CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 12-7-10
Construção tombada de 120 anos está prestes a cair no Distrito de Pirabairaba, Joinville-SC
Casa feita com técnica enxaimel está à espera da ajuda do governo para ser restaurada
Há 20 anos, a família precisou se mudar da Estrada do Pico, região de Pirabeiraba, onde ficam a casa e todo o terreno usado para a plantação de aipim e cana-de-açúcar. O telhado e parte dos tijolos já soltos não oferecem mais segurança para os Fleith.
Com a casa inabitável, o jeito é percorrer diariamente quatro quilômetros de bicicleta para trabalhar nas terras, de onde ainda provém grande parte do sustento do agricultor, mulher e filho. Mesmo com a aposentadoria, o proprietário ainda depende da renda do campo para sobreviver.
— Tento mantê-la do jeito que dá, arrumo uma telha aqui, outra ali, e ainda tenho que arcar com a conta de luz e impostos —, conta o proprietário.
A casa foi construída pelo avô paterno de Osni. O pai, de 94 anos, nasceu ali, mas o neto de 19 anos não pôde usufruir da herança da família.
Em reportagem de março de 2002, publicada em “A Notícia”, já era anunciado o fim silencioso da construção, mas até agora nada foi feito.
— No final do ano passado, alguns engenheiros foram avaliar a casa e prometeram a reforma em breve, só que esse dia nunca chega —, reclama Idenilda Fleith, mulher de Osni.
A gerente de patrimônio da Fundação Cultural de Joinville, Elizabete Tamanini, afirma que a coordenadoria de patrimônio e a Secretaria de Habitação estão criando um programa para auxiliar na recuperação de cerca de 12 imóveis da área rural de Joinville.
Neste processo, a comissão busca parcerias com o Iphan e demais secretarias regionais, mas a princípio não se sabe se haverá custos para os donos.
— Pretendemos consolidar as parcerias ainda neste mês para começar a fazer o plano de trabalho —, afirma.
Elizabete enfatiza que a responsabilidade de conservação do imóvel é do dono.
— Também está em andamento a instituição do Inventário do Patrimônio Cultural de Joinville (IPCJ), que traz definições acerca das deduções e isenções tributárias para os imóveis tombados —, informa.
Na mesma rua, outra casa também faz parte dos tombamentos na zona rural. O lar de Hanes João Alvino Schroeder traz uma outra aparência. As marcações nas hastes de madeira e os tijolos ainda preservam as características, mas em seu interior, a intervenção arquitetônica é visível. O forro e as divisórias foram trocadas por materiais de PVC.
O enteado do dono, José Augusto Rudnick, que atualmente mora na casa, conta que são frequentes as visitas de turistas. —
É raro um final de semana que não aparece ninguém —, conta. Até ofertas de compras o proprietário já recebeu.
— Ele não pretende vender, quer deixar de herança para o filho —, afirma.
Rafaela Mazzaro
rafaela.mazzaro@an.com.br
Diário Catarinense
Empresas de telefonia agridem patrimônio histórico em MG
Empresas de telefonia celular instalaram antenas gigantescas junto a uma capelinha histórica, cartão postal da pequena Dom Joaquim, na Região Central do estado.
O Ministério Público Estadual abriu inquérito e mandou um ofício para as empresas pedindo a remoção das antenas do morro da capelinha.
Prefeitura inaugura a Oficina Escola de Restauro em São Luís do Maranhão
A Oficina Escola de Restauro de São Luís foi implantada ontem, 3, em sua sede permanente no Cais de Santo Ângelo (avenida Beira-Mar, s/n - Praia Grande), em solenidade presidida pelo prefeito Tadeu Palácio e pelos dirigentes das instituições parceiras do Programa de Revitalização do Centro Histórico. Também participaram do evento os primeiros 80 alunos dos cursos de azulejaria, marcenaria, carpintaria e alvenaria, que serão capacitados para o trabalho de restauração de imóveis históricos.
Resultado de uma parceria entre a Prefeitura de São Luís, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Oficina Escola de Restauro será um centro de trabalho e formação de mão-de-obra especializada. Nela, jovens em situação de risco vão receber formação profissional ao mesmo tempo em que praticam o ofício.
No caso de São Luís, o primeiro trabalho prático desses alunos será a restauração do imóvel 360 da Rua da Palma, onde posteriormente funcionará o Centro Nacional de Referência Azulejar, obra que receberá recursos da Companhia Vale do Rio Doce (R$ 500 mil) e da Fundação Alcoa (R$ 200 mil). O Centro que abrigará exposições, informações e pesquisa sobre a arte azulejar, será sede permanente da Escola de Azulejaria e terá uma loja de peças produzidas pelos alunos do curso de azulejaria.
“Esta Escola possibilitará o ensino de técnicas adequadas para a preservação do patrimônio histórico, aliada à ação social que dará aos jovens em situação de risco uma oportunidade de profissionalização e de acesso a um promissor mercado de trabalho”, declarou Tadeu Palácio. “Nós priorizamos esse trabalho porque acreditamos que o maior patrimônio da nossa cidade é o ser humano”, ressaltou o prefeito.
Condições – Em seu discurso, Pedro Flores, coordenador geral da Agência Espanhola de Cooperação Internacional, destacou a importância da Oficina Escola de São Luís para a Agência, que se consolida com a instalação da sede. “No processo de expansão da cooperação com o governo brasileiro, a implantação de oficinas-escola era uma das ações ofertadas por nós, e São Luís apresentou todas as condições para que trouxéssemos para cá a experiência da Espanha”, declarou ele.
Ao justificar o investimento feito pela Alcoa, Ricardo Schleier, gerente de Informática e Automação, disse que a iniciativa é perfeita. “Ao mesmo tempo em que oferece profissionalização a meninos e meninas que estavam em situação de risco social, a Prefeitura também irá promover a melhoria da cidade com a restauração do seu patrimônio. Então, essa é a nossa forma de colaborar com a melhoria da qualidade de vida da comunidade”, argumentou ele. “A Companhia Vale do Rio Doce é parceira da Prefeitura nessa área há cerca de dois anos, e estamos dando continuidade a esse processo contribuindo com a preservação de um dos maiores patrimônios da população de São Luís, que é a sua arquitetura histórica”, acrescentou Ana Lúcia Cabral, gerente geral de Comunicação da CVRD.
Durante os cursos, os jovens receberão bolsa mensal de R$ 300, café da manhã e almoço, seguro contra acidentes, fardamento, apostilas, instrução para prática de restauro, além de formação complementar dos estudos.
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial