CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 22-6-11
Museu do Portão em Curitiba, agoniza sete anos de esquecimento
O complexo do Centro Cultural Portão tem uma área total de 4.800 metros quadrados que eram compostos por uma biblioteca, uma sala de cinema, um auditório, oficinas e ateliês. O Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (Muma), que integra o complexo, possui três salas de exposições. Há ainda duas áreas de reserva técnica e no local também funcionava o Clube do Xadrez. Todo esse espaço está fechado desde 2005 esperando pela reforma anunciada pela Prefeitura de Curitiba na época.
A obra deveria ter sido iniciada em 2006 com recursos financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU). Como o governo não honrou o contrato de empréstimo, a Prefeitura obteve recursos pela transferência de potencial construtivo e anunciou as obras para 2008 com um investimento de R$ 3,5 milhões. Porém, de fato, elas começaram apenas em 2009 e ainda não terminaram. Segundo o último anúncio da administração municipal, o complexo deve ser entregue no primeiro semestre de 2012, com um tempo total de sete anos de espera e investimento de R$ 5 milhões.
No caso do Muma, o atraso na entrega trouxe outro problema: a falta de segurança. “Já fui assaltada e vi várias pessoas sendo roubadas por aqui”, conta Léia Lucia, que trabalha na rua de trás do Muma e passa pelo corredor formado com os tapumes da obra que ligam a República Argentina — onde fica o terminal do Portão — com a José Sikora. O espaço, que não tem calçada e iluminação, tornou-se um local apropriado para os criminosos.
Kelly da Silva Moraes, que também trabalha na região conta que às vezes tem que passar pelo local às 22, 23 horas e fica bastante receosa. “Já passei por situações constrangedoras, com homens dizendo besteiras e acabei voltando correndo para o trabalho, com medo”, conta.
Antonio Carlos Anziliero, que mora na região e freqüentemente passa pelo local com sua filha Mirela, espera que a obra seja concluída logo. “Seria ótimo ter um centro cultural aqui por perto. Nem me lembro deste espaço aberto e em funcionamento”, afirma. (AK)
Bem Paraná
Cuba: embargo prejudica resgate do legado de Hemingway
HAVANA, Cuba — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "não mudou muito" a política americana para Cuba, e o embargo entorpece o resgate do patrimônio de Ernest Hemingway, afirmou nesta quinta-feira, em Havana, Jenny Phillips, neta de Maxwell Perkins, editor do Nobel de Literatura.
"Durante os mandatos do presidente (Bill) Clinton parecia haver uma abertura; com (George W) Bush as coisas se tornaram muito difíceis, rígidas, inflexíveis. O presidente Obama não mudou muito as políticas", disse ela à imprensa.
Jenny e o marido Frank Phillips presidem a fundação americana "Finca Vigía" voltada para a colaboração com a restauração do patrimônio do escritor (casa, iate, livros, fotos, carros, manuscritos) resguardado na propriedade de mesmo nome, Finca Vigía -a 25 km de Havana-, a residência onde passou a maior parte dos quase 20 anos em Cuba, desde 1939.
Os dois participam do 13º colóquio internacional, de quatro dias, sobre a vida e a obra do escritor, do qual ficaram de fora 14 especialistas americanos, não autorizados pelo Departamento do Tesouro, segundo os organizadores.
"Muitos amigos tiveram sérias dificultades para chegar a Cuba", disse a presidente do Conselho Nacional de Patrimônio Cultural, Margarita Ruiz, na abertura do evento que, este ano, comemora os 50 anos de morte do escritor (1899-1961).
"É um reflexo da situação política", comentou Phillips.
A fundação administra recursos para restaurações, em Cuba, como parte de um acordo entre os dois governos de 2001, embora limitados pelas leis de embargo, vigentes desde 1962.
"Tudo o que possamos fazer está limitado, de qualquer forma, pelo embargo. Temos sido capazes de algumas realizações, apesar da situação política tão difícil. Uma das coisas que mais me alegra deste projeto é o fato de estarmos junto aos cubanos, acima de qualquer viés político", expressou Phillips.
O colóquio coincide este ano, também, com os 50 anos da entrega da propriedade de Finca Vigía ao Estado cubano, por parte da viúva de Hemingway, Mary Welsh, e os 85 anos da publicação de seu romance "Fiesta" (O Sol Nasce Sempre).
"Hemingway sempre pensava na morte, estava como que obcecado com o pensamento do suicídio.
Prometeu muitas vezes que não o faria, mas sempre esteve afetado pela morte do próprio pai desta forma e achava que, de alguma forma, estava predestinado a isso", disse Phillips.
Hemingway morreu vítima de um disparo de sua escopeta de caça. Algumas versões sustentam que foi suicídio e, outras, um acidente, enquanto limpava a arma.
AFP
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