CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 4-4-11
Empresas 'descobrem' os imóveis tombados em SP
Imóveis tombados não podem passar por modificação sem autorização do patrimônio histórico e muitos perdem valor de mercado pela impossibilidade de darem lugar a condomínios.
Embora as restrições assustem proprietários e levem muitos casarões e prédios à degradação, não faltam casos bem-sucedidos de aproveitamento de bens tombados na cidade de São Paulo.
"Queria comprar uma casa que tivesse história", diz Luiz Alves Júnior, diretor e dono das editoras Gaia e Global.
A empresa foi instalada no casarão de estilo neoclássico francês de 1891, a antiga residência do arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), na Liberdade, no centro.
A reforma começou anos antes da mudança, em 1995, e durou dez anos. "A burocracia é grande. Foi muito difícil", afirma Alves Júnior.
Ronaldo Silva Rego, empresário e dono de uma casa em estilo colonial português construída no início do século passado, se considera uma "vítima do tombamento".
Há dez anos o Conpresp (órgão do patrimônio) analisa se deve tombar seu imóvel. "Se já fosse tombado, eu poderia ao menos pedir isenção de IPTU para reformar."
Mesmo com todas as restrições, o imóvel da Bela Vista (centro) virou em 2008 sede da Funeral Home, empresa que oferece "uma atmosfera charmosa e tranquila" para a realização de velórios.
Antes disso, o casarão ficou um ano no mercado até ser alugado. "Queriam fazer um rabinato. Quando souberam do processo de tombamento, ficaram com medo."
VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Eduardo Knapp/Folhapress
Ambiente interno da Casa de Ramos de Azevedo, no bairro da Liberdade, que abriga uma editoraMarcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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