em pinturas e soldagens no século 20.
Neal Langerman, físico-químico e presidente da Advanced Chemical Safety, uma empresa de consultoria de segurança na saúde e proteção ambiental, afirmou: "Você não deve fazer isso em casa, especialmente se tiver criança pequena ou um cachorro que gosta de lambê-lo".
Beleza e perigo
Mesmo assim, segundo Langerman, faz sentido que os egípcios fossem atraídos pelos compostos.
"Chumbo e arsênico, entre outros metais, fazem lindos pigmentos de cor", disse ele. "Como eles criam cores atraentes e você pode transformá-los em pó, faz muito sentido usá-los como corantes de pele".
A questão do chumbo na maquiagem continua a ser debatida na indústria de cosméticos, particularmente em relação às pequenas quantidades de chumbo encontradas em alguns batons.
Embora alguns grupos e médicos argumentem que, com o tempo, usuários de batom podem absorver níveis de chumbo capazes de resultar em problemas de comportamento, a FDA --agência que regulamenta a produção e venda de diversos produtos nos Estados Unidos-- afirma que as quantidades de chumbo encontradas em maquiagens são pequenas demais para causar danos.
"É a dose que faz o veneno", disse Langerman, parafraseando o médico renascentista Paracelso. "Uma dose baixa mata as bactérias. Numa dose alta, a quantidade absorvida é demais".
New York Times


Desfile da Cavalera na Galeria do Rock teve a presença do vocalista do Titãs, Paulo Miklos

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