CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 17-5-11

Propaganda banca restauro de prédio em São Paulo

O histórico edifício Guinle, na rua Direita, no centro, será o primeiro da capital a poder exibir um anúncio depois de cinco anos da Lei Cidade Limpa. A loja de calçados Mundial, que fica no térreo, financia a obra de restauro, orçada em R$ 700 mil, e, conforme decisão do Conpresp (órgão municipal de defesa do patrimônio), poderá exibir a publicidade, segundo a Folha de S.Paulo.

O uso dessa publicidade é uma das exceções constantes na Lei Cidade Limpa, que há cinco anos praticamente baniu a publicidade externa das ruas da capital.

Isso só foi possível pois o prédio foi o primeiro a obter aprovação nos parâmetros do que determina o Artigo 50. Ele prevê a possibilidade do uso da publicidade para financiar restauros em imóveis de valor histórico.

É o caso do edifício Guinle, um trabalho do arquiteto Hyppolito Gustavo Pujol Júnior erguido em 1913. À época, foi considerado o primeiro arranha-céu da capital, com seus 36 metros de altura divididos em sete andares. À época, os prédios tinham no máximo dois andares.

A estrutura foi a primeira no país a usar a tecnologia de concreto armado (com barras de aço). Recentemente ele passou - e foi aprovado - por testes de estrutura feitos pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

Pioneiro

Há dois meses, operários começaram os reparos na fachada do prédio. O anúncio da Mundial só poderá ser colocado agora, com a decisão do Departamento do Patrimônio Histórico.

A decisão é pioneira, já que outras construções que estavam na fila para reforma da fachada ainda aguardam definição. Entre elas estão as do Copan (de Oscar Niemeyer, no centro) e as do Bretagne, de Artacho Jurado, em Higienópolis.

No caso do Copan, a reforma emperrou devido ao tamanho do anúncio. Nos dois casos, falta definir os parâmetros da aplicação da lei.

Edifício Guinle é considerado o primeiro arranha-céu da cidade

Jefferson Coppola/Folhapress

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