ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

26 fevereiro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 26-2-10

Masp reforma prédio abandonado para criar anexo orçado em R$ 15 milhões
No barulho das marretadas que derrubam as velhas paredes do Dumont-Adams, um dos diretores do Masp ergue a voz. "É uma maravilha isso", diz Luiz Pereira Barreto, arquiteto que coordena a reforma do que servirá de anexo para o museu. "Quando vi esse prédio, pensei que o bom seria morar aqui."
Na avenida Paulista, ao lado do edifício desenhado por Lina Bo Bardi onde funciona o maior museu da América Latina, um velho prédio de apartamentos, abandonado há 20 anos, passa por reformas para abrigar um polêmico anexo.
Polêmico porque faz quatro anos que a empresa de telefonia Vivo doou R$ 13 milhões para que o Masp comprasse o prédio, pedindo em troca que se instalasse no topo dele uma antena gigantesca com um logotipo luminoso da marca.
Órgãos de defesa do patrimônio histórico então vetaram o mirante e Vivo e Masp travaram uma batalha na Justiça. Sem a torre, a telefônica queria de volta o dinheiro desembolsado. Em novembro passado, chegaram a um acordo.
E só em janeiro deste ano foi aprovada a captação de mais R$ 15 milhões pela Lei Rouanet para transformar o Dumont-Adams em Masp Vivo. Sem o mirante da discórdia, a empresa se contentou em batizar o espaço pelos próximos 25 anos.
No térreo, ficará uma galeria de exposições temporárias patrocinadas pela Vivo. Também vai migrar para lá a área administrativa do museu. Os sete andares acima vão abrigar uma escola de pós-graduação em museologia, história da arte e restauro que o Masp deve criar.
Acima da laje original do edifício, um cubo branco, com pé-direito de 15 metros, deve receber outras mostras. No topo de tudo, querem construir um café, que já conta com um patrocínio de R$ 2 milhões da Nestlé.
Arte Folha


Pele de vidro
A expansão vertical acaba aumentando a altura atual do prédio, de 54 metros, para 70 metros, altura máxima permitida para construções na região da Paulista. Em sintonia com os epigões do entorno, o Dumont-Adams repaginado também vai ganhar uma "pele de vidro", nas palavras de Pereira Barreto.
"Estamos pegando um prédio deteriorado e transformando para o museu", diz o arquiteto. "Vamos ampliar, temos que usar o peso da marca do Masp."
E a Vivo também está de olho nessa marca. Já se comprometeu a doar mais R$ 3 milhões ao museu quando as obras terminarem, em 2012, para implantar mais "projetos de sinergia", como adianta Marcelo Alonso, diretor de relações institucionais da empresa telefônica.
Entre as propostas que circulam, além de afixar a placa Masp Vivo, estão um sistema de visitas guiadas por celular, mostras de arte tecnológica feita com os aparelhos e até mesmo a exposição de obras do Masp na galeria da sede da Vivo, na zona sul da cidade.
Pereira Barreto arremata, dizendo que o museu "não é só um lugar para guardar preciosidades". "Tem que ser dinâmico em todas as áreas", diz. "Queremos fazer uma coisa moderna."
SILAS MARTÍ
da Folha de S.Paulo



Estúdio Abbey Road será tombado pelo patrimônio britânico
LONDRES — O mítico estúdio Abbey Road de Londres, famoso por ser o local onde vários álbuns dos Beatles foram gravados, será tombado pelo patrimônio histórico britânico, anunciou nesta quarta-feira o Ministério da Cultura, depois de incontáveis protestos provocados por uma possível venda.
A classificação do local, em nível 2, é a segunda categoria patrimonial mais importante da Grã-Bretanha, explicou a ministra da Cultura, Margaret Hodge, destacando o papel desempenhado na música britânica.
Na semana passada, circularam informações de que o estúdio teria sido colocado à venda pela proprietária, a gravadora EMI, que mais tarde negou a intenção.
A gravadora havia anunciado, também, que "em meados de 2009, recebemos uma oferta de compra de Abbey Road de mais de 30 milhões de libras (45 milhões de dólares), mas rejeitamos porque acreditamos que Abbey Road deva seguir nas mãos da EMI", afirmou em comunicado.
A EMI comprou o edifício 3 de Abbey Road, na zona noroeste de Londres, por 100.000 libras em 1929. Durante a Segunda Guerra Mundial, o estúdio foi usado para a gravação dos discursos de propaganda do governo e da programação da BBC.
Os Beatles utilizaram os estúdios de 1962 a 1969, imortalizando a rua na capa do álbum de 1969 "Abbey Road". Os Fab Four - John Lennon, Ringo Star, Paul McCartney e George Harrissn - aparecem na imagem atravessando a rua.
O Pink Floyd também gravou no local o clássico Dark Side of the Moon.
O projeto de venda dos estúdios provocou muitos protestos. McCartney havia manifestado a esperança de uma salvação para o prédio, enquanto a National Trust, associação que administra os edifícios históricos da Grã-Bretanha, anunciou que estudava a possibilidade de adquirir o imóvel.
A gravadora EMI revelou recentemente que precisa de mais de 100 milhões de libras (quase R$ 290 milhões) para honrar um empréstimo bancário com o Citigroup.
AFP



Arquidiocese do Rio pede indenização por uso de imagem do Cristo no filme "2012"
A Arquidiocese do Rio de Janeiro pede indenização à distribuidora e produtora norte-americana Columbia Pictures pelo uso da imagem do Cristo Redentor no filme "2012", lançado em 2009 no Brasil. De acordo com a entidade, a empresa cinematográfica utilizou a figura do monumento carioca, mesmo sob a negativa da Diocese.
No longa metragem, dirigido por Roland Emmerich, a imagem do Cristo Redentor é destruída por um tsunami. O cartaz do filme, que estreou em novembro, mostra a imagem da queda do monumento.
Segundo apurou a reportagem, as negociações entre a Arquidiocese e a Columbia começaram um mês depois da estreia do filme nos cinemas brasileiros. Até o momento, a entidade ainda não entrou com ação contra a produtora e espera negociar um valor indenizatório.
Reprodução
Cartaz do filme "2012"
"Nós entramos em contato com os advogados deles (Columbia), mas ainda não chegamos a um acordo. Caso não seja feito, entraremos com uma ação judicial", disse Claudine Dutra, diretora jurídica da Arquidiocese.
Segundo a advogada, os valores do pedido de indenização ainda não foram estipulados. A Arquidiocese ainda pleiteia uma retratação formal da empresa cinematográfica pelo uso indevido da imagem do Cristo, tombado como patrimônio nacional pelo Iphan.
"O Cristo é um patrimônio histórico, é como um santuário. Na época, eles nos procuraram pedindo autorização, e nós negamos, justamente temendo que pudesse gerar alguma interpretação negativa", disse.
Claudine acredita que, até o final de março, as negociações com a empresa se desenrolem e um acordo seja feito entre as partes. Uma carta da Columbia à Arquidiocese, se retratando pelo uso da imagem, já foi recebida.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o diretor-geral da Columbia, Rodrigo Saturnino Braga, confirmou o recebimento da notificação e disse que advogados da empresa estão cuidando do caso.
Inaugurado em 1931, o Cristo Redentor é um monumento cujos direitos de imagem foram cedidos à Igreja Católica. A Arquidiocese tem poder de veto sobre a exposição ou citação do monumento na mídia.
Thiago Rosa/Redação Portal IMPRENSA



Reforma ortográfica é um quebra-cabeça em Portugal
Para os linguistas, se a consoante é muda, desaparece. Se é pronunciada, deve continuar sendo escrita, mas para a maioria dos portugueses, a reforma ortográfica é um quebra-cabeça que só é aplicada por quem deseja.
Depois de 20 anos de debates, o acordo que deve unificar a ortografia dos oito países lusófonos, que já é aplicado no Brasil, começou a ser adotado em Portugal, de forma desordenada.
Um jornal esportivo, Récord, foi o primeiro a aplicar a reforma, ano passado. No início de fevereiro, a agência de notícas Lusa advertiu os clientes que a partir daquela data seus textos seriam escritos de acordo com o novo acordo ortográfico.
Oficialmente, Portugal estabeleceu prazo até 2014 para aplicar o acordo, assinado em 1990 e que entre outros pontos prevê o abandono das consoantes mudas, novas regras de acentuação e a adoção dos alfabeto de 26 letras, com a incorporação do "k", "w" e "y".
Durante o "período transitório", as duas versões serão aceitas nas escolas, depois que o ministério da Educação adiou várias vezes a entrada em vigor das novas regras. Ao mesmo tempo, muitas pessoas querem fazer cursos de formação.
No sábado da semana passada, 20 professores, tradutores e editores se reuniram em uma sala do Museu do Oriente, em Lisboa, para assistir ao curso do linguista João Malaca Casteleiro, um dos "pais" do acordo ortográfico.
Visivelmente perplexos, os alunos anotaram escrupulosamente em seus cadernos que o "p" desaparece da palavra "Egipto", mas não no caso de "egípcio".
Elisabete Rodrigues, uma professora de 52 anos, explicou que se inscreveu no curso porque "até agora há muita polêmica, mas pouca informação científica". Isto acontece pelo fato da reforma, que afeta 1,6% das palavras do português de Portugal e a 0,45% do português do Brasil, estar longe de ser aceita de forma unânime.
Para os opositores, o acordo significa a "abdicação cultural" de Portugal diante da potência comercial do Brasil, sua antiga colônia. "É uma reforma ortográfica ruim e um instrumento político do expansionismo brasileiro", afirma o linguista Antonio Emiliano.
Do outro lado, Luís Miguel Viana, diretor de informações da agência Lusa, defende a tese de que "uma ortografia única abrirá uma perspectiva de mercado importante, em particular no Brasil", que tem 190 dos quase 230 milhões de lusófonos.
Depois da Lusa, vários jornais anunciaram que adotarão a nova ortografia de forma progressiva. Mas a confusão prossegue, já que existem casos como o de um jornal regional que anunciou a aplicação de 70% da reforma em um primeiro momento.
"É um absurdo", reclama Nuño Pacheco, subeditor do jornal Público, que decidiu entrar na "resistência contra uma reforma cheia de contradições". "Nossos filhos têm que ler jornais que não respeitam a ortografia que aprendem na escola", afirma. "Estão tentando inventar uma língua única que não existe. A verdade é que, como em francês ou inglês, há muitas variantes do português, de acordo com o que se fala em Brasília, Lisboa, Maputo ou Dili", destaca.
Pensando nos diferentes usos linguísticos, a nova norma estabelece que algumas palavras terão uma ortografia diferente ou "facultativa". "O mais difícil é compreender que, de agora em diante, teremos várias maneiras de escrever corretamente algumas palavras", suspira Elisabete Rodrigues.

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