ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

03 setembro, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 3-9-10

Expedição científica vai revelar Titanic em 3D
Foto: Reprodução

Cientistas lançam nesta quarta-feira uma iniciativa para "erguer virtualmente" o Titanic por meio de técnicas que farão o primeiro mapeamento tridimensional do transatlântico, naufragado há quase um século.
Usando modernos robôs, sonares, tecnologia de formação acústica de imagem e câmeras de alta resolução, inclusive em 3D, especialistas de várias organizações irão reconstruir um quadro abrangente e detalhado dos restos do navio e dos seus arredores - imagens em grande parte nunca vistas.
"Achamos que cerca de 40%, talvez 50%, do local do Titanic nunca tenham sido examinados", disse Dave Gallo, um dos líderes da expedição, diretor de projetos especiais do Instituto Oceanográfico Woods Hole, maior ONG oceanográfica privada do mundo, com sede em Massachusetts. "Tudo até aqui tem sido muito na base da exploração, ou da aventura", disse Gallo, lembrando que essa é a primeira expedição a fazer um trabalho arqueológico num sítio em águas profundas.
História
O Titanic, maior navio de passageiros do mundo naquela época, zarpou de Southampton com destino a Nova York, em sua viagem inaugural, em 10 de abril de 1912. Quatro dias depois, bateu num iceberg e naufragou, levando mais de 1,5 mil passageiros consigo.
Seu paradeiro exato continuou desconhecido até 1985, quando foi achado a centenas de milhas da costa canadense.
A nova pesquisa reunirá 30 especialistas, alguns deles fazendo pesquisas esotéricas, como uma análise de parentesco entre micro-organismos presentes no local e aqueles que afundaram junto com o navio.
Site e documentário
O site www.expeditiontitanic.com apresentará atualizações regulares, e o History Channel deve fazer um documentário sobre o assunto, segundo Gallo.
Especialistas dizem que hoje em dia seria tecnicamente possível erguer o Titanic, mas que o custo proibitivo e a fragilidade dos destroços tornam a tarefa desaconselhável. Alguns consideram também que seria equivalente a profanar um cemitério.
"Muito rapidamente, o navio está se deteriorando cada vez mais", disse Paul-Henry Nargeolet, diretor de pesquisas submarinas da RMS Titanic, empresa que lidera o projeto. Ela é subsidiária da Premier Exhibitions, companhia que detém o monopólio da recuperação de objetos do naufrágio, concedido pela Justiça dos Estados Unidos em 1994.
Nargeolet, que já comandou cinco expedições anteriores ao local, prevê que grande parte do convés irá desabar dentro de 10 a 15 anos, e diz que isso já está acontecendo em parte da popa.
Terra e Reuters

Casa-grande & burrice
Derrubaram a casa-grande do Engenho São Bartolomeu, em Jaboatão. Derrubaram, não. O dono derrubou. E Dr. Marcos Albuquerque disse que considerava a demolição “um crime”.
Dr. Marcos é professor de História e chefe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco. Ele pode dizer o que pensa. Eu, não. Corro o risco de ser processado, como já fui. Ou melhor, continuo sendo; das quatro ações movidas contra mim, uma continua rolando há quase quatro anos (simplesmente porque eu disse o que pensava: pintar imóveis históricos como se fossem outdoors publicitários é crime comparável ao de pichação). Não deveria, portanto, dizer mais o que penso. Mas digo. Concordo com Dr. Marcos: a demolição da casa-grande do Engenho São Bartolomeu foi um crime! Nessa casa, Dona Rita de Cássia de Souza Leão Bezerra Cavalcanti criou o Bolo Souza Leão, oferecido a Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina em 1859 (conforme História dos Sabores Pernambucanos, de Maria Lectícia Cavalcanti, editado pela Fundação Gilberto Freyre o ano passado).
Foi-se a casa-grande. Ficou parte da senzala. A ignorância foge de tombamento como o diabo foge da cruz. Qualquer pessoa minimamente informada – não precisava nem ser culta –, saberia que o tombamento do conjunto, casa-grande, senzala e ruínas de um engenho do século XVII (1636), valorizaria a sua propriedade. Além do valor comercial, somar-se-ia o valor histórico. Mas ganância misturada com ignorância dá uma combinaçãozinha desgraçada. “Vamos derrubar logo essa porcaria, antes que tombem.”
E sabe pra que o cidadão derrubou a casa? Construir galpões, disse ele. Isso. Construir galpões. Numa propriedade de não sei quantos hectares, esse foi o único lugar que o cara encontrou para construir galpões. Poderia ganhar dinheiro com os dois, a casa-grande e os galpões (esses, longe da casa, evidentemente). Mas o gênio empreendedor preferiu ganhar com um só. E assassinar a história.
Nos anos setenta, aluguei um carro com um casal de amigos e viajamos por quase toda a Grã-Bretanha: Inglaterra, País de Gales e Escócia (menos Irlanda, porque o IRA, na época, tava com a gota serena, explodindo bomba a torto e a direito). Um mês na estrada. No Lake District, em Wales e nas Highlands, nos hospedamos única e exclusivamente em casas-de-fazenda: bed & breakfast (cama e café-da-manhã). As fazendas em plena atividade.
Em Gales, ficamos numa casa do século XIII, construída com blocos de pedra aparentes, abundantes nas pedreiras da região. Aliás, tudo por ali era construído com aquelas pedras escuras. Até cercas de demarcação de propriedades, pequenas pontes e beiradas de estradas. Como nos filmes do Rei Artur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. O dono da casa (e da fazenda, consequentemente) nos disse, com seu senso de humor galês: “Hospedo como um cortês e ganho dinheiro como uma cortesã, na cama”.
Alguns fazendeiros nos confessaram ganhar mais com suas camas do que com os negócios da fazenda. E outros admitiram ser um bom complemento, sobretudo nas entressafras de suas lavouras e criações.
Mas ninguém precisa ir tão longe. No interior de São Paulo, Rio e Minas, as casas restauradas de velhos engenhos, usinas e fazendas estão se transformando em belas hospedarias. E as casas-grandes dos barões do café, em hotéis de cinco, seis estrelas. Enquanto isso, a gente aqui joga uma pá de cal na história.
Sabe o que disse Einstein no dia em que tirou aquela foto estirando a língua? “Somente duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto à primeira”.
Joca Souza Leão
Postada por Gabriel Diniz

Tutancâmon era filho de faraó com irmã, diz estudo
Resultado de uma união entre irmãos, este faraó frequentemente estudado tinha pé torto, lábio parcialmente leporino e certamente sofreu uma necrose no pé esquerdo, no qual um dos dedos não tinha osso, o que provavelmente lhe causava muita dor. Tutancâmon fez de sua meia irmã sua mulher

Desde que a tumba de Tutancâmon foi descoberta, em 1922, pelo arqueólogo Howard Carter e sua equipe, muito mistério envolve a vida e a morte do jovem faraó que governou o Egito dos 9 a aos 19 anos, no século XIV a.C. Até pouco tempo atrás, os arqueólogos não sabiam quem eram os pais de Tutancâmon nem a causa de sua morte prematura. Agora, uma equipe de geneticistas, liderada pelo arqueólogo Zahi Hawass, conseguiu solucionar uma parte significativa do quebra-cabeça.
Por meio do estudo do DNA de Tutancâmon e de dez outras múmias que os arqueólogos suspeitavam ser membros da sua família direta, incluindo dois fetos mumificados encontrados na tumba do faraó, foi determinada com certeza praticamente absoluta (uma probabilidade de 99,99%) a identidade dos pais do mais jovem rei do Egito.
Tutancâmon foi fruto de um casamento incestuoso entre o rei Akhenaton e a irmã deste, conhecida como a Jovem Senhora (múmia KV35YL). A descoberta põe fim às especulações de que Nefertiti, a poderosa rainha egípcia de beleza legendária e uma das mulheres de Akhenaton, tenha sido sua mãe.
"Isso explica porque Tutancâmon era um indivíduo tão frágil e mais suscetível a infecções, o que pode ter causado sua morte", diz Jamie Shreeve, editor de ciência da revista National Geographic, que acompanhou de perto o trabalho da equipe dentro da tumba do Rei Menino, em outubro do ano passado.
O incesto entre os membros da realeza era comum no antigo Egito, pois trazia vantagens políticas e mais poder aos faraós. Filhos de irmãos estão mais predispostos a defeitos congênitos. Tutancâmon tinha pé torto e lábio parcialmente leporino. Uma enorme quantidade de bengalas e pedaços de bengalas foi encontrada na tumba do faraó. A análise da múmia de Tutancâmon também indica que ele tenha sofrido de necrose no pé esquerdo, cujo um dos dedos não tinha osso. De todos os faraós, ele é o único ilustrado sentado ao atirar com arco e flecha.
"Este não era um rei que segurava um bastão como símbolo de poder. Ele era um jovem que precisava de uma bengala para caminhar", afirma Hawass.
É possível que a causa de sua morte tenha sido a malária, uma doença comum naquela região e época. Com base na presença de diversas cepas do parasita Plasmodium falciparum, foi comprovado que Tutancâmon foi infectado pela forma mais grave de malária diversas vezes no decorrer de sua vida. No entanto, há cientistas que acreditam que, como a doença era tão comum no Egito, o faraó pode ter desenvolvido uma imunidade parcial à malária. Por outro lado, a doença pode ter debilitado o seu sistema imunológico e ter levado a complicações em uma fratura encontrada em sua perna - provavelmente causada por uma queda - e avaliada pela equipe, em 2005.
"Podemos descartar a teoria de que Tutancâmon tenha sido assassinado com um golpe na cabeça", afirma Shreeve. Durante o exame da múmia do faraó, foi determinado que o buraco na sua cabeça foi resultado do processo de mumificação.
Apesar do estudo das outras múmias ainda não estar concluído, com base nos dados até agora examinados, há evidência suficiente para acreditar que a mulher de Tutancâmon, Ankhesenamun, fosse sua meia-irmã, filha de Akhenaton e Nefertiti. Portanto, o jovem faraó era filho e genro de Akhenaton. Também é bastante provável que os dois fetos sejam de filhas do casal. Tutancâmon e Ankhesenamun não tiveram outros filhos.
"De certa forma, os egípcios atingiram seu objetivo de serem transportados para uma vida após a morte. Sua preservação é extraordinária", diz Shreeve. A meta dos arqueólogos agora é descobrir mais sobre o DNA de Ramsey I e localizar Nefertiti, que, até hoje, não foi encontrada.
O artigo completo com mais fotos será publicado na edição de 31 de agosto da National Geographic. Ele também pode ser acessado, em inglês, pelo link http://ngm.nationalgeographic.com/2010/09/tut-dna/hawass-text.
LIGIA HOUGLAND
Direto de Washington
Foto: Kenneth Garrett/National Geographic/Divulgação
Site www.expeditiontitanic.com mostrará os trabalhos

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