CULTURA, PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL - 25-11-2008

Meia-Entrada Regulamentar para compatibilizar economia da cultura e acesso
O Ministério da Cultura considera positiva a iniciativa do Congresso Nacional de regulamentar o uso da carteira estudantil para a concessão da meia-entrada para espetáculos, cinemas, exposições e outros eventos culturais.
Sem uma regulação do benefício, o sistema está desorganizando a economia da atividade e penalizando àqueles que não têm carteira estudantil, obrigados a pagar mais caro para compensar o restante.
Apesar de a questão não ser da área de competência do MinC, existe uma vinculação com o tema e a consciência dos efeitos da medida no mercado cultural. Portanto, manifestamos posição favorável à regulação.
O Congresso Nacional é o ambiente correto para que haja um acordo entre todos os envolvidos – entidades estudantis, produtores culturais e cidadãos que desejam acesso à cultura com custos menores.

Pantanal News

Cidade de Mariana-MG, se prepara para título de patrimônio da humanidade

Restauração da praça seguiu seu traçado original do século 18

A cidade histórica de Mariana, a 115 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central de Minas, deu um passo importante na corrida em busca do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em cerimônia oficial no fim de semana, foram entregues as obras de requalificação da Praça Cláudio Manoel, mais conhecida por Praça da Sé, e também da Rua Dom Silvério, dois dos principais pontos do Centro Histórico da cidade. Concluídas todas as metas de revitalização previstas, o título deve ser requisitado no início de 2010 – Ouro Preto e Diamantina já foram condecorados.

Depois de pouco mais de um ano de obras, a praça, onde está situada a Catedral da Sé, foi entregue à comunidade semelhante ao desenho original do século 18, com rebaixamento em 1,6m do piso e das calçadas e a implantação de paralelepípedos, além da restauração do antigo chafariz, desaparecido por décadas e encontrado durante a reforma atrás do prédio da 1ª Câmara de Registro, onde atualmente funciona a prefeitura.

Foram investidos R$ 416 mil com recursos da prefeitura e do Programa Monumenta, criado e mantido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura. “Os moradores têm de se orgulhar e se engajar na busca pelo título. Cabe a cada um, com o espírito conservador, contribuir com um ponto para essa conquista, pois a reforma prioriza o cidadão e o resgate cultural da cidade”, disse o prefeito Celso Cota Neto (PMDB). Para o coordenador-adjunto nacional do Monumenta, Róbson Antônio de Almeida, Mariana contempla parte significativa do acervo patrimonial de Minas. “É importante o engajamento da população na conservação destes bens. Pequenas ações como a pintura de um imóvel particular fazem a diferença." Além da praça, a Rua Dom Silvério, também conhecida por Rua dos Artistas, por ser ponto tradicional de diversos ateliês de pintores e escultores, teve a iluminação aérea substituída pela subterrânea, eliminando a fiação que esconde o charme e a beleza da arquitetura do município. Os postes deram lugar a lampiões na fachada das casas coloniais. Os passeios foram alinhados e padronizados com quartzito e as ruas ganharam paralelepípedos no lugar do seixo. Ao todo, foram investidos R$ 2 milhões pelo município. Durante a solenidade, um cortejo seguiu da Praça da Sé até a Rua dos Artistas.

No caminho, moradores e responsáveis pelas obras foram recebidos com apresentações culturais – da escadaria do Colégio Providência, foram ouvidas as melodias de Oh! Minas Gerais e O lago dos cisnes, entoadas por cinco violinos e três violões. Em seguida, da varanda de um antigo casarão, seresteiros agraciaram a todos com Carinhoso e Ave Maria. CâmerasAo longo dos últimos anos Mariana vem sendo recuperada e, para dar sustentação às ações, o plano diretor foi elaborado com metas a serem cumpridas. Entre elas estão a contratação de empresa para tratar o esgoto do município e a inclusão de duas disciplinas na grade curricular das escolas públicas: educação patrimonial e educação ambiental. Os pontos turísticos também mereceram atenção especial: são monitorados por câmeras de vigilância. O Programa Monumenta, que já investiu R$ 7,4 milhões desde 2004 na cidade, prevê mais R$ 4 milhões para 2009.

Pedro Rocha Franco - Estado de Minas