ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

28 agosto, 2008

CULTURA, PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Cultura sem tramelas
Academia de MT abre suas portas para a cultura regional promovendo, ao longo de duas semanas, um grande evento de artes integradas.A Academia Mato-grossense de Letras(AML) está a todo o vapor. Esta semana, a partir de hoje, a AML está abrindo as suas portas para o conhecimento por meio das artes.
A I Jornada do Conhecimento sobre Literatura e Cultura em Mato Grosso contempla todas as áreas das artes. Serão duas semanas de palestras e apresentações que pretendem retirar as trancas e tramelas das portas da AML. São obras raras, poesia, cinema, música erudita e popular, literatura em todos os viéses, teatro, política cultural, além de homenagens. Os convidados têm peso e vão esclarecer o papel da cultura na história de MT. A Jornada inicia-se com o lançamento do acervo de obras raras, livros que estão há muitos anos fora do mercado, mesmo em sebos, e que estarão à disposição de pesquisadores e estudiosos da história regional com reedições bem cuidadas.
A abertura começa com uma exposição de artes plásticas e com a apresentação da Orquestra e Coral Flauta Mágica, sob a regência do Maestro Gilberto Mendes. A abertura está marcada para as 20 horas. Está noite ainda reserva a interpretação poética de Carlos Ferreira e a banda de música da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, sob a regência do Maestro 1º Ten. Eliel Nascimento da Silva. Na quarta-feira a programação começa às 19 horas com a palestra do cineasta Luis Carlos Oliveira Borges. Luis é reconhecidamente uma das maiores autoridades em cinema de MT e lançou recentemente uma coleção de livros(3) que abordam o tema com propriedade nunca antes vista. Neste dia será possível apreciar a interpretação poética de Lúcia Palma e Vera Zago. A música fica a cargo do maestro Abel Santos e Tereza Helena - Viola in concerto. Acompanham os músicos as cantoras Alda Araújo, Cláudia Menezes e Ellen Rose. Na quinta-feira sobe ao “palco” a literatura sob os auspícios da professora Dra. Marilia Beatriz de Figueiredo Leite, que proferirá a palestra “Ficção e poesia em Mato Grosso: História”. A palestra também ocorre às 19 horas. O entretenimento poético fica sob a batuta do Luis Carlos Ribeiro e música faz uma deferência à música brasileira com o tema: “Uma noite: do Chorinho à MPB”. Entre os músicos: Edmilson Maciel, Lúcio e o Grupo Musical Reminiscências (Ivaldo Lúcio e conjunto), Marinho 7 Cordas e Sonia Moraes, Roberto Lucialdo, Nádia Biancardini e Regina Rangel. Na sexta a história da imprensa em MT é o destaque com o jornalista e apresentador José Cidalino Carrara. Após a palestra os participantes poderão apreciar o espetáculo musical “Uma noite dos sons da Latina América” que traz tangos, milongas, polcas, rasqueados e chamamés.
São várias formações diferentes contemplando estes ritmos: Conjunto Ycaray: Marques Caraí (bandoneon), Taiguara (violão), Júlio Jerez (bombo e voz), Wilson Medrano, (violão e voz), Benê Cintra; a dupla Ney Arruda e Leonardo Boabaid Yule; Julio Jerez e seu Conjunto de Música Latina e o Trio Latino com Sônia Mazetto, Jorge Abbe e Salu.
Na semana que vem a programação recomeça na segunda-feira, às 19h30, com um painel sobre ‘políticas culturais e científicas em Mato Grosso’ do qual participam: Elizabeth Madureira, historiadora e escritora que vai falar da Biblioteca e documentação da Casa Barão de Melgaço; o secretário de estado de cultura Paulo Pitaluga, que vai falar sobre A Política Cultural do Governo do Estado, e João Carlos de Souza Maia, com o tema ‘O financiamento da ciência e da cultura em MT - a FAPEMAT e seu papel’.
A música fica por conta do Coral Mato Grosso, sob a regência da maestrina Sônia Mazetto e a interpretação poética é das poetas Franciane Águida, Ana Paula Gonçalves e Jeane Martins. Na terça-feira o horário retorna para as 19 horas e a bola da vez é o teatro, com o escritor, ator e diretor Luis Carlos Ribeiro. O título da palestra é: “A História do Teatro em Mato Grosso“. A apresentação musical será do pianista Luiz Renato Dias em um Tributo a Dunga Rodrigues. Também se apresentam o Coral da Universidade Federal de Mato Grosso, sob a regência da maestrina Dorit Kolling e o Grupo “Poesia para quem precisa de Poesia”, sob a coordenação de Marta Cocco, Aclyse de Matos, Ana Amélia Marimon, Antonio Sodré, Eduardo Ferreira e Carlos Barbosa. Na quarta-feira(03-09) às 19h30 acontece a abertura do Circuito Setembro Freire, uma homenagem aos oitenta anos de nascimento do poeta e acadêmico Benedito Sant’Ana da Silva Freire. Na quinta-feira será a vez do Jantar Beneficente às 20h30 e na sexta-feira o dia do encerramento com a entrega de diplomas para os Amigos da Cultura e da Academia Mato-Grossense de Letras e a apresentação da Orquestra do Estado de Mato Grosso, sob a regência do Maestro Leandro Carvalho. Cláudio Oliveira
Diário de Cuiabá
´Crediamigo´ é tema de palestra
A apresentação cultural de evento do BNB será a peça teatral ´Dr. Qorpo´, do Grupo Imagens de TeatroLimoeiro do Norte. O projeto Valorização da Cultura do Vale do Jaguaribe tem próxima edição amanhã, em Limoeiro do Norte. Há mais de dois anos no calendário cultural da região, o palestrante deste mês será o gerente de microfinanças do Banco do Nordeste no Ceará, Severino Pires de Sousa Filho. O tema será “Crediamigo, o milagre brasileiro”. A apresentação cultural, sempre na seqüência das palestras, será a peça “Dr. Qorpo”, do Grupo Imagens do Teatro, de Fortaleza, recentemente premiado em Minas Gerais.
A coordenadora do “Valorização da Cultura do Vale”, e funcionária do Banco do Nordeste, Rita Peixoto, acredita que será uma oportunidade para empreendedores e não-empreendedores conhecerem o Crediamigo, o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Banco do Nordeste, que atende pessoas físicas envolvidas nas mais diversas atividades informais da economia.
InvestimentosSomente nos primeiros cinco meses deste ano, foram investidos R$ 376,37 milhões na economia informal, em todos os Estados da região Nordeste, no Norte de Minas Gerais, no Espírito Santo e no Distrito Federal.
O volume de negócios foi 30% superior ao mesmo período do ano passado.Criado em 1998, o Crediamigo tem como principal metodologia a reunião de pessoas, geralmente amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, com afinidade empreendedora e dispostas a assumirem pagamento conjunto de prestações de crédito, usado nas mais diversas atividades microeconômicas.
No primeiro semestre de 2008 foram registrados 325.324 clientes ativos, 28% a mais que no ano de 2007.
O palestrante de hoje, Severino Pires, é funcionário do Banco do Nordeste há 32 anos. Economista, formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), tem formação na área de Desenvolvimento Local, por meio do BNB, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e ainda pela Fundação Demócrito Rocha, em Fortaleza. É especialista MBA em Gestão Empresarial, pela Fundação Instituto de Administração (FIA), ligado à Fundação Getúlio Vargas, no Estado de São Paulo.
Apresentação
A apresentação cultural deste encontro, desta vez, será a peça teatral “Dr. Qorpo”, do Grupo Imagens de Teatro, de Fortaleza, que arrebatou cinco prêmios no último Festival Nacional de Teatro de Ipatinga, em Minas Gerais.
O projeto Valorização da Cultura do Vale é realizado pelo Banco do Nordeste, em parceria com o Instituto Centec e as empresas Frutacor e Planterra. O evento começa, às 19 horas, no Núcleo de Informação Tecnológica, no Centro de Limoeiro do Norte.
Diário do Nordeste
Congresso em São Paulo vai discutir cultura gay e trajetória de grupos militantes no país
A Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) realiza entre os dias 9 e 12 de setembro, no auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), a partir das 10 horas, o IV Congresso da ABEH – Retratos do Brasil Homossexual. Neste ano, o evento é realizado em parceria com militantes da Espanha e vai reunir estudiosos brasileiros e espanhóis sobre os temas da cultura gay. Eles vão discutir assuntos como a trajetória dos movimentos homossexuais no Brasil e na Espanha e cultura, cidadania e direito à diferença nos dois países. A programação conta com conferência, mesas-redondas, apresentação de estudos e sessões de debates sobre os temas apresentados.
Todas as sessões vão contar também com a participação de militantes do Paraguai, Argentina e Peru.Para discutir com propriedade, a organização convidou nomes de peso como Ana Tomé, diretora do Centro Cultural da Espanha no Brasil, Dr. Horácio Costa, presidente da ABEH, desembargadora Maria Berenice Dias (TJ/RS) e os militantes Toni Reis, presidente da ABGLT, e Claúdia Wonder.Um dos encontros mais legais rola no dia 12, às 14 horas. É a conferência “A criação de núcleos de referência em estudos e ações GLBTT”, coordenada pelo Prof. Dr. Emerson Inácio com as participações da Prof. Dra. Berenice Bento e do Prof. Dr. Bruno Leal. A programação completa você confere aqui.IV Congresso da ABEH – Retratos do Brasil Homossexual: 9 a 12 de setembroMAC: Rua da Reitoria, 160 - Cidade Universitária - São Paulo Contato: (11) 3091-3039
Hélio Filho
Mix Brasil



Mimo em Olinda
A Mimo - Mostra Internacional de Música em Olinda (www.mimo.art.br) chega à sua quinta edição, do dia 1 ao dia 7 de setemrbo, com mais de 20 concertos gratuitos (com distribuição de senhas), mostra de filmes, palestras e workshops de música.

O festival - que tem uma programação diversificada, focada na música instrumental, erudita e popular, sob a inspiração da arte barroca das igrejas e da cidade-patrimônio - ganha o reforço de pacotes especiais que irão atrair ainda mais turistas para a cidade. Considerada uma das maravilhas arquitetônicas do mundo, Olinda é palco do evento que oferece cerca de 90 atividades gratuitas e abertas ao público. Os momentos mais aguardados do festival são os concertos, realizados na acústica perfeita dos templos religiosos. Todo o roteiro de apresentações é pontuado pela qualidade e diversidade das atrações, que transitam livremente de formações camerísticas a orquestrais, e do repertório clássico à produção brasileira contemporânea.
Alguns hotéis criaram tarifas diferenciadas para quem deseja ficar na cidade no período de 1 a 7 de setembro e curtir de perto a Mostra. Quem fizer essa opção terá direito a convites reservados para os principais concertos da Mimo. Grande pólo gastronômico de Pernambuco e com chefs de cozinha premiados, os restaurantes de Olinda também estão preparando pratos temáticos para o evento. Os chefs irão escolher sua música erudita preferida e criar um prato ou cardápio dedicado à Mimo. Durante os dias de festival, a obra musical escolhida estará tocando durante o jantar, com as explicações deste processo criativo pelo próprio chef. "Quando criei o evento, queria levar a Olinda concertos de alta qualidade artística, que somados às apresentações nas igrejas históricas, promovessem uma experiência mágica e profunda aos que interpretam e aos que apreciam o melhor da música. Acho que conseguimos. É um festival com uma mistura maravilhosa de sonoridades, que atrai pessoas de todas as idades e perfis. Este ano, o apoio dos hotéis e restaurantes de Olinda vai nos ajudar a levar para a cidade o turista que se interessa por música, história e gastronomia", avalia Lu Araújo, idealizadora, diretora artística e dona da produtora Lume Arte, responsável pelo festival.
PATRIMÔNIO
Uma das cidades coloniais mais bem preservadas do mundo, Olinda foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco em 1982. Fundada por Duarte Coelho há 473 anos e primeira capital de Pernambuco, é também a mais antiga aglomeração urbana do Nordeste e a segunda mais antiga do Brasil. Fica a apenas 6 km de Recife e sua população é de 367 mil habitantes. No sobe-e-desce das ladeiras, a cidade oferece cores e memórias da colonização portuguesa. É justamente nestes endereços que os famosos bonecos de Olinda dançam ao toque de frevos, maracatus e afoxés no carnaval. O visitante que vier ao festival pode conhecê-los nos ateliês onde ficam expostos o ano inteiro. Há também guias mirins pela cidade. Eles explicam com muita graça a história de Olinda, incluindo curiosidades sobre lugares como o Mercado da Ribeira, o Mirante do Alto da Sé e o Museu de Arte Sacra, entre outros cartões postais.
Dona de uma paisagem exuberante, com arquitetura notável, que se vislumbra em sobrados, casarões e mais de vinte igrejas, Olinda foi escolhida para sediar o festival por sua coleção de predicativos, como as delícias da culinária local e a oferta de hotéis aconchegantes. Até o clima da cidade é favorecido pela brisa praiana em setembro. E os concertos da Mimo, separados por distâncias que podem ser vencidas a pé, contribuem para que esta semana dedicada à música seja mais uma das bênçãos de Olinda.
Diário de Natal




Patrimônio artístico do Estado de São Paulo agora está em site Acervo Artístico e Cultural
O Governo de São Paulo possui um verdadeiro tesouro escondido em Secretarias, órgãos, fundações, autarquias e empresas com participação do Estado. São obras de arte, algumas de artistas famosos ou importantes, todas de inestimável valor histórico, que ficam dentro de gabinetes, escolas, saguões de prédios, enfim, espaços normalmente não destinados à visitação pública.

A partir deste domingo, 24, Dia do Artista, toda a população terá acesso a parte dessas obras de arte pela internet.
O site
www.saopaulo.sp.gov.br/patrimonioartistico, que estará disponível para acesso a partir de domingo, entra no ar com cerca de 140 obras de arte, das aproximadamente 3.000 que compõem o patrimônio do Estado e não pertencem a museus ou ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do governo paulista. O portal continuará sendo alimentado até que todas elas estejam disponíveis na internet.
Saiba mais http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.phpid=98001




Grafite vira objeto de estudo em cursos de educação artistíca

Daniel do Carmo busca na especialização uma forma de se destacar na profissão e aprofundar conhecimentos

Tubos de spray, pincéis e tintas a óleo pintam os muros de Belo Horizonte e desenham um novo cenário no mundo acadêmico e no mercado de trabalho. O grafite, antes apenas arte de protesto das periferias e genuína expressão do movimento hip hop, aos poucos se transforma em objeto de estudo em cursos de educação artística em universidades públicas e privadas. Como profissão, a manifestação cultural já demarcou seu espaço e hoje é meio de sustento de uma legião de jovens. Essa nova realidade vai estar estampada em painéis e telas da 1ª Bienal Internacional de Grafite, que promete agitar a capital a partir desta semana. As artes plásticas e visuais estão na lista de cursos de graduação oferecidos em cinco universidades públicas de Minas.
A crescente procura pela área se reflete nos números da maior instituição federal de ensino do estado, a UFMG. A relação candidato/vaga no vestibular 2008 para artes visuais teve um aumento de 45% em relação ao ano passado, chegando a 9,24 alunos na disputa por uma cadeira. A Escola Guignard, ligada à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), oferece o maior leque de opções para os interessados, que podem escolher entre bacharelados e licenciaturas em artes visuais e plásticas e educação artística. Dono de exuberantes figuras que hoje enchem de cor a paisagem da capital, Warley Fabiano Santos, de 25 anos, mais conhecido como Warley Bombi, cultiva a paixão pelo desenho desde criança. “Rabiscava as paredes de casa e deixava minha marca por todas as partes. Há nove anos, o grafite me chamou a atenção e, hoje, não vejo outra trajetória de vida senão a arte”, diz Bombi, aluno do 6º período de educação artística da Escola Guignard.

O talento do jovem poderá ser visto em duas exposições durante a 1ª Bienal Internacional de Grafite, a Grande Arte e a Diálogos. Nas telas, ele pretende dar vida ao trabalho que desenvolve com jovens carentes da organização não-governamental Associação Imagem Comunitária (AIC). “Sou um multiplicador da arte e isso é importante para que eu tenha o reconhecimento da minha família. Sou de origem pobre, filho de pessoas que não têm contato com arte, com galerias, e ter um retorno financeiro do meu trabalho é fundamental”, conta Warley, que também participa do Observatório da Juventude da UFMG.

Daniel do Carmo busca na especialização uma forma de se destacar na profissão e aprofundar conhecimentos

Tubos de spray, pincéis e tintas a óleo pintam os muros de Belo Horizonte e desenham um novo cenário no mundo acadêmico e no mercado de trabalho. O grafite, antes apenas arte de protesto das periferias e genuína expressão do movimento hip hop, aos poucos se transforma em objeto de estudo em cursos de educação artística em universidades públicas e privadas. Como profissão, a manifestação cultural já demarcou seu espaço e hoje é meio de sustento de uma legião de jovens. Essa nova realidade vai estar estampada em painéis e telas da 1ª Bienal Internacional de Grafite, que promete agitar a capital a partir desta semana. As artes plásticas e visuais estão na lista de cursos de graduação oferecidos em cinco universidades públicas de Minas. A crescente procura pela área se reflete nos números da maior instituição federal de ensino do estado, a UFMG.

A relação candidato/vaga no vestibular 2008 para artes visuais teve um aumento de 45% em relação ao ano passado, chegando a 9,24 alunos na disputa por uma cadeira. A Escola Guignard, ligada à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), oferece o maior leque de opções para os interessados, que podem escolher entre bacharelados e licenciaturas em artes visuais e plásticas e educação artística. Dono de exuberantes figuras que hoje enchem de cor a paisagem da capital, Warley Fabiano Santos, de 25 anos, mais conhecido como Warley Bombi, cultiva a paixão pelo desenho desde criança. “Rabiscava as paredes de casa e deixava minha marca por todas as partes. Há nove anos, o grafite me chamou a atenção e, hoje, não vejo outra trajetória de vida senão a arte”, diz Bombi, aluno do 6º período de educação artística da Escola Guignard. O talento do jovem poderá ser visto em duas exposições durante a 1ª Bienal Internacional de Grafite, a Grande Arte e a Diálogos. Nas telas, ele pretende dar vida ao trabalho que desenvolve com jovens carentes da organização não-governamental Associação Imagem Comunitária (AIC). “Sou um multiplicador da arte e isso é importante para que eu tenha o reconhecimento da minha família. Sou de origem pobre, filho de pessoas que não têm contato com arte, com galerias, e ter um retorno financeiro do meu trabalho é fundamental”, conta Warley, que também participa do Observatório da Juventude da UFMG.
Estudante da Guignard, Warley Santos sempre foi apaixonado pelo desenho e hoje não vê sua vida sem a arte
Daniel do Carmo, o Ovlha, de 27, também pretende alçar grandes vôos com o grafite. Formado em artes plásticas pela Escola Guignard, ele agora se dedica à pós-graduação em história da cultura e da arte na UFMG. “Sempre gostei de pintura e desenho, mas, há dois anos, aprendi a usar o grafite nas artes. Tenho buscado formação acadêmica na área para desenvolver meu talento e agora a arte é minha profissão. Conclui a graduação em dezembro, comecei a trabalhar em janeiro e já tenho meu carro e minha independência financeira”, diz Ovlha, que também é professor do projeto Arena da Cultura, da Prefeitura de BH.

História
O grafite, arte marginal que nasceu na Europa, teve seus primeiros registros no Brasil na década de 1970. E, na última semana, a manifestação ganhou um novo status: a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que trata da descriminalização do grafite. O texto diferencia pichação de grafitagem, que valorizaria o patrimônio público e privado desde que autorizado pelo proprietário do imóvel. “A arte contemporânea reconhece o grafite como autêntico e o fenômeno está presente nas grandes e pequenas cidades. Os artistas são o espelho de seu tempo e esse movimento não vem de uma elite econômica, cultural e política, mas das periferias. A grande mudança é que a sociedade vai olhar de maneira diferenciada para essa manifestação, carregada de sopros de liberdade e de originalidade. O grafiteiro tem que buscar formação profissional e o mercado absorver esses profissionais é um reconhecimento do valor dessa linguagem”, afirma o artista plástico e professor universitário Rui Santana, que também é o idealizador e coordenador-geral da bienal.

Bienal
Grafiteiros dos quatro cantos do Brasil e de outros seis países da Europa, África, Ásia e América do Norte, vão se reunir em BH, de 30 de agosto a 7 de setembro, para participar da 1ª Bienal Internacional de Grafite. Ao todo, 120 artistas e 190 DJs vão participar de quatro exposições, seminários, oficinas e intervenções urbanas. O evento terá entrada franca das 9h à meia-noite, na Serraria Souza Pinto, na Avenida Assis Chateaubriand, 809, no Bairro Floresta, na Região Leste da capital. Informações no www.bigbh.com.br ONDE CURSAR

• Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) artes visuais
• Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) artes visuais, artes plásticas e educação artística
• Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) núcleos de arte; ofícios; e conservação e restauração
• Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) artes visuais
• Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) – artes
Glória Tupinambás - Estado de Minas

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