ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

26 julho, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 26-7-10

Seres humanos e dinossauros coexistiram?

Grupos fundamentalistas cristãos, também conhecidos como literalistas bíblicos, defendem que a terra tem apenas 6.000 anos de existência. Eles chegaram a essa conclusão por meio da soma das idades dos patriarcas descrita no capítulo 5 do livro bíblico de Gênesis. O primeiro a apresentar esse cálculo foi o arcebispo Usher, em 1650.Mas os adeptos da “teoria da terra jovem” se depararam com um grande problema: como explicar os dinossauros, já que a ciência afirma que eles viveram algumas dezenas de milhões de anos antes dos seres humanos?
Recentemente um site fundamentalista apresentou o que seria uma evidência da coexistência dos dinossauros com os seres humanos. Tal evidência provaria que os dinossauros não viveram numa época tão remota como dizem os cientistas. O site divulgou imagens de dinossauros de argila encontrados na cidade de Acambaro, México, datados de 2.500 anos a.C.! Seriam essas imagens feitas por pessoas que viveram ao lado dessas monstruosas e fantásticas criaturas?
O PaleoBabble, site especializado em desmascarar descobertas arqueológicas fraudulentas, apresentou relatórios de arqueólogos que investigaram o caso. Segue abaixo trecho de um relatório feito por Alex Pezzati:
“Em 1952, Charles DiPeso (ou Di Peso), um arqueólogo afiliado à Fundação Ameríndia do Arizona, visitou Acambaro e [...] observou duas escavadeiras no local onde foram encontradas as peças. Ele concluiu que as figuras eram realmente falsificações: [...] a estratigrafia da escavação claramente mostrou que os artefatos foram colocados em um buraco escavado recentemente e preenchido com uma mistura das camadas arqueológicas ao redor. DiPeso descobriu também que uma família local tinha sido contratada para confeccionar as figuras [...] presumivelmente inspiradas nos filmes mostrados no cinema de Acambaro.”
Você pode ler os relatórios (em inglês - PDF) clicando aqui, aqui e aqui.
Para ler mais sobre o fundamentalismo cristão aqui no Numinosum, clique: http://numinosumteologia.blogspot.com/2010/04/o-que-e-e-quando-surgiu-o.html
Jones Faria Mendonça

Reforma do Pacaembu para Copa passa por burocracia
Apontado como uma das alternativas viáveis para sede paulistana da Copa do Mundo de 2014 - mas não para a abertura do Mundial - desde janeiro de 2009, e de volta à cena com mais força nos últimos dias, o estádio do Pacaembu pode ser reformado para receber jogos da primeira fase sem que seu tombamento como patrimônio histórico, em vigor desde 1998, seja alterado ou agredido legalmente. As alterações são viáveis desde que o projeto seja aprovado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de SP (Condephaat). As informações são da presidente do órgão, a arquiteta Rovena Negreiros.
O atual nível de preservação histórica do estádio é parcial e permite reformas internas, desde que as características externas, como a fachada e a área construída do complexo, por exemplo, sejam mantidas, explicou Rovena. Um projeto informal de reforma discutido entre as autoridades paulistas e a Fifa contempla investimentos de R$ 500 milhões, com o aumento da capacidade do estádio dos atuais 38 mil para 65 mil lugares e promete respeitar o tombamento existente.
"Se a ampliação for da arquibancada e a área que compreende o estádio (da qual fazem parte a Praça Charles Miller, o ginásio esportivo, a piscina olímpica, a quadra de tênis, a ponte sobre a avenida Pacaembu e o muro do Cemitério do Araçá) não for alterada, é possível sim fazer reformas e adequações", disse Rovena.
Qualquer projeto para o local, no entanto, terá que passar pelo crivo dos conselheiros do órgão e ser votado em reunião do Condephaat - por lei, não é possível realizar um "destombamento" do complexo do Pacaembu, segundo Rovena. Há, ainda, outros pontos a serem levados em conta em uma possível adequação: o próprio bairro, que teve o loteamento planejado, também é tombado, desde 1991. Alterações no sistema viário e obras como acessos, estacionamentos e outras também deverão ser igualmente aprovadas com base no tombamento da região.
Por enquanto fora das discussões oficiais, mas certamente um órgão regulador no futuro, o Condephaat informa que ainda não tratou as "posições especulativas" sobre a reforma e exigências da Fifa em suas reuniões, que ocorrem sem periodicidade definida, pela falta de informações oficiais sobre o projeto.
DANIEL GONZALES - Agência Estado


Turismo despenca em ParanapiacabaMovimento caiu 91% e mais de 60% das instalações fecharam, informa Associação de Empreendedores da vila ferroviária
Mais de 60% dos bares, restaurantes e agências de atividades turísticas da Vila de Paranapiacaba, em Santo André, estão de portas fechadas. O levantamento é da Associação dos Empreendedores de Alimentação, Hospedaria e Serviços de Paranapiacaba, que mostra um número ainda mais assustador: o movimento na vila ferroviária caiu 91,6%. Em 2008, o movimento por fim de semana chegava a 6 mil pessoas. No último semestre do ano seguinte e no começo de 2010, esse número caiu para cerca de 500 visitantes.
Entre os motivos estão o fechamento de pontos turísticos, como o Museu Funicular, e o endividamento de comerciantes. A falta de incentivo ao projeto turístico da cidade e a pouca ou quase nenhuma programação cultural também ajudou para a baixa no volume de turistas nos últimos meses.
Para o presidente da Associação, Gersino Luiz da Silva, o divisor de águas foi o Festival de Inverno de 2009. “O evento decaiu pelo menos em 80%. Os comerciantes fizeram estoques e mais estoques de alimentos e bebidas e não conseguiram vender. Não teve público, as atrações culturais eram fracas e a estrutura precária. Parecia mais uma quermesse”, afirmou Silva, que é proprietário de um trenzinho turístico que percorre a vila. A Prefeitura não se manifestou sobre o assunto.
Abandono
A reportagem do ABCD MAIOR esteve em Paranapiacaba em uma sexta-feira e observou que apenas um bar estava aberto. Vários equipamentos turísticos como o Clube União Lyra Serrano, Central de Informações ao Turista, Museu Ferroviário Funicular e a Casa Fox também estavam fechados. Outros problemas, como a má conservação da estrada de terra que dá acesso à parte histórica da Vila, e o sucateamento da passarela que liga as partes alta e baixa, também são apontados pelos moradores e pequenos empresários como causa para que os turistas tenham deixado de visitar Paranapiacaba.
O microempresário Adalberto Nazario, 39 anos, faz parte da terceira geração da família na vila ferroviária. Em 2007, abandonou a profissão de vigilante e abriu junto com a esposa um restaurante em Paranapiacaba. Um ano depois, o lucro do restaurante duplicou, e Nazario alugou mais uma casa para expandir o negócio. A renda mensal livre da família chegava a R$ 3 mil. “As coisas estavam prosperando na Vila nessa época. Em 2009 os turistas sumiram e eu comecei a me endividar. Vendi meus três carros, passei a casa que tinha alugado a mais para outra pessoa e demiti funcionários. Hoje, quando muito, tiro R$ 600 por mês”, contou.
A guia turística Ana Carolina de Góes Cressoni está a há cinco meses sem salário. Sem renda, Ana Carolina deixou de pagar as parcelas da casa alugada e foi despejada sem aviso prévio pela Prefeitura de Santo André. “Os turistas sumiram porque a Vila está abandonada e eu fiquei sem ter como trabalhar. Aí eles (Prefeitura) me despejam como se não tivessem responsabilidade pelo o que está acontecendo, é revoltante.”
A única justificativa que o presidente da Associação encontra para a falta de programação cultural é o não entrosamento entre as secretarias de Cultura, Esporte e Lazer, responsável pelas atividades culturais, e a de Recursos Naturais, que tem a gestão de todas as questões de Paranapiacaba e substituiu a Subprefeitura, criada na antiga Administração. “Sabemos que existe uma queda de braço dentro do governo do prefeito Aidan (Ravin) que trava as ações na Vila. Fica um jogo de empurra das responsabilidades, e nós no meio dessa confusão.”
Manifesto
Para cobrar da Administração novos projetos para a Vila de Paranapiacaba, moradores enviaram à Prefeitura um ‘manifesto de pedido de socorro’, como eles mesmos classificaram. No documento está listado 19 itens, entre projetos turísticos e comerciais, licitações, programação cultural e outras ações desenvolvidas pelo poder público municipal até dezembro de 2008, fim da gestão João Avamileno, e que foram extintas pela atual gestão do prefeito Aidan Ravin (PTB).
Entre os principais pontos levantados está a falta de participação popular, através de conselhos e comissões, nas elaborações de novos projetos e decisões sobre questões ligadas ao turismo sustentável.
Como conclusão do manifesto, moradores afirmam que “até o presente momento, a atual gestão não apresentou nenhuma proposta para o desenvolvimento de Paranapiacaba, e muito pior que isso, simplesmente acabou, eliminou, extinguiu o que já era realizado pela gestão anterior e apresentava bons resultados, e não apresentou nada para substituir o que fora extinto”.
Tombada
Localizada ao sul do município de Santo André, no alto da Serra do Mar, a Vila de Paranapiacaba foi comprada pela Prefeitura em janeiro de 2001, como último ato administrativo do prefeito Celso Daniel. A Vila é considerada Patrimônio Histórico, Cultural e Tecnológico pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimonio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) desde 1987, e pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional), apartir de 2002.
Em junho de 2008, o então prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), iniciou através da Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense a campanha para que o local fosse reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio da humanidade.
Pelo cronograma inicial, a Prefeitura de Santo André entregaria o dossiê da candidatura de Paranapiacaba a Patrimônio Mundial ao Iphan em 2009, que encaminharia à Unesco. A instituição então teria prazo de dois anos para que diversos especialistas na área de patrimônio visitassem o local, preparassem os pareceres e os encaminhassem para apreciação e votação do Comitê do Patrimônio Mundial, que se reúne em Paris.
No entanto, não se sabe se esse dossiê foi entregue pela atual Administração do prefeito Aidan Ravin (PTB). Desde que a gestão Aidan Ravin assumiu Santo André, no começo de 2009, não há informação sobre a campanha. A reportagem do ABCD MAIOR procurou a Prefeitura, que optou por não se manifestar sobre o assunto.
Carol Scorse (carol@abcdmaior.com.br)

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