ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

16 agosto, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 16-8-10

Obra moderna em prédio histórico abre polêmica e vai parar na Justiça
Reforma da Casa das Retortas, no centro de SP, prevê a instalação de três novas construções
Para a Promotoria, obra moderna descaracteriza patrimônio histórico; contraste valorizará a região, diz secretário Eduardo Knapp/Folhapress
Prédio histórico no centro, que abrigou usina de gás de carvão usada para iluminação
A Casa das Retortas, prédio histórico no centro de SP que abrigou uma usina de gás de carvão usada na iluminação da cidade, está no centro de polêmica envolvendo urbanistas, a Promotoria e a Secretaria de Estado da Cultura.
Construir prédios de arquitetura contemporânea no complexo histórico pode descaracterizar o patrimônio?
Para o Ministério Público e entidades como o movimento Defenda São Paulo, sim. Eles movem uma ação contra o governo para impedir a reforma da Casa das Retortas, que abrigará o Museu da História de São Paulo. O projeto, do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, prevê três novas construções dentro do complexo: uma marquise ao lado do galpão principal para recepção do público, um prédio administrativo de cinco andares em formato curvo (Spdoc) e uma passarela ligando o prédio principal à nova construção.
Enquanto o galpão das retortas é de tijolo aparente, a marquise será uma chapa metálica pintada de branco.
“É um edifício neutro. É impossível modificar o uso do espaço sem acrescentar novos elementos”, diz Rocha.
Não é o que pensa o promotor Washington Luis de Assis, autor da ação: “Os novos elementos descaracterizam o patrimônio histórico”.
Ele entrou com pedido de liminar na Justiça para barrar a obra, cujo custo é de R$ 61 milhões e que deveria ter sido concluída no início do ano. A liminar foi negada, e o recurso aguarda julgamento. Como o conjunto é tombado pelo Conpresp (conselho municipal do patrimônio) e pelo Condephaat (conselho estadual), o projeto foi submetido à aprovação dos dois órgãos e liberado, com diretrizes, após muita polêmica.
“Os novos edifícios são inadequados e competemcom o bem tombado”, afirma o conselheiro do Conpresp Vasco de Mello, que votou contra o projeto.
“É desejável o diálogo entre o antigo e o contemporâneo. Neste caso, o patrimônio é respeitado”, defende o conselheiro do Condephaat Carlos Faggin, que votou a favor. Para o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, o contraste entre moderno e antigo valoriza o patrimônio. “Os novos prédios têm estilo contemporâneo e arrojado para se diferenciar e valorizar o patrimônio”, diz.
ALTURA
Um dos pontos mais polêmicos é a altura do novo edifício administrativo, cujas fachadas serão envidraçadas.
São 25 metros, contra 15 do galpão principal. “Isso prejudica a visibilidade dos prédios históricos”, diz Lucila Lacreta, diretora do movimento Defenda São Paulo. Além das discussões técnicas, o processo de elaboração do projeto também foi criticado. O governo contratou dois escritórios: um para cuidar do restauro, outro para o projeto arquitetônico.
Diante da divergência de opiniões, o arquiteto Paulo Bastos, responsável pelo restauro, deixou o projeto. O museu deve ser aberto em setembro de 2011.
Colaborou ALENCAR IZIDORO , de São Paulo
FOLHA.com


Tela furtada de Portinari é devolvida a MAC de Olinda-PE
O quadro "Enterro", de autoria de Cândido Portinari (1903-1962), pintado em 1959, foi devolvido hoje pela Polícia Civil ao Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), de Olinda, de onde foi furtado no dia 14 de julho. A pintura, um óleo sobre madeira de 24,5 cm por 33,5 cm, estava intacta. A única alteração feita pelos ladrões foi a raspagem, atrás da madeira, do registro do museu, que detém o quadro desde 1963.
A devolução foi feita na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS), no Recife, depois que o delegado responsável pelo caso, Manuel Martins, fez um relato das investigações - realizadas em parceria com as polícias civil e federal do Rio de Janeiro - que levaram à prisão de dois homens envolvidos - Leonardo Jorge da Silva e Leonardo Bispo da Silva - na capital fluminense.
Avaliado entre R$ 800 mil e R$ 1,5 milhão, "Enterro" estava exposto no primeiro andar do MAC, um prédio do século 17, tombado pelo Patrimônio Histórico que possui um acervo de cerca de quatro mil obras, mas não conta com circuito interno de televisão nem qualquer outro tipo de segurança eletrônica.
Roubo
Um dos visitantes, o carioca Leonardo Jorge da Silva, não teve dificuldade em tirá-lo da moldura e levá-lo para tentar vender no Rio de Janeiro. Em seu depoimento à polícia, chegou a dizer que "Enterro" o atraiu por ser devoto de São Jorge, santo que está retratado na obra, dentro de uma pequena lua. Ele responde a processo por tráfico de drogas e é suspeito de furtos de obras de arte da Fundação Fiocruz e da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio.
Depois de receber a informação da tentativa de comercialização da obra furtada por Leonardo Bispo da Silva, mineiro residente em Niterói, que responde a processo por homicídio e consumo de drogas, duas equipes da polícia pernambucana viajaram para o Rio e São Paulo, no dia 27 de julho. No dia seguinte, com um mandado de prisão preventiva, prenderam Leonardo Bispo na Ponte Rio-Niterói.
Ele estava com uma obra, furtada, de Tarsila do Amaral e confessou ter recebido o quadro de Portinari, mas devolvido a Leonardo Jorge, que foi preso em flagrante, três dias depois, de posse da pintura, em um restaurante de Copacabana.
Valor
Para chegar a Leonardo Jorge, a polícia forjou interesse em adquirir o quadro e chegou a pedir a um estrangeiro para falar com o ladrão, por telefone, para dar veracidade à história. Leonardo Jorge pediu R$ 150 mil e queria que os interessados fossem buscar o quadro no Morro do Alemão.
Depois foi convencido a fechar o negócio no restaurante onde foi flagrado pela polícia. Leonardo Bispo e Leonardo Jorge estão presos no Centro de Observação e Triagem (Cotel), no município metropolitano de Abreu e Lima, e vão ser julgados pela Justiça de Olinda.
Depois do furto, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), responsável pelo MAC, iniciou processo de licitação para melhorar segurança do museu. "Enterro", da fase azul do artista paulista, só voltará a ser exposto no dia 16 de setembro.
ANGELA LACERDA - Agência Estado

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