CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 19-4-10
Múmia do século 3 a.C. é encontrada em oásis no Egito
Com 97 cm de altura, a múmia, do sexo feminino, tinha joias enfeitando os olhos; outros tesouros foram escavados.
CAIRO
Arqueólogos egípcios que trabalhavam em um terreno no qual planeja-se construir um centro de atividades para jovens encontraram 14 tumbas greco-romanas datadas do século 3 a.C. Uma delas contém uma múmia de uma mulher, enfeitada com joias.
A descoberta, feita no oásis Bahariya, a 300 quilômetros a sudoeste do Cairo, indica a possibilidade da existência de uma grande necrópole no local, informou ontem o Ministério da Cultura do país.
A múmia encontrada tem apenas 97 centímetros de altura. Ela estava no interior de uma tumba de pedra e tinha sido recoberta por gesso colorido e com incrustações de joias em seus olhos. Outros tesouros também foram encontrados nas tumbas. Agora, a área fica sob a responsabilidade da autoridade egípcia que cuida das antiguidades.
"As primeiras investigações descobriram quatro máscaras antropoides de gesso, um pedaço de ouro decorado com gravações dos quatro filhos de Hórus e uma coleção de moedas e recipientes de argila e cristal", afirmou o diretor de arqueologia do Egito, Zahi Hawass, citado em um comunicado do ministério.
Os quatro filhos do deus Hórus ? Imsety, Duamutef, Hapi e Qebehsenuef ? eram antigas divindades egípcias. As gravações mostram a influência da religião no local, ainda vigente no período de dominação greco-romana. Acreditava-se que esses deuses protegiam o estômago, o fígado, os intestinos e os pulmões dos corpos mumificados. /
Reuters - O Estado de S.Paulo
Onde botar os livros?
Ainda lerei Os Buddenbrooks, de Thomas Mann? Provavelmente não. Já atravessei as centenas de páginas de A Montanha Mágica, romance considerado por Ítalo Calvino como a introdução mais completa à cultura do século XX. De quebra, li as novelas Morte em Veneza, O Eleito e Tônio Kröger. Chega de Mann. Nem pelo Doutor Fausto ou José e Seus Irmãos eu me aventurarei mais.
E por que teimo em guardar os livros se tenho certeza que nunca os lerei? Por cupidez ou esquecimento. Mais provavelmente porque os deixei na oitava prateleira de minha estante monumental, onde quase nunca os alcanço. Amamos até mesmo os que nunca lemos, pois eles fazem parte de nossa história. O desmonte de uma biblioteca nos obriga a repensar o significado dos livros, a avaliar se continuamos ou não com eles, a desfazer um contrato amoroso que dura trinta ou quarenta anos.
O mais difícil em mudar de casa é a troca de hábitos. As casas são geralmente amplas e possuem cômodos largos. Deixamos a biblioteca proliferar em estantes de até quatro metros de altura. Alimentamos a ilusão de uma eterna juventude, de continuar capazes de subir em escadas e alcançar um livro esquecido, comprado talvez na juventude.
- Ah! Desse aqui não posso me desfazer: Vento Forte, de Miguel Angel Asturias. Comprei num sebo de calçada, ao lado do Cinema Trianon. O cinema nem existe mais. Também caiu de moda ler escritores latino-americanos. Era uma febre nos anos setenta e oitenta. A meninada não se liga no papo de América Latina. Usam camisa com retrato do Che, nem sei por quê. Os intelectuais de esquerda nos tempos da repressão liam Onetti, Arguedas, Rulfo, Galeano, Vallejo e escutavam a música dos irmãos Parra. Torciam o nariz para Cortazar e queimavam os livros de Borges, dizendo que ele se vendeu a Pinochet. No final de contas, o grande sobrevivente da literatura foi mesmo Borges.
É bem difícil dar um novo destino aos livros que amamos e que nos custaram caro. Organizei uma biblioteca de cerca de cinquenta volumes e dei de presente a um sobrinho. Como gostaria de possuir aqueles livros aos quinze anos! Lembrei um comentário de Claude Lévi-Strauss sobre os índios nambikwara, em Tristes Trópicos. Davam roupas aos índios nus, eles as colocavam sobre o corpo durante algumas horas e depois largavam os molambos pelos chãos da tribo. Não passavam de trapos desnecessários às suas vidas.
Para muita gente os livros são trapos desnecessários. Ficaria magoado se nada significassem para os meus sobrinhos. Sempre os presenteei com livros e recebi agradecimentos constrangidos. Acredito que nem todos são como José Mindlin, mas não custa nada demonstrar um pouco de interesse.
Doar livros é bem difícil. As bibliotecas públicas não têm espaço, nem funcionários que os classifiquem e cuidem deles. Em muitas bibliotecas os livros ficam amontoados e terminam se estragando. Morro de medo que os volumes de Pedro Nava sejam devorados por cupins e traças.
Os livros são o meu baú de ossos. Gosto de carregá-los como Remédios, a Bela. Lembram a personagem de Gabriel Garcia Márquez, em Cem anos de Solidão? Ela arrastava um saco com os ossos dos antepassados. Carrego meus livros comigo. De vez em quando deixo alguns pelo caminho. Essa frase é de péssimo gosto. Do mesmo mau gosto da classe média que não pensa em cômodos para bibliotecas quando constrói apartamentos.
Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca, Livro dos Homens e Galiléia.
Ronaldo Correia de Brito
Do Recife (PE)
Fale com Ronaldo Correia de Brito: ronaldo_correia@terra.com.br
Terra Magazine
Vale-Cultura poderá ser usado em lan houses, diz ministro da Cultura
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ministro Alfredo Manevy diz que lan house poderá ajudar em políticas de qualificação.
As lan houses têm potencial para ampliar e qualificar o acesso da população à internet, disse nesta terça-feira (13/4) o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy.
Em audiência pública promovida por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, o ministro ressaltou que o Vale-Cultura - um vale mensal de 50 reais destinado a trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos - poderá ser usado em lan houses.
O projeto de lei que institui o Vale-Cultura (PL 5798/09) foi aprovado na Câmara e no Senado. Mas ele voltou à Câmara, depois que os senadores fizeram emendas ao projeto.
"Elas podem ajudar numa política pública de qualificação dos usos da internet no Brasil. Elas podem ter parcerias com as escolas. Podem se transformar em pontos de cultura", disse Manevy.
A comissão especial foi criada para analisar projetos relacionados ao funcionamento das lan houses, como o PL 4361/04, e vem debatendo com representantes de governo e de organizações não governamentais.
IDG Now!
com Agência Câmara
Vitória-ES - Basílica de Santo Antônio recebe o título de Patrimônio Histórico Municipal
Interior da Basílica de Santo Antônio, que foi tombada pelo Patrimônio Histórico
Um monumento com mais de 50 anos, a Basílica de Santo Antônio, no bairro de mesmo nome, em Vitória recebeu esta semana o registro de Patrimônio Histórico Municipal. Com este novo título, a basílica passa a incorporar a lista de imóveis preservados no Estado.
Além de ser uma região de referência religiosa e cultural para os moradores de Vitória o local agora faz parte de um processo que existe em todo o mundo. O tombamento visa a preservação da edificação da Basílica o que irá manter as características originais.
Segundo o Secretário de Desenvolvimento da Cidade, Kleber Frizzera o tombamento é importante para que se preserve a história da cidade. "Quanto mais imóveis forem preservados é melhor para os capixabas pois assim temos a oportunidade de preservar a nossa história".
Com o tombamento a local passa a ter benefícios como ser isento do IPTU e também ter mais facilidade para captar recursos para a manutenção. No entanto, as características do local devem ser mantidas.
Tombamento e Fé
As reformas não são descartadas, já que a intensão é tornar o lugar como um ponto de peregrinação. Mas para que elas ocorram não poderão modificar o projeto original. De acordo com o padre Roberto Camillato a Basílica é do povo e se torna um patrimônio é uma significa preservar o local. "O patrimônio é do povo, a igreja é do povo também e o município estruturado como forma de ajudar visa a preservação do local".
Para o Padre o fato do Santuário se tornar Basílica e ter uma ligação ainda maior com o Vaticano torna o local ainda mais importante e para isso ele visa ampliar o espaço para que que haja a possibilidade de mais visitações e romarias.
Apesar de ainda ser um sonho o Padre diz que quer construir salas ao lado da Basílica para que se possa fazer encontro religiosos. "Ainda é um sonho, nem foram para o papel, mas a minha intensão é construir salas de atendimentos, para curso de formação, mas tudo ligado a religião".
Carla Einsfeld - gazeta online
foto: Chico Guedes - GZO escritor Ronaldo Correia de Brito se diz conformado que "nem todos são como José Mindlin", mas não custa nada demonstrar um pouco de interesse pelos livrosMarcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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