ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

15 dezembro, 2010

CURSOS - 15-12-10

São Paulo-SP - Curso ensina jovens a preservar patrimônio histórico

Objetivo é ajudar a evitar o vandalismo dos símbolos de São Paulo
Sábado no Parque da Independência: após as lições, estudantes se transformarão em monitores culturais
por Fernando Moraes

Desde setembro, jovens da Vila Guacuri, na Zona Sul, vêm tendo aulas em meio aos monumentos do Parque da Independência. Com idade entre 15 e 17 anos, eles compõem a primeira turma do projeto Agentes Históricos, cujo objetivo é ajudar a evitar o vandalismo ao ensinar a importância da preservação dos símbolos de São Paulo. “Só preservamos aquilo que conhecemos”, acredita Francisco Zorzete, coordenador-geral da iniciativa, idealizada pelo Museu a Céu Aberto, instituição privada sem fins lucrativos.
Fernando Moraes

Sumiu: estátua teve a espada roubada

Os estudantes aderiram ao curso por meio da Casa da Cultura e Cidadania de Vila Guacuri, que também ministra outras disciplinas, como a que ensina a ser DJ, por exemplo. Às quartas, o grupo tem aulas expositivas sobre a história da cidade, do estado e do país. Aos sábados, ocorrem as visitas ao parque. São quarenta alunos, mas nem todos comparecem nos fins de semana. No último dia 27, apenas dezessete conseguiram acordar cedo o suficiente para chegar às 9 horas ao Ipiranga. “Acordar cedo é um sacrifício”, diz Stephany de Sousa Gomes, de 17 anos. “Mas vale a pena vir. É bem diferente de como aprendemos na escola.”

Fernando Moraes

 Sujeira: projeto tem como um de seus objetivos evitar novas pichações

Nos últimos três meses, foram repassados detalhes de atrações como a Casa do Grito e os museus de Zoologia e do Ipiranga. “A gente vai ao colégio e muitas vezes não aprende nada. Aqui temos liberdade para fazer perguntas sem vergonha do que vão pensar”, conta Evellyn Ferreira, de 15 anos, após descobrir que a independência do país não ocorreu apenas com o brado do imperador “às margens plácidas” do Ipiranga. “Não foi como mostra o quadro (“Independência ou Morte”, de Pedro Américo). Dom Pedro I nem sequer estava a cavalo, já que só uma mula poderia carregá-lo pelo caminho de Santos até lá”, explica a garota. Sentado ao lado do Monumento à Independência, Sérgio De Simone, arquiteto e historiador que coordena as aulas, pergunta: “É correto utilizar ferro para restaurar essa estátua de bronze?”. O grupo responde “não” e mostra as manchas de ferrugem decorrentes da utilização do elemento.

Fernando Moraes


Museu do Ipiranga: estudantes aderiram ao curso por meio da Casa da Cultura e Cidadania de Vila Guacuri

A lição mais importante está na ponta da língua de todos: “Educar para não restaurar”, repetem em coro. “O dinheiro dos impostos pagos por nossos pais é usado para consertar essas coisas. E um dia nós vamos pagar”, afirma Stephany. A maior parte da classe assumiu conhecer alguém que já cometeu vandalismo. Alguns, inclusive, foram alvo de indiretas dos colegas. Envergonhados, garantem que aprenderam a lição. A parte teórica termina no próximo dia 20 e, a partir de janeiro, os estudantes passarão mais três meses atuando como monitores culturais, ajudando na preservação e ensinando aos visitantes um pouco de história. Quem quiser participar dessa etapa trabalhará cinco horas por dia, recebendo uma bolsa de 210 reais por mês. No futuro, a tendência é que o projeto seja ampliado. “Queremos expandi-lo para outros locais que são símbolos da história da cidade, como o Parque da Luz”, diz o presidente do Museu a Céu Aberto, Paulo Solano Pereira.
Catarina Cicarelli
Veja São Paulo






















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1 Comentários:

  • Às 5:21 PM , Anonymous Raphael disse...

    Silvio, isso deveria ser ensinado na escola, desde o berço, na familia.

    É lamentável.

     

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