PODE CRER, É VERDADE! - 21-6-11
Saiba mais sobre a história do Theatro Municipal de São Paulo
Reforma do Theatro Municipal de São Paulo durou 2 anos
No dia em quem São Paulo ganha novamente o glamour do Theatro Municipal, o eBand relembra alguns dos principais momentos de um dos cartões postais da cidade.
O surgimento
Em 12 de setembro de 1911, um sonho foi realizado. A cidade de São Paulo ganhara, finalmente, um teatro municipal. Mas não era qualquer teatro, e sim um centro cultural que, na época, arrancou aplausos de todos, dos amantes aos críticos de arte, dos paulistanos e também dos turistas. A arquitetura ousada, inspirada nos movimentos renascentista e barroco, posicionaram o Theatro Municipal como um dos principais edifícios do gênero no país.
Era um desejo antigo da população, que desde 1898 estava órfão de um grande complexo cultural. O Teatro São José, na Praça João Mendes, era o ponto de encontro da época, mas foi vítima de um incêndio que destruiu não só sua estrutura, mas também o desejo dos paulistanos de conferirem importantes manifestações artísticas. Não se tratava apenas de cultura, e sim de glamour, de integração com o alto escalão da cidade. Da sensação de ter um passatempo até então desfrutado com requinte apenas no continente europeu.
Da apresentação de Hamlet, de Ambroise Thomas, em sua estreia, à fatídica Semana de Arte Moderna de 1922, o Theatro Municipal se destacava em meio a uma região gloriosa, repleta de atrativos, como a Catedral Metropolitana (Praça da Sé) e a Estação da Luz. O tempo passou, as visões de mundo mudaram, mas o teatro seguiu como principal casa de espetáculos da cidade. A fama do espaço correu o mundo, incentivando artistas renomados a cravaram seu nome na programação - e a pessoas se enfileirarem em busca de ingressos. É neste momento que São Paulo passa a fazer parte do calendário de cultura do mundo.
As reformas
Veio então a primeira grande reformulação do teatro, em 1952. Após dois anos de recesso, o Theatro Municipal reinaugurou e mostrou à cidade uma faceta moderna, fruto da aparente necessidade de evolução que reinava na sociedade. Em meados de 1981, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico tombou o Theatro Municipal, tornando-o parte do Patrimônio Histórico do estado. O título rendeu, quatro anos mais tarde, mais uma revitalização, desta vez com o foco exatamente inverso. A ideia de resgatar as origens do teatro perdurou por três anos, até que, em 1988, a população pode rever a fachada que há 77 anos arrancava suspiros de quem passasse pela região.
Degradação do centro
A execução do projeto agradou, mas perdeu parte de sua importância pelo mau momento vivido pelo centro da cidade. Os prédios históricos da região foram esquecidos na mesma velocidade que o local se transformou em um ponto perigoso, tomado por traficantes de drogas, viciados, prostitutas e indigentes. O que era para ser uma sala de visitas se transformou no terreno dos fundos.
Os imóveis estavam sem condições de uso, o comércio passou a sobreviver da venda de produtos piratas e a administração pública, na tentativa de solucionar outros problemas, construiu viadutos, calçadões e instalou famílias sem-teto em prédios abandonados. Nada adiantou, e o pior: as ações desvalorizaram ainda mais a região.
Projeto de revitalização
Nos últimos anos, porém, os governos da capital e do estado trabalham para recuperar monumentos do centro. A Estação da Luz, a Pinacoteca e a Sala São Paulo já passaram por este processo, apesar de conviverem ainda com o pobre reduto da região. A Cracolândia, tomada por usuários e traficantes de drogas, será desapropriada e suas construções demolidas. Os dez quarteirões de área serão leiloados a empresas. Já a área do Theatro Municipal ganhará o reforço de um projeto audacioso, chamado “Praça das Artes”. A prefeitura trabalha no plano desde 2006 para transformar 30 mil metros quadrados em uma espécie de núcleo cultural. A construção será entre a avenida São João e as ruas Conselheiro Crispiniano e Formosa. Salas de ensaio, de aulas, cafés, restaurante e até um cinema farão parte do local.
É o que falta para a maior estrela da cidade voltar a brilhar, desta vez ao lado de outras constelações.
Renê Castro
Band
Foto: Sylvia Masini Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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