ATUALIDADES - 15-10-2008
64% das cidades estão infestadas de Aedes aegypti
Com a proximidade das chuvas, a situação poderá piorar. O governo federal vai ampliar em R$ 128 milhões este ano os recursos para ações de prevenção e combate à dengue em 12 Estados brasileiros, entre eles o Ceará. O Ministério da Saúde lançou um conjunto de medidas a serem tomadas para tentar evitar a propagação da doença no País
Contabilidade do Ministério da Saúde aponta que cerca de 3.500 dos 5.564 municípios brasileiros, 64%, estão infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O motivo, segundo o Ministério, são as condições ambientais favoráveis à proliferação do inseto.
Com a proximidade das chuvas, a situação poderá piorar. O governo federal vai ampliar em R$ 128 milhões este ano os recursos para ações de prevenção e combate à dengue em 12 Estados brasileiros, entre eles o Ceará. O Ministério da Saúde lançou um conjunto de medidas a serem tomadas para tentar evitar a propagação da doença no País
Contabilidade do Ministério da Saúde aponta que cerca de 3.500 dos 5.564 municípios brasileiros, 64%, estão infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O motivo, segundo o Ministério, são as condições ambientais favoráveis à proliferação do inseto.
Com a proximidade da época das chuvas, a situação poderá piorar. Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou um conjunto de medidas a serem tomadas para tentar evitar a propagação da doença no País. O governo federal vai ampliar em R$ 128 milhões este ano os recursos para ações de prevenção e combate à dengue em 12 Estados brasileiros, entre eles o Ceará. Depois do surto de dengue que atingiu o Rio de Janeiro no primeiro semestre, o Ministério da Saúde decidiu ampliar em R$ 202 milhões os recursos totais para o combate à doença -o que inclui a compra dos chamados "fumacê" (veículos que despejam inseticidas contra o mosquito), campanhas publicitárias e pagamento de agentes de saúde. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governo vai gastar este ano R$ 1,08 bilhão para todas as ações de combate à dengue nos Estados considerados de "risco" para a retomada da doença -Rio, São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará, Pará, Alagoas, Bahia, Rondônia, Goiás. O ministro reiterou que o combate ao mosquito Aedes aegypt está entre as ações fundamentais para evitar a doença no país.
Temporão anunciou outras medidas da campanha "Brasil unido contra a dengue" como o envio de tropas das Forças Armadas para os militares atuarem no combate à dengue e na educação e mobilização das comunidades. O ministro fez um apelo para que os prefeitos que perderam as eleições e aqueles que forem eleitos priorizem as ações de combate à dengue para evitar novos surtos da doença. Temporão atribui parte da responsabilidade pelas epidemias da doença à má gestão dos recursos liberados com esta finalidade. Este ano, foram registrados 734,3 mil casos de dengue em todo o país -um aumento de 42,7% em relação ao ano passado. Só o Rio foi responsável por 240,4 mil casos. O ministro reconheceu que somente os esforços do governo não serão suficientes para enfrentar a doença se não houver a participação dos governadores, prefeitos e da população em geral. Segundo o ministro, a esperada vacina contra a dengue não deve ser produzida no país pelo menos nos próximos cinco anos. (das agências de notícias)
NÚMEROS
41.332 casos de dengue foram registrados no Ceará em 2008 167 municípios com casos de dengue clássica no Estado 43 cidades cearenses com casos de dengue hemorrágica 6 municípios registraram, no Ceará, mortes por dengue hemorrágica (Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Redenção, Beberibe e Orós)
SEM CASOS CONFIRMADOS
Não foram confirmados casos de dengue em 17 cidades do Ceará (entre 1º de janeiro e 26 de setembro deste ano): - Alcântaras - Carnaubal - Catarina - Deputado Irapuã Pinheiro - Ererê - Granjeiro - Guaramiranga - Meruoca - Moraújo - Penaforte - Piquet Carneiro - Pires Ferreira - Saboeiro - São Benedito - São João do Jaguaribe - Tarrafas - Ubajara Fonte: boletim da Sesa divulgado no último dia 26 E-Mais
O bairro Jardim Cearense, que fica na Secretaria Executiva Regional (SER) V, é o único da Capital onde não foi confirmado nenhum caso de dengue este ano, de acordo com o boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). O Ceará apresenta casos da doença desde 1986. Nos últimos seis anos, foram registrados casos de dengue em todos os meses do ano, com predomínio no primeiro semestre.
O Povo
Paulo Coelho defende internet e diz que livro durará pelo menos mais mil anos
Frankfurt (Alemanha), 14 out (EFE).- O escritor Paulo Coelho elogiou hoje as possibilidades que a internet abre à literatura e pediu que as editoras não vejam os novos meios como uma ameaça, se mostrando convencido de que o livro impresso durará pelo menos mais mil anos.
Em discurso durante a entrevista coletiva de abertura da Feira do Livro de Frankfurt, Paulo Coelho contou suas experiências na web e também comparou as repercussões da revolução digital com a da época na qual Gutenberg, que inventou os tipos móveis, que deram um grande impulso à imprensa.
"Nós devemos à nova técnica de impressão o fato de tornar possível a troca de idéias e refazer o mundo de acordo com estas idéias", declarou o autor de "A bruxa de Portobello" lembrando a invenção de Gutenberg.
Paulo Coelho vê a evolução dos últimos dez anos - com o surgimento da internet e de novas plataformas para a difusão de idéias - como uma radicalização do processo de "democratização das idéias" iniciado por Gutenberg.
"Pouco a pouco as pessoas tomam consciência de que podem divulgar o que quiserem na rede, onde todos podem ver, e que são seus próprios diretores de programa", declarou.
Na internet "as pessoas trocam sem custos tudo aquilo que é importante para elas e esperam que isto também seja possível com os produtos de comunicação de massa", o que é crucial para as indústrias relacionadas ao mundo da cultura.
O escritor brasileiro se mostrou convencido de que a indústria da música teve uma reação inicial equivocada e, ao invés de ver as possibilidades da evolução que estava vivendo, tentou impedi-la por meio dos tribunais.
"Em 2001, conseguiram fazer com que o Napster e outros sites fossem fechados. Tinham vencido uma batalha, mas não a guerra. Não podiam impedir que surgissem outros Peer-to-Peer que mantiveram hasteada a bandeira da troca gratuita", declarou.
O escritor considera que, ao invés de recorrer a advogados, a indústria da música deveria ter procurado outra solução como, por exemplo, pedir o pagamento de 5 centavos por música baixada da internet.
"Por volta do ano 2000, ninguém teria um problema com isto, entre outras coisas porque os custos teriam sido muito menores do que os de um CD", explica.
O setor editorial parece, segundo Coelho, mais "protegido" da internet do que a indústria da música ou a indústria cinematográfica, e isto se deve em boa parte à evolução tecnológica, que traz mais vantagens do que outros meios.
Entre outras, a internet é um meio que tem a ver com a leitura e a escrita, e isto fez as editoras registrarem com alegria um renascimento da comunicação e a expressão escrita nos anos 1990.
No entanto, Paulo Coelho afirma que, até o momento, a atitude do setor industrial frente à internet tem muita incompreensão e falta de acordo.
"Lamentam a 'desgraça' de outros setores e vêem a internet como um inimigo. No século XVI, os monges que copiavam seus pergaminhos provavelmente tiveram a mesma atitude ante os livros impressos", declarou.
Para o escritor, a internet é, antes de tudo, uma possibilidade de difusão e um caminho para aumentar o número das pessoas que não lêem os textos apenas pela internet, mas que acabam, cedo ou tarde, recorrendo ao livro impresso.
Paulo Coelho fala do tema a partir de sua própria experiência. Em 1999 seus livros enfrentavam sérios problemas de distribuição na Rússia, mas quando apareceu uma cópia pirata digital de "O alquimista" - que ele mesmo acabou reproduzindo em seu site - as vendas dispararam.
"No primeiro ano as vendas passaram de mil para 10 mil exemplares, no segundo subiram para 100 mil e um ano depois tinha vendido 1 milhão de livros", declarou.
Esta experiência o levou a disponibilizar alguns de seus livros, em formato digital, para seus leitores.
Após uma fase de incompreensão das editoras, uma delas, a americana Harper Collins, se deu conta das possibilidades dessa experiência e, desde o começo do ano, publica na web alguns de seus títulos.
"O tempo dirá como vou recuperar o dinheiro que invisto no projeto. Mas invisto em algo pelo qual qualquer escritor do mundo ficaria agradecido: um grande número de leitores para minhas obras", declarou o autor de "Ser como o rio que flui".
Frankfurt (Alemanha), 14 out (EFE).- O escritor Paulo Coelho elogiou hoje as possibilidades que a internet abre à literatura e pediu que as editoras não vejam os novos meios como uma ameaça, se mostrando convencido de que o livro impresso durará pelo menos mais mil anos.
Em discurso durante a entrevista coletiva de abertura da Feira do Livro de Frankfurt, Paulo Coelho contou suas experiências na web e também comparou as repercussões da revolução digital com a da época na qual Gutenberg, que inventou os tipos móveis, que deram um grande impulso à imprensa.
"Nós devemos à nova técnica de impressão o fato de tornar possível a troca de idéias e refazer o mundo de acordo com estas idéias", declarou o autor de "A bruxa de Portobello" lembrando a invenção de Gutenberg.
Paulo Coelho vê a evolução dos últimos dez anos - com o surgimento da internet e de novas plataformas para a difusão de idéias - como uma radicalização do processo de "democratização das idéias" iniciado por Gutenberg.
"Pouco a pouco as pessoas tomam consciência de que podem divulgar o que quiserem na rede, onde todos podem ver, e que são seus próprios diretores de programa", declarou.
Na internet "as pessoas trocam sem custos tudo aquilo que é importante para elas e esperam que isto também seja possível com os produtos de comunicação de massa", o que é crucial para as indústrias relacionadas ao mundo da cultura.
O escritor brasileiro se mostrou convencido de que a indústria da música teve uma reação inicial equivocada e, ao invés de ver as possibilidades da evolução que estava vivendo, tentou impedi-la por meio dos tribunais.
"Em 2001, conseguiram fazer com que o Napster e outros sites fossem fechados. Tinham vencido uma batalha, mas não a guerra. Não podiam impedir que surgissem outros Peer-to-Peer que mantiveram hasteada a bandeira da troca gratuita", declarou.
O escritor considera que, ao invés de recorrer a advogados, a indústria da música deveria ter procurado outra solução como, por exemplo, pedir o pagamento de 5 centavos por música baixada da internet.
"Por volta do ano 2000, ninguém teria um problema com isto, entre outras coisas porque os custos teriam sido muito menores do que os de um CD", explica.
O setor editorial parece, segundo Coelho, mais "protegido" da internet do que a indústria da música ou a indústria cinematográfica, e isto se deve em boa parte à evolução tecnológica, que traz mais vantagens do que outros meios.
Entre outras, a internet é um meio que tem a ver com a leitura e a escrita, e isto fez as editoras registrarem com alegria um renascimento da comunicação e a expressão escrita nos anos 1990.
No entanto, Paulo Coelho afirma que, até o momento, a atitude do setor industrial frente à internet tem muita incompreensão e falta de acordo.
"Lamentam a 'desgraça' de outros setores e vêem a internet como um inimigo. No século XVI, os monges que copiavam seus pergaminhos provavelmente tiveram a mesma atitude ante os livros impressos", declarou.
Para o escritor, a internet é, antes de tudo, uma possibilidade de difusão e um caminho para aumentar o número das pessoas que não lêem os textos apenas pela internet, mas que acabam, cedo ou tarde, recorrendo ao livro impresso.
Paulo Coelho fala do tema a partir de sua própria experiência. Em 1999 seus livros enfrentavam sérios problemas de distribuição na Rússia, mas quando apareceu uma cópia pirata digital de "O alquimista" - que ele mesmo acabou reproduzindo em seu site - as vendas dispararam.
"No primeiro ano as vendas passaram de mil para 10 mil exemplares, no segundo subiram para 100 mil e um ano depois tinha vendido 1 milhão de livros", declarou.
Esta experiência o levou a disponibilizar alguns de seus livros, em formato digital, para seus leitores.
Após uma fase de incompreensão das editoras, uma delas, a americana Harper Collins, se deu conta das possibilidades dessa experiência e, desde o começo do ano, publica na web alguns de seus títulos.
"O tempo dirá como vou recuperar o dinheiro que invisto no projeto. Mas invisto em algo pelo qual qualquer escritor do mundo ficaria agradecido: um grande número de leitores para minhas obras", declarou o autor de "Ser como o rio que flui".
EFE
Rodrigo Zuleta
Globo.com
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